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Especialista recomenda “transição suave” para programa AGP free

As indústrias brasileiras já estão, gradativamente, se preparando para banir os antibióticos como promotores

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A produção livre de antibióticos como promotores de crescimento vai acontecer em todas as fases da produção avícola, a partir das matrizes pesadas. Realidade na Europa, a produção de matrizes pesadas pelo sistema AGP free já é regulamentada. Por lá, nada de antimicrobianos como promotores de crescimento. Já no Brasil as regras – ainda – são mais liberais, dando chance à indústria de usar esse medicamento para melhorar o desempenho do animal por meio de ação em seu sistema gastrointestinal. No entanto, acertadamente, comenta uma das estudiosas do assunto no Brasil, as indústrias brasileiras já estão, gradativamente, se preparando para banir os antibióticos como promotores.

“A produção AGP free já é uma realidade internacionalmente e o Brasil, como maior exportador mundial de carne de frango, vem adaptando-se às exigências dos mercados importadores. Acredito que a exigência no mercado interno também só tende a crescer, visto que as legislações vêm demonstrando a preocupação e engajamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no conceito de saúde única e com os planos de ação sobre resistência aos antimicrobianos, prevendo ações de educação sanitária e de promoção do uso racional de antimicrobianos”, aponta Patricia Aristimunha, médica veterinária, especialista em Sanidade de Aves, mestra em Zootecnia e doutora em Produção e Nutrição de Não Ruminantes.

“A transição suave para um programa AGP free, com a adaptação das diferentes estratégias e soluções alternativas aos diferentes desafios, é o que garantirá a manutenção dos altos desempenho produtivo e retorno do investimento”, crava.

Ela conta que o uso começou a mais de meio século, e que ao longo dos anos as legislações de vários países foi se tornando cada vez mais rigorosa para usar esses medicamentos. “Para produzir mais e de forma competitiva, há mais de 50 anos, os antibióticos promotores de crescimento (APC ou AGP) vêm sendo utilizados na nutrição animal para aumentar a eficiência produtiva. Porém, a sua utilização na alimentação animal tem sido tema de debates e discussões mundiais em razão da possibilidade da presença de resíduos de antimicrobianos e de seus metabólitos em produtos de origem animal, da possível seleção de bactérias resistentes e do aparecimento crescente de resistência aos antibióticos em bactérias patogênicas”, cita. “Cada vez mais países vêm aderindo às restrições e banimentos a esta prática, à exemplo da União Europeia, que em 2006 baniu o uso dos antibióticos na alimentação animal. Por estas razões, a indústria avícola tem buscado alternativas ao uso dos antimicrobianos para manter a mesma eficiência produtiva proporcionada pelos promotores antimicrobianos tradicionais, reduzindo o perigo de induzir a resistência microbiana”.

O mundo AGP free

Em maio de 2015, comenta Aristimunha, a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a participação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), aprovou o Plano de Ação Global sobre Resistência Antimicrobiana (Global Action Plan on Antimicrobial Resistance), que resultou na demanda de elaboração do Plano Nacional de Ações sobre Resistência aos Antimicrobianos para cada país signatário.

Em outubro do mesmo ano, menciona a profissional, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) lançou sua regra final de diretivas veterinárias para a produção de alimentos com o intuito de proibir o uso de medicamentos na alimentação animal sem a supervisão de um médico veterinário. “Além disso, também em 2015, o então presidente Barack Obama lançou o plano nacional para combater bactérias resistentes a antibióticos, que, em uma de suas resoluções, também exige que os produtores de animais necessitem de receitas de médicos veterinários para o uso de antibióticos importantes para a medicina humana, no tratamento de animais de consumo humano, e prevê o fim do uso de medicamentos importantes para uso humano como promotores de crescimento até 2020”, recorda.

Aristimunha diz que o Brasil segue a tendência mundial. “O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em outubro de 2017, instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle de Resistência a Antimicrobianos na Agropecuária (AgroPrevine). O AgroPrevine visa o fortalecimento das ações para prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos na agropecuária, considerando o conceito de saúde única, que estabelece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, por meio de atividades de educação, vigilância e defesa agropecuária”, comenta. Dentro das ações previstas por este plano, enumera estão “educação sanitária, estudos epidemiológicos, vigilância e monitoramento da resistência aos antimicrobianos, vigilância e monitoramento do uso de antimicrobianos, fortalecimento da implementação de medidas de prevenção e controle de infecções, além de promoção do uso racional de antimicrobianos”.

Neste cenário, avalia a especialista, “faz-se necessárias a adoção de novas estratégias holísticas dentro da produção animal, e de novos programas que envolvam tecnologias de substituição aos antibióticos promotores de crescimento, dando-se foco ao uso de combinações de soluções disponíveis, como os probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos, óleos essenciais e imunomoduladores, que modificam de uma maneira menos agressiva o microbioma intestinal, promovendo um melhor equilíbrio deste e uma melhoria na saúde das aves”.

O que o AGP faz

De acordo com Patrícia Aristimunha, os antibióticos promotores de crescimento são utilizados para controlar ou equilibrar a proliferação de bactérias gram-positivas (em seu conceito base), com redução dos metabólitos microbianos tóxicos que comprometem o desempenho animal e causam infecções subclínicas ou com manifestações clínicas, e que causam suposta competição por nutrientes com o hospedeiro e estímulo excessivo do sistema imune local.

“Segundo alguns autores, o uso dos AGP leva à uma redução da espessura da parede intestinal e vilosidades. Essa redução de espessura ocorre em parte pela redução na proliferação celular da mucosa que ocorre na ausência de produtos derivados da fermentação microbiana. No entanto, esta redução de espessura de mucosa é discutível, pois hoje sabe-se que a redução de vilosidades e de área absortiva compromete os processos de digestão e absorção dos nutrientes”, explica.

“Alguns AGP se acumulam nas células inflamatórias, aumentando a morte intracelular de bactérias e inibição de parte da resposta imune inata das aves, inibindo a ação de células fagocíticas e funções das células inflamatórias, como quimiotaxia, produção de espécies reativas de oxigênio e produção de citocinas proinflamatórias. A redução nos níveis de citocinas pró-infamatórias reduziriam o estímulo catabólico e a consequente perda de apetite, melhorando o desempenho dos animais”, explica.

Para ela, o foco de discussão com relação à sua utilização se deve ao fato dos mesmos muitas vezes também matarem bactérias benéficas, causando uma quebra no equilíbrio do microbioma intestinal. “Além disso, alguns AGP podem inibir os processos de fagocitose na resposta imune e desenvolver resistência bacteriana a longo prazo”, aponta.

O que é a produção AGP free

Patrícia explica que dentro do conceito de produção sem antibióticos promotores de crescimento, “globalmente falando, teremos diferentes definições de produção avícola”. “ABF (Antibiotic free): sem utilização de antibióticos via ração ou água durante o período de crescimento e produção das aves. Nesta definição, no caso da Europa, o uso de antibióticos de forma terapêutica e os ionóforos via ração são permitidos. Este é o conceito utilizado no Brasil. Nos Estado Unidos ainda existe o conceito “No Antibiotics Fed” (NAF), que determina a não utilização de antibióticos via ração”.

“Outra definição: RWA (Raised without Antibiotics): neste tipo de produção os antibióticos não são utilizados em nível de incubatório, ração ou água. Ionóforos são utilizados na ração. Tem também o NAE (No Antibiotics Ever): os antibióticos não são utilizados em nível de incubatório, ração ou água. Não é permitido também a utilização de ionóforos e algumas empresas estão também eliminando totalmente o uso de antibióticos nas matrizes pesadas. A maioria das empresas com esta produção também usa ração vegetal”, enumera, citando ainda a produção orgânica, quando “todos os ingredientes da ração são certificados como orgânicos e não há uso de produtos químicos ou antibióticos”.

Brasil no caminho

De acordo com a pesquisadora, quando os AGP foram banidos na Europa, em alguns locais, de forma repentina, os resultados foram o aumento no custo da produção, aumento da idade de abate, aumento na incidência de enterites bacterianas e do uso de antibióticos de forma terapêutica. No entanto, observou-se redução nos problemas relacionados à resistência bacteriana.

Ao fazer uma mudança gradativa e dentro de um programa AGP, entende Aristimunha, a indústria e o avicultor brasileiros podem não sofrer com os mesmos problemas. “Para que estas perdas não ocorram e a sanidade não seja prejudicada, o ideal é que a retirada dos AGP seja feita de forma gradativa, testando-se as diferentes soluções alternativas perante os desafios locais. Além disso, as alternativas devem estar integradas dentro de um programa abrangente, que perfaz diferentes estratégias de biosseguridade, manejo, nutrição, além da gestão e treinamentos dos profissionais envolvidos com a produção de aves”, menciona a profissional.

AGP free nas matrizes pesadas

Patrícia, que é gerente de Serviços Técnicos em Avicultura da Kemin para a América do Sul, compartilha seu conhecimento durante palestra sobre produção de matrizes pesadas no sistema AGP free, seus desafios e alternativas, durante o 12º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, promovido pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav), de 25 a 27 de setembro, em Florianópolis, SC.

Ela explica que o importante é saber com precisão o desafio ambiental ao qual as aves estão expostas. Ela destaca que no Brasil a biosseguridade e padrões sanitários em matrizes pesadas estão muito avançados, citando, por exemplo, que doenças como o Salmonella e alguns desafios respiratórios são muito bem controlados em matrizes pesadas. “A escolha de soluções alternativas vai depender do tipo e do grau de desafio a que as aves estão expostas”, menciona.

Ela amplia: “Sempre deve-se ter em mente que nenhuma solução alternativa aos AGP será eficiente se não for inserida dentro de um programa AGP free, que abranja estratégias de biosseguridade, manejo e nutrição, de combinação de diferentes soluções alternativas aos AGP, além da gestão e treinamentos constantes das equipes que trabalham diretamente com as aves”.

Atualmente, comenta a especialista, “com a variabilidade e qualidade das tecnologias disponíveis para a substituição dos AGP, e quando se analisa a produção pela ótica do retorno do investimento (ROI), muitas vezes (dependendo do desafio local) a substituição dos AGP por tecnologias alternativas iguala ou aumenta a lucratividade da produção animal, quando essa substituição ocorrer dentro de um programa alternativo, que incluiu melhorias em toda a produção, incluindo-se estratégias de manejo, ambiência, biosseguridade e nutrição”. Estes programas, pondera, “proporcionam performances zootécnicas muitas vezes superiores em relação às moléculas antibióticas que já vem sendo utilizadas por longos períodos ou em mais altas dosagens, por já não serem tão eficientes em determinadas regiões”.

Massificação

Para ela, massificar o modelo AGP free no Brasil ainda depende do consumidor, que, em sua opinião, ainda não tem conhecimento sobre o assunto, e de investimentos na infraestrutura nas fazendas. “Hoje a produção AGP free já é uma realidade nas empresas exportadores, mas ainda tem alcance limitado nas que produzem para o mercado interno. Muito disso se deve ao posicionamento do mercado consumidor, que no Brasil ainda não tem total consciência dos efeitos a longo prazo do uso dos AGP e que, portanto, não exige de forma substancial a retirada dos mesmos. Além disso, a massificação deste tipo de produção demanda fortes estratégias de manejo, ambiência e biosseguridade e, portanto, estruturas físicas adequadas para a produção das aves, o que muitas vezes, não se encontra na realidade brasileira”, garante Patrícia Aristimunha.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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