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Avicultura 2º Dia do Avicultor

Especialista orienta sobre temperatura da cama e programa de luz na primeira semana dos frangos

Nas primeiras 24 horas de vida o pintainho come em média 25% do seu peso, ou seja, se pesa 40 gramas precisa comer 10 gramas de ração; e ingere 50% de água do seu peso.

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As medidas sanitárias para garantir um bom manejo dos frangos de corte começam muito antes da chegada dos pintinhos nas granjas, com a higienização, limpeza e desinfecção das instalações e dos equipamentos. Garantir um ambiente com conforto térmico, boa vedação, iluminação adequada, água e ração de qualidade são fatores essenciais na fase inicial da vida das aves, com reflexos expressivos no peso ao abate destes animais.

Médico-veterinário Lucas Schneider: “Precisamos agir de forma preventiva e estratégica, sendo mais criteriosos nos processos adotados dentro das granjas” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A importância do manejo inicial e o programa de luz nos aviários foi tema da palestra do médico-veterinário Lucas Schneider durante o 2º Dia do Avicultor O Presente Rural, evento promovido no dia 25 de agosto pelo Jornal O Presente Rural em formato híbrido, alcançando mais de 6,5 mil pessoas, entre participantes presenciais e aqueles que acompanharam a transmissão online e on demand.

Conforme Schneider, o melhoramento genético dos frangos de corte aliado aos programas de nutrição, sanidade e manejo adotados pelos produtores nas granjas brasileiras têm contribuído para aumentar a eficiência produtiva destes animais. Na década de 1980 levava em média 52 dias para uma ave alcançar 2kg de peso vivo, nos anos 2000 este período reduziu para 42 dias e em 2022 já se alcança esse peso em 31 dias. “No período de 22 anos os produtores ganharam cerca de 10 dias, dá quase meio dia por ano de eficiência produtiva, que foi possível através da evolução da genética e de todas as áreas que envolvem a criação de aves de corte”, ressaltou o médico-veterinário.

Segundo o profissional, há 42 anos eram necessários 6kg de ração para fazer 2,5kg de peso vivo, já hoje essa mesma quantidade de volume de carne é produzida com 3,6kg. “Nas primeiras quatro semanas de vida, 80% do que o frango consome é utilizado para o seu crescimento e manutenção da temperatura corporal, enquanto que, na sétima semana, consome um maior volume de ração, usando cerca de 90% do que come para se manter vivo”, expôs.

Apesar do Brasil figurar entre os maiores produtores mundiais e de liderar as exportações globais de carne de frango, Schneider diz que ainda há muitos gargalos para que o setor continue a se desenvolver, entre eles cita a estrutura das granjas, mão de obra qualificada e condições climáticas. “Precisamos agir de forma preventiva e estratégica, sendo mais criteriosos nos processos adotados dentro das granjas, bem como é fundamental que os produtores e técnicos estejam cada vez mais atentos às condições climatológicas para que possam se antever a situações em que precisam aquecer ou resfriar a granja. As aves jovens precisam cuidar com o frio, corrente de vento e a sensação de frio, já as aves adultas, é necessário ventilação com velocidade de vento para a perda de calor. E fazer tudo isto para obter o melhor arranque possível desde sete, 14 e 21 dias”, pontua.

Temperatura da cama

A cama de aviário é uma das aliadas mais importantes do avicultor para garantir uma boa rentabilidade do plantel da granja. Quando bem cuidada garante que as aves não se machuquem, o que auxilia em seu desenvolvimento, diminuindo perdas e resulta em maior rentabilidade para o avicultor.

Em relação ao pré-aquecimento da cama de aviário, Schneider afirma que a condição de temperatura da cama na primeira semana é determinante para o melhor desempenho das aves. Com a temperatura do concreto menor que 28ºC nos primeiros sete dias a mortalidade aumenta para 1.31, enquanto que no final do ciclo, com a temperatura do concreto maior que 28ºC, melhora o desempenho dos frangos, atingindo peso médio de 2.142kg.

Conforme o profissional, para saber a temperatura adequada para as camas do aviário, o produtor pode calcular a diferença de temperatura da cama de superfície x 5 cm de profundidade da maravalha x 10 cm de profundidade da maravalha. “Com a temperatura abaixo do ideal as aves perdem produtividade e uniformidade”, frisa Schneider.

Fatores como qualidade do pintainho, da ração e a disponibilidade e temperatura da água são essenciais para uma melhor conversão alimentar. “O que mais restringe o consumo de água é sua qualidade, vazão e temperatura, somado a instalações inadequadas dos bebedouros, que devem estar na altura da cabeça da ave. Para não perder em eficiência, é indicado que a temperatura da água não ultrapasse 25ºC, porque acima disso as aves não consomem água”, esclarece o médico-veterinário.

A condição de temperatura de cama na primeira semana é determinante para o melhor desempenho das aves – Foto: Reprodução

Iluminação

No que diz respeito a iluminação, o médico-veterinário considera que o ideal é iluminar o aviário de forma mais uniforme possível. “A diferença de luminosidade ideal entre o ponto mais claro e o mais escuro é de apenas 20%. É fundamental adotar um programa de luz com blocos de escuros desde o primeiro dia dos frangos no alojamento, sempre no mesmo horário para que os animais saibam a hora de comer, beber água e dormir. A partir da 22ª semana os blocos escuros podem ter o tempo reduzido até chegar a 04 horas ao final do ciclo”, explica.

Fisiologia da termorregulação

Segundo o profissional, o grande desafio dos avicultores nos tempos atuais é trabalhar com aves jovens que são extremamente dependentes do ambiente. “Aves jovens são sensíveis ao frio, enquanto as aves adultas ao calor. São dois grandes desafios que nós temos na avicultura: aquecer e resfriar. As estruturas das granjas propiciam que consigamos equilibrar a temperatura, ventilação, ambiência, manejo e sanidade”, salienta.

No entanto, Schneider afirma que a partir do 10º dia de vida os frangos já criaram uma maturidade termorreguladora, conseguindo regular a temperatura do corpo às diferentes condições de clima, no entanto, essa prática faz com que os animais fiquem desuniformizados e percam eficiência produtiva.

Máximo potencial

Segundo o médico-veterinário, o que faz o frango expressar o seu máximo potencial é se alimentar com uma ração de boa qualidade, beber água fresca e dormir bem. “Para isso é preciso que os equipamentos estejam instalados na altura das aves, facilitando o seu acesso à ração e à água”, frisa.

Outros fatores que entram nesta conta estão a qualidade do pintainho, temperatura e imunidade da granja, qualidade do ar, trabalhar com as entradas de ventilação mínima para galpões de ambiente controlado e melhorar vedação dos galpões.

Na fase inicial, o pintinho para ter um bom desempenho até o 7º dia deve ganhar peso 4,8 vezes o seu tamanho. “Nas primeiras 24 horas de vida o pintainho come em média 25% do seu peso, ou seja, se pesa 40 gramas precisa comer 10 gramas de ração; e ingere 50% de água do seu peso”, ressalta.

Uma pesquisa com mais 102,3 milhões de frangos analisados revelou que a cada 10 gramas de aumento no peso corporal em 7 dias

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração

Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

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O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).

O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.

A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.

A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.

No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).

Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.

No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.

Fonte: O Presente Rural com informações Boletim Deral
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Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

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A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

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O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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