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Especialista orienta cadeia sobre a nutrição no combate aos desafios sanitários

Podem ser prevenidos por meio de programas vacinais, choques com antimicrobianos e programas de biosseguridade.

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Foto: Arquivo/OP Rural

A sanidade animal tem ganhado um destaque cada vez maior no sistema produtivo. Saber lidar com essas questões em todos os elos da cadeia produtiva é essencial. Porém, saber adotar as estratégias corretas permite que o trabalho diário fique mais fácil. Nesse contexto, a nutrição pode ser uma aliada do produtor. É esse tema que o médico-veterinário pós doutor e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Caio Abércio, discorreu durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, em Chapecó (SC). “A condição intensiva de criação, o que não é exclusividade do setor suíno, mesmo com todos os recursos empregados, expõe os animais a desafios sanitários constantes. A questão mais relevante é compreender se estes desafios estão acima do que consideramos compatível com a expressão da performance zootécnica e reprodutiva pela qual os animais têm capacidade de entregar”, diz.

De acordo com o especialista, nesse cenário, os principais desafios, que em tese são os mesmos há anos, envolvem um conjunto de agentes que acometem o trato digestório – há agentes específicos nas diferentes idades, como E. coli, rotavírus, coccidiose, Lawsonia, Brachispira –, respiratório e alguns poucos que são de ordem sistêmica e reprodutiva. “No entanto, a maioria desses agentes podem ser prevenidos por meio de programas vacinais, choques com antimicrobianos e claro programas de biosseguridade. Portanto, o que pesa efetivamente na questão sanitária é como o animal responde a esses desafios, pois, mesmo com essas condutas preventivas e até terapêuticas, as condições ambientais inadequadas, de bem-estar e, por vezes, a contaminação das dietas com micotoxinas, não permitem uma expressão plena da imunidade e das respostas dos animais às adversidades dos agentes patogênicos”, defende.

Abércio comenta que a nutrição pode ser uma ferramenta importante para auxiliar na minimização desses danos, que refletem negativamente na performance, na apresentação de mais animais doentes e na mortalidade aumentada. “Entendo que há três caminhos para a nutrição suportar essas condições de desafios: pelo fornecimento de substrato específico (mais energia e aminoácidos específicos demandados para atendimento das respostas imunes aumentadas); pelo uso de aditivos que melhoram o estresse oxidativo; e pelo emprego de aditivos que modulam as respostas imunes”.

Sistema imunológico merece atenção

O especialista explica que implementadas as ações para minimização dos desafios, o importante é reconhecer que ainda não foi suficiente, pois o sistema produtivo da granja tem outros fatores negativos que instigam o sistema imune. “As linhas de ação podem ser associadas ou não dependendo da fase que representa o problema, como o uso de minerais e vitaminas que estão associados à produção e enzimas antioxidantes, como o selênio (compreendendo que há no mercado selênios com melhor absorção e uso) e a vitamina E; emprego de prebióticos, que incrementam as respostas imunes; uso de alimentos funcionais, como plasma, levedura autolisada e ovo em pó, entre outros (principalmente dirigido para leitões desmamados); e suplementação com aminoácidos envolvidos com as respostas imunes e de ação antioxidante, como metionina, cistina, treonina e triptofano”.

Para o médico veterinário, a associação de todos os recursos citados pode ser uma estratégia apropriada para enfrentar surtos de doenças nas granjas, preservando o reconhecimento do problema e da fase de produção na qual está inserido esse problema.

Dieta é aliada

A dieta pode ser uma grande aliada do produtor rural quando está enfrentando algum desafio sanitário na granja. Abércio relembra um case de sucesso, onde a nutrição fez a diferença. “Foi uma experiência com um quadro amplificado de canibalismo em suínos em fase de crescimento e terminação. Claro, temos que reconhecer que essa alteração comportamental é de caráter multifatorial e, portanto, outros pontos têm que ser melhorados, mas ao promover um ajuste dos principais aminoácidos envolvidos com as demandas imunes, o quadro apresentou uma involução significativa”, explica.

Ele diz que quando dietas são personalizadas é possível minimizar danos ou até normalizar respostas produtivas. “O cômputo que deve ser feito, mas isso não está plenamente definido e não tem informações precisas, é que numa condição de desafio sanitário o estresse oxidativo aumenta e as demandas de alguns nutrientes também. O fato é que não precisamos o quanto desses nutrientes são demandados. Porém, se não suplementamos esses requerimentos – em geral há um cenário na ciência que alguns aminoácidos chegam a ser usados em mais de 20% das exigências para a performance e manutenção –, vamos perder com a eficiência produtiva dos animais”.

O especialista comenta que com as limitações de uso dos antibióticos como promotores de crescimento, as posturas de redução dos choques com essas moléculas, o banimento do óxido de zinco, associada aos maiores cenários de animais com estresse oxidativo, a nutrição tem que correr atrás. “Na prática, um bom exemplo, é a última referência brasileira de nutrição de suínos onde há uma indicação de exigências destinadas ao abate submetidos a condição térmica de 5ºC acima da zona de termoneutralidade (esta situação é por si só um desafio), onde os níveis de aminoácidos e proteína são em torno de 5% mais elevados, comparados com aqueles em situação de conforto térmico”, menciona.

Médico veterinário pós doutor e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Caio Abércio discorre durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que acontece de 13 a 15 de agosto em Chapecó (SC) – Foto: Arquivo pessoal

Ele ainda acrescenta que o uso de antibiótico promotores de crescimento na dieta ajuda a manter a saúde do animal. Abércio explica que com o banimento há uma expectativa que haverá um maior crescimento microbiano no intestino e potencialmente a saúde intestinal e a utilização de aminoácidos serão pioradas. “Paralelamente, as demandas para a respostas imunes aumentam, requerendo, entre outros nutrientes, alguns aminoácidos específicos. Assim, o papel da nutrição frente ao uso menor de antibióticos segue nessa linha de maior aporte, preservado que esse quadro deve ser tratado caso a caso, pois há granjas com poucos desafios e que têm resultados pouco expressivos com o uso de antibióticos”.

Dessa forma, a resposta imunológica dos animais também merece atenção. E a nutrição pode influenciá-la em situações de estresse de duas formas: direta e indiretamente. O especialista informa que de forma direta, especialmente alguns aditivos e alimentos funcionais, pode promover o incremento de imunoglobulinas, por exemplo. Já indiretamente, o aporte de nutrientes demandados para as respostas imunes passa a atender tudo o que cerca esse sistema de defesa, ou seja, fomentando a produção de citocinas, imunoglobulinas, células e as enzimas antioxidantes, entre outras.

“Dessa forma, é importante que o produtor busque apoio técnico, visando uma ação conjunta de esforços. Primeiro, minimizando os fatores adicionais que podem estar potencializando o problema. Segundo, suportando, com o auxílio de um nutricionista, o uso de rações que atendam os requerimentos nessa condição de desafio, aumentando também, por meio de aditivos, as respostas imunes dos animais”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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