Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes Dia do Suinocultor

Especialista identifica erros que afetam produção e consumo de leite na maternidade

Aline Fadelli destaca que entre os principais pontos críticos que devem ser avaliados para identificar falhas que prejudicam a produção de leite estão o pouco estímulo na mamada, problemas sanitários pós-parto, baixo consumo de água, baixo consumo de ração e falhas nutricionais e distúrbios hormonais.

Publicado em

em

Médica-veterinária, especialista em produção de suínos, Aline Fadelli, palestrou durante o 1º Dia do Suinocultor O Presente Rural/Frimesa

A médica-veterinária, especialista em produção de suínos, Aline Fadelli, foi uma das palestrantes do 1º Dia do Suinocultor, evento promovido pelo Jornal O Presente Rural em parceria com a Frimesa Cooperativa Central, em Marechal Cândido Rondon (PR). Em sua explanação, a especialista em maternidade e produção de suínos ressaltou a necessidade em otimizar a produção de leite, especialmente frente aos desafios enfrentados por produtores no atual cenário vivenciado pela suinocultura brasileira. “Não temos margem para manter em nosso sistema de produção animais com baixo desempenho quando muitas vezes poderia ser evitado”, destacou.

Médica-veterinária, especialista em produção de suínos, Aline Fadelli: “Para otimizarmos a produção de leite é preciso investir em água e ração de qualidade, estimular os leitões, ter sanidade da matriz e boa formação do aparelho mamário” – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Segundo Aline, para expressar o máximo potencial do animal na vida adulta é preciso estar atento à forma pela qual o trabalho de manejo é realizado na maternidade, pois segundo ela, “um leitão com bom perfil de GPD (ganho de peso diário) replicará em ganhos durante todo o ciclo até o momento de abate”.

A especialista abordou os principais pontos críticos que devem ser avaliados para identificar falhas que prejudicam a produção de leite. Entre elas, destaque para o pouco estímulo na mamada, problemas sanitários pós-parto, baixo consumo de água, baixo consumo de ração e falhas nutricionais e distúrbios hormonais. “É fundamental entender a importância de cada um desses pontos para realizar o manejo da forma correta”, frisou.

Colostro

Aline ressaltou a importância do colostro principalmente nas primeiras seis horas de vida do leitão, período em que ocorre maior volume e concentração de proteínas e imunoglobulinas no leite. “Além disso, é nesse momento em que se tira leite com facilidade. Após as seis primeiras horas, sua eficiência nutricional cai em 50% e passa de rico para um colostro pobre”, afirmou.

Uma das estratégias usadas para garantir que toda a leitegada ingira colostro de qualidade é o revezamento de mamada. Segundo Aline, o método é bastante usado nas granjas, porém existem vários fatores que o tornam menos eficiente: não separação da leitegada em três grupos para fazer o revezamento; incluir o grupo de risco no revezamento; não identificar os leitões por ordem de nascimento; não oferecer uma boa oportunidade por grupo; realizar revezamento apenas durante o parto; em condições normais não garantir que os leitões mamem o colostro da própria mãe; não realizar o revezamento em sequência a partir do nascimento do grupo de risco e realizar e receber doações de leitões recém-nascidos de outras fêmeas em trabalho de parto durante o revezamento.

Em granja que faz revezamento, mas que apresenta alta mortalidade por esmagamento e inanição, alguma coisa errada está acontecendo”, afirmou.

Observando a fêmea

Em granjas onde a produção de leite está baixa é comum ver fêmeas com refugamento nos tetos traseiros. Segundo Aline, isso acontece por que é justamente entre o antepenúltimo e penúltimo teto onde ocorre a ramificação da artéria de maior calibre para a artéria abdominal que é menor. “Se tiver alguma falha nutricional ou alguma questão sanitária, são esses tetos que sofrerão, por que é ali que chega menos sangue”, ressaltou.

Conforme Aline, uma das estratégias para evitar o aparecimento do problema na granja é evitar partos prolongados. Segundo ela, não é aconselhável ter mais de 20% a 25% de fêmeas em partos com mais de cinco horas. “Isso aumenta a chance de retenção de placenta e até de leitão e compromete a produção de leitão”, salientou.

O monitoramento do estado de saúde da fêmea no período pós-parto é outro ponto relevante que, segundo Aline, precisa ser observado. Entretanto, ela reconhece as dificuldades para monitorar os animais por conta da mão-de-obra e do tempo que o procedimento demanda. “O ideal é aferir a temperatura e observar a fêmea no pós-parto durante três dias seguidos”, explicou.

Falhas nutricionais

Em sua palestra, Fadelli apontou alguns fatores que podem comprometer o consumo de ração das fêmeas. De acordo com ela, a sanidade; o baixo consumo de água; as falhas no estímulo ao consumo de ração nos primeiros 5 dias; a contaminação da ração; a ambiência e o não ajuste do arraçoamento e os níveis nutricionais de acordo com o clima são fatores que contribuem para a queda do consumo. “É preciso estimular o consumo de água, pois é ela que fará com que a fêmea consuma a ração necessária. Precisamos saber que a água tem uma enorme importância na produção de leite”, destacou.

Conforme Aline, mais de 70% do leite é composto por água. Portanto, o correto volume da água consumido aliado a uma água de qualidade aumenta significativamente a produção de leite pela fêmea. “Isso também diminui a incidência de infecções urinárias”, completa.

Entre outros pontos apontados por Aline como potencialmente prejudiciais para a produção de leite e consequentemente o desempenho do lote, destaque para o estímulo incorreto do consumo de ração nos primeiros dias do pós-parto e os distúrbios hormonais como a inibição do reflexo de ocitocina.

Segundo Aline, isso acontece quando a ocitocina, hormônio associado ao bem-estar do animal, é prejudicada temporariamente devido a hormônios liberados em situações de estresse e dor, processo esse que inibe a descida do leite no momento da sucção. “É quando o leitão começa a mamar e não acontece a descida do leite em razão da fêmea estar nervosa”, mencionou.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Publicado em

em

Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

Publicado em

em

Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

Publicado em

em

Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.