Avicultura
Especialista destaca pontos críticos para evitar a contaminação de rações
Antonio Klein trata sobre processo de fabricação de ração, logística e rastreabilidade em alimentos sem antimicrobianos melhoradores de desempenho.
A ausência de antimicrobianos como promotores de crescimento na proteína animal está deixando de ser uma tendência no Brasil, e aos poucos se torna uma realidade para atender as exigências de uma fatia de consumidores, legislações e investidores. Para atender essa mudança na produção, o processo de fabricação, logística e de rastreabilidade em rações destinadas a frangos e suínos desempenha um papel crucial para garantir alimentos livres de melhoradores de desempenho.
Segundo o engenheiro agrônomo e consultor Antonio Klein, existem fatores norteadores que sinalizam pontos críticos e de atenção durante o processo de fabricação, entretanto, há alternativas para mitigar esses riscos.
De acordo com Klein, que fez uma apresentação sobre o tema durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), em agosto, em São Paulo, SP, sempre que a indústria utiliza produtos que oferecem risco químico, a primeira preocupação é em relação a criticidade e a sensibilidade desse produto. “Esses fatores darão o norte em termos de intensidade dos procedimentos que temos que adotar para controlar esses riscos”, pontua.
Conforme Klein, o segundo ponto a ser observado é específico de cada fábrica e está relacionado à criticidade da linha de produção onde será produzida a ração, de acordo com a complexidade, e qualidade da linha (acabamentos, ângulos, curvas, etc.). Os cuidados devem visar a redução de pontos de acúmulo, de fugas e de retenção durante o fluxo por onde os princípios ativos passam junto a outros componentes da ração. “Precisamos mapear com precisão os pontos de acúmulo e corrigi-los. Se não for possível corrigir é necessário fazer uma intervenção manual cada vez que a ordem de produção é trocada”, explica.
Pessoas
Fundamentais em qualquer processo de produção, os colaboradores são subdivididos em ações de estratégia desempenhadas pela direção da empresa para garantir clareza na visão, missão, princípios e valores sobre o tema e garantir a viabilidade econômica para adequação da estrutura.
Ações táticas realizadas por gerentes e supervisores garantem e certificam a capacidade da estrutura e dos processos. E por último as ações operacionais, em que as pessoas precisam ter conhecimento, saber lidar com os riscos, ter proatividade e comprometimento com o tema e cumprir como os POPs (Procedimento Operacional Padrão) e controles.
Contaminação cruzada
Os pontos de acúmulo ou de retenções na linha representam o principal risco de contaminação cruzada, pois seu despedimento é aleatório, independe da passagem do batch de limpeza.
Outros riscos em temos de contaminação cruzada, citados por Klein, dizem respeito aos desvios, aspirações, má identificação e a amostragem mal realizadas. “A amostragem é importante para garantir que estamos alcançando o que se esperava”, ressalta.
Para avaliar a contaminação cruzada existe o método indireto, geralmente adotado no Brasil, no qual para validar a limpeza da linha, usa-se como referência o princípio ativo em questão ou outro traçador validado pelo órgão competente e avalia-se, através de análise laboratorial, a eficácia da limpeza de linha, ou seja, determina-se a curva de descontaminação (carry over). “Entretanto, se tenho uma linha crítica e muitos pontos de acúmulo e de retenção, esses pontos não caem quando eu passo a batelada de limpeza e teremos consequentemente problemas na sequência”, explica Antonio.
De acordo com ele, o método direto é realizado por meio de amostragens a medição quantitativa de todo o resíduo remanescente na linha, desde o momento da aplicação do princípio ativo até a expedição e quem sabe até o comedouro. O objetivo é calcular o potencial relativo de contaminação que o resíduo de linha pode oferecer. Conforme Klein, o método direto precisa ser usado ao menos quando é realizado o diagnóstico da linha. “As empresas podem ter problemas de contaminação cruzada nesse tipo de produção de rações caso não se atenham aos devidos cuidados”, afirma.
Fornecedores
As boas práticas para aprovação dos fornecedores de matérias-primas, como os princípios ativos e pré misturas para a produção de ração é primordial para evitar contaminação, entretanto, de acordo com Klein, o processo para aprovar é relativamente simples. “Todos os problemas que nós podemos ter com contaminação cruzada durante a fabricação os nossos fornecedores também podem ter”, afirma.
Fábrica
Entre os principais fatores norteadores na fábrica para minimizar riscos de contaminação, o procedimento de recepção é o primeiro que deve ser observado e requer treinamento especializado. Segundo Antonio, é necessário fazer o check list do caminhão, considerando a estado geral do veículo, a limpeza, a umidade e certificar-se que não há problemas com as sacarias. “Antes de usarmos esses produtos precisamos ter certeza de que não tenha grúmulos, por que o misturador não desmancha essas partículas”. O procedimento é importante para que pontos de acúmulo de princípios ativos não sejam transferidos para a ração”, explica.
Armazenamento
A armazenagem adequada é outro fator importante no processo de fabricação de ração sem antimicrobiano. É preciso oferecer uma boa estrutura conforme orientações do fornecedor ou de acordo com a legislação vigente, e se necessário, a temperatura e a umidade relativa do ar precisam ser controlados.
Outra observação não menos importante é a existência de uma área separada com acesso restrito para receber esse tipo de produto. “O armazenamento é parecido com a cozinha de nossas casas, precisa ser adequado e seguro”, ressalta Klein.
Manejo
No manejo do produto do armazém até a adição no misturador, o ideal é receber e armazenar os produtos de risco químico em locais separados, com acesso restrito, e fazer toda a manipulação nesta sala até sair diretamente para adição no misturador, sem passar em outras áreas. “O mais indicado é que a sala fique acima do misturador onde esses produtos serão processados e jogados dentro do misturador”, explica Antonio.
No entanto, em plantas onde não existam essas condições, é preciso reforçar outros pontos de controle. Entre eles, Klein destaca a retirada segura e documentada do armazém, de preferência com o uso de leitores de código de barras (ou outro sistema) que permita a rastreabilidade online, etapa por etapa, dando mais segurança e clareza no processo de fabricação.
De acordo com Antonio, quando a rastreabilidade for manual, é condição indispensável manter os registros com etiquetas todo o tempo. “Qualquer produto sem identificação ao longo do processo é considerado ruptura da rastreabilidade”, salienta Klein.
Pesagem
Antes de chegarem ao misturador, os produtos precisam ser pesados. Para isso, conforme Klein, é indispensável que a pesagem seja realizada de forma assistida para se tornar mais segura, ter uma estrutura de balanças adequadas que garanta a precisão e respeito ao menor componente e a sensibilidade de escala. “A existência de um layout que garanta ou minimize os riscos de transferências e pesagens trocadas”, ressalta.
Misturador
Os pontos críticos e de atenção no processo de fabricação no que se refere a adição no misturador precisam ser observados conforme a estrutura e tipo de misturador. “Precisamos ter certeza de que quando adicionamos esse produto estamos fazendo no momento e local adequado”, afirma Klein.
Segundo ele, os registros e controles de adição precisam ser seguros, claros e adequados para o método adotado para serem rastreáveis. “Precisamos ainda ter certeza de que não há risco de contaminação cruzada na moega, na transição da moega para o misturador e no misturador”, completa.
De acordo com Klein, é necessário ter a garantia de uma mistura adequada, portanto, quanto melhor a mistura, maiores as chances de que produto esteja bem distribuído no misturador. Segundo Klein, nas orientações da legislação europeia, o princípio ativo precisa ser diluído em ao menos dois quilos de outro produto e o resíduo de fundo do misturador é menor que 0,2% do tamanho da batelada. “Outro ponto importante é a ausência de vazamento na compota para que os resíduos não caiam na batelada anterior e não se misturem da forma inadequada”, ressalta.
Após a mistura
Pontos de atenção em processos subsequentes à mistura precisam ser considerados, como na peletização ou em outro tratamento térmico, como secagem ou resfriamento e no PPLA (Post Pellts Liquid Aplication). Portanto, segundo Klein, é preciso lembrar que o condicionador foi feito para reter o alimento e o batch de limpeza não vai limpar caso tenha resíduos no condicionador. “É fundamental um diagnóstico para sabermos se tem resíduo de fundo”, ressalta.
Logística/transporte
Durante o transporte da ração até o destino final é preciso se ater a três principais riscos: Vazamento entre compartimentos dos graneleiros, descarga mecânica por meio de resíduos em roscas transportadoras que não são autolimpantes e a não descarga plena do caminhão na granja.
De acordo com o engenheiro agrônomo, para mitigar esses riscos deve-se usar caminhões exclusivos para esse tipo de transporte. Em casos de baixa criticidade na linha pode-se avaliar a limpeza com batch de limpeza, como o uso ou não de sistemas auxiliares, como injeção e sucção de ar comprimido. “Um sistema muito usado na Europa é o de descarga pneumática, que é muito mais autolimpante”, salienta.
Granja
A granja é outro ponto importante para a evitar riscos de contaminação cruzada e o fator “pessoas” ganha ainda mais proeminência. “Treinar o motorista e o fazendeiro é fundamental”, afirma Klein.
O treinamento deve ocorrer para garantir a conferência de lacres e de notas fiscais para se certificar da descarga do compartimento correto. Além disso, Klein afirma que é necessário se certificar que as rações não medicadas não se misturam com os alimentos medicados. “Nesse caso é importante que os depósitos intermediários, as linhas de transporte e os comedouros estejam vazios e limpos”, ressalta.
Rastreabilidade
A rastreabilidade compreende procedimentos usados para checar, acompanhar e registrar os controles dos riscos durante todo o processo de produção até o consumidor final. Segundo Klein, é a melhor ferramenta para garantir segurança e para se comunicar de forma clara e precisa com os consumidores, os órgão fiscalizadores e demais stakeholders. “Rastreabilidade nada mais é do que criar condições de poder saber e conseguir localizar todo e qualquer ingrediente e o que aconteceu com ele ao longo da cadeia que envolve o processo de produção da ração. Desde a compra dos ingredientes até o consumo final”, salienta.
Klein destaca as forma de fazer esta rastreabilidade e de conseguir a certificação. No entanto, quanto mais automático o acompanhamento ao longo de todo o processo, melhor, pois será mais detalhado e seguro. “Através desses sistemas mais automáticos podemos saber todo o fluxo seguido por cada ingrediente, as ações ao qual foi submetido, de forma isolada ou em conjunto com os demais, o os valores correspondentes”, detalha.
Alternativas
Para produzir com segurança, sem correr riscos químicos em linhas existentes, a solução sempre vai depender de um diagnóstico. Segundo Klein, muitas empresas, especialmente as de grande porte, utilizam linhas independentes. “A partir do misturador, usam uma linha com o princípio ativo e a outra linha sem”, exemplifica.
Em empresas menores, e conforme a localização da fábrica, pode-se ter apenas uma linha. De acordo com o engenheiro agrônomo, em casos de linha compartilhada é comum acontecer problemas de gestão de uso. Nessa situação existem dois tipos de linhas, as simples e as autolimpantes. “Se a linha é complexa, temos que fazer ajustes e investimentos ou até mesmo desistir da produção”, avalia Klein.
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Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.