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Avicultura 2º Dia do Avicultor

Especialista destaca necessidade de refinar medidas de biosseguridade nas granjas

Único entre os grandes produtores mundiais a nunca registrar Influenza aviária em seu território, o Brasil acendeu o alerta com os recentes registros da doença em diversos países da América do Norte e Central e dos continentes asiáticos e europeu.

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Foto: Shutterstock

Tida como exemplo para o mundo inteiro, a avicultura brasileira tem cada vez mais despertado atenção dos principais produtores globais e o interesse dos mercados consumidores. Esse olhar atento para o Brasil é reflexo do incansável trabalho desenvolvido em conjunto por todos os elos da cadeia produtiva.

Único entre os grandes produtores mundiais a nunca registrar Influenza aviária em seu território, o Brasil acendeu o alerta com os recentes registros da doença em diversos países da América do Norte e Central e dos continentes asiáticos e europeu. Em 2021, uma notificação no México deixou a cadeia avícola nacional apreensiva devido à proximidade entre os países. Para a segurança da produção nacional foi intensificada as ações sanitárias nas granjas.

O empenho, esforço e a resiliência dos avicultores brasileiros em adequar os processos produtivos colocou o Brasil como líder mundial em exportação de carne de frango desde 2004, detendo hoje 33% desse mercado. Só no ano passado, o país produziu 14,5 milhões de toneladas de carne de frango. Deste total, 32% foram exportados para mais de 150 nações, gerando uma receita de US$ 7,6 bilhões

Médico-veterinário, mestre em Produção e Nutrição Animal e doutor em Ciências Veterinárias, Erich Helfer Carvalho: “O cenário atual de surtos de Influenza aviária em vários países pelo mundo demonstra que é preciso intensificar as medidas de biosseguridade para a cadeia produtiva de aves” – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Para garantir a manutenção de área livre da Influenza aviária e assegurar a atual posição brasileira no mercado internacional é preciso que os produtores refinem cada vez mais o conjunto de medidas de biosseguridade em suas propriedades a fim de prevenir, evitar e controlar a entrada de patógenos que afetam a saúde, o bem-estar e o desempenho das aves. É o que reforçou o médico-veterinário, mestre em Produção e Nutrição Animal e doutor em Ciências Veterinárias, Erich Helfer Carvalho, durante sua palestra sobre “Biosseguridade na Avicultura” no 2º Dia do Avicultor, evento promovido no dia 25 de agosto pelo Jornal O Presente Rural em formato híbrido, alcançando mais de 6,5 mil pessoas, entre participantes presenciais e aquelas que acompanharam a transmissão online e on demand. “É preciso entender a biosseguridade como um pilar para a sustentação da produção avícola brasileira, que requer investimentos financeiros, educação, disciplina e dedicação conjunta dos produtores, poder público e indústrias”, frisa Carvalho.

O profissional enfatiza que quando o produtor adota um protocolo sanitário faz com que sua granja avícola tenha a circulação mínima de microrganismos e em caso de haver incidência de um patogênico essas ações sanitárias impedem que se espalhe ou saia da granja. Ele explicou que o emprego da biosseguridade se dá em três níveis diferentes, o primeiro é conceitual e regional, envolvendo a localização da instalação dos aviários e o sistema de produção; o segundo é estrutural: são os processos que abrangem a limpeza e organização da granja desde a portaria de acesso, cercas, barreiras vegetais, telas, sistema de desinfecção, modelos de galpões e equipamentos, além da ambiência; e o terceiro é operacional, pilar que diz respeito ao controle de fluxo de pessoas, veículos e equipamentos dentro da granja, movimentação de pessoas, controle de pragas, intervalo sanitário, sanitização das instalações e qualidade da água e da ração servida às aves.

O status sanitário dos lotes é um dos alicerces da avicultura, por isso é crucial conhecer as formas como as enfermidades se disseminam para, então, ser possível o seu controle. Entre os fatores que podem ameaçar essa condição, Carvalho citou as doenças emergenciais como a Influenza aviária, a qual nunca foi identificada no Brasil, e a Doença de Newcastle, enfermidade registrada no país pela última vez em 2006.

Médico-veterinário, mestre em Produção e Nutrição Animal e doutor em Ciências Veterinárias, Erich Helfer Carvalho, foi um dos palestrantes do 2º Dia do Avicultor, promovido pelo Jornal O Presente Rural

De acordo com o doutor em Ciências Veterinárias, é primordial se atentar à importância de aplicar o conceito de saúde única na atividade, uma abordagem múltipla que preza a associação tripla da saúde humana, animal e ambiental. “A experiência com a Covid-19 é um bom exemplo da importância do isolamento e do distanciamento para a prevenção de doenças que os produtores precisam adotar para evitar contágio de patógenos indesejados. Além disso, o cenário atual de surtos de Influenza aviária em vários países pelo mundo demonstra que é preciso intensificar as medidas de biosseguridade para a cadeia produtiva de aves”, salienta.

Possível impacto da Influenza Aviária

Carvalho apresentou a possibilidade de dois possíveis cenários econômicos do que podem vir a acontecer em caso de entrada da Influenza aviária em território brasileiro. O primeiro é otimista, com vistas a erradicação da doença adotando as seguintes ações: notificação e rápido diagnóstico e comunicação à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e aos importadores. “Em países menos restritivos as exportações podem ser retomadas em até três meses, já o mercado do Oriente Médio exige em torno de um ano e o Japão até três anos”, pontua.

Em um cenário pessimista gerado pela demora no diagnóstico da doença, o que acarretaria na sua disseminação para várias regiões produtoras por conta da concentração da atividade, os impactos são expressivos, a começar pelo bloqueio de mercados. “Com a notificação o país perde espaço na exportação, estimativas apontam para redução de 30% de número de trabalhadores no setor e os prejuízos econômicos em exportações podem chegar a US$ 4 bilhões”, adianta Carvalho.

Além da Influenza aviária, o médico-veterinário menciona outras enfermidades que podem ocorrer na avicultura e que exigem estado de atenção constante dos produtores e equipes técnicas, como Gumboro, Marek, Newcastle, Encefalomielite, anemias, Reovirose, bouba, Síndrome da queda de postura, TRT/SHS, Leucose, Reticuloendoteliose, Coriza, Micoplasmose, destacando as salmoneloses e a Bronquite infecciosa como as duas de maior desafio. “São duas doenças que nos desafiam todos os dias em nosso trabalho de campo para conseguir fazer o seu controle, porque exigem adoção e persistência de diversas medidas sanitárias, visto que são enfermidades que causam problemas tanto para a saúde pública quanto para o desempenho das aves”, pontua Carvalho.

Programa de biosseguridade

Conforme o médico-veterinário, no programa de biosseguridade são estipulados nove componentes básicos que devem ser seguidos rigorosamente para evitar a entrada de patógenos no plantel: isolamento da granja, controle de tráfego, higienização, quarentena, medicação e vacinação em caso de intervenção; monitoramento, registro e comunicação de resultados; erradicação de doenças; educação continuada, auditorias e atualizações, além de um plano de contingência. “Todos esses componentes estão interligados, se um elo se rompe porque o produtor não conseguiu atender um componente é colocado em risco todo o programa de biosseguridade, por isso que se torna cada vez mais complexo sua implementação na prática, uma vez que na teoria conseguimos descrever, mas quando vistoriamos as granjas no dia a dia percebemos grandes dificuldades das granjas atenderem todos os elos de biosseguridade”, pontua Carvalho.

O profissional reforça que existe uma legislação que pauta o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), em que são estabelecidas um conjunto de medidas e procedimentos de cuidados com a saúde do plantel aplicados em todas as etapas da criação, em consonância com os diversos setores que compõem o sistema produtivo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Brasileiros são homenageados no Congresso Latino-Americano de Avicultura 2024 

Presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra, foi incluído no Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana junto com José Carlos Garrote, presidente do Conselho da São Salvador Alimentos, e Mário Sérgio Assayag Júnior, veterinário especialista em prevenção da Influenza aviária.

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Foto: Divulgação

O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e uma das figuras mais importantes da história da avicultura brasileira, entrou na última sexta-feira (15) para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana.

A nomeação aconteceu durante o Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado entre 12 e 15 de novembro, em Punta del Este, no Uruguai. Outros dois nomes foram destacados na cerimônia por indicação da ABPA: José Carlos Garrote, que recebeu homenagem especial como empresário líder no Brasil, e Mário Sérgio Assayag Júnior como técnico destacado.

Garrote é presidente do Conselho da São Salvador Alimentos (SSA), uma das maiores indústrias de alimentação do Brasil, e membro do Conselho de Administração da ABPA. Assayag Júnior é veterinário e membro do grupo técnico de prevenção e monitoramento da Influenza aviária. “A homenagem aos três neste congresso de relevância internacional, mostra a importância e a contribuição da avicultura brasileira para o desenvolvimento mundial do setor”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Fonte: Assessoria
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