Avicultura
Especialista destaca importância do uso prudente de antimicrobianos na produção animal
Se por um lado ocorre melhorias significativas nos processos de produção, por outro existe uma preocupação acentuada com o uso de antimicrobianos como promotores de crescimento na avicultura de postura.

Para assegurar uma produção eficiente, segura e sustentável na avicultura de postura é fundamental a criação em ambientes de desafio controlado, com animais preparados fisiologicamente para resistir às pressões ambientais e sanitárias. No entanto, a melhora de produtividade deve ser acompanhada pelo aumento da qualidade do produto, fator esse que tem cada vez mais despertado atenção do mercado para a procedência dos alimentos oferecidos ao consumidor final.
Se por um lado ocorre melhorias significativas nos processos de produção, por outro existe uma preocupação acentuada com o uso de antimicrobianos como promotores de crescimento na avicultura de postura.
Dentre alguns dos principais riscos associados a essa prática estão a resistência bacteriana, visto que o uso excessivo de antibióticos pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes, o que pode tornar o tratamento de doenças mais difícil e menos eficaz. A transferência de resíduos para alimentos é outra preocupação, porque os resíduos de antibióticos podem se acumular nos tecidos dos animais e serem transferidos para os alimentos que consumimos, representando um risco para a saúde humana, especialmente para pessoas com alergias a antibióticos ou para aquelas que já apresentam uma carga elevada de antibióticos em seu organismo.

Diretora de monogástricos no Brasil da Elanco, Deyse Fernanda Woerner Galle – Foto: Arquivo Pessoal
E ainda o uso excessivo de antibióticos pode afetar a saúde e o bem-estar das galinhas poedeiras, levando a uma redução na qualidade dos ovos e na vida útil das aves, além de acumular resíduos no solo e na água, afetando de forma negativa a qualidade dos recursos naturais. “Os riscos associados ao uso de antibióticos de crescimento na produção de galinhas poedeiras estão normalmente relacionados ao mau uso. Medicações usadas de acordo com as recomendações de bula – via de aplicação, dosagem, tempo de uso, fases de uso, finalidade de uso e período de retirada – têm eficácia e segurança atestadas pelos fabricantes”, afirma a diretora de monogástricos no Brasil da Elanco, Deyse Fernanda Woerner Galle.
Por essas razões, a profissional ressalta a importância de buscar alternativas ao uso de antibióticos, incluindo a adoção de práticas de manejo mais sustentáveis e o uso de produtos que não apresentem riscos à saúde humana ou animal. “Melhoradores de performance contribuem para melhorar a eficiência alimentar, consequentemente, auxiliam no alcance de melhores índices produtivos. No entanto, manter a integridade intestinal é vital para a manutenção da saúde dos animais, sendo assim, qualquer prática que favoreça a higidez intestinal vai contribuir para a saúde em geral”, expõe Deyse.
Ela também destaca que o uso prudente de antibióticos deve estar associado às medidas de prevenção, que incluem um programa de vacinação, biosseguridade, manutenção da integridade intestinal, boas práticas de manejo e ambiência, visando a preservação da eficiência das moléculas para uso em animais e em seres humanos.
“O uso responsável de antimicrobianos, não o seu banimento total, em situações para as quais as medidas de prevenção, por algum motivo não foram suficientes, é parte vital para que asseguremos a manutenção da eficiência das moléculas antimicrobianas, em uso humano e veterinário”, menciona.
Medidas de prevenção sem uso de antimicrobianos
Em relação as medidas que visem à prevenção da ocorrência de patógenos sem o uso de antibióticos de crescimento na produção de galinhas poedeiras, Deyse cita o controle de qualidade das matérias-primas, da qualidade da água, adoção de boas práticas de manejo e ambiência, medidas de biosseguridade, programas vacinais e programas que auxiliem na manutenção da integridade intestinal são indispensáveis e fundamentais para o sucesso do uso prudente de antimicrobianos. “Se não houver investimentos em práticas para prevenção da ocorrência de doenças, em biosseguridade, em boas práticas de manejo e ambiência e na manutenção da integridade intestinal, a retirada de antibióticos dos sistemas produtivos pode determinar perdas em saúde e econômicas”, frisa.
Entre as medidas de biosseguridade que podem ser adotadas para reduzir a necessidade de antibióticos de crescimento na avicultura de postura estão os processos acurados de limpeza e desinfecção, controle de vetores, restrição de fluxo nas unidades produtivas, controle da qualidade da água e da ração, esquemas vacinais eficientes, que contribuam para reduzir a pressão de infecção, reduzindo desta forma a possibilidade de ocorrência de enfermidades.
Outro ponto destacado pela profissional diz respeito à garantia da qualidade das matérias-primas e da ração. “Isso é primordial para garantir os índices produtivos esperados e para evitar contaminação direta das aves pela ingestão de agentes de doença. Alimento de qualidade contribui para a manutenção intestinal, logo, para a saúde dos animais”, salienta.
Setor pró-ativo
A determinação dos limites máximos de resíduos e as autorizações de produtos são deveres e atribuições de órgãos governamentais, normalmente seguindo diretrizes internacionais. “Importante o setor manifestar seus interesses através de associações ou outras entidades representativas, questionando ou deliberando sobre os impactos das regulações em suas atividades”, pontua.
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Avicultura
AVES reconhece os melhores ovos do Espírito Santo em 2025
Concurso reuniu 39 amostras e avaliou rigorosamente casca, clara e gema em três etapas técnicas, confirmando a evolução da avicultura capixaba e premiando produtores que se destacam em excelência e manejo.

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou em Santa Maria de Jetibá mais uma edição do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, iniciativa já tradicional que reconhece o profissionalismo, o cuidado e a evolução técnica da avicultura do Estado. A edição de 2025 registrou uma forte participação, com 27 amostras de ovos brancos e 12 de ovos vermelhos enviadas por produtores de diversas regiões capixabas, reforçando o alcance da atividade e a importância do evento para a cadeia produtiva.
Marcado por rigor técnico, o concurso estruturou sua avaliação em três etapas conduzidas pela Comissão Organizadora e por um grupo de dez jurados convidados, representantes de empresas, instituições e entidades do setor avícola de diferentes estados. O médico-veterinário Leandro Marinho, do Idaf, atuou como auditor externo, garantindo neutralidade e transparência ao processo.
Na primeira fase, as amostras passaram pela análise objetiva da Máquina Digital Egg Tester, que avaliou resistência e espessura da casca e Unidade Haugh, parâmetro de referência internacional para medir a qualidade interna dos ovos. Todas as amostras foram submetidas aos mesmos critérios, e apenas as dez mais bem classificadas de cada categoria avançaram. A segunda etapa consistiu em uma análise visual minuciosa da qualidade externa, em que os jurados avaliaram uniformidade de tamanho, limpeza, textura e formato dos ovos, além da coloração da casca no caso dos ovos vermelhos. As amostras iniciavam com pontuação máxima e perdiam pontos conforme fossem identificadas pequenas imperfeições, o que destacou o cuidado dos produtores com manejo, nutrição e ambiência.
A etapa final abriu quatro ovos de cada amostra finalista para avaliação interna. Os jurados observaram presença de manchas de sangue, resíduos de oviduto, consistência do albúmen, centralização da gema e uniformidade de cor, consolidando a pontuação final. Representando a Avimig, o jurado Gustavo Ribeiro Fonseca elogiou o desempenho dos produtores capixabas: “No contexto geral, os avicultores estão de parabéns. São ovos de muita qualidade”, exaltou.
Já a médica-veterinária Karin Grossman, da Poly Sell, destacou a relevância do concurso para o fortalecimento do setor: “É uma satisfação para mim estar participando desse concurso. É um reconhecimento de um trabalho realizado ao longo dos anos, colaborando para a melhoria da qualidade dos ovos”, salientou.
Para a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre, os resultados reforçam o papel estratégico da iniciativa. Segundo ela, a edição de 2025 ocorreu exatamente como planejado, com forte adesão, avaliações criteriosas e alto nível de desempenho entre os concorrentes. “O concurso cumpre seu papel de estimular qualidade, aprimorar práticas e fortalecer a avicultura do Espírito Santo”, afirmou.
Vencedores
Ao final das três etapas, a AVES anunciou os vencedores. Na categoria ovos brancos, o primeiro lugar ficou com Jerusa Stuhr, da Avícola Mãe e Filhos, seguida por Waldemiro Berger, da Ovos Santa Maria, e por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, da Botelho Alimentos. Na categoria ovos vermelhos, o campeão foi Antônio Venturini, da Ovos da Nonna, enquanto Jesebel e Thiago Botelho ficaram em segundo lugar e Lourival Bold, do Sítio Pai e Filhos, em terceiro.
As empresas vencedoras do primeiro lugar que possuem marca comercial própria terão o direito de usar um selo especial em suas embalagens, identificando os produtos como “Melhor Ovo Branco do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025” e “Melhor Ovo Vermelho do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025”.
Empresas reconhecidas
Também foram divulgadas as empresas de genética e nutrição responsáveis pelo suporte técnico aos produtores vencedores, reforçando o papel fundamental desses parceiros na obtenção de resultados de excelência. Na categoria Ovos Brancos, a campeã Jerusa Stuhr contou com genética Bovans White e nutrição fornecida pela ADM-Nutriminas. O segundo colocado, Waldemiro Berger, utilizou genética Hy-Line W80 e recebeu assistência nutricional da DSM. Já o terceiro lugar, representado por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, trabalhou com genética Bovans White e nutrição da Brasfeed.
Na categoria Ovos Vermelhos, o primeiro colocado, Antônio Venturini, utilizou genética Hy-Line Brown e nutrição da Agroceres Multimix. Em segundo lugar, Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho competiram com genética Bovans Brown e suporte nutricional da Brasfeed. O terceiro colocado, Lourival Bold, participou com aves de genética Hy-Line Brown e nutrição fornecida pela Auster.
A edição 2025 do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba reafirma o compromisso da AVES com a promoção de boas práticas, a difusão de conhecimento e o reconhecimento do trabalho dos avicultores. Mais do que premiar os melhores ovos do ano, o evento funciona como ferramenta técnica e educativa, contribuindo diretamente para o avanço da avicultura capixaba.
Avicultura
Primeiro Encontro da Avicultura Capixaba impulsiona diálogo, inovação e qualidade
Evento da AVES reuniu a cadeia produtiva, premiou excelência em ovos e reforçou a importância econômica da atividade para o Espírito Santo.

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou, em 13 de novembro, a primeira edição do Encontro da Avicultura Capixaba, em Santa Maria de Jetibá. O evento reuniu produtores, empresas dos segmentos de corte e postura, pesquisadores, lideranças do setor e representantes do poder público para um dia de debates, capacitação e integração, reforçando a força da avicultura no Estado.
O produtor e presidente da Nater Coop e do Conselho Deliberativo da AVES, Denilson Potratz, destacou o avanço da atividade no Espírito Santo e o compromisso da entidade com o fortalecimento do setor. “Precisamos atuar de forma constante na cadeia para incentivar excelência na produção e garantir alimentos de qualidade ao consumidor”, afirmou.
O diretor executivo da associação, Nélio Hand, reforçou o papel econômico e social da avicultura capixaba, que fornece carne de frango e ovos com segurança e qualidade. “Eventos como este refletem a importância de um setor organizado e voltado à solução de desafios e geração de oportunidades”, salientou.
A abertura contou com autoridades estaduais e municipais, entre elas o secretário de Agricultura, Ênio Bergoli, o deputado estadual Adilson Espindula e o prefeito de Santa Maria de Jetibá, Ronan Zocoloto. Em seus discursos, destacaram a relevância da avicultura para a economia regional, especialmente na região serrana, e o papel da AVES como articuladora do desenvolvimento produtivo.
Santa Maria de Jetibá, conhecida como a “Capital do Ovo”, foi palco para o encontro. O município é o maior produtor de ovos do Brasil, com cerca de 14 milhões de unidades por dia. “Nada mais justo que este evento seja realizado aqui”, afirmou o prefeito.
Concurso valoriza qualidade dos ovos
Um dos destaques da programação foi o Concurso Qualidade de Ovos, que incentiva boas práticas de manejo, nutrição, sanidade e excelência no produto final. A edição recebeu 39 inscrições, 27 de ovos brancos e 12 de vermelhos, e teve avaliação técnica criteriosa. “O número expressivo de participantes mostra o interesse dos produtores em qualificar ainda mais seus produtos”, avaliou a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre.
O concurso foi transmitido ao vivo no YouTube, com grande participação de produtores e empresas.
Espaço Empresarial aproxima produtores e fornecedores
O encontro também contou com o Espaço Empresarial, área destinada à interação entre empresas e produtores, com demonstração de tecnologias, produtos e serviços. O formato interativo foi bastante elogiado pelos visitantes.
Durante o dia, duas palestras de destaque foram ministradas: Bruno Pessamilio apresentou detalhes do Plano de Contingência para Influenza Aviária, enquanto Christian Lohbauer analisou cenários e tendências para o agronegócio no Brasil e no mundo.
O evento terminou com apresentações de grupos de dança pomerana, valorizando a cultura local, seguidas de um jantar de confraternização.
Com a forte participação do público e o sucesso da iniciativa, a AVES anunciou que o Encontro da Avicultura Capixaba passará a ser anual, integrando oficialmente o calendário da entidade. A ação reforça o compromisso da associação em impulsionar o setor e valorizar o trabalho dos produtores.
Avicultura
Excesso de oferta amplia recuo dos ovos e limita reação das cotações
Segunda semana seguida de baixas registra até 8% de desvalorização, com expectativa de manutenção do viés negativo em novembro.

As cotações dos ovos seguem em queda nas regiões acompanhadas pelo Cepea, esse movimento é verificado pela segunda semana consecutiva.
Em parte das praças, as desvalorizações em sete dias chegam a 8%. De acordo com pesquisadores do Cepea, o menor ritmo de vendas vem aumentando gradualmente os estoques nas granjas.
Assim, produtores têm tido dificuldades em manter os valores da proteína e acabam cedendo nas negociações.
Colaboradores do Cepea indicam que, diante da maior oferta, não há espaço para reação positiva nos valores da proteína, e a tendência é de que os preços sigam enfraquecidos até o encerramento deste mês.










