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Suínos / Peixes

Especialista defende revisão de manejos com fêmeas hiperprolíficas

Médica-veterinária Djane Dallanora apresenta estratégias de manejo que garantem uma produção em maior quantidade e qualidade, com foco também na fêmea.

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Fotos: Shutterstock

A hiperprolificidade já é uma realidade nos lotes brasileiros. Porém, recentemente foram atualizados os dados de produtividade da suinocultura brasileira que são publicados anualmente. E apesar dos números impressionantes em algumas categorias, a média brasileira continua sendo preocupante diante do potencial existente: pouco mais de 29,5 leitões desmamados/fêmea/ano com 198,26 quilos d/f/a e taxa de parição na casa de 87,5%.

Médica veterinária Djane Dallanora – Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com a médica-veterinária Djane Dallanora, é preciso que a maternidade crie estratégias para a sobrevivência destes leitões adicionais que estão nascendo, já que assim é possível criar uma relação entre produção de leite e eficiência de desmame. “A sustentabilidade de uma atividade está invariavelmente relacionada à sua rentabilidade. Não é diferente com a suinocultura. Não podemos considerar a hiperprolificidade como um problema, já que ela é nossa grande ferramenta de diluição de custos fixos. Quanto maior a nossa capacidade técnica em produzir leitões em quantidade e qualidade, maior a eficiência econômica da atividade, pois o custo de alimentação da matriz, reposição, energia elétrica e folha de pagamento de pessoal poderão ser divididos, reduzindo o custo por quilo produzido. Portanto, é preciso olhar para a hiperprolificidade com olhos de gestor”, afirma.

Ela explica que é comum que haja um grande foco de trabalho nos leitões por serem o produto de venda, além de estarem em maior quantidade e serem mais frágeis. Porém, é preciso voltar o olhar com atenção para a grande protagonista dos sistemas de produção: a matriz. “Nossa proposta é que seja feita uma mudança na base do raciocínio em relação a este tema: que passemos a olhar com mais cuidado para a matriz, que é a protagonista real da produção de suínos. Quando escolhemos manejos que permitam à matriz estar saudável e nutrida, ela responderá positivamente aos manejos reprodutivos e produção de leite, gerando uma prole numerosa e de alto desempenho”.

Para a médica veterinária, amadurecer e direcionar as estratégias ao manejo da fêmea, desde sua seleção até seu descarte, é a mais inteligente das atitudes. “Temos vivido situações que revelam a fragilização de nosso plantel reprodutivo: mortalidades elevadas por causas como prolapsos; baixa taxa de retenção pela perda excessiva de matrizes jovens; e ressurgimento da síndrome do segundo parto, com um impacto relevante na taxa de parição desta categoria. São achados de campo preocupantes e cada vez mais frequentes. Certamente, para as empresas que desejam longevidade, é preciso sair da superfície e buscar efetivamente a causa raiz. Quais são os manejos que temos escolhido para o plantel de nossas granjas? Temos o entendimento da necessidade real das matrizes atuais? Em nome de análises rasas de custo, temos utilizado manejos que levam nossas matrizes ao seu limite de exaustão?”, questiona.

Pilares para o desmame

A profissional conta que é preciso que o produtor se atente a manejos diferentes para a mãe e para o leitão. Para a matriz, Djane traz alguns pontos importantes que devem ser feitos. Como, por exemplo, o acompanhamento do ganho de peso das leitoas de reposição desde a fase de recria, oferecendo nutrição que permita o ganho de peso e a construção de uma composição corporal com reserva muscular e adiposa equilibradas.

Outro ponto trazido pela especialista é a escolha de idade de cobertura fisiologicamente adequada, peso corporal compatível, programa de vacinação customizado à realidade da granja e número de cios que permitam aproveitar todo o potencial genético da matriz em seu primeiro parto, mas que também permitam à fêmea ser produtiva no seu segundo ciclo e ter longevidade.

O terceiro pilar é quanto a gestação, quando é preciso não somente alimentar a matriz, mas também nutri-la. “Oferecer água, fibra, energia, proteína, complexos vitamínico e mineral para que ela possa crescer, manter-se, garantir a nutrição adequada para o crescimento placentário/fetal e de tecido mamário, preparando-a para o período de lactação e o desempenho reprodutivo subsequente”, explica.

A profissional destaca ainda que é preciso garantir um alojamento adequado na maternidade, com consumo de água e ração, de forma a atender o parto e a produção de leite. Além de, durante toda a vida da matriz, oferecer cuidado individual para atender rapidamente qualquer ocorrência relacionada a escore corporal ou necessidade de medicação.

Foco no leitão

Djane afirma que o cuidado com o recém-nascido é crucial para obter bons resultados. “Não podemos permitir que leitões nasçam sobre as fezes da própria mãe. O ambiente deve ser limpo, seco e com fonte de calor adicional próxima do aparelho mamário. Além disso, não podemos abrir mão de procedimentos de atendimento como secagem, antissepsia do umbigo e foco na mamada de colostro uniforme entre leitões da mesma leitegada. Esses procedimentos previnem a hipotermia, infecção de umbigo e diarreia neonatal”.

Outro ponto destacado pela médica veterinária é quanto a realizar um procedimento de classificação de leitões no momento adequado e seguindo o critério de deixar o maior número de leitões possível com a mãe biológica, retirando apenas o excesso e as exceções em relação ao tamanho médio da leitegada. “Neste procedimento, é fundamental considerar a capacidade real da porca de manutenção de leitões ao pé até o final da lactação. Há uma diferença gigante entre aproveitar o potencial de amamentação de uma fêmea e sobrecarregar o aparelho mamário. Não podemos cair na armadilha de transformar o manejo de classificação em uma fábrica de refugos aos 3-4º dia de lactação”, alerta.

Ela ainda chama a atenção para a saúde entérica do leitão. “O uso de probiótico e promotores de saúde intestinal já provou sua importância, além de realização cuidadosa de todos os demais manejos como ferro, coccidicida e castração. Por isso é preciso medicar todos os leitões doentes o mais rápido possível”.

Manejo inteligente

A médica-veterinária explica que quando o objetivo é aproveitar os benefícios da hiperprolificidade para produzir leitões de alta qualidade e em quantidade, todos os manejos citados têm importância de forma individual, porém seu conjunto é que permite atingir as metas.

Djane comenta que do ponto de vista das matrizes, estratégias de longevidade e de maximização da produção de leite das matrizes continuam sendo os pilares mais significativos do processo. “Para garantir isso, precisamos de uma matriz com condição corporal adequada, bem nutrida com água e ração, saudável e com ambiência”, diz. Já sob a ótica dos manejos de leitões, a profissional reforça que é preciso garantir que o início de sua vida tenha todos os cuidados que um leitão recém-nascido precisa, adequado acesso a uma glândula mamária produtiva e idade adequada de desmame, que permite a esse leitão expressar seu máximo potencial de desempenho. “Juntos, esses fatores nos permitirão fazer a produção de leitões brasileira ser efetivamente produtiva e lucrativa, dentro das possibilidades do que está da porteira para dentro, na nossa área de responsabilidade”, sustenta em sua entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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