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Especialista dá dicas para aumentar eficácia das aplicações aéreas no campo durante o inverno

Combinação de baixa temperatura e baixa umidade relativa do ar podem criar desafios adicionais à aplicação de defensivos.

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Foto: Divulgação/Cenipa

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, além de frio, o atual inverno será bastante seco. Além de favorecerem queimadas, as condições dificultam o manejo das principais culturas agrícolas do país e exigem cuidados específicos por parte dos produtores. O inverno de 2023 no hemisfério sul  teve início em 21 de junho, marcando o começo de uma das estações do ano mais desafiadoras para os produtores rurais. O período se caracteriza pela diminuição da chuva nas regiões sudeste, centro-oeste e em partes do norte e nordeste.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os índices pluviométricos mais baixos são resultado da persistência das massas de ar seco que além de diminuírem a umidade relativa do ar, acabam favorecendo às queimadas e incêndios florestais.

E ademais da falta de chuvas, o inverno é marcado principalmente pela queda nas temperaturas. Por causa disso, o Inmet também pontua que há grande possibilidade de formação de geadas nas regiões sul e sudeste e em Mato Grosso do Sul, e até neve nas áreas serranas e planaltos do sul do Brasil.

Com essas condições, os trabalhadores do campo precisam ficar atentos e terem cuidados especiais em culturas como soja e milho. As duas maiores culturas se adaptam melhor aos períodos mais quentes e tiveram produções estimadas em 25,6 milhões de toneladas e 13,2 milhões de toneladas, respectivamente, no período produtivo de 2021/2022, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nesta situação, os produtores precisam ficar atentos a vários aspectos do plantio até a colheita. O engenheiro agrônomo, mestre em Ciências e gerente de Desenvolvimento de Negócios na Perfect Flight, Paulo Villela, cita a pulverização como ponto de atenção do trabalho no campo durante o inverno.  Ele explica que as baixas temperaturas interferem de diversas formas na pulverização, dentre elas a diminuição do metabolismo das plantas. O fato dificulta a absorção e translocação dos defensivos agrícolas, por exemplo. “Outro fator é a própria formulação e as características dos produtos a serem aplicados, onde, numa temperatura abaixo de 10ºC podem sofrer alterações físicas ou diminuir sua eficácia química, e potencializar a perda de eficiência quando em conjunto com a diminuição do metabolismo das plantas”, afirma.

Pulverização no inverno

Indispensável no controle de pragas e doenças que acometem as espécies vegetais, a pulverização de defensivos agrícolas depende de vários fatores para ser bem-sucedida. A qualidade do produto, o tipo de pulverização, os equipamentos e o clima precisam ser observados para garantir a saúde das culturas agrícolas. No caso do clima, a atual estação traz outros desafios além do frio, como o baixo índice pluviométrico. Segundo nota técnica do Inmet em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), praticamente todas as regiões do Brasil terão chuvas abaixo da média neste inverno.

A previsão do tempo indica que a estação terá chuvas abaixo da média no Norte (em praticamente toda a região), Nordeste (em praticamente todos os estados), Centro-Oeste (em quase todos os estados) e Sudeste. Somente parte do Sudeste e o Sul do país poderão registrar aumento no volume de chuvas na atual estação. Com o tempo seco, os produtores rurais precisam adequar a pulverização. “O ideal é realizar a operação com a umidade relativa do ar mínima de 50%, mas, como no inverno ela geralmente é mais baixa, nem sempre isso é possível. A combinação de baixa temperatura e baixa umidade relativa do ar podem criar desafios adicionais à aplicação de defensivos, como por exemplo a escolha dos bicos e classe de gotas, que deve buscar o equilíbrio entre o ideal para ambas – e que tende a não coincidir”, recomenda Villela.

O  engenheiro agrônomo também diz que a temperatura afeta a incidência de pragas nas lavouras. As baixas temperaturas interferem no metabolismo, atividade de reprodução e alimentação e podem até mesmo interromper o ciclo de vida de muitos insetos. “Isso reduz a população destes animais e a ocorrência deles nas áreas cultivadas, onde são considerados como pragas”, pontua.

Cuidados na aplicação 

Neste período, naturalmente ocorre uma queda no número de aplicações. Porém, é necessário que o produtor tenha atenção para se alcançar uma alta eficiência dessas operações, levando em consideração algumas variáveis. Para realmente eliminar as pragas da lavoura, é necessário estudar também o alvo desejado, tipo de produto, volume e preparação da calda e escolha dos bicos de pulverização, por exemplo.

Ainda em relação ao clima, agrônomos também analisam a velocidade do vento (que o ideal é estar entre 3 e 10 km/h) e temperatura (recomendável estar abaixo dos 30ºC).

Especificamente sobre a aplicação aérea, Villela diz que é essencial analisar o tipo de aeronave utilizada na operação. “Neste inverno que promete ser seco e frio na maior parte do tempo, pode ocorrer a chamada inversão térmica, que é um fenômeno que prejudica a qualidade da pulverização ao favorecer a ocorrência de deriva, especialmente quando se utilizam gotas finas. Nesse cenário, a aplicação via drone pode se mostrar mais vantajosa devido ao efeito downwash, que ocorre pela movimentação do ar gerada pelas hélices e que ‘empurra’ o produto até o alvo com maior velocidade, aumentando as chances de se obter um melhor contato e diminuindo o risco de deriva do produto aplicado”, explica.

Outro fator decisivo é contar com as melhores ferramentas disponíveis para realizar a pulverização aérea. Plataformas de rastreabilidade em cloud permitem o mapeamento das áreas agrícolas com o Google Maps, informando ao produtor rural com precisão os locais exatos das aplicações e analisando posteriormente a performance das mesmas.

Sul do país

Não é raro que estados como Rio Grande do Sul, que produz em grande parte soja, arroz e milho, registrem episódios de geada e neve. Em caso de nevada, o especialista ressalta que as aplicações não são recomendadas, já que a própria condição climática funciona para controlar diversas pragas e plantas daninhas. “Em situações onde é necessário realizar uma aplicação e existe o risco de ocorrência de neve, o ideal é realizá-la com um período de segurança anterior ou posterior à ocorrência, buscando seguir as recomendações e boas práticas para tal na medida do possível”, ressalta.

Fonte: Assessoria Perfect Flight

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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