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Especialista dá dicas para água e outras abordagens simples que reforçam a imunidade dos suínos

A suinocultura opera como uma cadeia integrada, em que cada elo influencia o próximo. Essa compreensão é essencial para garantir que a imunidade dos suínos seja construída de forma eficaz desde o início, reduzindo assim o risco de condenações no abate.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

“A imunidade é algo muito simples, não tem porquê dificultar”. É o que diz o médico-veterinário e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Felipe Caron. “Imunidade é uma palavra que remete a tanta coisa, tem a ver com diferentes situações, que costumo dividir em três momentos. São aqueles três P’s que a gente tanto trabalha, que são as pessoas, os processos e os produtos”, sintetiza.

Médico-veterinário e professor da UFPR, Luiz Felipe Caron expressa otimismo em relação à evolução na criação de suínos e incentiva investimentos em medidas simples e eficazes – Foto: Francieli Baumgarten

O tema foi abordado durante palestra de Caron no Encontro Regional da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves) 2024, realizado em Toledo, no Paraná. “Acredito essencialmente que o que nos trouxe até aqui, pensando na produção de suíno agora, ou há dois, três anos atrás, não é o que vai nos levar daqui para frente, por vários motivos. E a imunidade é um eixo fundamental. Por que não é o que vai nos levar daqui para frente? Porque existem outras exigências, existem outras situações de consumidor. Existem outras pressões emergentes e reemergentes, e isso vai ter que trazer novos processos no sistema de produção, com produtos que nós não vamos mais poder usar, ou vamos ter que aprender a usar, desde que as pessoas melhorem”, pondera Caron.

Ele complementa: “Daqui pra frente a gente vai ter que se reinventar enquanto acessar essas informações e colocar elas na prática. Porque para colocar elas na prática amanhã, basta a gente respeitar o tripé que cobra da imunidade aquilo que é o ambiente que o animal vive. Aquilo que é a nutrição que o animal recebe e, finalmente, a parte simples, que são os produtos aditivos, vacinas, antibióticos, que vamos ou não usar. Tudo isso, quando misturamos, podemos entender por que o sistema imune vai ter prioridade sempre durante infecções em períodos críticos”.

O professor destaca a importância de investir na construção de barreiras físicas eficientes para fortalecer o sistema imunológico dos suínos. “Para fazer com que barreiras físicas sejam construídas da melhor forma e, depois delas, o compartimento do sistema imune possa gerar a imunidade fundamental, para que então possa se pensar em aplicar vacinas, usar essas células e, inclusive, a reprodutora transferir para a progênie, é necessário que se tenha uma escala, uma hierarquia de atenção”.

Ao abordar esses cuidados com os animais, o palestrante ressalta a importância de questionar o custo-benefício de cada medida adotada, desde a gestação até o abate. “Temos que ver como isso é passado. Não só para nós, porque trabalhamos com o produtor, com o peão, o extensionista e, também, com o diretor da empresa, com o presidente, que é quem tem que acreditar nisso. Acreditar nisso significa questionar como é que nos apropriamos do custo-benefício” relata.

Foto: Jonathan Campos

O professor acentua que, para melhorar a imunidade das doenças respiratórias é preciso responder três perguntas. “Devemos nos perguntar se isso é viável, é efetivo e tem custo-benefício. Se a resposta é sim para as três, se é viável, dá para fazer, é efetivo e se paga, é a primeira coisa”, frisa. Para Caron, a educação continuada é essencial e “faz parte da imunidade, porque são as pessoas que constroem aquilo que, lá no final, como produto, vai trazer resultado dessa construção”.

Microbiota

O médico-veterinário evidencia a relevância da microbiota intestinal e respiratória na saúde e desempenho dos suínos, enfatizando também a necessidade de um ambiente propício para o desenvolvimento dessas microbiotas. “Se fala muito de microbiota hoje e todo mundo acessa e busca entender o que é a microbiota intestinal. Naturalmente, o intestino é o maior órgão do sistema imune, então como maior órgão do sistema imune, se fala muito de imunidade para desempenho, além da saúde, porque é no intestino que ocorrem as interações, é nele que ocorre a quebra de nutrientes, a digestão, a absorção e tudo que leva a desempenho”. Ressalta ainda, que a saúde também depende desse fator. “E saúde é essa relação perfeita de quem pode ganhar 5 ou 6 gramas por hora e consegue ganhar 5 ou 6 gramas por hora, e tem um relógio bem regulado em todos os seus compartimentos”, salienta Caron.

“A microbiota respiratória também tem a ver com saúde e tem a ver com desempenho. E essa é a parte legal”, amplia o profissional. O palestrante faz uma correlação entre o comportamento humano e a saúde dos animais, citando o impacto positivo do isolamento durante a pandemia na redução de surtos de doenças respiratórias na suinocultura. “Se pararmos para pensar em nós, tivemos um histórico muito recente de doença respiratória humana. A parte boa é que a gente sabe que o bem-estar, a capacidade de desempenhar qualquer coisa, depende desse equilíbrio perfeito do sistema respiratório”, acrescenta.

Cadeia integrada

A importância de construir essa imunidade desde os estágios iniciais da criação, antes mesmo que os suínos cheguem ao abatedouro, fica clara nas palavras de Caron. “Imunidade,

Fotos: Shutterstock

para mim, é construir isso antes que, lá no abatedouro, haja um preço caro sendo pago”. Para ele, é essencial compreender que o abate é apenas o último elo de uma longa cadeia de produção. Desde a gestação e creche, cada fase influencia diretamente o resultado final no abatedouro. Ele especifica ainda que, independentemente das ideias ou estratégias adotadas durante o processo, é o abatedouro que, no fim das contas, determina o que é viável. “São eles que vendem, são eles que monitoram como que isso está fazendo para, na rastreabilidade, conseguir provar para mim mesmo que, antes da gestação, antes do parto, aquilo que está acontecendo lá na leitegada, dentro do útero da porca, diz como é que foi a condenação do abate”, complementa.

O especialista enfatiza que a suinocultura opera como uma cadeia integrada, em que cada elo influencia o próximo. Essa compreensão é essencial para garantir que a imunidade dos suínos seja construída de forma eficaz desde o início, reduzindo assim o risco de condenações no abate. “O sistema de integração já nos ajuda nisso, pois entendemos o que é cadeia. Nesse sentido, entender o sistema respiratório é muito mais simples do que imaginamos, pois temos que escolher o lugar para começar”, diz.

Segundo o professor, investir na imunidade dos suínos antes do abate não é apenas uma questão de garantir a qualidade da carne, mas também de assegurar a sustentabilidade e rentabilidade de toda a cadeia produtiva. “É um compromisso com a saúde dos animais, a segurança alimentar e o sucesso a longo prazo da indústria suinícola. Nesse investimento, nessa escolha para saber onde vamos colocar a nossa reação e isso está interligado com algo muito maior, a biosseguridade, que é fundamental”, orienta.

Imunidade respiratória

Caron divide o sistema de imunidade respiratória em duas partes distintas: “do nariz para dentro e do nariz para fora. Do nariz para dentro é a parte simples, pois todo mundo sabe que basta melhorar algum tipo de situação, que aquilo começa a trazer uma reação. E do nariz para fora é tudo o que podemos fazer em termos de estrutura, de conceito e de operação. Quando se reforçam esses três pilares, a imunidade começa a melhorar, pois do nariz para fora começamos a criar um ambiente melhor, que cobrará menos dessa condição”, cita.

Um exemplo contundente destacado pelo professor é a incidência de surtos de influenza, uma preocupação constante na suinocultura. “Eu já vi, mais uma vez, surto de influenza matando 80%, situação assustadora. O México, num momento recente, nos mostrou o que aconteceu, lembrando que em 2019 houve uma presença significativa de surtos de influenza na região, mas em 2020 e 2021 esses surtos desapareceram. “Em 2021 não tinha influenza, e o que aconteceu nesse período foi a pandemia. Com a pandemia houve isolamento, visita só ocorria se fosse necessário, nada de ficar compartilhando coisas. A hora que o ser humano parou de se comportar de forma inadequada, o suíno ficou legal porque a gente começou a respeitar as barreiras.

O professor Caron aponta ainda a importância do muco como “palavra-chave” na luta contra doenças respiratórias que afetam os animais. Ele revela que entender a dinâmica da infecção respiratória é essencial para mitigar seus impactos na produção suína. “A interação desse vírus começa a multiplicar e, a partir de então, se liberam novos vírus. Vai se soltando do muco e da traqueia, infecta o sistema e vai para outros animais. Um quadro simples que diz, se o animal não consegue reagir, o vírus ou a bactéria multiplica no sistema respiratório. E tudo que transmite via sistema respiratório tem alta morbidade”.

Importância da água

Ao explicar porque o muco é tão essencial, Caron descreve que ele é composto, principalmente, de água e atua como uma barreira protetora contra vírus e bactérias. “Se imaginarmos que um processo respiratório, seja vírus ou bactéria, vai entrar por essa porta de entrada, depois o nariz, que tem que encontrar a traqueia e o pulmão cheio de muco, o intestino não é diferente. E isso é composto de água. Muco é composto basicamente de água”, acentua.  Investir na qualidade da água é essencial para garantir a produção de muco eficaz, reduzindo assim, a suscetibilidade dos animais a infecções respiratórias. “Então, se a gente não investir na água, não tem muco de qualidade. E se não tem muco de qualidade, algumas coisas vão cobrar um preço diferente. E quanto melhor o muco, chegamos ao ponto que não há mais ação do vírus”, aponta o professor.

Ele indaga por que, apesar da simplicidade da medida, muitas pessoas negligenciam a importância da hidratação na prevenção de doenças respiratórias. “Um exemplo, sabemos quando vamos pegar gripe e dou uma dica, tome água. Beba três, quatro litros por dia, não há vírus que aguente. Não tem vírus que consiga absorver no sistema respiratório, simplesmente não tem. Eu acho tão simples e por que as pessoas não fazem isso?”.

“Para fazer o animal estar bem e ganhar peso, eu tenho que investir nesse muco”, afirma Caron, enfatizando a importância de proporcionar um ambiente propício para que os suínos assimilem os nutrientes necessários. Ele ressalta a existência de faixas de temperatura de conforto e a relação direta entre a temperatura da água e o consumo pelos animais. De acordo com Caron, a água em temperaturas elevadas pode deter o consumo, enquanto a água mais fria estimula o consumo de forma significativa, contribuindo para a saúde dos suínos e prevenindo a entrada de vírus. “Se você esfriar a água, ele começa a consumir assustadoramente. Dessa forma não tem vírus que entre. Eu garanto”.

Os primeiros investimentos sugeridos por Caron visam melhorar a ambiência e a qualidade da água na criação de suínos. Como exemplo, ele cita: cobrir a caixa d’água com sombrite, enterrar os canos e envolvê-los com fibra de vidro, além de pintar a caixa d’água de branco. Para ele, essas são medidas simples que podem fazer grande diferença no resultado final.

A água, segundo o especialista, desempenha um papel crucial no funcionamento do aparelho urinário dos suínos, agindo como uma barreira contra vírus e contribuindo para a melhoria do ambiente como um todo. “A importância da água para o aparelho urinário, e aí está um grande segredo, é criarmos barreira, o vírus não invade, se não invade, não se multiplica, se não se multiplica, não sai, se não sai, o ambiente começa a melhorar”.

Além disso, o professor Caron fala da importância de monitorar de perto o consumo de água pelos leitões nas primeiras semanas de vida, ressaltando que muitas vezes esse período inicial pode demandar um investimento significativo em termos de acesso à água.

Coisas simples

Contudo, Luiz Felipe Caron expressa otimismo em relação à evolução na criação de suínos e incentiva investimentos em medidas simples e eficazes. “Vamos investir em coisa simples, que a gente não erra. Estamos evoluindo, sem sombra de dúvida. Muitos já se posicionaram na evolução, inclusive, sabem onde é que estão. A gente está melhorando e vai melhorar cada dia mais”, concluiu o especialista.

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Fonte: O Presente Rural

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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