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Especialista apresenta alternativas para garantir maior conforto e bem-estar das matrizes e leitões na maternidade

A condição de bem-estar animal (BEA) dos suínos criados em sistemas intensivos ganhou atenção, visando equilibrar o desempenho produtivo com a preocupação ética e sustentável em relação ao tratamento dos animais, reconhecendo a importância de garantir seu conforto e qualidade de vida.

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Foto: Shutterstock

A fim de atender às demandas contínuas de melhoria nos sistemas produtivos, o setor suinícola passa por uma evolução tecnológica constante. Ao longo das últimas décadas, a atividade teve avanços importantes nas áreas de nutrição, melhoramento genético, sanidade e também nos sistemas de alojamento e instalações utilizadas em diferentes fases de produção.

Neste contexto, a condição de bem-estar animal (BEA) dos suínos criados em sistemas intensivos ganhou atenção, visando equilibrar o desempenho produtivo com a preocupação ética e sustentável em relação ao tratamento dos animais, reconhecendo a importância de garantir seu conforto e qualidade de vida. “O BEA não é apenas uma oportunidade de investimento e uma maneira de conquistar novos mercados domésticos e internacionais, mas também é considerado parte da responsabilidade social corporativa pela indústria agropecuária. Além disso, atender aos requisitos de bem-estar animal é uma exigência imposta pela sociedade, para isso, é necessário que todos os segmentos do setor produtivo estejam alinhados com as melhores práticas de produção animal”, destacou a PhD em Etologia Animal Aplicada e professora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), campus Sertão, Rosangela Poletto, durante sua participação no 15º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsiu), realizado em meados de maio, na capital gaúcha.

No entanto, a especialista afirma que a atenção dada à fase de maternidade tem sido relativamente menor no que diz respeito à adoção de alternativas às gaiolas convencionais, a fim de que atendam de forma mais adequada as necessidades físicas e mentais das matrizes e dos leitões.

As gaiolas são amplamente utilizadas na indústria suinícola brasileira para abrigar as fêmeas de cinco a sete dias antes do parto. Essas gaiolas oferecem algumas vantagens, entre as quais permite um maior número de matrizes por área construída e oferece um controle mais preciso sobre os índices produtivos e reprodutivos. Essa prática é adotada pela grande maioria dos criadores de suínos comerciais no Brasil durante o período de parto e lactação.

Em média, o rebanho comercial brasileiro apresenta uma taxa de 13,20 leitões nascidos vivos e 11,99 leitões desmamados por parto, o que representa uma taxa de 9,2% de mortalidade na maternidade. Como padrão da indústria, as instalações de maternidade geralmente incluem uma baia com uma área total média de 3,54m². No centro dessa baia, uma gaiola é fixada para proteger a matriz, fornecendo à porca uma área de 1,26m² (2,25m x 0,90m). “A configuração das gaiolas para maternidade é composta por uma estrutura metálica que restringe os comportamentos naturais da fêmea. Essas gaiolas possuem barras de proteção para os leitões, com bebedouro e comedouro posicionados na parte frontal. Além disso, há uma parte lateral que pode incluir tapetes térmicos ou escamoteadores, que são usados para aquecer a leitegada. No entanto, apesar da ampla utilização das gaiolas, um extenso volume de publicações científicas ao longo de várias décadas comprovou que esse sistema de alojamento das matrizes em baias na maternidade impede comportamentos naturais da espécie, uma vez que as gaiolas dificultam a construção do ninho pela fêmea no período pré-parto e a interação entre a fêmea e sua cria”, detalhou Rosangela.

PhD em Etologia Animal Aplicada e professora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Rosangela Poletto – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Além disso, a especialista diz que pelo confinamento físico excessivo decorrente da área limitada e da estrutura física da gaiola, a locomoção no período que antecede o parto e após ele, na fase de lactação, também é bastante limitada pela impossibilidade do animal girar em torno do seu próprio eixo, podendo apenas se deslocar alguns passos para frente e para trás. “Decorrente do alojamento individualizado da matriz, há ainda a restrição de contato social com outros animais. Como consequência, sob estas condições, as matrizes na maternidade são mantidas sob um baixo grau de bem-estar, em especial quando se considera que o estado físico e mental de um animal é parte intrínseca da avaliação de bem-estar”, avalia Rosangela.

A Instrução Normativa nº 113, publicada em 16 de dezembro de 2020 pela Secretaria de Defesa Animal, vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), estabelece diretrizes para o manejo e bem-estar animal em granjas de suínos de criação comercial. Essa normativa determina o prazo de 10 anos para a realização de adequações específicas no alojamento na maternidade em projetos novos. De acordo com os Artigos 17 e 18, o uso de gaiolas é permitido, desde que as matrizes possam se levantar e descansar sem tocar simultaneamente as laterais e as barras superiores da estrutura.

Sistemas alternativos

Conforme a especialista, paralelamente estão sendo estudados sistemas alternativos de alojamento na maternidade, os quais fornecem às matrizes espaço para se movimentar, além de recursos para mantença, enriquecimento ambiental e zonas de fuga para os leitões. “Para atender aos requisitos de bem-estar animal, as baias de maternidade são projetadas de forma a permitir o livre movimento das matrizes e incluem uma superfície de descanso adequada ao tamanho do animal. De acordo com as diretrizes do programa de certificação internacional de bem-estar animal Certified Humane, a área exigida na maternidade é de 3,5 m² por matriz adulta e 2,5 m² por matriz de primeiro e segundo parto. Ainda para certificação, a área de descanso deve ser pelo menos igual ao quadrado do comprimento da fêmea, o que corresponde a no mínimo 1,5 m² para matrizes multíparas e 1 m² para fêmeas de primeiro e segundo partos”, detalha Rosangela.

Tão importante quanto o bem-estar das matrizes é o atendimento às necessidades da leitegada, reforça a docente da IFRS. “Além de um local aquecido com temperatura mantida entre 30 e 32°C para descanso, é necessário oferecer áreas de proteção contra o esmagamento, especialmente ao redor das paredes das baias. A manutenção das condições ambientais adaptadas na maternidade pode ser um desafio, considerando que existem duas exigências de zona de termoneutralidade diferentes para atender as necessidades tanto das matrizes quanto dos leitões”, relata, complementando: “É preferível que a superfície aquecida destinada aos leitões esteja posicionada próxima à cabeça da matriz, permitindo o contato visual entre ela e sua leitegada. A restrição dos movimentos da matriz na gaiola parideira tem como objetivo principal proteger os leitões, perdas por esmagamento e mortalidade”.

É evidente que as tecnologias têm evoluído e devem continuar progredindo para encontrar um equilíbrio prático em que o bem-estar de uma categoria animal não seja comprometido em detrimento da outra. “É fundamental que todos os animais dentro de um sistema produtivo tenham suas necessidades de bem-estar animal plenamente atendidas, sem comprometer a boa produtividade”, salienta.

Mais espaço físico para a matriz

Atualmente, os modelos alternativos utilizados são adaptações da gaiolas de maternidade convencionais ou já adquiridas prontas comercialmente. Esses modelos consistem em fornecer à matriz e sua leitegada uma área aberta com mais espaço físico para a movimentação da matriz. Eles são projetados e manejados com o objetivo de mitigar as perdas de leitões, ao mesmo tempo em que oferecem melhores condições de bem-estar animal para as matrizes. “Um exemplo é a gaiola com lateral removível, que utiliza a área normal da estrutura convencional de parto ou até mesmo uma área maior. No entanto, uma das laterais da gaiola pode ser deslocada, permitindo que a fêmea tenha liberdade de movimento em 360 graus. Nessa estrutura, a área de acesso da matriz pode ser reduzida, podendo ser semelhante a uma gaiola convencional, ou pode ser aumentada de acordo com o manejo dos suínos”, explica Rosangela, afirmando que uma vantagem desse tipo de alojamento é a restrição de espaço disponível para a fêmea antes e durante o parto. “Isso mantém a matriz em uma área semelhante a uma gaiola convencional, visando reduzir os riscos de perda de leitões por esmagamento e permitindo a assistência ao parto e a segurança do operador”, justifica.

Após o parto, geralmente do 5º ao 7º dia de lactação, a lateral da gaiola deve ser removida, permitindo que a fêmea tenha acesso ao restante da baia para se movimentar e interagir com a leitegada.
Um dos modelos alternativos é conhecido como baia simples, que utiliza a mesma estrutura convencional da maternidade, porém sem a presença da gaiola. Geralmente, o piso é 100% ripado e não há áreas específicas para atividades, o que pode resultar em desempenho inferior e maior mortalidade dos leitões. Por outro lado, a baia adaptada consiste em uma área maior do que a gaiola adaptada, com uma estrutura física mais complexa, incluindo barras ou paredes móveis e fixações para a proteção dos leitões. “Nesse modelo, os animais podem designar áreas definidas para defecação, alimentação e descanso, além de permitir o uso de material para a confecção do ninho. As taxas de mortalidade de leitões na fase de maternidade (pré-desmame) são de 11,77% para uma gaiola com lateral removível e de 11,8% para uma baia adaptada”, informa Rosangela.

Maternidade coletiva

O sistema de maternidade em grupo apresenta variações, indo desde ambientes amplos e simples (com maior risco de perda de leitões) até os mais complexos, nos quais várias matrizes e suas respectivas leitegadas são alojadas em uma mesma área compartilhada. Nesse sistema, as fêmeas são mantidas em grupos e, dependendo da estrutura disponível, podem ter acesso a baias individuais para o parto, podendo retornar ao grupo entre sete e 10 dias após o parto. Esses sistemas são construídos com camas sobrepostas e permitem a mistura das leitegadas antes do desmame.

Seguindo essa abordagem, um modelo recentemente proposto e disponível comercialmente para a maternidade oferece um ambiente amplo, com piso vasado e sólido, adaptado para atender as necessidades tanto das matrizes quanto dos leitões. Essa instalação também inclui estruturas que auxiliam na interação e segurança dos leitões, além de fornecer enriquecimento ambiental para as matrizes. “O comportamento de nidificação das fêmeas suínas geralmente ocorre cerca de 24 horas antes do parto, quando elas raspam a pata no chão, movem a cabeça para agregar material e exploram as barras e comedouro no entorno da gaiola, mesmo na ausência de substrato. Esse comportamento se intensifica com a presença de substratos adequados e, no período pré-parto, leva ao aumento dos níveis circulantes de prolactina e ocitocina, o que resulta em redução da duração do parto, no número de natimortos e melhora na ejeção do leite”, expõe.

Segundo a docente do IFRS, a Diretiva Europeia 2008/120/EC exige o fornecimento de algum tipo de substrato, como palha, serragem, papel picado ou capim seco, para que as fêmeas possam construir seus ninhos. Da mesma forma, o Artigo 26 da Instrução Normativa Nº 113 estabelece que, pelo menos dois dias antes da data prevista para o parto, deve-se fornecer às fêmeas material adequado para o enriquecimento e comportamento de nidificação. “Esse manejo também tem como objetivo ajudar as fêmeas a se adaptar ao novo ambiente quando são móveis da fase de gestação para a maternidade. Para os leitões, a disponibilidade de enriquecimento ambiental na maternidade ajuda a amenizar os estressores, incluindo o momento do desmame. É importante manter a provisão de enriquecimento ambiental também na creche, a fim de evitar a transição dos leitões de um ambiente enriquecido para um ambiente sem enriquecimento”, analisa Rosangela.

A maternidade coletiva oferece a oportunidade de integração e interação social entre os leitões em um mesmo espaço físico, o que promove o desenvolvimento de habilidades sociais entre os animais. A socialização entre leitegadas antes do desmame cria familiaridade entre os animais e quando são transferidos juntos para uma creche tendem a manter seus grupos sociais. “Esse manejo, conhecido como co-mingling, traz benefícios importantes na manutenção da hierarquia social, causando menos agressividade e brigas entre os leitões durante a mistura de lotes no momento do desmame. Essa estabilidade social pode durar até a 11ª semana de idade”, enfatiza.

Contudo, a adoção de modificações nas instalações de parição ou a implementação de alternativas ao sistema de alojamento convencional na maternidade torna-se ainda mais crítica com o uso da gestação coletiva, uma prática já estabelecida no Brasil. “Priorizar o alojamento em um ambiente que prioriza o bem-estar animal das matrizes é sustentável e benéfico, pois reduz o estresse e os efeitos negativos enfrentados pelas porcas quando transferidas para as gaiolas tradicionais, embora sejam incontestáveis os benefícios produtivos das gaiolas para a parição e lactação”, avalia, acrescentando: “Uma maior área física para locomoção e substrato para a nidificação trazem benefícios para a parição e para o desempenho na lactação. Instalações mais amplas e seguras, que estimulam a interação social entre os animais, contribuem para uma melhor condição de bem-estar para as matrizes e suas leitegadas durante a fase de maternidade”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

Fonte: O Presente Rural

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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