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Especialista aponta estratégias que melhoram eficiência alimentar e reduzem pegada ambiental da pecuária leiteira

Implementação de aditivos e práticas nutricionais adequadas pode ajudar a melhorar a eficiência e o desempenho de cada fase do rebanho, desde a redução das taxas de diarreia e pneumonia em bezerros até a melhoria da produção de sólidos e saúde reprodutiva em vacas em produção.

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Na busca por soluções sustentáveis para enfrentar os atuais desafios da produção agropecuária, aprimorar a eficiência alimentar emerge como uma estratégia fundamental. Na pecuária leiteira, onde a pressão sobre os recursos naturais é significativa, a otimização do uso de alimentos não só impulsiona a produtividade, mas também desempenha um papel essencial na redução do impacto ambiental.

Zootecnista, doutor em Nutrição de Ruminantes e assistente técnico comercial de bovinos de leite na Nutron Cargill, Maichel Lange: “A tecnologia é um caminho sem volta, tanto com o uso de robô como da intensificação da atividade leiteira” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A preocupação com a produção sustentável tem levado a indústria a repensar suas estratégias. Neste contexto, a melhoria da eficiência alimentar desponta como uma abordagem proativa na busca por soluções para maximizar resultados sem agredir o ecossistema. “Ao utilizar ingredientes de melhor digestibilidade e maximizar a quantidade de nutrientes obtidos a partir de cada unidade de alimento consumido, os produtores podem não apenas reduzir os custos de produção, mas também minimizar o desperdício e as emissões de gases de efeito estufa associadas à atividade pecuária”, aponta o zootecnista, doutor em Nutrição de Ruminantes e assistente técnico comercial de bovinos de leite na Nutron Cargill, Maichel Lange.

Explorar técnicas de manejo nutricional, investir em dietas balanceadas e adotar tecnologias são outras estratégias adotadas pelo setor. Além disso, a seleção genética de animais com maior eficiência alimentar pode proporcionar ganhos significativos a longo prazo. “Ao alinhar o desempenho produtivo com a conservação dos recursos naturais e a melhoria da eficiência alimentar contribuímos para, além da promoção de sistemas produção mais sustentável na pecuária leiteira, a construção de um futuro mais resiliente e equilibrado para toda a cadeia produtiva”, ressalta Lange.

O especialista destaca que para implementar a eficiência alimentar em uma propriedade é fundamental considerar três aspectos essenciais: coleta de dados precisa, compreensão da estrutura da fazenda e alinhamento com as metas estabelecidas para a propriedade. “Fazemos esse diagnóstico geral e apresentamos para o produtor alternativas que visam a melhoria da rentabilidade do seu rebanho e da propriedade como um todo”, expõe o doutor em Nutrição de Ruminantes, mencionando que os produtores das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná se mostram bem receptivos a essas ideias, especialmente quando associadas a benefícios financeiros tangíveis.

Segundo o zootecnista, dentre os principais benefícios ao adotar um sistema de produção sustentável estão a produtividade e a longevidade do rebanho. “Ao manter a saúde do animal garantimos um ciclo de vida mais longo e produtivo. Uma vaca saudável é capaz de aproveitar de forma mais eficiente os nutrientes contidos na matéria seca que consome, o que, por sua vez, resulta em um uso mais eficaz da energia e das proteínas disponíveis. Isso não apenas reduz os custos relacionados à saúde do animal, como também aumenta sua capacidade de produção”, afirma Lange.

Otimização da eficiência alimentar

O profissional destaca que o primeiro passo para otimizar a eficiência alimentar e promover o bem-estar animal é trabalhar com o balanço nutricional, considerando a energia e a proteína. Em seguida é preciso buscar mecanismos para melhorar a eficiência da produção de volumoso. “Como os ruminantes dependem principalmente desses alimentos – silagem, pastagem, feno e pré-secado -, que compõem mais de 50% de sua dieta, aprimorar sua qualidade é essencial”, frisa.

E o terceiro item a se considerar é a ambiência para garantir um espaço confortável aos animais. “A integração desses três pontos permite a redução do uso de aditivos, priorizando uma abordagem mais

aprofundada na nutrição”, indica.

Quanto aos resultados alcançados pelos produtores que adotaram essas estratégias, Lange diz que observou uma melhoria significativa na produção de sólidos, especialmente importante para a indústria de laticínios, que valoriza a qualidade desses produtos. Além disso, segundo ele, houve um aumento na produtividade na fazenda e uma redução no uso de medicamentos e antibióticos, o que é fundamental para a saúde dos animais e também reflete uma preocupação ambiental, já que a vaca melhora a digestibilidade da fibra em detergente neutro (FDN). “Essas práticas não só beneficiam os produtores em termos de eficiência e sustentabilidade, mas também atendem às demandas do mercado por alimentos de qualidade e produzidos de forma responsável”, evidencia o especialista.

Estratégias promissoras

Entre as estratégias mais promissoras adotadas para adquirir uma maior eficiência alimentar no rebanho leiteiro, Lange destaca que está o trabalho com a vaca futura. “É preciso trabalhar com o animal desde sua fase inicial, ou seja, quando a bezerra ainda está no ventre, garantindo uma boa nutrição para a vaca e um ambiente com conforto térmico para seu desenvolvimento. Após o nascimento, é essencial garantir a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida, proporcionando um ambiente limpo e confortável. Em seguida, é necessário implementar um protocolo de acompanhamento da criação dessa novilha, o que possibilita que tenhamos uma perspectiva da longevidade desse animal”, explica o doutor em Nutrição de Ruminantes.

Por sua vez, quando a vaca já está produzindo leite, Lange diz que entra em cena o uso de aditivos e estratégias de melhoramento genético para otimizar sua produção. “É importante identificar as necessidades específicas do rebanho e adotar tecnologias adequadas para garantir sua saúde e desempenho”, menciona.

Quanto à longevidade da vaca e sua produção ao longo da vida, Lange explica que os índices como intervalo entre partos são fundamentais. De acordo com o profissional, o intervalo entre partos deve ser de 12 a 13 meses, o que significa que a vaca produzirá um bezerro a cada ano. “Recomendamos que a vaca tenha seu primeiro bezerro aos 24 meses de idade, com isso, em média, as vacas nacionais deixam três bezerros na fazenda ao longo de sua vida”, relata, acrescentando: “Sabemos que o pico de produção da vaca hoje acontece entre o quarto e quinto parto, então nosso objetivo é prolongar a vida produtiva da vaca, buscando que ela permaneça na fazenda por pelo menos cinco partos, o que resulta em uma produção média de leite ao redor de 305 a 310 dias por lactação. Este ciclo visa otimizar a produtividade do rebanho e garantir uma produção sustentável a longo prazo”.

Saúde intestinal e impactos ambientais

Quando o rúmen e o intestino estão saudáveis, os animais conseguem absorver melhor os nutrientes, evitando desperdícios. Lesões nos tecidos de absorção podem resultar na excreção inadequada de nutrientes, como nitrogênio e carboidratos, nas fezes, o que não só representa uma perda de recursos valiosos, mas também contribui para a poluição ambiental. “Nosso objetivo é manter o sistema digestivo dos bovinos saudável para maximizar a eficiência na utilização dos nutrientes e minimizar o impacto ambiental da produção pecuária”, cita.

Principais sistemas de produção

Segundo Lange, os principais sistemas de produção de leite no Brasil são semiconfinado, compost barn e free stall. No sistema semiconfinado, as vacas passam parte do dia em pastagens e parte recebendo suplementação no cocho, enquanto no compost barn as vacas passam toda a lactação dentro de um sistema de cama, e no free stall os rebanhos leiteiros ficam confinados em áreas com camas individualizadas, corredores de acesso e pistas de trato. “Atualmente, o sistema compost barn é o mais prevalente no Paraná, oferecendo condições favoráveis para o bem-estar animal e a eficiência na produção leiteira”, frisa.

Desafios diários no campo

Dentre os principais desafios que os produtores enfrentam na implementação de práticas mais sustentáveis em sua produção, visando uma melhor eficiência do gado leiteiro, reside na qualidade da assistência técnica. Segundo Lange, muitos produtores estão focados apenas nos custos, quando na verdade deveriam estar atentos ao retorno máximo sobre o investimento realizado no rebanho. “Convencer os produtores a considerar a receita máxima, que leva em conta o custo-benefício real, é um desafio significativo”, admite.

Outro desafio se concentra na produção de volumoso de qualidade. “A qualidade do volumoso limita a produção no Brasil, pois muitos produtores investem em sementes e adubação, mas falham na produção adequada de silagem. O processamento da fibra e dos grãos muitas vezes é negligenciado, assim como a qualidade das lonas utilizadas para ensilar”, analisa Lange.

O terceiro grande desafio é a questão da mão de obra. O profissional aponta que ao fazer ajustes no manejo e na dieta é essencial considerar o bem-estar das pessoas que trabalham na fazenda. “As recomendações devem ser coerentes com a logística da fazenda e garantir que todos estejam felizes e satisfeitos com suas tarefas”, destaca.

Gestão de custo da propriedade

O doutor em Nutrição de Ruminantes explica que quanto mais leite a vaca produzir e quanto maior for sua eficiência, menor será o custo por litro de leite produzido. “O custo de uma vaca que produz 40 litros de leite por dia em comparação com uma vaca que produz 25 litros/dia é superior a 40%. Então o produtor precisa entender que para dobrar a sua produção não é preciso dobrar o investimento, mas sim tornar seu sistema mais viável, mais assertivo, ou seja, é preferível que tenha cinco vacas que produzam 35 litros/dia ao invés de 10 vacas que produzam 20 litros/dia”, exemplifica.

Existem várias ferramentas para o produtor mensurar o custo de uma vaca, mas Lange é enfático ao dizer que a nutrição é determinante na produção diária do leite. “O custo total com a nutrição dos animais representa cerca de 50 a 60% do custo total da fazenda, às vezes até mais. Por exemplo, o custo médio diário da dieta de uma vaca que produz entre 30 e 35 litros de leite pode chegar a R$ 40. O custo é significante dentro da atividade leiteira, por isso que a cada dia mais queremos melhorar a eficiência alimentar para garantir a viabilidade econômica da atividade leiteira”, justifica.

Lange enfatiza que o produtor tem se atentado cada vez mais para a gestão do custo da propriedade. “É preciso tratar a propriedade leiteira como uma empresa e o produtor tem que entender que ele é um empresário. Cada vez mais a sustentabilidade econômica da atividade está em evidência e o produtor precisa entender que ao comprar um produto mais tecnificado o seu retorno tende a ser maior também”, salienta Lange.

Implementação de tecnologias

O uso de tecnologias nas atividades agropecuárias é uma tendência irreversível, especialmente no que diz respeito à robótica. No entanto, Lange ressalta que a tecnologia não é uma solução mágica para aumentar a produção de forma imediata. “A tecnologia é um caminho sem volta, tanto com o uso de robô como da intensificação da atividade leiteira. No entanto, friso para muitos produtores que estão cogitando migrar para o sistema de ordenha robótica fazer o ‘feijão com arroz’ bem feito para depois implementar esse sistema. Porém muitos produtores ainda acreditam que se colocar a ordenha robótica isso vai aumentar a produção de leite, mas, o que temos nos deparado é com casos em que a implementação impactou negativamente a produção, com o produtor não conseguindo manter o mesmo número de ordenhas diárias após a instalação do robô”, evidencia Lange.

O zootecnista diz ainda que é importante compreender que a tecnologia aplicada à ordenha não vai aumentar automaticamente a produção de leite, mas sim facilitar a logística dentro da fazenda e reduzir a dependência de mão de obra. “Isso significa que os produtores terão mais tempo para se dedicar a outras atividades importantes, como cuidar de bezerros, atender vacas doentes e preparar os alimentos. Nesse sentido, a tecnologia tem o potencial de ser uma ferramenta valiosa para melhorar a eficiência e o bem-estar dos animais, desde que seja implementada de forma estratégica e cuidadosa, levando em consideração as necessidades específicas de cada fazenda e do rebanho”, reforça.

Manejo eficiente

A gestão eficiente do rebanho na atividade leiteira requer um manejo cuidadoso em todas as fases, desde a produção da bezerra até a vaca em produção. Os desafios enfrentados durante o pré-parto, o período seco e até mesmo problemas de saúde na bezerra podem impactar de forma significativa na produção futura de leite. “É essencial que os produtores compreendam o sistema como um todo e adotem estratégias específicas de manejo para cada categoria de animal, pois a vaca que está produzindo hoje começou sua lactação na lactação passada, então se ela sofreu ou teve problema durante o pré-parto ou no período seco, seja com calor ou por deficiência de algum nutriente, isso vai impactar na futura produção de leite”, ressalta Lange.

A implementação de aditivos e práticas nutricionais adequadas pode ajudar a melhorar a eficiência e o desempenho de cada fase do rebanho, desde a redução das taxas de diarreia e pneumonia em bezerros até a melhoria da produção de sólidos e saúde reprodutiva em vacas em produção. “A diarreia sofrida por uma bezerra terá um impacto na produção de leite durante sua primeira lactação. Por isso que o manejo deve ser preciso e adaptado a cada categoria de animal. Dentro de um manejo adequado, introduzimos aditivos que visam aprimorar a eficiência em cada fase específica. Por exemplo, disponho de um aditivo que melhora o ganho de peso dos bezerros, reduzindo as incidências de diarreia e pneumonia. Para novilhas em fase reprodutiva, optamos por adotar um aditivo ou uma abordagem nutricional que promova uma melhor saúde reprodutiva sem resultar em ganho excessivo de peso. Para vacas em produção é possível empregar aditivos com o objetivo de aprimorar a produção de sólidos, saúde reprodutiva, saúde do casco e bem-estar geral. Esses aditivos podem incluir fitogênicos, posbióticos ou eubióticos, que são derivados do metabolismo da levedura. Acredito que ao implementarmos medidas básicas já estaremos realizando um trabalho significativo”, revela Lange.

O profissional ainda lembra que o ciclo de produção na pecuária leiteira requer um planejamento estratégico a longo prazo. “Começar hoje com práticas básicas e consistentes é o primeiro passo para garantir uma produção de sucesso no futuro”, destaca.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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