Suínos
Espanha confirma nove casos de peste suína africana em javalis
Casos positivos foram identificados na Catalunha e marcam o primeiro registro da doença no país após 30 anos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi notificada sobre a ocorrência de peste suína africana (PSA) em javalis na província de Barcelona, região da Catalunha, na Espanha, registrada em 26 de novembro. Este é o primeiro episódio da doença no país desde 1994. Até a última terça-feira (02), nove casos foram confirmados, todos restritos a javalis, sem detecção em suínos domésticos.
A PSA é uma doença viral que afeta suínos domésticos, asselvajados e javalis. Embora não represente risco à saúde humana, por não se tratar de zoonose, é de notificação obrigatória devido ao seu alto poder de disseminação e ao impacto potencial para os sistemas de produção. A presença de carrapatos do gênero Ornithodoros, que podem atuar como vetores, aumenta a complexidade do controle da enfermidade em ambientes silvestres.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O vírus apresenta elevada resistência no ambiente, podendo permanecer ativo por longos períodos em roupas, calçados, veículos, materiais, equipamentos e em diversos produtos suínos que não passam por tratamento térmico adequado. As principais vias de introdução em áreas livres incluem o contato de animais suscetíveis com objetos contaminados ou a ingestão de produtos suínos contaminados.
O Brasil permanece oficialmente livre de PSA desde 1984, condição que segue preservada. O Mapa reforça que a manutenção desse status depende do cumprimento das normas sanitárias vigentes e da atenção contínua à movimentação de pessoas, produtos e materiais provenientes de regiões afetadas. A introdução da doença no país traria impactos significativos para a cadeia suinícola, motivo pelo qual o país mantém vigilância reforçada e protocolos de prevenção atualizados.

Suínos
Levantamento nacional reforça transparência e aponta caminhos para a evolução da suinocultura
Com avaliação detalhada das associações estaduais, a ABCS recebe dados valiosos para aprimorar iniciativas e fortalecer a representatividade setorial.

A fim de fortalecer ainda mais o relacionamento com suas 13 associações estaduais e aprimorar continuamente suas entregas, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) realizou no mês de novembro, uma Pesquisa Nacional de Satisfação com todos presidentes dos estados que compõem o Sistema ABCS: Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Ceará e Bahia.
A iniciativa foi totalmente anônima e conduzida por uma empresa terceirizada especializada em estudos de percepção institucional, a SSK Análises, empresa há mais de 32 anos no mercado com experiência em pesquisas no setor associativista e multinacionais, garantindo isenção, credibilidade e segurança nas respostas. O objetivo foi avaliar o nível de satisfação dos associados com o trabalho realizado pela ABCS, incluindo temas como entregas, projetos, comunicação, atendimento, relacionamento, apoio técnico e institucional, além de identificar demandas e oportunidades de aprimoramento para os próximos anos.
Segundo a diretoria da ABCS, o estudo será um instrumento estratégico fundamental para orientar as ações da entidade e também as diretrizes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), permitindo que os investimentos e esforços estejam cada vez mais alinhados com as necessidades reais dos produtores e das associações estaduais.
Os resultados consolidados da pesquisa serão apresentados em dezembro ao Conselho da ABCS, e posteriormente compartilhados com todas as estaduais, fortalecendo o compromisso da entidade com a transparência e a gestão participativa. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “Com essa ação, a ABCS reafirma seu papel de entidade representativa que busca ouvir, compreender e atender com excelência seu público, construindo um sistema mais unido, eficiente e preparado para os desafios da suinocultura brasileira”, conclui.
Suínos
Preço do suíno vivo segue estável no Brasil e abre espaço para avanço nas exportações
Com cotações firmes em R$ 8/kg e demanda equilibrada, setor observa oportunidade no mercado externo após suspensão dos embarques da Espanha por PSA.

Levantamentos do Cepea mostram que os preços do suíno vivo no mercado paulista seguem na casa dos R$ 8/kg desde o começo de outubro.
No Paraná, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em Santa Catarina, as cotações operam nesse patamar desde meados de setembro. Segundo o Centro de Pesquisas, o cenário de estabilidade está atrelado ao forte equilíbrio entre a oferta e a demanda por novos lotes de animais para abate por parte dos frigoríficos.
Alguns agentes consultados pelo Cepea indicam que o atual nível de preço de negociação pode indicar que o suinocultor estaria comercializando com rentabilidade positiva, enquanto a indústria consegue garantir consumo na ponta final do mercado.
Em relação à carne, o destaque é a demanda externa aquecida. Pesquisadores ressaltam que a interrupção dos embarques espanhóis, após confirmação de casos de Peste Suína Africana (PSA) naquele país, pode significar uma oportunidade para o Brasil.
A Espanha é o maior produtor de carne suína da União Europeia, tendo sido também a maior exportadora da proteína do mundo em 2023 (quando desconsiderada a União Europeia como bloco único).
Suínos
Produção de carne suína deve crescer 4,6% e manter trajetória de alta até 2026, aponta ABPA
Combinação de maior produção, exportações aquecidas e ampliação da oferta interna reforça o protagonismo da carne suína no mercado brasileiro.

O setor de carne suína brasileiro deve entrar em um novo ciclo de expansão entre 2025 e 2026, com crescimento simultâneo na produção, nas exportações, na oferta interna e no consumo per capita. As projeções fazem parte do panorama divulgado à imprensa nesta quarta-feira (03) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que aponta para um aumento contínuo da relevância do país no mercado global e para a consolidação da proteína como componente estratégico da indústria de alimentos no Brasil.
Segundo os dados, a produção nacional, poderá chegar até 5,55 milhões de toneladas e avançar para até 5,7 milhões de toneladas em 2026. Caso confirmadas, as projeções representam um crescimento de 4,6% entre 2024 e 2025 e mais 2,7% de 2025 a 2026.

Exportações lideram crescimento
A expansão do setor tem forte impulso das vendas internacionais. Para 2025, a ABPA projeta até 1,49 milhão de toneladas, com novo avanço para até 1,55 milhão de toneladas em 2026. “Caso estes números se confirmem, o Brasil poderá assumir o 3º lugar entre os países maiores exportadores de carne suína no mundo”, adianta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Foto: Shutterstock
Na prática, o desempenho coloca as exportações como o motor da cadeia, com altas robustas de 10% entre 2024 e 2025 e 4% entre 2025 e 2026, ritmo superior ao da produção total.
A ABPA indica que a demanda internacional seguirá aquecida, mantendo o Brasil entre os principais fornecedores globais de carne suína, especialmente para mercados asiáticos e latino-americanos.
Mercado interno
Mesmo com o forte apetite do mercado externo, a disponibilidade de carne suína no mercado doméstico também deve crescer. O volume disponível ao consumidor brasileiro, terá aumento de até 4,06 milhões em 2025 e até 4,15 milhões em 2026.
Isso representa altas de 2,7% e 2,2%, respectivamente, reforçando que a oferta interna continuará ampliada sem comprometer o equilíbrio com as exportações.
O consumo per capita também segue essa tendência de crescimento, passando de 18,6 quilos por pessoa em 2024 para até 19 quilos em 2025, com projeção de alcançar até 19,5 quilos em 2026.
Os reajustes significam crescimento de 2,3% no primeiro ano projetado e 2,5% no seguinte, reflexo de preços mais competitivos, maior

Foto: Shutterstock
variedade de cortes e do avanço da carne suína em canais de varejo e food service.
Perspectivas
Os números indicam um cenário de confiança para o setor nos próximos anos. “A combinação de competitividade da cadeia, custos relativamente mais estáveis e abertura de mercados vem fortalecendo o Brasil como um dos principais players globais da proteína suína”, reforça Santin.
O presidente da ABPA avalia que o desafio para o país será manter produtividade, sanidade e eficiência logística para acompanhar o ritmo de expansão previsto e sustentar a capacidade de abastecer simultaneamente mercado interno e externo.
Se as projeções se confirmarem, o país poderá fechar 2026 com um salto acumulado superior a 7% na produção, consolidando mais um ciclo de crescimento da suinocultura brasileira.



