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Escassez de soja e atraso no plantio mantêm preços em patamares históricos

Falta de produto determina a elevação das cotações e a movimentação escassa

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Cleverson Beje

O mercado brasileiro de soja manteve preços firmes, reforçando patamares recordes, e ritmo lento das negociações. A falta de produto determina a elevação das cotações e a movimentação escassa.

O produtor está capitalizado. A comercialização da safra 2019/20 está praticamente completa. A safra 2020/21, em fase inicial de plantio, tem mais da metade negociada e já há negócios envolvendo a temporada 2021/22.

Nesse momento, as atenções estão voltadas para o atraso na semeadura, devido à falta de chuvas. Esse é mais um fator que ajuda a impulsionar as cotações internas. São muitos fatores altistas, que sustentam as pedidas e fazem os compradores mais necessitados ter que elevar suas ofertas.

A saca de 60 quilos teve indicação nessa semana a R$ 165,00 na região de Dourados (MS), o maior valor histórico. Em muitas regiões, a cotação supera a casa de R$ 160,00 a saca.

Além da falta de produto, o mercado recebe impulso dos demais fatores para a sustentação das cotações. Os contratos futuros se aproximaram a US$ 10,70 o bushel na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), o maior valor em mais de dois anos e meio.

Chicago é sustentado pela demanda aquecida pelo produto americano. Com o atraso no plantio no Brasil, a janela de compra chinesa nos Estados Unidos deve aumentar e isso reforçou o sentimento altista.

O dólar segue em patamares elevados, acima de R$ 5,60. O clima de maior aversão ao risco faz os investidores procurarem opções mais seguras, como o câmbio, e ajuda a elevar a moeda. Completando o cenário positivo, os prêmios de exportação seguem firmes.

USDA

O relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,268 bilhões de bushels em 2020/21, o equivalente a 116,16 milhões de toneladas, abaixo da estimativa anterior de 4,313 bilhões ou 117,4 milhões. O mercado apostava em safra de 4,292 bilhões ou 116,8 milhões de toneladas.

Os estoques finais estão estimados em 290 milhões de bushels ou 7,9 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 360 milhões ou 9,8 milhões de toneladas. No relatório anterior, os estoques estavam projetados em 460 milhões de bushels – 12,5 milhões de toneladas.

O USDA indicou esmagamento em 2,180 bilhões de bushels e exportação de 2,200 bilhões, repetindo a estimativa de setembro para o processamento, mas elevando as exportações, anteriormente projetadas em 2,125 bilhões de bushels.

A produção 2019/20 está estimada em 3,552 bilhões de bushels. Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 523 milhões de bushels.

O relatório projetou safra mundial de soja em 2020/21 de 368,47 milhões de toneladas. Em setembro, o número era de 369,74 milhões de toneladas.

Os estoques finais estão estimados em 88,7 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 90,9 milhões de toneladas. Em setembro, a previsão era de 93,59 milhões de toneladas.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 116,15 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 133 milhões de toneladas, repetindo o número de setembro. A Argentina deverá produzir 53,5 milhões de toneladas, também sem alterações. A estimativa para as importações chinesas em 2020/21 é de 100 milhões de toneladas, com aumento de 1 milhão sobre o relatório anterior.

Para 2019/20, o USDA indicou safra de 336,59 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 93,75 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em 94,7 milhões. A safra brasileira teve sua estimativa mantida em 126 milhões de toneladas.

A safra argentina foi reduzida de 49,7 milhões para 49 milhões de toneladas. As importações chinesas estão projetadas em 97,4 milhões de toneladas, contra 98 milhões previstas em setembro.

Fonte: Agência SAFRAS

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Brasil reforça parceria com a OCDE em agenda agrícola sustentável na COP30

Reunião de Carlos Fávaro com Marion Jansen fortalece a atuação brasileira na organização e debate avanços em comércio, inovação e políticas agroambientais.

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Foto: Percio Campos/Mapa

Na quinta-feira (20), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, realizou uma reunião bilateral com a diretora de Comércio e Agricultura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Marion Jansen, na AgriZone, a casa da agricultura sustentável na COP30, em Belém (PA). O encontro reforçou o compromisso do Brasil em ampliar sua participação na organização e avançar em temas estratégicos da agenda agrícola internacional.

Durante a reunião, foram discutidos indicadores agroambientais e os trabalhos conduzidos pelos grupos da OCDE dedicados à agricultura, comércio, meio ambiente e políticas agrícolas. Um dos pontos de destaque foi o realinhamento da participação brasileira no Programa de Cooperação e Pesquisa (CRP), considerado fundamental para fomentar estudos, inovação e intercâmbio técnico entre países. Fávaro ressaltou a importância de que métricas globais reflitam de maneira mais precisa as realidades produtivas tropicais.

“Estamos trabalhando para que a voz do Brasil esteja cada vez mais presente nos fóruns internacionais. Nossa produção sustentável, aliada à inovação, nos coloca em posição de apoiar agendas globais e garantir que decisões sobre agricultura e comércio levem em conta a realidade de quem produz alimentos com responsabilidade”, destacou o ministro.

A bilateral marcou também a apresentação da nova adida brasileira junto à OCDE, Bárbara Cordeiro, que assumirá o posto em janeiro de 2026. O diálogo abriu novas perspectivas de cooperação e consolidou o interesse mútuo em fortalecer a atuação técnica do Brasil na organização.

Após a reunião, a OCDE promoveu o painel “O desafio do comércio agrícola sustentável: um diálogo de alto nível”, na AgriZone. Participaram do debate Marion Jansen, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua.

O painel reuniu especialistas, representantes internacionais e formuladores de políticas para discutir caminhos para um comércio agrícola sustentável em um cenário global de desafios ambientais e crescente demanda por alimentos. Os participantes abordaram a harmonização de indicadores, estratégias de mitigação e adaptação climática e políticas que considerem a diversidade das realidades produtivas ao redor do mundo.

Durante o debate, o secretário Luís Rua destacou o papel estratégico do Brasil. “O Brasil tem excelência na agenda da sustentabilidade e na preservação ambiental, mas também se destaca pela produção de alimentos. O país pode liderar pelo exemplo, com atividades produtivas sustentáveis e responsabilidade ambiental, aliadas à inovação e à tecnologia. Esses elementos permitem que o Brasil se consolide cada vez mais como um player estratégico na produção de alimentos, garantindo a segurança alimentar global e conciliando preservação ambiental e desenvolvimento do setor produtivo”, afirmou.

O painel reforçou, ainda, o protagonismo brasileiro no desenvolvimento de tecnologias e políticas públicas voltadas à sustentabilidade, contribuindo para que o comércio internacional avance com equilíbrio, competitividade e compromisso ambiental.

Fonte: Assessoria Mapa
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Agricultura regenerativa ganha destaque na COP30 como caminho para um agro mais sustentável

Painel do Mapa no Pavilhão Brasil debate práticas que reduzem emissões, recuperam solos e fortalecem a competitividade da agricultura de baixo carbono no país.

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Foto: Freepik

Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participaram, neste penúltimo dia da COP30, de um painel dedicado à agricultura regenerativa como caminho para um agronegócio mais sustentável e resiliente. O encontro ocorreu no Pavilhão Brasil, na Blue Zone, reunindo especialistas e autoridades para discutir soluções que integrem produção e preservação.

O painel teve como foco mostrar como práticas regenerativas podem reduzir emissões de carbono, restaurar a capacidade produtiva dos solos e ampliar a eficiência das cadeias agropecuárias. Os participantes também discutiram os desafios e as oportunidades para expandir essas técnicas no campo brasileiro, sobretudo diante das mudanças climáticas e da necessidade de fortalecer a segurança alimentar.

O auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Luís Rangel, destacou que o Programa Caminho Verde Brasil será um dos principais motores da transformação sustentável no país. A iniciativa prevê a recuperação de áreas atualmente degradadas, devolvendo-as à produção por meio de ciência, tecnologia e inovação, fortalecendo a agricultura de baixo carbono e ampliando a competitividade do Brasil no cenário global.

Rangel também reforçou que o governo vem ampliando os instrumentos de incentivo para que mais produtores adotem práticas sustentáveis. Entre eles, está o desconto de 0,5% no Plano Safra para quem investe em sistemas produtivos sustentáveis e tecnologias de baixa emissão. Para ele, “a transição verde já é uma realidade no campo brasileiro, e programas como o Caminho Verde mostram que é possível produzir mais, conservando os recursos naturais”.

Além disso, o debate ressaltou que a agricultura regenerativa está alinhada às metas nacionais de sustentabilidade, contribuindo para o uso eficiente do solo, o aumento da biodiversidade e a redução de impactos ambientais, sem comprometer a produtividade de pequenos, médios e grandes produtores.

Fonte: Assessoria Mapa
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Mobilização do setor rural retira de pauta PL que aumentaria custos extrajudiciais no Paraná

Pressão do Sistema Faep, sindicatos e produtores garante suspensão do projeto que poderia elevar em até 532% taxas essenciais para atividades rurais e impactar o preço dos alimentos no estado.

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Foto: Shutterstock

O Projeto de Lei (PL) 1016/2025, referente ao aumento dos valores de referência aos atos extrajudiciais no Paraná, foi retirado da pauta de votação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A ação é resultado da mobilização do Sistema Faep, com apoio dos sindicatos e produtores rurais, que também envolveu o G7 (grupo que reúne sete entidades representativas do setor produtivo paranaense), os deputados estaduais e o governo estadual. O projeto de lei havia sido protocolado na Alep pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).

Caso o PL 1016/2025 fosse aprovado, o impacto financeiro seria significativo na agropecuária estadual. Isso porque os produtores rurais teriam que pagar, por exemplo, até 532% a mais para averbação sem valor econômico, 351% para emissão de certidões e 82% para pedidos de escrituras com valor acima de R$ 750 mil. Com o aumento dos custos dentro da porteira, o valor dos alimentos para a sociedade paranaense sofreria reajuste.

“A retirada de tramitação do projeto é uma vitória do setor rural e também da sociedade paranaense, já que teria impacto para todos os cidadãos. O momento em que vivemos, principalmente no meio rural, é delicado, com altos custos de produção, margens apertadas e problemas extras, como as intempéries climáticas. Essa vitória é coletiva, resultado da mobilização de diversos elos da cadeia produtiva rural”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “O Sistema Faep, nossos sindicatos e produtores rurais agradecem a sensibilidade dos deputados estaduais, principalmente do presidente da Alep, Alexandre Curi, e do governador, Carlos Massa Ratinho Junior”, complementa.

A retirada do PL da pauta da Alep evita que os produtores rurais tenham que pagar a mais em operações de registro, averbação, retificação de área, georreferenciamento, regularização ambiental e ratificação de área em faixa de fronteira. Esses documentos são necessários para o financiamento, regularização fundiária, crédito rural, registro de propriedades, regularização ambiental e, até mesmo, a obtenção de financiamentos bancários.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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