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Escassez de grãos específicos barra mercado de carne suína orgânica

Sem milho e soja orgânicos para a dieta, não há como fazer a produção natural. Brasil produz só 40 mil toneladas de milho nesse sistema por ano

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A produção orgânica de alimentos no Brasil foi regulamentada em 2011, mas esse setor vem crescendo desde o fim dos anos 1990. Hoje é possível encontrar não somente frutas e verduras produzidos da forma mais natural possível, mas também carnes, ovos e leite, entre tantos outros itens. No entanto, a produção de carne suína nesse sistema, com animais fora de galpões, sem rações que contenham grãos transgênicos e sem o uso de qualquer medicamento, ainda é um desafio no país. O maior problema é a falta de grãos orgânicos usados na alimentação animal.

Ao menos para uma das mais especializadas empresas de produção de alimentosa orgânicos do Brasil, a Korin. Pioneira na produção de ovos e frangos livres de antibióticos, é também a primeira empresa brasileira a receber o selo de certificação de bem-estar animal (Certified humane). Por conta de notória capacidade de atuar nesse segmento, o case da empresa foi parar no Congresso Abraves (Associação dos Médicos Veterinários Especialistas em Suínos) Paraná, que aconteceu em Toledo, em meados de março.

O encarregado de falar sobre a “produção e mercado de suínos com atributos de qualidade diferenciada: criação de cadeias de valor” foi Luiz Carlos Demattê Filho, doutor em Ecologia Aplicada, com 20 anos em experiência em alimentos orgânicos. Ele explica que a empresa, além de produzir alimentos livres de agroquímicos, está embasada na teoria de Mokiti Okada, que integra em sua produção valores ecológicos e sociais. Ele cita os bons exemplos já alcançados em aves e bovinos e que alcança um nicho de mercado em franca expansão.

“O encadeamento produtivo tem aspectos negativos, como a depedência de fármacos, uso de hormônios em suínos, ocorrência de epizódios zoonóticos, a logística produtivista gera dúvida quanto à qualidade dos proudutos, impactos na saúde pública, impacto nos parâmetros de bem estar animal. Exatamente por isso existem os sistemas ligados à produção ecológica. Especialmente pela saúde a gente ganha consumidores. As questões ambientais também são importantes, mas as pessoas migram para esses alimentos mais por conta dos ciodados com a saúde”.

Ele citou estudos que indicam a relação do Glifosato usado nas lavouras a doenças neurológicas, como autismo e Alzhaimer. “Essas doenças têm relação íntima com o Glifosato”, sustenta. Ele entende que o “o uso de antibióticos pode fazer com que doenças hoje consideradas menores podem voltar a se tornar mortais. A estrutura genômica vem mudando. De todos os problemas, a perda da biodiversidade é o pior. Isso gera perda da microbiodiversidade humana, além das consequências ambientais”, alerta.

Exemplos

A empresa cria bovinos do pantanal sul-matrogrossense e vende sob esta marca, identificando no produto de onde ela veio e como foi produzida. Até redução de impostos a empresa consegue por agregar a região à marca. “o Programa de Avanços na Pecuária de Mato Grosso do Sul (Proape) dá incentivos. Bovinos originados no Pantanal têm 50% de desconto nos impostos”, cita.

Assim, fazem com as tilápias na barranca do Rio Paraná, entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, com o arroz, mel, café, camarão. “A gente dá ênfase ns territórios, na cultura, nas pessoas, etc.Tudo orgânico e intimamente ligado à egião onde é produzido”, cita. As aves, criadas sem uso de antibióticos e sem gaiolas, têm alimentação 100% vegetal, sem farinha animal. O mercado é farto para esse produto, aponta Demattê Filho.

No entanto, a empresa ainda não consegue colocar no mercado a carne suína com esses atributos. “Fizemos experiências, porém não conseguimos com suínos, seja orgânico, seja com protocolos diferenciados. Um dos problemas, em sua opinião, é a falta de grãos orgânicos para produção de ração. “O gargalo para a produção de suínos é que temos pouco milho e pouca soja orgânicos”, cita. De acordo com o doutor, o Brasil produz hoje apenas 40 mil toneladas de milho orgânico e que a dificuldade está em controlar as plantas invasoras. “O maior problema de grãos orgânicos não é sanitário, são as plantas invasoras, que reduzem a produção”, aponta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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