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Erros na secagem das vacas comprometem potencial das crias na vida adulta
“Se secar os animais muito magros ou muito gordos teremos problemas”, diz o engenheiro agrônomo e consultor João Paulo dos Santos.
“Encare o início da lactação das vacas na secagem e não no parto propriamente dito”, alertou o engenheiro agrônomo e consultor João Paulo Vaienti Alves dos Santos, que demonstrou como o manejo e nutrição das vacas no período seco afeta a vida produtiva das bezerras, durante a Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal – CBNA.
O evento aconteceu nos dias 10 e 11 de novembro, de maneira on-line, reunindo renomados profissionais de nutrição do Brasil e do mundo com foco nas consequências da nutrição para as progênies.
“Temos que entender o ciclo produtivo das vacas como um todo, Após o parto, começa o período inicial da lactação. Nos primeiros dois meses o balanço energético é negativo, a ingestão de matéria seca é baixa, a vaca vai perdendo escore corporal. Quando começa a reduzir a lactação, o consumo de alimento vai aumentando paulatinamente. Esse é um dos maiores desafios”, pontuou.
Para o profissional, na hora da secagem, vacas muito gordas ou muito magras vão gerar infortúnios. “Se secar os animais muito magros ou muito gordos teremos problemas. O escore 3 é o melhor para a vaca no momento do pós parto. Vacas secas muito magras terão problemas pós parto, além de baixa produção de leite, baixa imunologia, dificuldade de voltar ao ciclo reprodutivo, maior intervalo entre partos, será mais suscetível a doenças e terá ausência de pico de lactação”, destacou.
Da mesma forma, indicou João Paulo, vaca com escore elevado no pós parto terão “baixa produção de leite, baixa imunologia, aumento de casos de cetose (fígado gordo), dificuldade de retorno ao ciclo reprodutivo e ausência de pico de lactação, além de aumento de casos de cetose (fígado gordo)”, destacou. “Os problemas são praticamente os mesmos tanto na vaca gorda quanto na magra no início da lactação”, sustenta.
Rotina
Para o consultor, o ideal durante esse período é manter uma rotina de nutrição, com qualidade e periodicidade. “Temos que avaliar a qualidade de manejo nutricional. O ideal é fornecer o alimento sempre, com constância, a vaca gosta de rotina. O melhor manejo nutricional, expôs, “é aquele em que somos capazes de oferecer uma mesma dieta, sem variação, ou a menor variação possível, todos os dias, no mesmo horário, da mesma forma e em quantidades controladas”, apontou. “O que fazemos durante a lactação vai refletir na vida reprodutiva das bezerras”, reforçou.
Dieta aniônica
Ele destacou a dieta aniônica para casos específicos. “Na minha opinião, a dieta aniônica é uma ferramenta importantíssima. Sou defensor, mas em condições particulares, nem toda fazenda pode implementar a dieta aniônica”, destacou. Com essa dieta, o objetivo “é promover uma leve acidose sanguínea. Toda vez que eleva a concentração de ânion no sangue, o animal procura sequestrar cálcio para neutralizar essa leve acidose e acaba criando uma de cálcio sanguíneo. Quanto mais cálcio disponível para vacas no pós-parto parto melhor. A dieta aniônica aumenta pool de Cálcio circulante, importante para contratilidade do útero, em menores distúrbios metabólicos, como febre do leite, menor retenção de placenta, metrite, mastite, cetose e outras enfermidades”, mencionou. “Temos que usar quando tem qualidade de manejo, constância no fornecimento de alimentos, genética de alto desempenho, instalações que têm conforto e permitam consumo de alimentos, quando temos desafios e índices negativos no pós-parto, demandando a necessidade de mudança em indicadores”, orientou o consultor.
Considerações
Entre outras considerações finais para os expectadores do evento, o consultor elencou: “Realizando um bom manejo alimentar durante o período seco e de transição, dificilmente teremos problemas com nossas crias. Estudos apontem que restrições alimentares no terço final da gestação afetam o desenvolvimento do feto e afetam o desempenho futuro das crias nascidas nessas condições. As restrições alimentares desde o nascimento podem afetar o potencial de produção de vacas adultas. Encare o início da lactação de suas vacas no momento da secagem e não parto propriamente dito”, sustentou o profissional.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
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O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran