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Enzimas na nutrição animal: pontos importantes a serem considerados no processo de decisão
Elas são proteínas com papel específico nas reações bioquímicas e o desenvolvimento e a viabilidade técnica das enzimas exógenas foram um marco importante na nutrição de monogástricos.

As enzimas são uma das principais ferramentas que estão nas mãos dos nutricionistas para reduzir os custos da produção de proteína animal de aves e suínos. Esses aditivos contribuem com uma produção mais sustentável, por meio da melhoria de digestibilidade dos nutrientes nos mais diferentes tipos de dieta. Conhecer a ação das enzimas junto ao seu substrato bem como a correta avaliação dos aspectos econômicos é a forma mais coerente de utilização deste aditivo na nutrição animal.
As enzimas são proteínas com papel específico nas reações bioquímicas e o desenvolvimento e a viabilidade técnica das enzimas exógenas foram um marco importante na nutrição de monogástricos. A utilização de enzimas exógenas na nutrição de monogástricos tem como principal objetivo melhorar o valor nutricional dos ingredientes, por meio da destruição dos fatores antinutricionais como o fitato e os polissacarídeos não amiláceos (PNA); complementação das enzimas digestivas que são produzidas pelo próprio animal (amilases, lipases, proteases); manipulando as condições existentes no trato digestivo.
Enzimas exógenas já é uma realidade nas dietas brasileiras e a maneira como elas têm sido utilizadas vem se modificando nos últimos anos, passando de além de uma estratégia de redução de custo de ração para também uma ferramenta de melhoria de conversão alimentar e/ou saúde intestinal, por exemplo.
Dentre as enzimas disponíveis no mercado, fitases e carboidrases (principalmente xilanases) são as que têm maior participação nas dietas de aves e suínos atualmente. As fitases são responsáveis pela hidrolise do fitato, fator antinutricional presente em ingredientes de origem vegetal que, além de indisponibilizar o fósforo, pode complexar com outros nutrientes, indisponibilizando esses ao animal. Já as xilanases têm como principal substrato os PNAs das dietas, arabinoxilanos principalmente, e vão atuar reduzindo a viscosidade da digesta e fazendo uma modulação no microbioma intestinal.
A utilização da enzima parece simples, mas por vezes causa confundimento nas equipes de nutrição/suprimentos das integrações, pois o mesmo produto pode ser usado como: Produto puro x incluído em Blend enzimático; pode ser pó, líquido, ter diferentes concentrações. Sem falar nas diferenças entre produtos, quando a discussão passa a ser na matiz nutricional de cada enzima. Para que sejam efetivas, as enzimas precisam resistir à ação do pH estomacal, ter uma alta afinidade com o substrato no qual ela irá atuar, ser termorresistentes devido ao processo de peletização das rações e ainda estáveis durante a estocagem como produto puro, em premixes e na ração acabada.
Por possuírem características como as mencionadas anteriormente diferentes, os produtos enzimáticos disponíveis no mercado brasileiro também deverão ser usados de maneiras distintas visando o melhor custo/benefício em sua aplicação. É um conjunto de fatores que se deve ser levado em conta na hora da decisão de qual produto/estratégia enzimática utilizar:
- Matriz nutricional: seria liberação de nutrientes que cada fabricante recomenda e essa pode variar de acordo com a inclusão, tipo de dieta e/ou uso conjuntos com mais de um tipo de enzima.
- Termoestabilidade: seria o quanto a enzima resiste ao desafio térmico da peletização/expansão e pode ser avaliada com um teste rápido de coleta de amostras do produto puro X ração farelada X ração peletizada e com isso estimar a perda de atividade enzimática para posterior correção na dosagem.
- Estratégias de uso: Quais devo utilizar? Animal produz naturalmente ou não? Qual é o limitante na minha dieta? Existe sinergia no uso conjunto de enzimas? Até que ponto usar todas as enzimas existente no mercado seria economicamente viável considerando que todas elas atuarão na parte indigestível da dieta? É uma pergunta difícil de ser respondida e vai depender muito da situação.
- Fitases: Vale uma ressalva na estratégia de uso das fitases visto o franco crescimento da aplicação do conceito “superdosing” nas dietas atualmente. Nesse ponto a discussão é que os trabalhos mostram que o uso de parte da fitase “on top” sem matriz nutricional melhora conversão alimentar, ou seja, quanto custa na sua realidade um ponto de CA frente ao custo de investimento da dose “on top” da fitase?
- Preço: É parte importante do processo, mas não pode ser olhado isoladamente no processo de decisão.

Fábio Valle – Foto: Divulgação/Huvepharma
Decisão multifatorial
A utilização de enzimas nas dietas de aves e suínos nas empresas é uma decisão multifatorial. Geralmente é coordenada pela equipe de nutrição por se tratar de um aditivo que vai na ração e afeta diretamente a digestibilidade dos nutrientes, entretanto a decisão mais assertiva é aquela que visa ter melhor custo de carne produzida e isso passa por uma boa estratégia de uso (enzima vs substrato vs características do produto); negociação (preço/suprimentos) aliado a um bom desempenho (saúde intestinal e conversão alimentar).
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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




