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Suínos Oeste do Paraná

Entusiasta da piscicultura divide tempo entre cadeia de suprimentos e produção de 100 toneladas de tilápias por mês

Osvanir Dal Pizol foi um dos pioneiros na área de assistência técnica para piscicultores no Oeste do Paraná no final dos anos 1990. Hoje trabalha em vários setores que integram à cadeia produtiva, de equipamentos e rações, passando pela produção até a entrega do peixe no frigorífico

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Fotos: Giuliano De Luca/OP Rural

Osvanir Dal Pizol é o que pode ser chamado de entusiasta da piscicultura no Brasil. Foi um dos primeiros a prestar assistência técnica para os produtores rurais que ingressavam na atividade no Oeste do Paraná, região que hoje é o polo de produção de tilápia no Brasil. Já trabalhou com a produção de alenivos, comercializa rações e equipamentos para o setor e também produz, hoje entre 80 e 100 toneladas de peixes por mês. A história dele e da esposa Rosimeri com a piscicultura começou em 1996, quando o jovem casal de Quatro Pontes, PR, decidiu que era a hora de ter o próprio negócio. Naquela época, pouco se falava de piscicultura, mas a atividade começava a ganhar um olhar mais atento de produtores que buscavam a diversificação e de cooperativas que hoje são potências no setor, como Copacol e C. Vale.

“Eu trabalhei por dez anos com suinocultura, prestando assistência técnica. Minha esposa era professora. Entre 1996 e 1997 começamos a fazer um estudo de viabilidade para termos nosso próprio negócio e chegamos à conclusão que seria na área da piscicultura”, conta Dal Pizol, que é técnico agropecuário por formação. “Começamos a produzir alevinos para vender para produtores no Paraná, São Paulo e Santa Catarina. A gente produzia 1 milhão de alevinos por ano”, conta. Junto com a produção, Osvanir começava a atuar comercializando ração e equipamentos para piscicultura, além de prestar assistência técnica a produtores.

Tudo ia bem quando a falta de água acabou por inviabilizar a produção de alevinos. “Nossa história da produção de alevinos durou cinco anos porque a propriedade rural não tinha mais água suficiente para dar continuidade na atividade”, lembra. Do ano de 2002 até 2014, atuou só na área comercial, mas tudo ligado à piscicultura. Em 2015, com um sócio, montou o que hoje é uma das mais eficientes propriedades produtoras de peixes da região Oeste do Paraná.

“De 2008 pra cá houve uma explosão na atividade. Então pensamos: por que não montar uma propriedade para também produzir, já que trabalhamos com a ração e sabemos da assistência técnica?”, lembra. “A atividade já estava se profissionalizando. Era um desafio para nós, porque uma coisa é você orientar outra coisa é você fazer”, recorda. “Então compramos essa propriedade com 10 hectares de lâmina d’água e instalamos nela o que havia de melhor na época. Hoje produzimos entre 80 e 100 toneladas de peixe por mês”, pontua. Nos meses mais quentes do ano a produção é maior.

A propriedade, em Marechal Cândido Rondon, conta com dez tanques escavados. Dois são usados para a engorda dos alevinos, que chegam pesando entre meio e um grama. Nesses dois açudes eles crescem até atingirem entre 20 e 50 gramas, dependendo da necessidade, explica o produtor. Depois são transferidos para os demais tanques para a fase de engorda, até o momento da despesca. Os lotes ficam prontos em sete ou oito meses nas épocas de mais calor e 11 meses quando os alevinos são colocados nos taques durante os meses de mais frio.

Tecnologia

Osvanir explica que a propriedade foi pensada para ser altamente eficiente, com emprego de tecnologias como os alimentadores automáticos. Ainda hoje eles não são comuns. “Em 2015 era o que tinha de melhor. Pensamos em ter uma propriedade que fosse top. Hoje toda essa propriedade é tocada por um casal de funcionários. Buscamos o melhor para ter uma boa produtividade”, destaca.

Alimentadores são programados para distribuir ração seis vezes ao dia, a cada duas horas

A tecnologia de alimentação é uma das vedetes de Osvanir. A ração chega em caminhões, que abastecem um silo com capacidade para dez toneladas, ligado a um alimentador que fica logo abaixo do silo, já na água. O alimentador é abastecido por um funcionário. A partir daí, ele percorre toda a extensão do açude em um tempo pré determinado. O aparelho vai e volta até o ponto de origem, guiado por um cabo que fica sobre o açude. “O alimentador faz o trajeto seis vezes por dia, a cada duas horas. Entendemos que o melhor manejo é oferecer menos volume de ração, mais vezes ao dia. É uma forma de ter menos desperdício de ração”, explica.

Os funcionários também são os responsáveis pelo monitoramento da qualidade da água. “Monitoramos todos os dias, basicamente, a temperatura, a taxa de oxigênio e a saturação”, destaca.

A gestão e o controle dos tanques é individual, o que permite um gerenciamento mais fino de cada unidade produtora. “Uma das vantagens em ter o controle individual é saber exatamente sobre os custos daquele lote, quanto está custando, se está tendo algum problema de conversão alimentar, por exemplo”, destaca. No atual modelo, com oito a 10 quilos de peixe por metro quadrado, destaca o produtor, a conversão fica em torno de 1,5 quilo de ração para um quilo de carne.

Silo sendo abastecido com nenhum contato com a ração. Cada um dos dez tanques da propriedade, no interior de Marechal Cândido Rondon, PR, possui seu próprio silo, o que ajuda no manejo e na gestão da atividade

De acordo com Osvanir, entre 70 e 75% do custo da produção é de rações. Funcionários, alevinos e especialmente energia elétrica são os outros componentes básicos. Para reduzir os custos, a propriedade conta com uma usina de energia fotovoltaica, que produz cerca de 12 mil KW/mês. No entanto, o consumo da propriedade chega a 100 mil KW/mês no verão. Para reduzir essa diferença outras três usinas estão sendo instaladas. Juntas, vão produzir cerca de 50 mil KW/mês.

Produção e custos

Toda a produção da fazenda é vendida para um frigorífico da região. De acordo com o proprietário, a alta nos custos no último ano por conta do preço dos insumos das rações, notadamente o milho e a soja, “exige uma boa gestão para ter competitividade”. “Nossa produção é toda vendida para o Pescados Vitória, aqui da região. Nos últimos 12 meses nós das atividades que envolvem arraçoamento estamos com problemas de custos, a ração ficou mais cara. E não podemos passar todo esse custo para o peixe. Essa reação do preço é lenta, depende da boa vontade do mercado”, destaca. “Não é tão simples assim: aumenta a ração, aumenta o preço do peixe”, menciona o produtor paranaense.

Espaço para evoluir

O entusiasta da piscicultura, que hoje trabalha em diversas frentes, como equipamentos, rações e a produção em si, observa que há um espaço a evoluir na piscicultura, especialmente na parte genética. “Temos muito a evoluir, principalmente na genética e no arraçoamento. Se tivermos as melhorias na genética como a gente acredita que estejam acontecendo nas grandes empresas, necessariamente teremos que ter uma melhoria na dieta do animal, na composição da ração. Isso certamente vai acontecer. E a genética basicamente precisa olhar para a conversão alimentar”, pontua. Ou seja: usar cada vez menos ração para produzir um quilo de carne de peixe.

Ele também destaca que o mercado consumidor brasileiro pode ser mais explorado. “O brasileiro come muito pouco peixe. Temos um bom espaço para crescer”, frisa.

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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