Suínos
Entrada de PED no Brasil é iminente, assegura pesquisador estadunidense
Mantendo o Brasil livre de doenças exóticas frente a um contexto mundial complexo foi o tema da palestra do pesquisador e professor da Universidade Estadual de Iowa, EUA, Jeff Zimmerman
O Brasil goza de um dos melhores status sanitários do mundo, que lhe oferece ampla oportunidade de produção de proteína animal para os mercados interno e externo. No ano passado, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 15 estados e o Distrito Federal foram declarados livres de peste suína clássica, doença que afeta boa parte dos produtores mundiais. A outras doenças comuns a outros países e inexistentes no Brasil, como a diarreia epidêmica suína (PED, na sigla em inglês). Extremamente agressiva e altamente contagiosa, em 2014 a diarreia epidêmica suína dizimou 14% dos leitões nos Estados Unidos (EUA), causando um prejuízo próximo a US$ 600 milhões para a cadeia.
Mantendo o Brasil livre de doenças exóticas frente a um contexto mundial complexo foi o tema da palestra do pesquisador e professor da Universidade Estadual de Iowa, EUA, Jeff Zimmerman, no Simpósio Internacional de Suinocultura, que reuniu estudiosos do setor entre os dias 16 e 18 de maio, em Porto Alegre, RS. Estudioso sobre o tema, ele disse que o Brasil já fez boas ações para se manter livre de doenças exóticas, como a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), mas precisa se preocupar mais incisivamente com a PED, detectada no vizinho Equador na segunda quinzena de abril. Apesar de o vírus não estar próximo dos polos produtores, é um sinal de alerta, garantiu Zimmerman.
“O Brasil pode se manter livre de PRRS, tem teste para diagnóstico. As barreiras importantes para manter o Brasil livre de PRRS já foram implementadas. O problema é a infecção persistente. Animais continuam replicando os vírus cem dias após a inoculação. O Brasil importa muito pouco animais – menos de 800 importados ano passado -, portanto, com testes rápidos, pode continuar sem (a PRRS). O Brasil tem baixa importação de animais, o que acaba reduzindo a possibilidade de doenças. Ele pode entrar pelo sêmen, como aconteceu na Suíça e Canadá, mas vejo o Brasil bem preparado. Pior para o Brasil hoje é a PED pela quantidade de vírus, estabilidade no ambiente, capacidade de ser transportada. Para o Brasil, o risco de PED é maior”, assegurou.
De acordo com ele, o “custo da PRRS nos EUA tem permanecido relativamente estável”. “O custo por animal varia entre 10 e 15 dólares. São cerca de US$ 600 milhões por ano”, citou.
Para o doutor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fernando Bortolozzo, o tema proposto pela palestra é importante principalmente pelo status sanitário que o Brasil ostenta, “com poucas enfermidades virais que afetam os suínos”. “Precisamos ficar atentos às possibilidades de risco de contaminação. Os problemas estão cercando. Temos um problema crescente nos Estados unidos, recentemente a PRRS no detectada no Equador. A região Norte do Brasil (mais próxima daquele país) não é importante na produção de suínos, mas países daquela região estão impondo risco na produção nacional”, destacou.
O melhor que o país tem a fazer, segundo Zimmerman, é se preparar com mais controle nas indústrias de ração e diagnósticos rápidos. “Não se apavore, entenda o problema para implementar soluções. Podemos nos preparar para reagir, identificar laboratórios e parceiros na indústria que vão ajudar. Estamos trabalhando com biosseguridade externa e internamente como verificar que fábricas de ração permaneçam livre de doenças infecciosas? A solução é exigir padrões mínimos para os processos como acontece em outros países”, sugeriu.
De acordo com Zimmerman, a estrutura estadual de laboratórios dos Estados Unidos permite diagnósticos mais rápidos, o que facilita na erradicação de problemas, mas ele cita que o país não está preparado para doenças exóticas. No Brasil, há poucos laboratórios, espaçados por grandes áreas de território, capazes de realizar todos os testes necessários para a cadeia suinícola.
“Olhando relatórios do governo desde 1999, os Estados Unidos não estão preparado para doenças exóticas”, disse. Por outro lado, “os laboratórios estaduais são melhor equipados que federais, em novos prédios, novas estruturas, recebem amostram todos os dias – alguns 500 mil amostras por ano -, com registro eletrônico. Em 24 horas depois de receber as amostras, o laboratório estadual consegue publicar o resultado”, pontuou. Isso vem de encontro à agilidade e rapidez para dar resposta e contenção de problemas, sugeriram participantes.
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
