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Entidades e lideranças do agro lamentam morte de Alysson Paolinelli
Reconhecido internacionalmente por suas contribuições para o desenvolvimento sustentável da agropecuária, deixou um legado significativo para o setor e uma marca indelével em nosso país.
Entidades do agronegócio, líderes do setor e políticos expressam profundo pesar pela triste notícia do falecimento do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, um dos maiores ícones da agricultura brasileira. Ele faleceu nesta quinta-feira (29), aos 86 anos, deixando um legado incomparável para o setor agrícola brasileiro. Estava internado em estado grave no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte (MG), após uma série de complicações depois de uma cirurgia no fêmur.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), juntamente com outras entidades representativas do agro, emitiu uma nota oficial lamentando a perda de Paolinelli. Destacaram sua visão pioneira e sua dedicação incansável ao promover avanços tecnológicos e práticas sustentáveis no campo. Sua liderança foi fundamental para impulsionar a produtividade agrícola no Brasil, tornando-o um dos principais atores globais na produção de alimentos.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) enalteceu a trajetória de Paolinelli, afirmando que foi marcada por uma busca incansável por soluções modernas e sustentáveis para o avanço do setor agrícola brasileiro. “Sua visão e motivação foram essenciais para essa conquista, e ele será sempre lembrado por seu papel na promoção da segurança alimentar e na evolução das condições de vida dos agricultores brasileiros. Sua partida deixa um vazio no coração daqueles que admiravam sua dedicação à agricultura e aos agricultores brasileiros. Em reconhecimento ao seu papel fundamental na promoção da segurança alimentar e na melhoria das condições de vida dos agricultores brasileiros”.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Sistema Faesc/Senar) também se une às manifestações de pesar pelo falecimento de Alysson Paolinelli. “Paolinelli teve uma exemplar e vitoriosa trajetória como homem público. Conquistou respeito em todo o país ao atuar intensamente em defesa das classes produtoras. Foi grande protagonista do setor e teve papel essencial para o avanço do agro brasileiro”, reiterou o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo.
A diretoria e associados do Instituto Soja Livre também expressou profundo pesar pela perda de Alysson Paolinelli. “Reconhecido como renomado agrônomo e político, Paolinelli deixou um legado inestimável para o avanço da agricultura tropical no Brasil. Sua dedicação e trabalho incansável foram fundamentais na modernização do setor agropecuário, levando o país a se destacar como potência mundial na produção de alimentos. Além de ocupar cargos relevantes para o Brasil, Paolinelli foi uma figura proeminente na divulgação da agricultura brasileira, tanto nacional como internacionalmente. Sua partida deixa um vazio imensurável no cenário agrícola e político do país. Alysson Paolinelli será sempre lembrado como um homem de grande integridade, compromisso e paixão pelo seu trabalho”.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também manifestou o seu profundo pesar pela perda de Alysson Paolinelli. Em nota disse “Um homem que deixa um legado para o desenvolvimento e crescimento do agronegócio do país, ao qual dedicou sua vida e ofício. Um visionário que se comprometeu em estudar o potencial agrícola do Cerrado, que liderou a implantação da agricultura tropical sustentável no Brasil, que contribuiu para a fundação da Embrapa e sempre uma voz ativa pela promoção da segurança alimentar — razões pelas quais foi, merecidamente, vencedor do World Food Prize, em 2006, e indicado ao Nobel da Paz. A ABPA agradece a esta referência, que deixa uma marca indelével para a história do Brasil. Nossas sinceras condolências aos amigos, familiares e ao campo do país”.
Diversos líderes do setor agropecuário também prestaram suas homenagens a Paolinelli. Reconheceram sua inestimável contribuição para o desenvolvimento rural, sua defesa da ciência e sua paixão pela agricultura. Sua trajetória serviu de inspiração para muitos agricultores e empresários rurais, mostrando que é possível conciliar progresso econômico com preservação ambiental.
Lideranças políticas também se manifestaram, ressaltando a importância de Paolinelli para o setor agropecuário e para o Brasil como um todo. Destacaram sua capacidade de diálogo e sua liderança transformadora, que trouxe avanços significativos para o agronegócio e impulsionou a economia nacional. “A contribuição de Paolinelli para a agropecuária e para o Brasil eternizam sua existência e fazem renascer a cada dia seu espírito inovador”, lamentou o ministro Carlos Fávaro.
Trajetória pública
Alysson Paolinelli é reconhecido na agropecuária brasileira pela criação de novas tecnologias no campo, que levaram ao aumento da produção agrícola brasileira. Conhecido como pai da agricultura tropical, era um incansável pesquisador das ciências do solo, tendo em 2006 o primeiro brasileiro a receber o World Food Prize, conhecido como o Nobel da Alimentação, por ter liderado o processo de implantação da agricultura tropical sustentável no Brasil e pelos seus esforços em aumentar a produção de alimentos e melhorar a segurança alimentar no país.
Atualmente, Paolinelli era presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), presidente do Instituto Fórum do Futuro e embaixador da Boa Vontade nos temas de Gênero e Juventude Rural do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Alysson Paolinelli nasceu em Bambuí, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, em 1936. Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Lavras, ele assumiu a Secretaria de Agricultura do estado em 1971, foi ministro da Agricultura durante o governo de Ernesto Geisel (1974/1979). De 1987 a 1991, foi deputado constituinte por Minas Gerais. Também foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), de 1987 a 1990.
Em 2021 seu nome foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, diante da sua firme atuação em favor da segurança alimentar no Brasil e no mundo. No mesmo ano recebeu o Prêmio CNA Agro Brasil na categoria Distinção, em mais um reconhecimento de sua atuação na defesa dos produtores rurais brasileiros. Em 2022, foi indicado pela segunda vez ao Nobel da Paz.
Sua contribuição para a agricultura e seu compromisso com a sustentabilidade serão lembrados como um exemplo de excelência e dedicação.
Neste momento de luto, o agronegócio une-se em solidariedade à família, aos amigos e aos colegas de Alysson Paolinelli, rendendo tributos a um grande líder que deixa um legado eterno para a agricultura brasileira. Sua ausência será profundamente sentida, mas seu espírito visionário e sua paixão pelo campo continuarão a inspirar as gerações futuras, impulsionando o setor agropecuário rumo a um futuro promissor.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.