Avicultura Avicultura de postura
Entidades apostam em ações de marketing para impulsionar consumo de ovos no Brasil
O Instituto Ovos Brasil fez as vezes do atacante, levando informações verdadeiras aos quatro cantos do Brasil, pelas mais variadas vias. Hoje, a família brasileira sabe a importância de se consumir ovo.

Os processos de produção estão cada vez mais automatizados, o que contribui para o monitoramento das atividades e a interligação entre as etapas produtivas, gerando relatórios de dados precisos que favorecem a identificação de problemas e a tomada de decisões. No painel marketing, promoção e tecnologias promovido durante a 3ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos), evento realizado em novembro pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), em Gramado (RS), foram debatidos alguns temas que envolvem a adoção de tecnologias na avicultura de postura.

Gerente de Produto para Nutrição Saudável e Sustentável na Evonik, Rodrigo Galli, diretora executiva da Associação Baiana de Avicultura (ABA), Patricia Nascimento e o diretor financeiro do Instituto Ovos Brasil (IOB), Nélio Hand, participaram do painel sobre marketing, promoção e tecnologias
O gerente de Produto para Nutrição Saudável e Sustentável na Evonik, Rodrigo Galli, destacou a “Avicultura 4.0 e além: a revolução tecnológica que está transformando a produção de aves, com foco em produção de ovos e otimização de negócios”, onde apresentou sistemas de precisão e expôs que é imprescindível identificar primeiramente a necessidade e depois buscar a tecnologia nos processos, frisando que a tecnologia aplicada ao atendimento de uma necessidade gera valor e se paga. Ele ainda enfatizou a importância de preparar pessoas para tomar decisões baseadas em dados e em tempo real (zootecnia de decisão) e da mudança de mindset e dos processos focado em gestão dinâmica de dados.
Em seguida, a diretora executiva da Associação Baiana de Avicultura (ABA), Patricia Nascimento, abordou as “atividades de promoção e incentivo ao consumo de ovos na Bahia”, destacando as ações de marketing da entidade, que visam fomentar campanhas e novos posicionamentos junto aos associados a fim de impulsionar o consumo da proteína animal e de fortalecer parcerias. Entre as ações desenvolvidas estão workshops, campanhas, adesão à Semana do Ovo e a promoção do Simpósio Baiano de Avicultura, que neste ano terá sua 2ª edição em outubro, entre os dias 19 e 20.
Na sequência, o diretor financeiro do Instituto Ovos Brasil (IOB), Nélio Hand, explanou sobre as atividades do IOB na promoção e incentivo do consumo de ovos no país, evidenciando a importância de cada vez mais as granjas e empresas do setor avícola de postura se associarem ao instituto. Em sua apresentação salientou o aumento do consumo per capita, que em 2021 atingiu 255 unidades, crescimento de 1,5% em relação ao consumo registrado no ano anterior.

Presidente do Conselho Diretivo do IOB e ABPA, Ricardo Santin – Fotos: OP Rural
O presidente do Conselho Diretivo do IOB e da Associação Brasileira de Nutrição Animal (ABPA), Ricardo Santin, que presidiu o instituto entre 2014 e 2021, disse que houve uma longa e trabalhosa trajetória até que o ovo recebesse justo tratamento por seus verdadeiros valores pela comunidade médica e por toda a sociedade. “De vilão à alimento completo. A ciência entrou em campo e mostrou que melhor que o ovo só o leite materno. E, neste jogo, o Instituto Ovos Brasil fez as vezes do atacante, levando informações verdadeiras aos quatro cantos do Brasil, pelas mais variadas vias. Hoje, a família brasileira sabe a importância de se consumir ovo, e o IOB tem papel estratégico nesta conquista”, enfatizou Santin.
Por sua vez, o atual presidente do IOB, Edival Veras, salientou que o instituto tem feito um trabalho muito importante na valorização do ovo, no aumento do seu consumo e na busca da união da cadeia produtiva. “Vamos continuar trabalhando para levar cada vez mais informações sobre os benefícios do consumo de ovos à população”, frisou.
Programa Ovos RS

Presidente executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos
O presidente executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, apresentou as ações desenvolvidas pelo programa Ovos RS, criado há dez anos para promover ações contínuas em duas frentes: módulo técnico e módulo de promoção e marketing. Entre algumas das iniciativas realizadas estão a Campanha de Verão, a Campanha Ovos RS e Imunidade, a Campanha Espaço Associado Asgav nas redes sociais, a Semana Egg Fitness, a Edição das Egg Profissões Maravilhosas e o Egg Music Festival – Universidades.
José Eduardo também orienta que na hora de comprar ovos o consumidor opte por empresas que possuam o selo de referência Ovos RS, desenvolvido para oferecer um produto vistoriado, com qualidade comprovada, origem identificada, inspeção oficial, garantia de cuidado com a sanidade das aves e com a qualidade e inocuidade dos ovos. “O Programa Ovos RS tem 14 granjas aprovadas para utilizar o selo de referência, em que os profissionais e avicultores que atuam no processo recebem capacitação e assistência técnica constantes para acompanhar a evolução técnica e as novas práticas de produção. Estas granjas representam aproximadamente 90% da produção de ovos no Rio Grande do Sul”, enaltece.
Ele também apresentou o projeto Vision 365 da International Egg Commission e World Egg Organisation, que tem como objetivo expandir o consumo médio per capita global para 365 ovos ao ano nos próximos dez anos. Atualmente o consumo médio mundial é de 230 unidades por habitante/ano.
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Avicultura
Avicultura de Santa Catarina reforça liderança e deve fechar 2025 com resultados positivos
Estado amplia produção e receita mantém protagonismo nas exportações de carne de frango e sustenta competitividade mesmo diante de custos elevados e desafios sanitários globais.

A avicultura industrial de Santa Catarina apresentou desempenho positivo em 2025 e reforçou sua posição estratégica no cenário nacional e internacional, mesmo diante de um ambiente econômico adverso e de desafios sanitários enfrentados pelo setor em âmbito global. A avaliação é do diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Jorge Luiz de Lima, ao analisar os principais indicadores do ano.
O Estado respondeu por 26,3% de todo o volume de carne de frango exportado pelo Brasil e por 22,8% da receita obtida com as vendas externas do produto, números que evidenciam o peso da avicultura catarinense dentro da cadeia avícola brasileira. Enquanto o desempenho nacional foi marcado por produção recorde e leve retração nas exportações, Santa Catarina conseguiu ampliar produção e receita, sustentado pela diversificação de mercados e pela competitividade do setor.

Diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Jorge Luiz de Lima: “Após o caso de influenza aviária no Rio Grande do Sul, a rápida resposta sanitária, o controle da situação e a reconhecida biosseguridade do sistema produtivo brasileiro permitiram a manutenção e a reabertura de mercados, fator que também beneficiou diretamente Santa Catarina”
Em 2025, a produção catarinense de carne de frango cresceu 2,5% em relação a 2024, acompanhando o movimento nacional, que alcançou cerca de 15,4 milhões de toneladas, alta próxima de 3%. A receita do setor em Santa Catarina avançou 6,3% no mesmo período, resultado que compensou, em parte, o aumento de 6,5% nos custos de produção, pressionados principalmente pela logística. Segundo a ACAV, o cenário foi ainda mais desafiador em função da taxa básica de juros em torno de 15%, considerada um fator adverso para investimentos e capital de giro.
No comércio exterior, Santa Catarina manteve protagonismo. Arábia Saudita, Japão, Países Baixos, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido figuraram entre os principais destinos da carne de frango produzida no Estado. Ao longo do ano, Reino Unido e México se consolidaram como grandes compradores, ampliando a base de mercados e reduzindo riscos comerciais. Esse desempenho ganha relevância quando comparado ao cenário brasileiro, que registrou uma queda aproximada de 2% nas exportações totais, projetadas em cerca de 5,2 milhões de toneladas, em função de embargos temporários impostos após a detecção de um foco de influenza aviária em maio.
Apesar desse revés pontual, o faturamento da avicultura brasileira com exportações superou US$ 5,4 bilhões em 2025, demonstrando a força do setor no mercado global. “Após o caso de influenza aviária no Rio Grande do Sul, a rápida resposta sanitária, o controle da situação e a reconhecida biosseguridade do sistema produtivo brasileiro permitiram a manutenção e a reabertura de mercados, fator que também beneficiou diretamente Santa Catarina”, observou o diretor executivo.
No mercado interno, o consumo permaneceu elevado, impulsionado pelo frango como proteína de menor custo para o consumidor. De acordo com a ACAV, o setor encerrou 2025 com preços estáveis e margens favoráveis, mesmo diante do aumento de custos e das incertezas econômicas. O desempenho catarinense, que concentra pouco mais de um quarto das exportações brasileiras de carne de frango, confirma a relevância do Estado para a avicultura nacional e sustenta perspectivas positivas para 2026, tanto em produção quanto em mercados.
Avicultura
Ceia de Natal deve ficar mais cara em 2025 com altas de até 65% em aves
Preços de peru, pernil e bacalhau sobem, enquanto lombo suíno e azeites surgem como alternativas mais acessíveis para a ceia.

Com a proximidade do fim do ano, a procura por itens tradicionais da ceia de Natal volta a movimentar as gôndolas dos supermercados. Em 2025, porém, o jantar natalino deve ficar mais caro para o consumidor. É o que aponta um novo estudo da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados voltado à gestão da cadeia de consumo, que analisou os produtos mais buscados pelos brasileiros e identificou altas de até 65,3% nos preços em relação ao ano passado, puxadas principalmente pelas aves típicas do período.
De acordo com o levantamento, as aves natalinas no geral registraram alta de 42,8%, passando de R$ 44,01 em outubro de 2024 para R$ 62,88 no mesmo mês deste ano. Em especial, o peru ficou 65,3% mais caro, saltando de R$ 22,52 para R$ 37,23. Outros cortes, como o pernil, seguiram a mesma tendência e o preço médio subiu de R$ 34,50 para R$ 37,96 na comparação anual.
De forma similar, o bacalhau dessalgado e congelado subiu 17,8%, passando de R$ 126,61 para R$ 149,26, enquanto o bacalhau salgado e seco apresentou alta ainda maior – de 22,2%, partindo de R$ 72,44 para R$ 88,57.
Alternativas mais em conta

Foto: ASGAV
Por outro lado, a pesquisa indica que o lombo suíno pode se tornar uma das proteínas mais vantajosas para o consumidor, com queda de 12,6% no preço médio, saindo de R$ 32,94 para R$ 28,76. De acordo com o estudo, os azeites caminham para um cenário mais favorável ao consumidor, com o azeite de oliva virgem recuando 20,5% e o extra virgem caindo 17,4%.
Segundo o levantamento, fatores como variações climáticas, redução da produção nacional e alta do dólar com foco maior nas exportações ajudam a explicar as oscilações observadas nos preços. “Percebemos que as cadeias produtivas estão respondendo de maneira muito diferente às pressões do mercado”, afirma a líder de Dados Estratégicos da Neogrid, Anna Carolina Fercher, destacando: “Enquanto algumas proteínas lidam com custos de reposição mais altos e uma oferta que não acompanha a demanda, o que naturalmente puxa a alta dos preços, outras, como o lombo suíno, demonstram maior capacidade de estabilização ao longo do ciclo. Essa assimetria traduz porquê não estamos diante apenas de um Natal mais caro, mas de um período em que o consumidor encontrará comportamentos de preço muito distintos dentro da mesma cesta.”
Oleaginosas sobem e elevam custo premium da mesa
As oleaginosas seguem como um dos principais vetores de pressão na ceia, com aumentos relevantes na comparação anual. As amêndoas lideram, com salto de 20,1% (de R$ 161,33 para R$ 193,74), seguidas pelas castanhas, que avançaram 19,7%.
O mix de castanhas, opção comum em aperitivos e sobremesas, subiu 13,4%, ao passo que as nozes tiveram alta de 6,7%. No geral, a categoria permanece como uma das que mais pesam no bolso, com um único respiro: o pistache, que registrou leve queda de 0,5%, indo de R$ 244,49 para R$ 243,31. Mesmo com a redução, o pistache segue como o item mais caro do grupo.
Entre os ingredientes usados em panetones, bolos e demais preparações festivas, as frutas cristalizadas avançaram 11,3%, e a uva-passa subiu 8,7%, chegando a R$ 75,18 por quilo.
Bebidas mostram movimento misto
Já na categoria de bebidas, o levantamento da Neogrid indica um cenário de contrastes. O espumante sem álcool apresentou a maior variação positiva do grupo, com alta de 13,6%, passando de R$ 36,95 para R$ 41,99. A sidra também avançou, embora em ritmo mais moderado (4,7%).
Na direção oposta, os espumantes nacionais e importados ficaram mais acessíveis este ano. O nacional recuou 9%, com o preço médio descendo de R$ 85,28 para R$ 77,54, enquanto o importado caiu 6,3% (de R$ 155,01 para R$ 145,11). O comportamento sugere uma oportunidade para quem busca versões premium por valores mais competitivos em relação a 2024.
Entre os vinhos, o tipo fino nacional incrementou 9,9% (de R$ 45,31 para R$ 49,81), seguido pelo importado, que avançou 4,1% (de R$ 65,85 para R$ 68,60), e pelo vinho de mesa, com elevação de 5,1%, alcançando R$ 26,50. Nas cervejas, a clara cresceu 4,7%, enquanto a escura (1,9%) e a sem álcool (1,8%) praticamente se mantiveram estáveis.
Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).



