Suínos
Entenda porque os aditivos podem beneficiar a sustentabilidade da suinocultura
Existem muitas tecnologias que se complementam e que estão disponíveis no mercado e ajudam a tornar a atividade suinícola uma prática mais sustentável.
O grande objetivo do suinocultor é produzir carne de qualidade para alimentar as pessoas. Como todas as atividades agropecuárias, a suinocultura não é exceção e, inevitavelmente, gera resíduos que têm repercussão ambiental, como poluição a nível de solo, de ar e as vezes na geração de gases que podem comprometer o efeito estufa, piorando esse cenário. Porém, o mercado da suinocultura caminha para uma quebra de paradigmas e diz que é possível melhorar este cenário, implantando técnicas de sustentabilidade que ajudam a minimizar os efeitos negativos e potencializar a produção deste importante produto.
Conforme o médico-veterinário e professor associado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na área de Produção e Nutrição de Suínos, doutor Caio Abércio da Silva, aqueles que trabalham com suinocultura precisam reconhecer que os aspectos finais não desejáveis desta cultura podem ser reduzidos e transformados. “Nesse sentido, os esforços para a minimização destes aspectos transformam a suinocultura numa atividade mais ou menos sustentável de acordo com a intensidade com que a promoção deste estado de redução de componentes não desejáveis seja contemplado”, opina.
É certo que a produção de carne caminha para novos padrões, incluindo a necessidade de fomentar a sustentabilidade, bem como a importância de buscar a melhor nutrição animal possível, para que gere resultados positivos para o produtor e toda a comunidade. “Podemos afirmar que muitas demandas estão sendo feitas para aprimorar, cada vez mais, a nutrição animal, para que ela alcance resultados e metas mais sustentáveis. A utilização eficaz de aditivos na dieta de suínos, quando bem administrados, pode promover bem-estar e sustentabilidade ambiental”, informa.
De acordo com o professor, existem muitas tecnologias que se complementam e que estão disponíveis no mercado e ajudam a tornar a suinocultura uma prática mais sustentável. Uma base bastante importante é o melhoramento genética, que sob um processo de contínuo de investimento, busca colocar no mercado animais mais eficientes. “Para que a suinocultura obtenha sucesso é preciso que os animais consigam transformam o alimento que eles ingerem em um produto de qualidade, como a carne. Esse aspecto é determinante, entretanto, ele precisa ser sustentado pela nutrição. Para isso é necessário ter um conhecimento sólido das reais demandas nutricionais dos animais. Quando se tem uma boa fidelização desta oferta para atendimento das necessidades, o processo de produção torna-se mais eficiente e sustentável”, afirma.
Outro aspecto importante são os aditivos que são incorporados nas dietas. “É importante frisar que temos dois tipos de aditivos, aqueles que não têm caráter nutricional direto, mas podem melhorar aspectos de sustentabilidade, pois têm a capacidade de promover um estado de qualidade da microbiota intestinal, e aqueles que são caracterizados como nutricionais, que favorecem ações enzimáticas e até mesmo rompendo ligações químicas de produtos orgânicos que são ingeridos pelos animais, como proteínas, carboidratos, lipídios e minerais que estão ligados a outras moléculas”, explica.
As dietas bem ajustadas podem contribuir muito para melhorar a sustentabilidade das granjas de suínos. Isso porque os suinocultores contam hoje como uma base genética claramente conhecida e que traz demandas nutricionais distintas, na medida em que a idade desses animais avança. “É imprescindível que aqueles que trabalham com suínos tenham conhecimento das exigências nutricionais dos animais, sabendo diferenciar as particularidades de cada fase da vida do animal, proporcionando uma dieta equilibrada e eficiente”, expõe.
Segundo o médico-veterinário, por meio da oferta de dietas específicas e bem identificadas com as necessidades nutricionais dos animais é possível melhorar a eficiência do plantel. “No entanto, não basta simplesmente aderir as prerrogativas de uma demanda nutricional ajustada com as genéticas que utilizamos, mas também fazer uso de dietas que permitam que o animal aproveite esses nutrientes. Ou seja, quanto mais próximo for a fidelização, quanto menor for a sobra de eventuais componentes que se perdem, via gases produzidos pelos animais, via fezes, estaremos melhorando a sustentabilidade da suinocultura e tendo uma produção mais eficiente”, pontua.
Principais aditivos
É preciso reconhecer que os aditivos possuem dois caráteres: os nutricionais e os não nutricionais, sendo que essas duas classes visam melhorar, naturalmente, a sustentabilidade. Os não nutricionais, em geral, têm efeitos indiretos e envolvem basicamente a determinação de um estado de saúde melhor para o animal e que neste caso têm o foco maior na saúde intestinal. “Neste viés destacamos os probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos os polifenóis, e os taninos, que de uma maneira bastante efetiva promovem mudanças na microbiota intestinal, a favor de uma microbiota benéfica e que age sobre o substrato do alimento que o animal ingere, melhorando sua digestibilidade, produzindo outros ácidos que melhoram os processos absortivos, além de beneficiar o estado de renovação do trato gastrointestinal. Todo este conjunto transforma o alimento ingerido em um alimento melhor digerido, que será melhor aproveitado”, informa.
Já os aditivos nutricionais agem, basicamente, em substratos específicos e fazem com que esse substrato seja melhor disponibilizado para que o animal consiga aproveitar os nutrientes dietéticos. “Neste caso existem várias enzimas, cada uma tem uma especificidade e pode melhorar a absorção de fósforo, de uma fibra, bem como aprimorar a absorção dos carboidratos, proteínas e lipídios. E em geral são muito eficientes e têm respondido muito bem, correspondendo a uma classe de aditivos muito importante e utilizada comercialmente”, explica.
Entre os principais aditivos utilizados nas dietas da suinocultura atual e que promovem mais sustentabilidade ambiental estão as enzimas e os minerais quelatados ou orgânicos (quando superam o atendimento das necessidades nutricionais e têm outros fins, os minerais nesta condição podem ser considerados “aditivos”), pois, em geral, esses últimos são muito bem absorvidos e, desta forma, muito bem aproveitados pelos animais.
Caio Abércio explica que os aditivos agem de forma bastante peculiar. “As enzimas são substratos dependentes, o que significa que elas atuam especificamente sobre um determinado substrato – ou seja, um nutriente. Por exemplo, a fitase age sobre o fitato, a carboidrase sobre o carboidrato, etc. Desta forma, nessa ação ela oportuniza a liberação de nutrientes que num estado anterior à ação enzimática mostram-se menos sujeitos ao processo digestivo completo ou mais completo por conta da insuficiência ou inexistência de enzimas endógenas (aquelas produzidas pelos animais). Então ela colabora ampliando essa ação que muitas vezes não é executada ou é parcialmente executada pelo suíno. E assim ela amplia a oportunidade destes nutrientes serem melhores absorvidos, o que é fundamental para uma produção mais eficiente”, evidencia.
“No caso dos aditivos já relatados, como os minerais, essa veiculação com a molécula orgânica, em geral, facilita processos absortivos, diferente de alguns minerais inorgânicos e, nesse sentido, os tecidos acabam tendo uma reserva maior no sistema orgânico, que passa a ter uma maior presença destes minerais e que tem naturalmente uma função específica nas vias metabólicas, nas demandas que o organismo exige. Os probióticos e prebióticos são utilizados para melhorar o estabelecimento modular de uma flora benéfica em detrimento de uma flora patogênica em nível intestinal. Isso coloca o intestino num platô diferente em que essa bactérias melhoram o estado de conservação do intestino, pois elas competem com as bactérias patogênicas por substratos que passam a ser utilizados eficientemente e não para fins de produção de toxinas, pois isso ocorreria se fossem utilizados estes substratos pelas bactérias patogênicas. Com isso, esse estado todo de saúde permite que o intestino tenha um melhor processo digestivo, melhorando a técnica de absorção dos nutrientes”, expõe.
Já os polifenóis e os taninos também cumprem um papel direto antimicrobiano, pois eles inviabilizam bactérias patogênicas de se estabelecer no trato digestório. “Eles também possuem outro importante benefício que é a ação anti-inflamatória, reduzindo os danos do estresse oxidativo, principalmente quando os animais passam por grandes mudanças, como o desmame ou uma transferência para uma nova instalação”, reflete.
Otimizar a disponibilidade de nutrientes
É claro que produzir uma carne de excelência tem muito a ver com a disponibilidade de bons nutrientes aos animais. Com relação a isso o pesquisador evidenciou a importância de otimizar a disponibilidade de nutrientes aos animais. “É preciso oferecer dietas com ingredientes que possam ser bem digeridos, absorvidos e metabolizados, para que se alcance a meta desejada, que naturalmente deve ser: aumento de ganho de peso, deposição de músculo, boa produção de leitões e assim por diante”, enumera.
O doutor professor da UEL salienta ainda que o maior cuidado não deve ser apenas com a disponibilização. “A princípio, quanto maior o consumo de ração melhor, pois o ganho é em tese aumentado. Entretanto, é preciso ficar atento com a qualidade da ração que estamos entregando aos nossos suínos, pois o alimento precisa ser balanceado e não deve entregar mais nutrientes do que o animal exige, porque havendo um excesso de nutritivos isso não será utilizado pelo animal, pois existe um limite genético para aproveitar o alimento. Ou seja, tudo o que não for necessário ele vai jogar fora. Desta forma, o excesso na alimentação acaba sendo um desperdício, e desta maneira, há um maior impacto ambiental negativo. Nesse caso, a sustentabilidade ambiental estará sendo piorada, pois estamos ampliando o poder poluente desse processo”, destaca.
Riscos da adição de aditivos
É preciso difundir a informação de que quando os aditivos são administrados conforme as prerrogativas e orientações técnicas comerciais, eles não possuem nenhum viés negativo, pois são produtos bastante seguros e não têm efeitos negativos. “Por outro lado, é preciso ter conhecimento, pois, por exemplo, sob a administração de um mineral orgânico de forma excedente à dose recomendada, este mineral pode apresentar toxicidade, bem como pode interagir com outros minerais, levando um prejuízo na absorção destes. “A utilização de forma equivocada também pode gerar alterações gastrointestinais, sem contar no desperdício financeiro, pois os aditivos acabam elevando os custos das dietas. Por isso é imprescindível ficar atento às limitações técnicas e comerciais de uso, pois isso é muito importante de ser seguido”, afirma.
Novas fronteiras da nutrição animal
Ainda de acordo com o professor, existe uma perseguição implacável para transformar a suinocultura, como todas as outras cadeias de produção de proteína animal, em atividades mais sustentáveis. “Nós vivemos hoje mudanças recentes ligadas à redução de alguns aditivos que têm poder de impacto ambiental bastante grande, chamo a atenção para o óxido de zinco, que na Europa teve seu banimento como um aditivo controlador das diarreias em leitões, definida recentemente. A China caminha para isso também e é uma mobilização em nível mundial”, pontua.
Por outro lado, o professor reflete que o mais importante é buscar a melhor forma de os animais ingerirem efetivamente aquilo que eles precisam para cumprir as suas finalidades: como produzir carne, ovos, leite, entre outros. “E isso eu acredito que passa por um tema bem interessante, que já chegou no Brasil e está sendo implantado que é a nutrição de precisão, pois ela avança e tem uma expectativa bastante otimista que vai ser determinante neste processo de sustentabilidade, pois acredito que chegaremos a usar dietas que se ajustam individualmente e diariamente às necessidades de cada animal, de acordo com seu peso, seu perfil produtivo e sua finalidade. Vivemos épocas de mudanças gigantescas, mas precisamos reconhecer que já avançamos muito na redução da emissão de poluentes e que vamos continuar aprimorando isso”, sintetiza.
Metas da suinocultura
É impossível falar de metas na suinocultura e não pontuar a importância de práticas sustentáveis. “Reconhecer que a nossa atividade tem um caráter poluidor é fundamental. Isso não é exclusivo apenas da suinocultura. Nesse sentido, as nossas metas devem estar atreladas à redução dos efeitos poluentes, buscando melhor eficácia e menor poluição. Nosso esforço deve ser conjunto, primando por uma genética de qualidade, rações que atendam às necessidades nutricionais, bem como a capacidade destas rações serem o mais possível digeridas. Essas são metas que precisamos correr atrás para minimizar os efeitos negativos e tornar a suinocultura cada vez mais sustentável”, arremata o professor.
“Reconhecer que a nossa atividade tem um caráter poluidor é fundamental …. Nosso esforço deve ser conjunto, primando por uma genética de qualidade, rações que atendam às necessidades nutricionais, bem como a capacidade destas rações serem o mais possível digeridas. Essas são metas que precisamos correr atrás para minimizar os efeitos negativos e tornar a suinocultura cada vez mais sustentável”.
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Suínos
Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela
Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.
Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.
O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.
Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.
“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.
Exportações
Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.
Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.
Perspectivas
Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.
Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.
Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.
Segurança do trabalho
Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.
Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.
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Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos
Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.
O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.
Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.
Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.
Empenho coletivo
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.
VBP
A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.
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Práticas sustentáveis e eficiência energética guiam produção de suínos da Coopavel
Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos.
Com desafios crescentes relacionados à eficiência no uso de recursos, à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao manejo adequado de resíduos, a cadeia suinícola brasileira tem dado exemplo ao implementar práticas sustentáveis que, além de preservar o ambiente também melhora a imagem do produtor e atende às exigências de consumidores e mercados cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem.
Entre as maiores cooperativas agroindustriais do Brasil e uma das poucas que dominam todas as etapas da produção de suínos, a Coopavel é um belo exemplo de como a sustentabilidade na suinocultura é possível e rentável ao investir em soluções ao longo da cadeia produtiva que conciliam crescimento econômico e respeito ao meio ambiente.
Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos. Esse processo resulta na geração de biogás, que é capturado e convertido em energia elétrica. “Essa energia oriunda do processo de tratamento dos dejetos é considerada limpa e renovável, o que contribui para reduzirmos de maneira significativa as emissões de GEE na atmosfera”, aponta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Além da produção de energia, o sistema de biodigestores gera biofertilizantes, que são utilizados na fertilização do solo e na adubação de florestas de eucalipto, reaproveitamento que beneficia tanto a agricultura quanto o meio ambiente.
A Coopavel também foca na melhoria contínua da dieta dos suínos, o que contribui para reduzir a liberação de gases como amônia. “A eficiência alimentar diminui as concentrações de gases nocivos nos dejetos, colaborando para a mitigação dos impactos ambientais da atividade suinícola”, salienta Grolli, enfatizando que essa abordagem faz parte de um plano mais amplo da cooperativa, que inclui o uso de tecnologias avançadas nas unidades industriais para o tratamento de resíduos e efluentes, alinhando a produção com a missão de produzir alimentos sustentáveis.
Uso eficiente de energia
O uso eficiente de energia é outro pilar das ações sustentáveis da Coopavel. Nas unidades de produção e processamento de suínos, a geração de energia renovável e o reuso de água fazem parte da rotina. “Investimos na reutilização de parte do efluente tratado em algumas atividades específicas dentro da granja, como limpeza de pisos e canaletas, desta forma conseguimos reduzir a extração de água subterrânea”, afirma Grolli.
Práticas sustentáveis na UPL
Para garantir a melhoria contínua, a Coopavel realiza o monitoramento regular das emissões de GEE em sua Unidade de Produção de Leitões (UPL), utilizando os dados para nortear ações de melhorias no processo produtivo. Somado a isso, está em andamento um projeto de expansão do sistema de tratamento de dejetos na UPL, que inclui a ampliação da capacidade de produção de biogás. “Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade do efluente final e ampliar a capacidade da usina para produção de biogás”, expõe o presidente.
Integração de boas práticas ambientais
Além de cumprir todas as exigências ambientais impostas pelos órgãos reguladores e atender aos mercados nacional e internacionais, a cooperativa busca continuamente aprimorar seus processos, trazendo práticas ainda mais sustentáveis. “O objetivo não é apenas garantir a conservação dos recursos naturais, mas também promover a geração de renda e riqueza para toda a cadeia produtiva”, salienta.
Grolli frisa que a Coopavel reconhece a necessidade crescente de aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento populacional global. No entanto, ressalta que esse aumento deve ser realizado de forma sustentável, uma vez que o planeta possui limites em sua capacidade de suporte e exploração de recursos naturais. Por essa razão, a adoção de práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis precisa acompanhar, e até mesmo antecipar, o aumento da produção. “Esse equilíbrio é essencial para garantir que as demandas alimentares da população mundial sejam atendidas, ao mesmo tempo em que se preserva a qualidade de vida na Terra”, evidencia.
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