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Suínos / Peixes

Entenda o que é a doença de Aujeszky, enfermidade que reapareceu depois de quase 20 anos no Rio Grande do Sul

Nesta matéria a equipe técnica da ABCS explica o que é, como acontece, ciclo, transmissão, sinais clínicos e histórico da enfermidade.

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Foto: O Presente Rural

O ano de 2023 começou movimentado na suinocultura. Após quase 20 anos, um caso da doença de Aujeszky foi registrado no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) junto com os órgãos de fiscalização locais precisaram abater cerca de 40 suínos para evitar a proliferação da doença. A equipe técnica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), coordenada pela diretora técnica, Charli Ludtke, explica o que é, como acontece, ciclo, transmissão, sinais clínicos e histórico da doença.5

O que é a doença de Aujeszky

A doença de Aujeszky é infectocontagiosa do sistema nervoso, conhecida também como peste do coçar e pseudo-raiva. É de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial, é não zoonótica, causada por um Varicellovirus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, acometendo diversas espécies de mamíferos domésticos e selvagens, tendo maior prevalência em suínos, se manifestando com sinais clínicos de alterações nervosas, reprodutivas e respiratórias. “Não existe tratamento e todos os animais que apresentam sorologia positiva e tiveram contato, ou possíveis contatos com animais portadores do vírus, devem ser sacrificados (eutanasiados)”, é o que explica a diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke.

Ciclo e transmissão 

O vírus pode ser encontrado nas secreções e excreções de animais infectados, podendo ser transmitido pelas vias:

Direta – é o principal meio de infecção pelo contato entre os animais portadores e sadios, seja por aerossóis, pelas secreções e excreções, pelo sangue, sêmen ou pela via transplacentária;
Indireta – por meio da água e alimentos contaminados, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal.

Figura 1 – Diferentes formas de transmissão da DA. Fonte: ABCS, 2023.

Reservatórios: O suíno é considerado reservatório natural e a única espécie em que o vírus estabelece infecção latente, podendo ser portadores assintomáticos, e, quando submetidos a condições estressantes, o vírus pode ser reativado no seu hospedeiro. Suínos infectados tornam-se portadores assintomáticos do vírus e fonte de infecção para outros animais.

Período de Incubação: 2 a 6 dias

Resistência do vírus no ambiente: baixas temperaturas, baixa umidade, presença de sangue, tecidos e soluções proteicas são fatores favoráveis à alta sobrevivência do vírus.

Suídeos asselvajados

A disseminação da doença pode ocorrer nas populações de suídeos asselvajados e silvestres por meio de: carcaças e/ou eventualmente sangue infectado; equipamentos de caça; contato direto de cães com o sangue; aerossóis ou a própria carne contaminada proveniente de suídeos asselvajados e silvestres, já que em algumas regiões é permitida a caça para controle populacional. Atenção especial deve ser dada a esse meio de infecção dos suídeos asselvajados (javali), buscando evitar a introdução da doença para animais sadios (cães).

Sinais clínicos de Aujeszky

Leitões de maternidade: Febre (42ºC), apatia, anorexia, hipersalivação, predomínio de sinais nervosos como tremores, convulsões, incoordenação de membros posteriores (posição de cão sentado), andar em círculos, movimentos de pedalagem, decúbito, opistótono, pêlos eriçados, inapetência e morte de 1 a 5 dias. Mortalidade pode chegar a 100%.

Leitões em crescimento e terminação: Febre (42ºC), apatia, anorexia, atraso no crescimento, predomínio de sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Sinais nervosos podem ser observados. Recuperação em 5 a 10 dias. Mortalidade de 1 a 2% ou maior se houver infecções secundárias.

Suínos reprodutores: Febre (42ºC), anorexia, constipação, hipersalivação, falsa mastigação, agalaxia, infertilidade e sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Incoordenação leve e paralisia de posterior são raros. Mortalidade de 1 a 2%.

Matrizes: Tosse, pneumonia, sintomatologia nervosa, falha reprodutiva, abortos, leitões mumificados; natimortos, leitegadas fracas ao nascimento.

Matrizes prenhas: retorno ao cio, abortos, natimortos, fetos mumificados e nascimento de leitões fracos.

Suínos asselvajados: normalmente assintomáticos, podendo apresentar sinais respiratórios leves.

Sinais clínicos em outros mamíferos: Sintomatologia nervosa associada a prurido intenso e automutilação, motivo pelo o qual a doença também é conhecida como “peste de coçar”. É letal, com óbito de 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos

Histórico da doença

Foi descrita pela primeira vez em 1813, em um rebanho de bovinos nos Estados Unidos e se caracterizava por um intenso prurido, recebendo o nome de peste do coçar. Em outras espécies, como cães e gatos, sinais nervosos fizeram com que a doença fosse confundida com a raiva. Já, em 1902, o pesquisador húngaro Aladar Aujeszky, demonstrou, por meio da infecção experimental em coelhos, que não se tratar de raiva e, a partir de então, a doença passou a ser denominada de pseudoraiva ou Doença de Aujeszky (DA).

O Brasil não é considerado livre da doença, pois em 2018 houve ocorrência de um foco no estado do Paraná. E, recentemente, em dezembro, ocorreu foco em uma propriedade no município de São Gabriel (RS), envolvendo 46 suínos de criação de subsistência. Nesta última ocorrência, após a confirmação do caso pelo MAPA (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, Pedro Leopoldo-MG), o Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul procedeu com o sacrifício sanitário dos animais, despovoamento e desinfecção da propriedade.

“Houve também a realização de vigilância para rastrear a presença do vírus em um raio de 5 km, onde foram coletadas 641 amostras e encaminhadas para o laboratório credenciado do Rio Grande do Sul (IPVDF) e o laboratório oficial (LFDA-MG). As investigações foram finalizadas e não foi encontrada a presença do vírus nas amostras avaliadas”, detalhou Charli.

Documento para a sua granja

De acordo com a equipe técnica da ABCS, é importante seguir algumas recomendações para evitar que a doença se alastre. Clique no arquivo e imprima para distribuir na sua granja com as instruções de sanidade e os sinais clínicos.

Fonte: ABCS

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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