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Entenda como aliar a piscicultura intensiva com práticas sustentáveis

Se cada um fizer sua lição de casa, analisando todo o processo direcionado para a sustentabilidade ambiental e econômica, bem estar dos colaboradores e na adoção de boas práticas de manejo, com foco no bem-estar animal e na preservação do entorno, todos terão negócios duradouros e lucrativos.

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Foto: Divulgação

Cada vez mais, fala-se em uma piscicultura intensiva e sustentável. Porém, o que se deve fazer para atingir esse nível de eficiência, na prática? Um ponto fundamental a ser lembrado é que a sustentabilidade não é só cuidar dos recursos naturais, mas também garantir o sucesso financeiro da operação e promover impactos sociais que sejam benéficos a todos.

Ao longo deste artigo vamos detalhar as principais questões para quem deseja garantir que seu empreendimento se mantenha por muito tempo, sem agredir o meio ambiente. Vamos em frente com a leitura?

Uma prática sustentável pode ser definida como tudo aquilo que se pode fazer visando ao uso eficiente e à preservação dos recursos naturais. Essas ações devem ser alinhadas de forma que a atividade produtiva em questão possa ser conduzida por tempo indeterminado.

Entre as práticas mais eficientes para o uso da água sob um viés preservacionista estão:

  • Recondicionamento da qualidade da água, de forma que seu reuso seja viável;
  • Aproveitamento dos nutrientes contidos nos efluentes;
  • Não lançamento de efluentes com potencial de poluir os cursos d’água.

Todos esses exemplos podem ser aplicados nas unidades de produção de organismos aquáticos, ou seja, na aquicultura de forma geral, e não somente na piscicultura. Um empreendimento aquícola verdadeiramente sustentável deve seguir não somente os pré-requisitos mencionados, mas também adotar técnicas de manejo de baixo impacto ambiental e focadas na preservação dos recursos naturais. Mas se engana quem pensa que apenas os aspectos ambientais devem ser considerados.

A sustentabilidade se baseia em um tripé, que também é composto pelos impactos econômico e social. Ou seja, qualquer empreendimento que busque a sustentabilidade deve ter renda compatível com a necessidade da atividade, inclusive com retorno garantido aos investidores.

Além disso, os aspectos sociais, como oferta de emprego, renda e bem-estar, com impactos positivos na comunidade onde está inserido, são fatores determinantes para a sustentabilidade de um negócio.

Entre os pontos a serem considerados para a prática da piscicultura intensiva e sustentável, destacam-se:

  • Atenção às limitações biológicas;
  • Preservação dos recursos naturais;
  • Manutenção ou ampliação da qualidade ambiental do entorno;
  • Aproveitamento eficiente de alimentos naturais e de detritos orgânicos gerados.

O essencial para um empreendimento aquícola atuar de forma sustentável é realizar a conservação da água, recurso natural indispensável para a sua existência e para a sobrevivência humana. Assim, o projeto deve evitar perdas do recurso por infiltração e por evaporação, bem como contemplar o tratamento do efluente.

O foco deve estar na remoção dos sólidos em suspensão (principalmente fezes), no aproveitamento dos nutrientes dissolvidos na água (para, assim, reduzir a pressão) e no impacto ambiental sobre os cursos d’água.

Do ponto de vista zootécnico, a escolha de alimentos, dietas e rações deve ser orientada para maximizar o aproveitamento dos nutrientes pelos organismos aquáticos produzidos. Isso minimiza as perdas na forma de fezes e por dissolução no efluente.

Quando se fala em conhecimento biológico, é fundamental que tanto o projeto quanto o manejo do empreendimento estejam concentrados na biocenose aquática. Ou seja, focados em favorecer o desenvolvimento de todas as comunidades de organismos aquáticos que contribuem para a redução do impacto ambiental do efluente das granjas.

Se possível, ainda, é recomendável atrelar a atividade econômica primária com a produção de algas unicelulares, macroscópicas ou até de vegetais superiores. Isso porque são capazes de absorver os nutrientes dissolvidos na água utilizada.

Uma unidade moderna de produção de organismos aquáticos deve levar à risca as boas práticas de produção, com o objetivo de implantar barreiras sanitárias eficientes que impeçam a entrada de doenças e parasitoses. Elas devem, ainda, ser capazes de prevenir a disseminação de microrganismos patogênicos ao meio ambiente.

Os produtores não devem se esquecer, também, da importância de reduzir ao máximo o volume de efluentes lançados nos cursos d’água. Se não houver a possibilidade de reuso total, que seja lançado pelo menos um efluente com no mínimo a mesma qualidade da água captada no início do processo de produção.

Esse modelo é altamente tecnológico no que se refere à manutenção da qualidade e da quantidade de água captada do meio ambiente e utilizada no processo produtivo. Mas para atender a essa premissa – a promoção de baixo impacto ambiental, tanto o projeto quanto suas instalações não são necessariamente complexos. O conhecimento e a aplicação dele no dia a dia é o que tornará uma unidade produtiva sustentável, muito mais do que a tecnologia.

Mais importante do que a certificação, o que deve ser defendido é a adoção de práticas que permitam a produção de organismos aquáticos com baixo impacto sobre os cursos d’água e o meio ambiente. Isto é, sem o lançamento de efluentes ou, pelo menos, com baixa renovação de água, com devolução à natureza com qualidade igual ou superior àquela verificada no ponto de sua captação.

Ainda assim, para quem tem interesse, há duas certificações disponíveis no país, emitidas com apoio do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg). Elas incluem:

Certificação auditada: realizada por uma auditoria independente e de credibilidade no mercado, capaz de garantir a qualidade do processo de piscicultura até a chegada do produto ao consumidor;
Certificação participativa: a auditoria ocorre em grupo, com presença de outros produtores, comerciantes e consumidores dos produtos, garantindo assim a qualidade.

De maneira geral, a busca por pescado fresco e pouco industrializado vem aquecendo a demanda e incentivando esse mercado. Para sobreviver, os proprietários desse tipo de empreendimento devem se unir e se organizar, pois somente assim terão maior poder de negociação para aquisição de insumos e matérias-primas.

Conseguiu entender de forma mais clara como operar uma unidade de piscicultura intensiva e sustentável? No artigo, buscamos enfatizar as melhores práticas para garantir o menor impacto ambiental possível. Se cada um fizer sua lição de casa, analisando todo o processo direcionado para a sustentabilidade ambiental e econômica, bem estar dos colaboradores e na adoção de boas práticas de manejo, com foco no bem-estar animal e na preservação do entorno, todos terão negócios duradouros e lucrativos.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Marcelo Castagnolli, engenheiro agrônomo e gerente comercial de piscicultura da Sansuy.

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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