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Suínos / Peixes

Entenda como a fibra dietética está inserida no contexto atual

Fica evidente a importância da fibra, mas também fica claro que a cadeia produtiva com todos seus atores (produtores, nutricionistas, consultores etc.) precisa rever seus conceitos e conhecer mais sobre a mesma para poder explorar ao máximo seu potencial, gerando maior lucratividade.

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Fotos: Shutterstock

A “fibra”, independente se tratada como um assunto, um termo, um conceito, uma ferramenta, um aditivo ou um produto, faz parte de nossa rotina desde sempre. Mas a mesma vem sendo tratada e usada de formas distintas, às vezes aquém de seu potencial dentro da cadeia da pecuária. Isso significa que existem oportunidades. Hoje estamos na era da pecuária 5.0 e isso resulta na necessidade de mais conhecimento, de inovação e de novas tecnologias embarcada nos produtos disponíveis.

É fundamental rever conceitos, atualizar-se e acompanhar a evolução da pesquisa. Ainda é bastante comum ver a fibra sendo usada somente como uma ferramenta para melhorar a consistência das fezes de porcas em gestação, embora saibamos que as fibras de alta qualidade e de maior tecnologia podem oferecer muito mais do que isso. Ou seja, a cadeia produtiva precisa migrar do conceito antigo para um mais atual e aprender a explorar ao máximo o potencial desta tecnologia que é a fibra.

É necessário conhecer mais sobre a fibra a ser usada e o que de fato a mesma pode oferecer. Estamos falando de questionar e entender mais sobre a fonte, características individuais, grau de insolubilidade, fermentabilidade elevada ou não, incremento ou não da produção de ácidos graxos voláteis (AGV) e xilooligossacarídeos (XOS) e também dos diferentes processos de produção aplicados à fibra, como por exemplo a extrusão, que favorecem a digestibilidade. Ainda, é muito importante que se conheça o teor de fibra que uma determinada fonte ou produto oferece de fato e a exigência diária de fibra da categoria animal deve ser considerada e atendida. Em resumo, as fibras são diferentes entre si e em função disso podem oferecer mais ou menos.

Como veremos adiante, a fibra pode ser usada em diferentes fases da criação dos suínos. Além disso, pode ter relação com diversos segmentos da produção, dos quais destacamos os principais. Assim sendo, uma fibra de qualidade constitui uma importante estratégia para a inserção tanto na pecuária 5.0 quanto no momento atual.

Relação da fibra com a saúde animal
A fibra tem se mostrado um nutriente importante para a manutenção da saúde intestinal nas diversas fases de criação dos animais por ter efeitos benéficos sobre a fisiologia digestiva e atividade microbiana, uma vez que favorece aquelas populações microbianas intestinais benéficas em detrimento daquelas patogênicas. Isso resulta numa redução de distúrbios digestivos, com consequente impacto positivo sobre o desempenho.

Estudos apontam para a capacidade da fibra dietética de estimular a fisiologia e a saúde intestinal de suínos.

Sabe-se que uma melhor saúde intestinal leva a uma melhor saúde geral dos suínos e consequentemente auxilia também no processo de substituição e redução do uso de antimicrobianos que será comentado mais adiante.

Relação da fibra com o bem-estar animal
A Instrução Normativa n° 113, de 16 de dezembro de 2020 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa e que está em vigor desde 01 de fevereiro de 2021 estabelece as boas práticas de manejo e bem-estar animal nas granjas de suínos de criação comercial. No capítulo V, a mesma trata do manejo nutricional e em seu artigo 41, detalha que todos os animais receberão diariamente quantidades adequadas de alimentos e nutrientes para permitir que cada suíno: I – mantenha uma boa saúde; II – atenda às suas demandas fisiológicas e comportamentais; III – evite distúrbios metabólicos e nutricionais; e IV – evite a competição excessiva entre animais. É fato que fibras dietéticas funcionais, tecnológicas e de alta qualidade contribuem para o atendimento destas premissas.

Ainda, está disponível o manual de “Gestação Coletiva de Matrizes Suínas: boas práticas para o bem-estar na suinocultura” publicado pelo Mapa em 2018. Neste, dados de pesquisas mostram que teores adequados de fibra alimentar aumentam o tempo de ingestão e por conseguinte, a sensação de saciedade por parte do animal. Este fato leva a um menor estresse, pois reduz a ocorrência de estereotipias. Além disso, uma das cinco principais liberdades do bem-estar animal descritos pelo Farm Animal Welfare Council de 1992 é que o animal deve ser mantido livre de medo e estresse (sofrimento físico e mental). De acordo com o citado no manual do Mapa, a fibra contribui para manter o animal livre de estresse, auxiliando assim com o bem-estar do animal.

Assim sendo, fica claro a importante relação da fibra com o bem-estar animal. Soma-se a isto que animais menos estressados têm melhor saúde geral. Como informação adicional, países como a Alemanha exigem um conteúdo de fibra na matéria seca da ração de pelo menos 8%. Isso equivale a dizer que uma matriz suína deve ingerir um mínimo de 200g de fibra bruta ao dia.

Como a fibra participa do processo do uso prudente de antimicrobianos e da redução de seu uso
O assunto uso prudente de antimicrobianos, resistência aos antimicrobianos (RAM) e redução de seu uso está em grande evidência nos dias atuais. Trata-se de uma cobrança em nível global para os países signatários (Brasil é um deles) por parte de uma aliança tripartite: Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). No Brasil, as ações são coordenadas pelo Ministério da Saúde e pelo Mapa no conceito de Saúde Única. No campo, várias ações dentre outras são importantes e viáveis: boas práticas de manejo, respeitar as necessidades dos animais e a substituição dos antimicrobianos por alternativos. Um destes alternativos é justamente uma fibra dietética, tecnológica e de alta qualidade.

Como forma de reforçar este fato, durante o 14º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), um palestrante mostrou em sua apresentação que “…A inclusão de fibra em dietas de leitões é uma importante estratégia para a necessidade de reduzir ou eliminar o uso de aditivos melhoradores de desempenho, por promover a saúde intestinal…”. Esta informação baseada em trabalho científico, assim como outras, estão respaldadas por inúmeras publicações, que demonstram que a fibra é benéfica quando usada em diferentes fases da vida do suíno. Este benefício se dá, por exemplo, na forma de uma maior taxa de natalidade e peso ao nascimento de leitões. Também se dá na forma de reduzir a contagem bacteriana patogênica (E. Colli) no sistema digestório e no efeito positivo sobre a saúde intestinal de leitões pós-desame na estratégia de substituição do óxido de zinco por alternativos.

Conclusão
Fica evidente a importância da fibra, mas também fica claro que a cadeia produtiva com todos seus atores (produtores, nutricionistas, consultores etc.) precisa rever seus conceitos e conhecer mais sobre a mesma para poder explorar ao máximo seu potencial, gerando maior lucratividade. Atualmente, cada vez mais fala-se sobre o assunto e novas pesquisas e experiências de campo bem sucedidas são apresentadas, mostrando que a fibra adequada é de fato uma ferramenta importante, além de ter uma relação positiva com temas atuais como saúde intestinal, bem-estar animal e redução do uso de antimicrobianos.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: conteudo.mova@gmail.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Stefan Rohr, médico-veterinário na Neo Consulting

Suínos / Peixes

Cadeia do peixe mira profissionalização e negócios

Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global.

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Foto: Jaelson Lucas

A piscicultura e a pesca no Brasil têm se mostrado setores de vital importância econômica e alimentar, com um potencial de crescimento extraordinário. No entanto, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é crucial enfatizar a constante profissionalização dessas áreas como uma ferramenta fundamental para impulsionar seu desenvolvimento.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de congressos e feiras de negócios dedicados à piscicultura e pesca. Recentemente, o evento Inovameat em Toledo e os próximos eventos organizados pelo IFC Brasil em Foz do Iguaçu, Itajaí e Belém até o fim deste ano destacam-se como importantes plataformas para a troca de conhecimento, experiências e tecnologias inovadoras.

Esses eventos não são apenas oportunidades para networking, mas também são catalisadores para a profissionalização do setor. Eles oferecem espaços para debates sobre as melhores práticas, novas técnicas de produção, avanços tecnológicos e questões regulatórias, fundamentais para elevar os padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade da piscicultura brasileira.

É inegável que a profissionalização é um dos principais impulsionadores do crescimento desses setores. Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global. Além disso, a profissionalização contribui para a valorização do trabalho no campo, incentivando a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.

Um dos aspectos mais promissores é que a produção de peixes no Brasil vem crescendo a uma taxa superior à média das outras proteínas animais. Esse crescimento é resultado não apenas do potencial natural do país, mas também do esforço contínuo de profissionalização e modernização do setor.

É fundamental que os governos, instituições acadêmicas, empresas e profissionais do setor continuem investindo na profissionalização da piscicultura e da pesca. Isso inclui o desenvolvimento de programas educacionais, capacitação técnica, acesso a tecnologias inovadoras e apoio à pesquisa e desenvolvimento.

Ao destacar a importância da profissionalização, reconhecemos que ela não é apenas uma necessidade, mas sim uma oportunidade para transformar a piscicultura e pesca brasileira em um setor ainda mais próspero, sustentável e competitivo no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural.
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Suínos / Peixes

Primeiro trimestre registra crescimento expressivo nas exportações brasileiras de peixe de cultivo

Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Consideráveis aumentos de 48% em valor e de 20% em peso estão entre os principais resultados das exportações brasileiras da piscicultura nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado. Detalhando por mês, foram US$ 2,58 milhões em janeiro, US$ 2,61 milhões em fevereiro e US$ 3,54 milhões em março.

Foto: Cláudio Neves

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. De acordo com Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia aquícola, o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. “Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”, expõe.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre de 2024 foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Série histórica

A edição referente ao primeiro trimestre de 2024 é a 17ª ininterrupta. O trabalho da Embrapa de acompanhamento das exportações brasileiras da piscicultura começou em 2020; portanto, está entrando no quinto ano seguido. O que já permite construir uma série histórica e apontar algumas características desse setor. Manoel explica que a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. “A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”, ressalta.

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás.

E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

E para os próximos trimestres, alguma mudança relevante pode acontecer? Quem responde é o pesquisador Manoel: “as exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Suínos / Peixes

Propriedade no Paraná é reconhecida modelo em sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

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Foto: Divulgação

Quando em 2016 decidiram ingressar na piscicultura, o casal de produtores Jairo e Sandra Zanatta assumiram o compromisso de preservar a área verde, conservar os recursos naturais e adotar boas práticas sustentáveis para garantir a longo prazo o equilíbrio do ecossistema e a sustentabilidade da sua propriedade, localizada na linha Marrecos, distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon (PR).

Casal de piscicultores Sandra e Jairo Zanatta produzem tilápia há oito anos e recentemente recebeu o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável: reconhecimento classificou a propriedade para a etapa nacional da premiação – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com uma área de 12,6 alqueires, a fazenda possui 12 tanques escavados destinados à criação de tilápias, com possibilidade para alojar até 500 mil peixes por ciclo produtivo, que varia de 10 a 11 meses. “São 70 mil metros quadrados de lâmina d’água”, conta o piscicultor. “Dependendo da época que alojamos os peixes, atingimos uma produção de 1,2 a 1,3 lotes por ano”, complementa.

A produção anual alcança entre 400 a 450 toneladas, com uma média de peso de 950 gramas por peixe. De acordo com os produtores, há espaço para ampliar o negócio em mais 30 mil metros quadrados de lâmina d’água, o que possibilitaria chegar até 100 mil metros quadrados em seu sistema produtivo.

Recentemente, Zanatta foi reconhecido entre mais de 300 produtores com o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável, iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob no Paraná, destacando sua propriedade como autossustentável. A premiação o classificou junto com outras 11 propriedades na etapa nacional, sendo ele o único representante do Paraná. “Independente de ganhar ou ficar entre os primeiros, figurar entre as propriedades mais sustentáveis do Brasil é muito gratificante, além de ser uma demonstração do reconhecimento do trabalho que realizamos para preservar e conservar as nascentes e a área verde, do cuidado com o manejo da atividade e o uso da geração de energia limpa”, salienta, contando que uma equipe da cooperativa já esteve na propriedade para validar as informações repassadas e a data prevista para divulgação do resultado da etapa nacional é em meados de maio. “Nossa expectativa é figurar entre os seis melhores do Brasil”, ressalta.

Compromisso inabalável com a sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

Propriedade possui duas usinas de minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas que atende toda a propriedade, incluindo os aeradores, os alimentadores automáticos e o bombeamento de água para os tanques escavados

Sua visão vai além da mera produção, Jairo entende que cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada e que, ao adotar práticas sustentáveis, não apenas preserva os recursos naturais, mas também garante a viabilidade de seu negócio a longo prazo. “Ao iniciarmos na piscicultura, priorizei a preservação das nascentes. Hoje são quatro minas de água preservadas. Também priorizamos a mata no entorno da propriedade, inclusive com plantio de novas árvores. Também instalamos duas usinas para minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas e para garantir a qualidade da água nos tanques escavados usamos probióticos uma vez por semana. Além disso, a propriedade foi totalmente automatizada, incluindo a alimentação dos peixes, realizada por alimentadores automáticos em cada açude, integrados ao sistema de geração de energia limpa. E os peixes mortos são destinados à compostagem”, explica.

Na usina principal, instalada em 2021, com 280 placas, é produzida energia para toda a propriedade, incluindo os aeradores e os alimentadores automáticos. Na segunda usina, 28 placas geram energia dedicada exclusivamente ao bombeamento de água para os tanques escavados. O investimento total foi de cerca de R$ 450 mil nos dois sistemas. “Desde que temos as usinas conseguimos uma redução de custos com energia elétrica de aproximadamente 95%. Embora o investimento ainda não esteja totalmente pago, já se mostra altamente vantajoso”, exalta Jairo.

Aprimorar operações

Jairo e Sandra destacam que, embora a propriedade seja considerada autossustentável, a busca por melhores práticas é constante. “Estamos empenhados em aprimorar nossas operações diariamente, buscando tecnologia e inovação para tornar nossa produção ainda mais sustentável”, enaltecem, acrescentando: “É muito gratificante ver que, como resultado desse esforço contínuo, fomos reconhecidos pela cooperativa Sicoob, que nos projetou para buscar o título de propriedade autossustentável a nível nacional”.

Qualidade da água

Para garantir a qualidade da água para o cultivo e o bem-estar dos peixes, Jairo conta que a água utilizada tem origem em uma mina do Rio Marrecos. “Além disso, realizamos medidas sanitárias rigorosas, como manejo adequado e alimentação de qualidade. A qualidade da água é priorizada, sendo tratada semanalmente com probióticos para mitigar o estresse hídrico causado pelo calor excessivo. Contamos também com o suporte da equipe veterinária e técnica da C.Vale, cooperativa à qual somos integrados”, mencionam os produtores.

Propriedade fica localizada na Linha Marrecos, Distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná

Desafios

O casal de piscicultores afirma que o desafio atual que persiste na criação de tilápia é relacionado ao estresse hídrico devido às altas temperaturas, que, em alguns dias chegaram a superar 40ºC. “Isso nos obriga a reduzir a quantidade de alimentação, resultando em um ganho de peso diário menor, o que acaba comprometendo a conversão alimentar. Essa situação afeta não apenas nossa propriedade, mas toda a piscicultura. Apesar dos desafios, realizamos um controle rigoroso e manejo cuidadoso para buscar constantemente melhorias”, enfatizam.

Outra forma de garantir o bem-estar e o conforto térmico para controlar a temperatura da água devido ao calor excessivo é por meio do bombeamento e renovação de água, além da aeração. “Essas práticas de manejo são essenciais para proporcionar conforto aos peixes, controlar a mortalidade e garantir a sanidade do ambiente”, afirma Jairo.

Prêmio Produtor Rural Sustentável

O Prêmio Produtor Rural Sustentável é uma iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob, com o propósito de reconhecer e premiar os produtores rurais cooperados que se destacam por suas práticas sustentáveis no setor agropecuário brasileiro. Nesta edição foram oito produtores do Paraná reconhecidos por suas boas práticas de sustentabilidade. Somente a família Zanatta se classificou para a etapa nacional.

O prêmio valoriza as ações implementadas por produtores rurais financiados pelo Sicoob, que adotam práticas de produção sustentável alinhadas com os princípios do ESG (ambiental, social e governança). Este reconhecimento destaca tanto as iniciativas ambientais quanto as sociais e de governança desses produtores, contribuindo para o avanço da sustentabilidade no campo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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