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Avicultura Consumo

Energia solar tem grande potencial de crescimento na avicultura

Consultor internacional apresenta estudos de caso do uso de energia solar, eólica e biomassa na atividade avícola

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Arquivo/OP Rural

O consumo de energia é um item relevante na composição do custo de produção na avicultura. Diante da pressão por redução de custos e pela busca por energias renováveis e de uma produção mais sustentável, ganha espaço cada vez mais fontes alternativas de energia, como a solar, eólica e biomassa.

“A demanda por energia representa custos consideráveis na atividade. Somente o sistema de ventilação responde por mais de 50%, sem contar a alimentação, refrigeração e nebulização, iluminação e aquecimento. O consumo médio de energia na avicultura de corte é de 60 a 80 kWh/m². Por isso, fontes alternativas e renováveis como solar e eólica são bastante relevantes e devem ser levadas em consideração”, explica o consultor Ralf Lattouf, especialista na área, que detalhou o tema.

Ele apresentou estudos de caso do uso de painéis de energia solar em uma indústria avícola na Austrália, energia eólica em uma região de bastante vento numa granja no Canadá, além de uma granja nos Estados Unidos que faz uso de biomassa para gerar energia a partir de resíduos da própria atividade.

A RFM Poultry, localizada em Victoria, na Austrália, é um dos maiores produtores de frango do país, com cerca de 30 milhões de aves por ano. A empresa arrenda 154 galpões para aves e conta com infraestruturas localizadas em 17 propriedades. A energia representa cerca de 15% do custo total da atividade. O projeto de energia solar foi concluído em dezembro de 2017 em quatro propriedades. Para o ano é esperada uma geração de energia de 508 MWh e um consumo de 400 MWh, gerando um excedente de 108 MWh, que será exportado para a rede elétrica, compensando o custo de energia extraído da concessionária, prática chamada de net metering. No Brasil já existem granjas que estão utilizando painéis solares para geração de energia fotovoltaica.

O estrategista global em Proteína Animal do Rabobank, Justin Sherrard, também destacou durante o evento como o custo da energia solar caiu drasticamente na última década ao analisar as perspectivas da avicultura para 2030. “A energia solar tem tudo para se tornar a fonte de energia escolhida para o futuro. Não sem restrições e desafios, mas existe um ecossistema de inovações para lidar bem com isso. É uma fonte que está deixando outras tradicionais para trás”, avalia Sherrard.

Para mostrar os resultados do uso da energia eólica, o consultor apresentou o estudo de caso da Bayview Poultry Farm, no Canadá, conhecida como propriedade produtora de “green eggs” (ovos verdes), localizada numa região com alto índice de ventos. Com 12 mil aves de postura e produção de 10 mil ovos por dia, a propriedade conta com sistema de classificação de ovos e instalações de resfriamento e três turbinas eólicas, cuja energia gerada supre ¾ da demanda de energia do local.

Ralf alerta que para esse tipo de projeto é preciso considerar fatores locais, como o mapa de ventos da região, indicando velocidade e frequências dos ventos ao longo do ano. A velocidade do vento tem um papel decisivo na viabilidade, já que seu aumento resulta num crescimento cúbico da potência da energia gerada. Outros fatores a serem considerados incluem densidade do ar, projeto da turbina, altura de instalação e raio de lâmina.

Biomassa

Já a produção de energia a partir de biomassa, além de exigir um processo produtivo mais complexo, que demanda um biodigestor ou um queimador, tem um outro agravante: compete com subprodutos de alto valor, como adubo e fertilizante. Em compensação, como explica Lattouf, a biomassa oferece energia térmica, bio-fertilizantes e uma ampla gama de vetores energéticos, não se restringindo a calor e energia. Além disso, a biomassa gera um subproduto mais estável para ser usado como fertilizante na agricultura, elimina odores incômodos dos dejetos, mantém o valor nutricional dos resíduos e reduz a atração de vetores patogênicos.

Para exemplificar a conversão termoquímica em biomassa no setor, o consultor apresentou o estudo de caso da Brinson Farms LLC., localizada em Mississippi, nos EUA, que opera 12 plantas de produção de frangos de corte, com uma população de 360 mil aves que ficam no local por 56 dias.

O tanque do digestor da empresa tem 946 m³ para uso na cogeração de energia e combustível de caldeira/forno. Um tanque de fertilizante líquido funciona em conjunto com o digestor, que é suprido por energia solar térmica, proveniente de quatro linhas com 18 painéis cada para uma potência total de 123 kW. A conta anual de eletricidade da empresa chegou a US$ 120 mil (para 10 galpões) e com a biomassa foi reduzida para aproximadamente US$ 22 mil. O custo aproximado do sistema de biodigestor na fazenda é US$ 1,2 milhão, com retorno do investimento em um período de 3 a 5 anos.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Vendas externas de carne de frango voltam a crescer em março

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

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As exportações brasileiras de carne de frango voltaram a crescer em março, depois de dois meses em queda.

Segundo dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 418,1 mil toneladas (entre produtos in natura e industrializados), volume 5,2% maior que o de fevereiro/24, mas 18,7% inferior ao de março/23.

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

À China – ainda maior parceira comercial do Brasil –, os envios caíram 7,4% entre fevereiro e março, passando para 38 mil toneladas.

Apesar disso, pesquisadores do Cepea apontam que o setor avícola nacional está confiante, tendo em vista que oito novas plantas frigoríficas foram habilitadas para exportar à China.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura Saúde intestinal e saúde óssea

Impacto sobre a rentabilidade e qualidade das carcaças de frangos de corte

Dentre as afecções que podem comprometer a saúde intestinal dos bezerros está a Colibacilose, que tem como agente etiológico a bactéria Escherichia coli.

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A saúde intestinal e a saúde óssea estão em conexão por mecanismos que envolvem, principalmente, a microbioma intestinal e a comunicação com as células ósseas. O equilíbrio e estabilidade da microbiota intestinal influencia diretamente a homeostase óssea. “Um dos mecanismos que vem sendo estudado é o papel da microbiota sobre a regulação da homeostase do sistema imune intestinal. Alterações na composição da microbiota intestinal podem ativar o sistema imunológico da mucosa, resultando em inflamação crônica e lesões na mucosa intestinal”, explica a doutora Jovanir Inês Müller Fernandes, durante a Conexão Novus, evento realizado em 07 de março, em Cascavel, no Paraná.

Conforme salienta a palestrante, a ativação do sistema imunológico pode levar a produção de citocinas pró-inflamatórias e alteração na população de células imunes que são importantes para manter a homeostase orgânica e controlar os processos inflamatórios decorrentes, mas simultaneamente pode reduzir os processos anabólicos como a formação óssea. “Isso porque os precursores osteoclásticos derivam da linhagem monócito/macrófago, células de origem imunitária” frisa.

Consequentemente, o sistema imunológico medeia efeitos poderosos na renovação óssea. “As células T ativadas e as células B secretam fatores pró-osteoclastogênicos, incluindo o ativador do receptor de fator nuclear kappa B (NF-kB), o ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa B (RANKL), interleucina (IL) -17A e fator de necrose tumoral (TNF-α), promovendo perda óssea em estados inflamatórios”, detalha a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Problemas

Além disso, doutora Jovanir também ressalta que o intenso crescimento em reduzido tempo das atuais linhagens de frangos de corte resulta em sobrecarga sobre um sistema ósseo em mineralização. Ela frisa ainda que o centro de gravidade dos frangos tem sido deslocado para frente, em comparação com seus ancestrais, o que afeta a maneira como o frango se locomove e resulta em pressão adicional em seus quadris e pernas, afetando principalmente três pontos de choque: a quarta vértebra toráxica e as epífises proximais da tíbia e do fêmur. “Nesses locais são produzidas lesões mecânicas e microfraturas, e tensões nas cartilagens imaturas, especialmente na parte proximal dos ossos. As lesões mecânicas danificam e rompem os vasos sanguíneos que chegam até a placa de crescimento e, como consequência, as bactérias que circulam no sangue conseguem chegar às microfaturas e colonizá-las, iniciando as inflamações sépticas”, relata.

O aumento do consumo de água e a produção de excretas que são depositadas na cama, associado a uma menor digestibilidade da dieta, segundo a médica veterinária, resultam em aumento da umidade e produção de amônia. “Camas úmidas aumentam a riqueza e diversidade da microbiota patogênica, que pode alterar o microbioma da ave e desencadear a disbiose intestinal, pode favorecer a translocação bacteriana pelas lesões de podermatite e afetar a mucosa respiratória pelo aumento da produção de amônia que, consequentemente, resulta em desafios à mucosa respiratória e aumento da sinalização imunológica por citocinas e moléculas inflamatórias” enfatiza a profissional.

lém desses fatores, doutora Jovanir explica que a identificação de cepas bacterianas e virais mais patogênicas e virulentas, que eram consideradas comensais, podem estar envolvidas na ocorrência e agravamento dos problemas locomotores e artrites, a exemplo dos isolamentos já feitos no Brasil de cepas patogênicas de Enterococcus faecalis. “O surgimento dessas cepas pode estar relacionado com a pressão de seleção de microrganismos resistentes pelo uso sem critérios de antibióticos terapêuticos e o manejo inadequado nos aviários”, elucida.

Segundo a médica-veterinária, devido a dor e a dificuldade locomotora, as aves passam a ficar mais tempo sentadas, o que compromete ainda mais a circulação sanguínea nas áreas de crescimento ósseo, contribuindo com a isquemia e necrose. “Isso também contribui para a ocorrência de pododermatite, dermatites e celulites. Importante ainda destacar que esses distúrbios podem resultar em alterações da angulação dos ossos longos e contribuir para o rompimento de ligamentos e tendões, bem como a ocorrência de artrites assépticas. Nesse sentido, é fundamental a manutenção de um microbioma ideal para modular o remodelamento ósseo das aves” adverte.

Importância do microbioma intestinal nos ossos

“Pesquisadores mostram que a comunicação entre microbioma e homeostase óssea garante a ação dos osteoblastos maior que a ação dos osteoclastos, com isso, garantindo boa remodelação óssea. Ou seja, forma mais osso sólido do que se rarefaz’, complementa Jovanir Fernandes.

Além disso, ela informa que a composição da microbiota do intestino impacta na absorção dos nutrientes, promovendo aumento de assimilação de cálcio, magnésio e fósforo – vitais na saúde óssea. “Durante o processo de fermentação, os micróbios intestinais produzem numerosos compostos bioativos, que são importantes para a saúde óssea, como vitaminas do complexo B e vitamina K. As bactérias intestinais produzem também ácidos graxos de cadeia curta (ácido butírico), importantes na regulação dos osteocitos e massa óssea”, ressalta.

Os estudos, de acordo com a palestrante, indicam que esses ácidos graxos inibem a reabsorção óssea através da regulação da diferenciação dos osteoclastos e estimulam a mineralização óssea. “Age também ativando células Treg (potencializadoras de células tronco nos ossos). Hormônios produzidos no intestino pela presença de bactérias boas desempenham um papel importante na homeostase e metabolismo ósseo”, aponta.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Um calo que precisa ser tratado

Os prejuízos financeiros decorrentes de doenças de pele e distúrbios ósseos não podem ser subestimados.

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Ao longo dos anos, temos testemunhado um aumento preocupante nos problemas relacionados à integridade dermatológica e óssea das aves, representando um desafio substancial para todos os envolvidos na cadeia de produção avícola. Desde os prejuízos econômicos até as preocupações com o bem-estar animal, os efeitos desses problemas são profundos e generalizados.

Os prejuízos financeiros decorrentes de doenças de pele e distúrbios ósseos não podem ser subestimados. Além do custo direto da perda de aves e da redução da eficiência produtiva, há também os impactos indiretos, como os gastos com tratamentos veterinários, a diminuição da qualidade dos produtos e a reputação negativa da atividade. Esses problemas afetam não apenas a rentabilidade das operações avícolas, mas também a sustentabilidade de toda a indústria.

É imperativo adotar uma abordagem proativa e colaborativa para enfrentar esses desafios. A pesquisa científica desempenha um papel fundamental na identificação das causas e no desenvolvimento de soluções eficazes.

Devemos investir em estudos que ampliem nosso entendimento sobre os mecanismos que afetam a saúde da pele e dos ossos das aves, bem como em tecnologias inovadoras que possam mitigar esses problemas.

Além disso, o manejo adequado das instalações avícolas e a implementação de práticas de manejo baseadas em evidências são essenciais para promover a saúde e o bem-estar das aves. Isso inclui garantir condições de alojamento adequadas e fornecer uma dieta balanceada e adaptada às necessidades nutricionais das aves.

É importante que todos os atores do setor avícola se unam em um esforço conjunto para enfrentar os desafios relacionados à saúde da pele e dos ossos das aves. Somente através da colaboração entre produtores, pesquisadores, veterinários e profissionais do setor poderemos desenvolver e implementar as soluções necessárias para resolução desses problemas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural
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