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Bovinos / Grãos / Máquinas

Energia solar fotovoltaica gera mais competitividade à produção de leite no Paraná

Após o período de amortização, a energia solar proporciona uma receita contínua, permitindo novos investimentos e melhor qualidade de vida para os produtores.

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Foto: Shutterstock

A energia solar fotovoltaica está cada vez mais se tornando uma aliada essencial para os produtores brasileiros de leite ao proporcionar benefícios econômicos, garantir maior eficiência do sistema produtivo e uma vantagem competitiva significativa no mercado.

Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, a coordenadora regional do Paraná na Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Liciany Ribeiro, evidencia como a tecnologia pode transformar o setor leiteiro, reduzindo custos operacionais, melhorando a sustentabilidade do negócio e aumentando a resiliência das operações.

Coordenadora regional do Paraná pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Liciany Ribeiro: “A energia solar é uma ferramenta para reduzir custos, melhorar a qualidade de vida dos produtores e tornar a produção mais justa e sustentável” – Foto: Arquivo pessoal

Um dos principais atrativos da energia solar para os produtores de leite é a significativa redução na conta de energia. “A energia solar permite que os produtores reduzam a conta para próximo da tarifa mínima, utilizando o sistema de créditos energéticos,” explica Liciany, acrescentando: “Durante o dia, a energia gerada é injetada na rede, e à noite, os créditos acumulados compensam o consumo, restando apenas os impostos a serem pagos, que são PIS, Cofins e IMCS”.

Benefícios econômicos

A instalação de sistemas de energia solar em propriedades leiteiras traz benefícios econômicos diretos, entre os mais significativos está a redução na tarifa de energia, que fica evidente. De acordo com Liciany, quando se faz a ampliação deste sistema com adoção de baterias melhora a qualidade da energia, uma vez que evita que os painéis queimem, porque essa bateria funcionará como um nobreak, protegendo desta forma os equipamentos de oscilações e apagões. “Com baterias, o produtor evita perdas na produção de leite durante quedas de energia, garantindo que o tanque de leite continue funcionando,” ressalta Liciany.

Sustentabilidade ambiental

A tecnologia fotovoltaica é uma fonte renovável e limpa, com painéis que têm uma vida útil de aproximadamente 25 anos, ainda produzindo 80% de sua capacidade após esse período. A profissional enfatiza que a produção local de energia solar evita as perdas significativas que ocorrem na transmissão de energia de grandes usinas, tornando o processo muito mais eficiente. “Além de usar uma energia de uma matriz 100% limpa, as perdas são mínimas, porque estou produzindo exatamente onde estou consumindo. Por exemplo, a energia produzida pela Itaipu Binacional em Foz do Iguaçu (PR), quando é transmitida até Curitiba (PR), gera neste caminho perdas que excedem 10%, podendo atingir até 20%. Ou seja, da nossa tarifa de energia praticamente 20% é perda”, expõe Liciany.

Desafios na adoção

Apesar dos inúmeros benefícios, os produtores enfrentam desafios na adoção da energia solar fotovoltaica. O acesso ao financiamento é um dos principais obstáculos, embora o setor do agronegócio seja um dos maiores compradores de tecnologia solar. “Geralmente o produtor tem já tem bastante para pagar em relação a financiamento dos insumos para sua operação, o que torna pesado fazer novos investimentos, mas quando conhece a tecnologia reconhece seus benefícios e busca alternativas para adotar o sistema”, enfatiza.

Foto: Gabriel Rosa

Liciany aponta a importância de os produtores entenderem tecnicamente o que estão comprando e a necessidade de validação da qualidade dos equipamentos e instaladores para evitar problemas de performance. “Outro desafio enfrentado é conseguir fazer com que o produtor rural, que não tenha um conhecimento técnico sobre o sistema fotovoltaico, saiba exatamente o tipo de sistema que está comprando, porque como é um produto que depende de instalação se você não valida a qualidade daquilo que está comprando e do instalador, o produtor pode vir a ter problema de performance”, frisa.

Independência energética

A independência energética proporcionada pelos sistemas híbridos, que combinam painéis solares e baterias, é um ponto vital para evitar perdas de produção em caso de falhas na rede elétrica, garantindo tempo suficiente para ações corretivas. “Com a adoção do sistema híbrido o produtor trabalha com muito mais segurança”, ressalta a profissional, afirmando que as baterias de lítio, com vida útil de 10 anos, são uma solução eficiente para essa demanda.

Incentivos governamentais

Existem várias linhas de financiamento e incentivos governamentais para apoiar os produtores na adoção de energia solar, como o Finame e os Bancos Regionais de Desenvolvimento. No Paraná, o Banco do Agricultor Paranaense é uma opção. Liciany destaca ainda a importância de tratar a energia solar como um investimento em equipamentos essenciais, comparável à compra de tratores e outras máquinas agrícolas. “Tudo que for usado de energia elétrica no momento que está sendo produzida é o melhor sinal de eficiência energética. Factível, talvez não, mas dentro da logística da propriedade rural faria sentindo colocarmos o máximo do consumo de energia dentro do horário que o sol está entregando maior quantidade de energia que, em qualquer região do Brasil, é entre às 10 e às 14 horas”, afirma.

Valor agregado

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Além dos benefícios financeiros, a energia solar agrega valor às operações leiteiras ao melhorar a sua qualidade e reduzir a necessidade de manutenção dos equipamentos. A adoção da energia solar pode conferir um selo verde ao produtor, valorizando ainda mais sua produção no mercado. “O sistema fotovoltaico por si só pode trazer um selo verde para o produtor, dependendo da cooperativa que ele trabalha, esses selos tem sido cada vez mais admirados, respeitados e reconhecidos no processo de produção, ou seja tudo que se agrega qualidade também se agrega resultado”, exalta Liciany, complementando: “Além disso, ao ter uma energia com custo reduzido faz com que o produtor implemente mais equipamentos para trazer agilidade ao processo produtivo, gerando mais qualidade de vida para ele e sua família”.

Custos iniciais e retorno a longo prazo

Os custos iniciais da instalação de sistemas solares são compensados pelos benefícios a longo prazo. Liciany frisa que, com a queda nos preços dos equipamentos nos últimos anos, o retorno financeiro é mais rápido. “Após o período de amortização, a energia solar proporciona uma receita contínua, permitindo novos investimentos e melhor qualidade de vida para os produtores,” afirma.

Resiliência contra flutuações de preços

A energia solar aumenta a resiliência das operações leiteiras contra as flutuações nos preços da energia. Após o pagamento do sistema de geração, os custos operacionais diminuem, tornando a produção de leite mais competitiva. Liciany ressalta que, em um mercado competitivo, a sustentabilidade e a qualidade energética podem ser diferenciais decisivos. “Nesta guerra de preço, que infelizmente o Brasil pratica em qualquer operação, entendo que a qualidade da energia, a diminuição da perda na transmissão, a sustentabilidade e o selo verde são muito favoráveis ao setor produtivo e é principalmente onde se ganha mercado”, salienta.

Momento favorável para investir

Liciany afirma que o momento atual é ideal para os produtores investirem em energia solar, aproveitando os preços mais acessíveis e as tecnologias avançadas disponíveis. “A energia solar é uma ferramenta para reduzir custos, melhorar a qualidade de vida dos produtores e tornar a produção mais justa e sustentável,” expõe.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba, Minas Gerais

ABCZ vai realizar curso de avaliação morfológica de raças zebuínas leiteiras

O curso é destinado a produtores, profissionais do setor e estudantes de Ciências Agrárias.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Para obter uma produção eficiente na pecuária leiteira, o produtor precisa estar atento não só à capacidade produtiva do rebanho, mas também aos aspectos morfológicos dos animais. E durante a ExpoLeite, que acontecerá entre os dias 21 e 25 de outubro, em Uberaba (MG), a ABCZ realizará o Curso de Avaliação Morfológica de Raças Zebuínas Leiteiras, oportunizando uma seleção mais satisfatória nas fazendas, com base em características funcionais para a produção de leite.

O curso é destinado a produtores, profissionais do setor e estudantes de Ciências Agrárias. O conteúdo será aplicado em aulas teóricas e práticas, no dia 21 de outubro. “Os participantes vão aprender a identificar e reconhecer os principais aspectos morfológicos ligados à conservação das raças puras, como as características morfológicas influenciam a produção leiteira, as associações genéticas e fenotípicas entre as características morfológicas e os atributos econômicos da produção de leite e, ainda farão, na prática, a identificação e classificação de fêmeas e machos com aptidão leiteira”, destaca o Superintendente Técnico Adjunto do Leite e Projetos Técnicos da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado.

O investimento é de R$ 150,00 para estudantes e de R$ 300,00 para não estudantes. Para se inscrever, clique aqui.

Confira a programação completa.

Fonte: Assessoria ABCZ
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Bovinos / Grãos / Máquinas Seminário de Criadores e Pesquisadores

Pecuaristas debatem planejamento reprodutivo e desafios da prenhez em novinhas precoces

Transferência de conhecimento tem proporcionado uma evolução expressiva no desempenho genético dos rebanhos, melhorando a qualidade dos animais e, consequentemente, a oferta no mercado.

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Fotos: Fernando Samura

Transmitir uma mensagem com mais clareza e divulgar informações que tenham aplicabilidade no campo. Estes foram os objetivos centrais que nortearam as discussões do 28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, promovido recentemente pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), em Uberaba (MG). Conforme os organizadores, a edição de 2024 foi uma das maiores já realizadas, registrando um crescimento de público de 25% em relação ao ano anterior.

Zootecnista, especialista em Agronegócio e diretora de Mercado e Associados da ANCP, Fernanda Borges: “O Seminário não só reforçou a importância da fase da prenhez ao parto na cadeia produtiva, como também destacou o papel da ANCP em promover a inovação e o desenvolvimento contínuo da pecuária nacional”

Com o tema “Da prenhez ao parto”, o seminário focou nos avanços mais recentes da pecuária de corte, no planejamento reprodutivo e nos desafios associados a prenhez em novilhas precoces, atraindo cerca de 500 participantes, entre criadores associados, pecuaristas, pesquisadores, professores e estudantes de ciências agrárias, técnicos agropecuários, profissionais de programas de melhoramento genético, associações de raças bovinas e empresas da área de genética de todo o país.

O evento ofereceu uma programação rica e diversificada, com especialistas renomados no setor discutindo e compartilhando conhecimentos sobre as novas tecnologias e práticas que estão moldando o futuro da produção bovina no Brasil. Além de palestras e discussões em plenário, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar uma mesa-redonda, o lançamento de novas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) e a divulgação do sumário de touros 2024.

ExpoGenética

Esta foi a segunda vez que o Seminário integrou a programação da ExpoGenética, reforçando seu papel como um dos principais fóruns de debate e troca de conhecimento no setor. “A ExpoGenética é um dos principais encontros da pecuária de corte no Brasil, proporcionando uma excelente oportunidade de networking. É um ambiente em que criadores, pesquisadores e empresas se conectam, trocam conhecimentos e estabelecem parcerias que impulsionam o setor”, ressalta a zootecnista, especialista em Agronegócio e diretora de Mercado e Associados da ANCP, Fernanda Borges.

De acordo com a profissional, a escolha do tema que norteou as discussões da 28ª edição do evento se deu em razão de que os criadores têm investido cada vez mais na precocidade sexual de novilhas, buscando com que esses animais emprenhem em idades mais jovens. Contudo, esse avanço trouxe à tona um novo desafio: dificuldades no parto devido ao tamanho, idade e desenvolvimento da fêmea.

Além de oferecer uma plataforma para atualização e a troca de conhecimento, Fernanda diz que o evento visa popularizar o melhoramento genético em toda a cadeia produtiva, atingindo desde pequenos até grandes criadores. “Nosso objetivo é garantir que todos tenham acesso às ferramentas necessárias para desenvolver melhor seu rebanho para que compreendam e reconheçam o potencial que possuem nas mãos”, frisou, acrescentando: “Muitos criadores ainda baseiam suas decisões em achismos, opiniões de vizinhos ou informações genéricas, sem conhecer as reais oportunidades que o melhoramento genético pode oferecer. Neste sentido, o seminário busca formar multiplicadores de conhecimento, de modo que a informação chegue a todos os níveis da cadeia produtiva, contribuindo para o fortalecimento da pecuária nacional”.

Conforme a zootecnista, o Brasil tem um enorme potencial para melhorar não apenas a quantidade, mas também a qualidade da produção de carne. O investimento em genética, segundo ela, é uma alternativa com excelente custo-benefício e pode proporcionar ganhos acumulativos ao longo dos anos, sem complexidades desnecessárias. “O Seminário não só reforçou a importância da fase da prenhez ao parto na cadeia produtiva, como também destacou o papel da ANCP em promover a inovação e o desenvolvimento contínuo da pecuária nacional”, frisou.

Ciência e prática

Fernanda destaca a importância do Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores como o evento mais relevante promovido pela ANCP ao longo do ano. Com quase três décadas de trajetória, o Seminário se consolidou como um importante canal para a disseminação dos avanços em pesquisa e desenvolvimento aplicados à prática pecuária. “A ANCP investe intensamente em pesquisas e no desenvolvimento de conhecimento que possa ser diretamente aplicado pelos produtores no dia a dia. O seminário desempenha um papel importante ao reunir e compartilhar essas inovações, originadas de colaborações com universidades e centros de pesquisa”, menciona.

Essa transferência de conhecimento tem proporcionado uma evolução expressiva no desempenho genético dos rebanhos, melhorando a qualidade dos animais e, consequentemente, a oferta no mercado. “O impacto positivo dessas inovações reverbera por toda a cadeia produtiva da carne, beneficiando todos os envolvidos e garantindo que o conhecimento transmitido durante o seminário se reflita em avanços concretos na prática pecuária”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Indicador sobe 3% na 1ª dezena, mas pecuaristas esperam maiores altas

No atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea.

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Foto: Shutterstock

Levantamentos do Cepea mostram que as cotações do boi gordo seguem em alta, sustentadas pela oferta limitada de animais prontos para abate no spot.

No acumulado da primeira dezena de setembro, o Indicador Cepea/B3 subiu 3,1%, passando de R$ 239,75 no último dia útil de agosto, para R$ 247,20 na última terça-feira (10).

Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do movimento altista, pecuaristas se mantêm resistentes em entregar o boi, na expectativa de valores maiores que os atuais.

No atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea.

Divulgação recente do IBGE mostra que o volume abatido no segundo trimestre foi recorde, com destaque para a categoria fêmea (vaca e novilha) – foram 8,8 milhões de cabeças no semestre, o que representou 45,7% do total de animais abatidos.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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