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Encontro reúne lideranças de afiliadas da ABCS para discutir ações de 2019
Evento contou com a presença de parlamentares que apoiam a suinocultura brasileira

Trabalho em equipe e comprometimento com a melhoria do setor suinícola definiram o Encontro de Relacionamento das Lideranças da ABCS. O evento, que foi a primeira assembleia do ano, aconteceu em 20 e 21 de fevereiro e reuniu dez associações estaduais e quatro regionais. Participaram do encontro presidentes e gestores das afiliadas da entidade, que apresentaram as principais demandas da suinocultura para 2019.
O encontro teve início com palestra sobre o mercado de grãos e atualidades do setor realizada por José Carlos Hausknecht, da empresa de consultoria MBAgro. Ele apresentou a conjuntura econômica nacional e internacional da agropecuária, com foco na produção de soja e milho e analisou a produção, o consumo, a importação e a exportação da carne suína em 2018, mostrando também as projeções para 2019.
Logo em seguida, as consultoras de relações institucionais Ana Paula Cenci e Luciana Lacerda mostraram as perspectivas políticas do setor suinícola diante do novo governo. O Instituto Pensar Agro, a Frente Parlamentar da Agropecuária e a Frente Parlamentar da Suinocultura vão trabalhar para que os projetos do agronegócio sejam debatidos e para orientar os parlamentares em suas atividades e a ABCS acompanhará o trabalho de perto. Questões de sanidade animal e seus impactos no mercado e no consumo da carne suína também foram discutidos, com a apresentação da diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke.
A gerente administrativa e financeira, Cássia Campanaro, exibiu a prestação de contas da ABCS e a diretora de projetos e marketing da entidade, Lívia Machado, apresentou um panorama com as novas tendências de consumo da carne suína, além dos novos projetos de marketing da associação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Para a diretora, existe uma renovação de públicos com os quais é necessário dialogar e o setor precisa se atualizar e buscar novos conteúdos e materiais para poder acompanhar e aproveitar as oportunidades para a carne suína entre os consumidores.
Afiliadas definem demandas nacionais para 2019
Em busca de diálogo e construção conjunta, presidentes e gestores se organizaram em grupos de acordo com suas regiões para discutir a agenda de trabalho da ABCS. Em dinâmica, os líderes definiram em consenso as prioridades no âmbito nacional a serem trabalhadas durante o ano nas esferas política, técnica e de marketing. As discussões tiveram como destaque temas como biosseguridade, reparcelamento de dívidas, Instrução Normativa nº 14 e bem-estar animal.
O Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, elogiou o envolvimento das associações afiliadas e reforçou o compromisso da nacional para 2019. “Estamos reunidos para definir prioridades e trabalharmos em conjunto para trazer desenvolvimento e resultados positivos para o nosso setor. Tivemos um encontro de construção conjunta que definiu nosso ano de trabalho e tenho certeza que construíremos uma realidade ainda mais brilhante para a nossa atividade”.
Coquetel e presença de parlamentares
Uma confraternização encerrou os debates do primeiro dia com um coquetel à base de carne suína. Além das lideranças presentes, o evento contou com a presença do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira. O deputado defendeu a desburocratização do sistema agropecuário por meio de uma comunicação mais transversal e descentralizada, o que pode contribuir estrategicamente para a melhoria do agronegócio.
O parlamentar Jerônimo Goergen também compareceu à confraternização e reafirmou seu apoio aos produtores de suínos brasileiros. No almoço de encerramento, na quinta-feira (21), o deputado José Carlos Schiavinato, presidente da Frente Parlamentar da Suinocultura, discursou sobre seu compromisso com a cadeia suinícola e frisou a importância da colaboração do setor para construírem em conjunto uma agenda em prol dos interesses dos produtores.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



