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Encontro formula estratégias para a permanência da juventude na agricultura familiar

Este é o primeiro encontro da juventude da agricultura familiar dos municípios da região Centro Sul do Paraná

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O Encontro sobre a Juventude, que aconteceu em Irati no último sábado (27), reuniu mais de 600 pessoas no campus da Unioeste, interessadas em debater e formular propostas para a sucessão na propriedade rural, a permanência da juventude na agricultura familiar e as estratégias de diversificação e geração de renda no meio rural.

Este é o primeiro encontro da juventude da agricultura familiar dos municípios da região Centro Sul do Paraná. Entre seus objetivos estavam ainda a troca de experiências, a divulgação das iniciativas dos grupos e coletivos de juventude da região, além da motivação para o trabalho comunitário e o desenvolvimento de ações de melhoria da realidade local.

Durante os trabalhos da manhã, diversas lideranças, representantes de institu??ições parceiras do projeto ATER Diversidade, compuseram a mesa de abertura e manifestaram defesas ao protagonismo da juventude da agricultura familiar. O coordenador geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf Brasil), Marcos Rochinski, falou da importância da organização da juventude para a ocupação de espaços de participação e no aproveitamento de oportunidades. Ele foi presidente do sindicato de trabalhadores rurais (STR) do município de Palmeira aos 19 anos.

“Temos de ter a consciência de que esses espaços e oportunidades não vêm na vida da gente de forma individual. A gente não conquista nada sozinho. Sem a perspectiva coletiva de organização, não se avança”, disse. O coordenador da Contraf também destacou o protagonismo de gerações anteriores, hoje pais e avós dos jovens que participam do encontro, tanto na luta de resistência democrática, quanto na conquista de direitos, políticas públicas e na valorização da agricultura familiar como categoria profissional. “A juventude atual tem diante de si um desafio, que é discutir e construir alternativas para o País e para o acesso da população pobre a políticas inclusivas. Não deve aceitar retrocessos e nem a retiradas de direitos arduamente conquistados”, concluiu Rochinski.

A jovem Kauane Pionoski, do Coletivo de Juventude de São João do Triunfo, criticou o senso comum que atribui à juventude apenas a responsabilidade com o futuro da sociedade. “Não somos o futuro. Estamos aqui, vivemos o tempo presente. Acreditem no poder da juventude”, argumentou. “Somos aquele broto que resiste à geada”, disse Kauane, citando a frase de outro integrante do coletivo, que virou símbolo de auto estima. O coletivo de jovens de São João do Triunfo está organizado há apenas três anos.

Permanência

Em torno de 25% da população dos municípios da região Centro Sul do Paraná é formada por jovens. Para o coordenador técnico do Departamento de Estudos Sócioeconomicos Rurais (Deser), Amadeu Bonato, esse indicador é positivo, diante da realidade em outras regiões do país e motiva a realização de encontros que incentivem a permanência da juventude na agricultura familiar. “Mostra que os jovens querem continuar vivendo no interior e querem participar ativamente da tomada de decisões para melhoria da comunidade”, comentou Bonato.

“Mas se temos como foco apoiar essa permanência, é preciso que, além dos grandes temas apontados neste seminário, agreguem-se outros, como o da valorização da juventude e da autonomia. Políticas públicas nas áreas da educação e da assistência técnica são igualmente necessárias para valorizar a juventude da agricultura familiar e desenvolver alternativas viáveis”, completou.

Anderson Ruviski, de Guamirim, é um exemplo de jovem que migrou para a cidade grande a fim de estudar e voltou recentemente, decepcionado com as dificuldades, o ritmo e os valores do modo de vida urbano. “Saí e voltei, confiante de que quero viver e continuar trabalhando no campo”. A garantia de renda, de assistência técnica para diversificação das lavouras e a geração de oportunidades para que os jovens se mantenham no meio rural em condições dignas são alguns dos desafios que ele aponta para evitar o êxodo da população do campo.

A iniciativa das Casas Familiares Rurais também foi apontada como uma das estratégias, na área da educação, para fixar os jovens no interior, mais preparados e estimulados a continuar vivendo e trabalhando na agricultura familiar. Em Cruz Machado, município do Sul do Estado, em torno de 75% dos jovens que se formaram na Casa Familiar Rural, pela pedagogia da alternância, continuam na agricultura familiar.

Durante a tarde, os trabalhos continuaram com 20 oficinas com experiências de alternativas de produção, desenvolvidas por instituições e coletivos nos seus municípios: ovos coloniais em transição agroecológica (Guamiranga), processamento da erva mate orgânica e sombreada (São João do Triunfo), fruta, associativismo, cooperativismo e trabalho em feira (União da Vitória), ranicultura (Teixeira Soares), produção de carneiro a pasto (Palmeira), corte e costura (Rio Azul), produção de feijão com baixo custo e uso de práticas agroecológicas (Ivaí) e plantas medicinais e bioenergia (Irati).

As oficinais também apresentaram iniciativas de agroindustrialização de sucos e geleias de uva orgânicos (São Mateus do Sul), atividade não agrícola, como salão de beleza (Rio Azul), o conhecimento das benzedeiras (Unicentro), a produção e beneficiamento do mel (Irati), feira agroecológica (Unicentro), produção de ovinos e olerícolas para entrega governamental (Rio Azul), estufa de bambu para diversificação (Rebouças), produção de leite a pasto (Prudentópolis), certificação agroecológica (Ecovida) e educação do campo e agroecologia (Unicentro).

Após os grupos, foi formulado um documento com os resultados do encontro. “A nossa expectativa é de que este seja um documento de animação com alguns indicativos e apontamentos para a solução de questões internas dos sindicatos, associações, escolas e universidades. No sentido de dar forças para que a juventude queira ficar na agricultura familiar e queira participar das transformações nas suas comunidades”, finalizou o coordenador técnico do Deser, Amadeu Bonato.

Fonte: Assessoria

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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