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Notícias Milho e soja

Encarecimento acentuado dos grãos preocupa indústria da carne

Para presidente da ACAV, momento impõe desafios ao setor e cobra esforços para encontrar alternativas de mercado e evitar eventual crise

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Arquivo/OP Rural

As elevadas e sem precedentes exportações de milho e soja no Brasil e a consequente valorização do preço dos grãos impactarão diretamente o setor de produção de proteína animal (carnes e ovos) e causar prejuízos à balança comercial brasileira. O alerta é do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) José Antônio Ribas JR. Para ele, o momento impõe desafios ao setor e cobra esforços para encontrar alternativas de mercado e evitar eventual crise.

A análise do dirigente leva em conta o aquecimento do mercado de grãos no País — base da alimentação de aves, suínos e bovinos — beneficiado pela disputa comercial entre China e Estados Unidos que aumentou a venda de produtos brasileiros para os chineses, principais parceiros comerciais. Na exportação de soja, por exemplo, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o principal exportador, além de maior produtor mundial.  Neste ano, o País deve bater recorde e superar 80 milhões de toneladas, segundo estimativas do setor. O mercado está tão aquecido que as safras brasileiras 2020/2021 e 2021/2022 já estão vendidas no mercado internacional. Da mesma forma, o milho, cujo País é o segundo maior exportador global, deve superar 30 milhões de toneladas no ano, segunda melhor marca do Brasil.

Se por um lado a valorização dos grãos e a maior fatia do mercado internacional beneficiam o agronegócio brasileiro, por outro, também impactam no aumento de custos de produção de proteína animal e, consequentemente, no preço dos alimentos cárneos. A saca de milho que custava R$ 35,00 no início do ano passou para R$ 60,00 e a tonelada do farelo de soja que estava por R$ 900 está custando R$ 2.300. O impacto é grande: o complexo grãos é um dos maiores custos na produção de aves e suínos, pois a alimentação dos planteis representa entre 60% a 70% do custo total. É esta conta que preocupa o setor. A prioridade ao mercado internacional, caso não planejada, pode causar desabastecimento no mercado interno e escassez de produtos.

“O aumento de custo é real. O momento de crise que a pandemia trouxe também dificulta o repasse de custos nas vendas. Todos estes aspectos nos desafiam. Parte destes cenários é compensado com exportações, mas não podemos deixar de citar que a maior parte das aves e suínos produzidos é para abastecer o mercado interno. Teremos dias desafiadores pela frente, que demandarão esforços conjuntos para evitarmos os cenários mais críticos”, afirma o dirigente da ACAV ao citar ações importantes para reequilibrar a conta em relação à oferta e à demanda.

Entre elas, estão: a redução de taxas de importação, a participação do setor nos contratos futuros, ampliação de parceiras com países produtores, criação de políticas de abastecimento e armazenamento de cereais, reordenação dos tributos estaduais, investimento em logística que coloque o grão onde está o consumo (nos últimos anos os investimentos logísticos apenas  facilitaram a exportação), além do maior incentivo à produção.

“Há muitas frentes sendo debatidas e trabalhadas pelo setor. Lembrando que por se tratar de um setor relevante na geração de valor agregado ao País, gerando emprego e riquezas aos brasileiros, faz todo o sentido que sejam investidos esforços para evitarmos uma crise. Esperamos e trabalhamos para evitar este cenário. A elevação de custos pode trazer reduções de produção e consequentemente redução de postos de trabalho. Já assistimos a este filme e não queremos repetir a história”, declara Ribas JR.

Impactos ao consumidor

As consequências do aumento dos custos de produção tendem a chegar até a mesa dos consumidores. Segundo o presidente da ACAV, a alta nos preços dos alimentos apenas vai refletir o aumento do valor dos insumos e o maior consumo no País.

“O mercado se autorregula, cedo ou tarde tende ao equilíbrio. O setor não trabalha para onerar o consumidor, muito pelo contrário, grande parte dos investimentos em eficiência, produtividade e qualidade são desfrutados pelos consumidores. Ao longo da história estas proteínas se tornaram acessíveis a grande parte das famílias como resultado do trabalho que o setor faz. Mas também é fato que nenhum sistema funciona gerando déficit. Em algum momento este aumento de custos será sentido pelo consumidor. É inevitável”.

Apesar de o momento preocupar o setor, ao olhar para o futuro, Ribas mantém otimismo, respaldado pela relevância econômica do agronegócio no País. “É importante compreendermos que o mundo está se reorganizando quanto ao abastecimento de alimentos. Quaisquer prognósticos podem sofrer ainda impactos desconhecidos da crise da covid-19 e suas consequências até no comportamento das pessoas. As entidades do setor estão atentas e trabalhando junto às empresas e ao governo para estabilizar este contexto. Acredito que iremos superar, porque o setor é relevante para a economia do País. Gera riqueza, empregos e qualidade de vida para inúmeros municípios Brasil afora, o que torna o compromisso de cuidar bem do setor uma responsabilidade de todos”, sublinha.

Fonte: Assessoria

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Produtores rurais podem renegociar dívidas do crédito rural até dia 31 de maio

Conforme a proposta do Mapa, poderão adiar ou parcelar os débitos os produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte, que sofreram com efeitos climáticos e queda de preços.

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Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Os produtores rurais que foram afetados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas poderão renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A medida é uma proposta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apoiada pelo Ministério da Fazenda (MF), e aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março. O prazo limite para repactuação é até 31 de maio.

Com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A resolução foi necessária diante do fato de que, na safra 2023/2024, o comportamento climático nas principais regiões produtoras afetou negativamente algumas lavouras, reduzindo a produtividade em localidades específicas. Além disso, os produtores rurais também têm enfrentado dificuldades com a queda dos preços diante do cenário global.

“Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

O ministro ainda explicou o primeiro passo para acessar a renegociação. “Basta, então, que qualquer produtor, que se enquadre na medida, procure seu agente financeiro com o laudo do seu engenheiro agrônomo, contextualizando a situação. Com isso, será atendido com a prorrogação ou o parcelamento do débito”, reforçou.

Alcance

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

  • soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;
  • bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;
  • soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
  • bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;
  • soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;
  • bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

Fonte: Assessoria Mapa
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Investidores dos Estados Unidos conhecem Programa de Conversão de Pastagens do Brasil 

Delegação participou de um dos maiores eventos do cenário mundial de investimentos do agronegócio.

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) marcou presença no Global AgInvesting New York, um dos mais importantes eventos do cenário mundial de investimentos no agro, que reúne fundos, bancos e empresas que atuam no setor. O evento ocorreu entre os dias 15 e 17 de abril, no Sheraton New York Times Square, nos Estados Unidos.

A comitiva do Mapa contou com a participação do secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Julio Ramos, do diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, e da adida agrícola junto à Embaixada do Brasil em Washington, Ana Lúcia Viana.

Fotos: Divulgação/Mapa

Na oportunidade, foi apresentado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), que tem por objetivo incorporar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas aos sistemas produtivos brasileiros de alimentos, biocombustíveis e florestas de alta produtividade, através da adoção de tecnologias de produção sustentáveis.

Durante os três dias do evento, os representantes do Mapa se reuniram com diversos investidores interessados no PNCPD.

“Com esse programa, pretendemos não apenas dobrar a produção brasileira nos próximos dez anos, mas também converter pastagens degradadas em áreas produtivas diversificadas. O objetivo é atender às metas nacionais de redução do desmatamento e recuperação da vegetação nativa, fortalecendo a segurança alimentar mundial e a resiliência climática”, ressaltou Marcel Moreira.

De acordo com os representantes do Ministério, a presença brasileira potencializou ainda a promoção dos benefícios do programa, que incluem a segurança alimentar global, a conservação das florestas nativas brasileiras, a fixação de carbono, além da geração de renda e emprego para o Brasil.

“Foi uma ótima oportunidade para o Brasil dialogar com fundos privados, bancos estrangeiros e grandes empresas interessadas em investir em nosso país, reconhecendo o nosso potencial para o desenvolvimento sustentável mundial. Representando o ministro Carlos Fávaro e o secretário Roberto Perosa, deixamos o encontro com grandes perspectivas e oportunidades. É o Brasil sendo protagonista mais uma vez uma vez em programas de sustentabilidade e geração de emprego, desempenhando um importante papel no combate à insegurança alimentar mundial”, comentou Julio Ramos.

Fonte: Assessoria Mapa
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Poder de compra do avicultor cresce frente ao milho, mas cai em relação ao farelo

Os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

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Foto: Guilherme Viana

O poder de compra de avicultores paulistas vem crescendo frente ao milho.

Isso porque, segundo pesquisas do Cepea, os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

Já no caso do farelo de soja, outro importante insumo da alimentação do setor, o poder de compra de avicultores está menor – os valores do derivado registram pequena queda mensal.

Para o frango vivo, pesquisadores do Cepea indicam que a pressão sobre as cotações vem das fracas vendas internas da carne.

Muitos compradores estão um pouco mais afastados da aquisição de novos lotes de animais, evitando formar estoques elevados da proteína.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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