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Emulsificante em dietas de frangos de corte promove economia de energia e de custos de formulação

Efeito positivo da adição de emulsificantes promove melhores resultados para as gorduras de menor digestibilidade, mas também trazem efeitos significativos em gorduras de alta digestibilidade

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Artigo escrito por Luiz Gustavo Rombola, zootecnista – M.sC e gerente Técnico Internacional da Orffa do Brasil

A energia é um importante componente de custo na formulação de rações para animais de alto desempenho. Devido à elevada densidade energética, as gorduras e os óleos são fontes de energia importantes na formulação balanceada de dietas. Melhorar a eficiência energética dessas matérias-primas resulta em economia de custos com a alimentação.

Os sais biliares são emulsificantes naturais. Os monoglicéridos formados no intestino após a hidrólise da gordura também atuam como emulsificantes. No entanto, a capacidade destes pode ser um fator limitante para a digestão de fontes de gordura. Os animais jovens têm produção limitada de sais biliares e, portanto, a digestibilidade de fontes graxas é limitada no estágio inicial da vida. Além disso, as características da gordura utilizada e a quantidade adicionada podem restringir a digestibilidade, e isso ocorre também em animais mais velhos. Gorduras e óleos de diferentes características promovem as diferenças na digestibilidade. Em geral, os ácidos graxos saturados (principalmente encontrados na gordura animal) são menos digestíveis quando comparados aos ácidos graxos insaturados (como os provenientes de óleos vegetais). Níveis elevados de ácidos graxos livres limitam a digestibilidade, e o uso de emulsificantes nutricionais é uma ferramenta eficaz para melhorar a digestibilidade da gordura. Obviamente, o efeito positivo da adição de tais emulsificantes promove melhores resultados para as gorduras de menor digestibilidade, mas também trazem efeitos significativos em gorduras de alta digestibilidade, como o óleo de soja, por exemplo.

Equilíbrio hidrofílico lipofílico

O equilíbrio hidrófilico-lipofílico (HLB) é o melhor parâmetro para se escolher o emulsificante ideal para cada aplicação específica. Um emulsificante com baixo HLB é mais solúvel em gordura (lipofílico) e um emulsificante com alto HLB é mais solúvel em água (hidrofílico). Devido ao fato de que os animais consomem cerca de duas vezes mais água do que ração, o intestino é um ambiente aquoso. O objetivo de um emulsificante nutricional é otimizar a  formação de micelas no intestino e, portanto, a característica de um alto HLB (hidrofílico) é o ideal. Existem hoje vários testes e experimentos que demostram os benefícios da utilização de um emulsificante nutricional.

Efeito para frangos de corte

Foram realizados três experimentos para determinar o efeito da utilização de um emulsificante nutricional sobre a digestibilidade dos nutrientes em duas dietas basais (diferentes composições). A digestibilidade de gorduras e óleos podem ser influenciadas por diferentes variáveis. Foram levadas em consideração a quantidade de gordura e o tipo de gordura são variáveis importantes, bem como a idade das aves. Para investigar o efeito do nível de inclusão de gordura, as dietas foram formuladas com diferentes níveis de óleo de soja (0%, 1,5%, 3%, 4,5% e 6%). Todos os níveis de inclusão de óleo foram testados com ou sem a inclusão do emulsificante nutricional. Também foi avaliado a inclusão de dois tipos de óleo (óleo de soja e óleo de vísceras de aves) com intuito de avaliar o efeito da fonte de gordura. A digestibilidade dos nutrientes e a energia metabolizável (AMEn) foram analisadas para aves em diferentes fases: fase I (14 – 21 dias) e fase II (35-42 dias), foram utilizadas gaiolas metabólicas e a coleta total de excretas.

Resultados: energia metabolizável aparente

Os resultados demonstram que o emulsificante melhorou significativamente a digestibilidade da gordura resultando em maior energia metabolizável (AMEn), tanto para as aves de 14 – 21d quanto para as aves de 35 – 42d. Os testes adicionais demostraram que não ocorreu efeito em relação à composição da dieta. Ambos tipos de dieta (dieta vegetal e dieta com subprodutos de origem animal) obtiveram efeitos positivos comparáveis do uso do emulsificante. A partir da comparação entre o óleo de soja e óleo de vísceras, conclui-se que o emulsificante nutricional foi efetivo para ambas as fontes de gordura.

Conversão alimentar

Para acompanhar os ensaios de metabolismo, foi realizado um ensaio de desempenho com intuito de validar os ganhos energéticos observados. Como controle positivo, um programa de alimentação foi formulado com um nível de gordura e energia próximo à realidade comercial. A dieta inicial continha 2% de óleo de soja e as dieta de engorda e terminação continham 4% de óleo de soja. Um controle negativo foi formulado com menor conteúdo energético. Os níveis de energia das dietas iniciais foram reduzidos em 40 kcal/kg e a dieta de engorda e terminação foram reduzidas em 75 kcal/kg. Essas reduções de energia foram a validação dos resultados obtidos no teste de metabolismo e foram obtidas através da redução das inclusões de óleo de soja.

Como terceiro tratamento, o controle negativo foi suplementado com o emulsificante nutricional para podermos avaliar se essa redução energética poderia ser compensada. A validação foi feita com duas composições de dieta diferentes: a dieta 1 com apenas matérias-primas de origem vegetal (milho/farelo de soja) e dieta 2 composta por milho, farelo de soja e farinha de carne e ossos. Como esperado, a redução de energia (controle negativo) resultou em menor desempenho e maior conversão alimentar. A adição do emulsificante foi capaz de compensar a redução energética recuperando a conversão alimentar, sendo compatível com o controle positivo. As dietas com energia reduzida foram formuladas com menos óleo de soja e, portanto, apresentaram um custo de formulação significativamente menor (cerca de US$ 4,5/tonelada inferior). Com estes testes, podemos confirmar que a adição de emulsificantes  é  uma ferramenta prática para os nutricionistas poderem reduzir os custos de formulação.

Conclusão

O emulsificante nutricional testado melhora a digestibilidade de gorduras e óleos e também otimiza a energia metabolizável (AMEn) em dietas de frangos de corte. A suplementação de um emulsificante nutricional dá aos nutricionistas a oportunidade de formular com menor nível de energia, sem comprometer o desempenho das aves, resultando em menor custo e produção animal mais sustentável.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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