Notícias ESG
Empresas terão que se adaptar e trabalhar de forma ecologicamente correta cada vez mais
O termo ESG foi criado em 2004 pelo Pacto Global em parceria com o Banco Mundial e ganhou maior repercussão nos últimos anos.
Ser uma empresa de energia limpa e ecologicamente correta não será em pouco tempo mais uma opção para empresas do Brasil e do mundo. Para o engenheiro e especialista em logística, Antonio Wrobleski, em um futuro próximo, de cinco a dez anos, a prática da ESG, do inglês environmental, social, and corporate governance, traduzido como governança ambiental, social e corporativa, será um aspecto fundamental na economia e já está em processo de valorização entre os gestores
“A prática da governança ambiental, social e corporativa deveria ser prioridade mundial, mas o processo ainda está no início. O Fórum Econômico Mundial de Davos chamou a atenção para a importância do ESG, reforçando apontamento do Pacto Global Rede Brasil, de que o termo ESG vem sendo considerado essencial nas análises de riscos e nas decisões de investimentos do mercado financeiro”, explica Wrobleski.
Relatório da PwC aponta que 77% dos investidores pesquisados disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos anos. De acordo com o documento da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões.
Para o especialista, o “xis” da questão é que muitas empresas estão embarcando no green washing e social washing. Green washing é quando a empresa propagandeia ações ambientais apenas para divulgar marca, e não como política de longo prazo.
A empresa divulga ações, mas realiza muito pouco. Social washing é a mesma coisa, sobre ações sociais, e isso não será mais uma opção nos próximos anos. “O ESG não provoca diretamente aumento de produtividade ou maior eficiência produtiva no curto prazo. Mas promover inclusão e reduzir a emissão de carbono é pauta de toda a sociedade, essencial para que o mundo continue existindo.. A consultoria Deloitte aponta que a mudança climática, se não for controlada, pode custar à economia global US$ 178 trilhões de 2021-2070”, comenta.
O relatório da Deloitte mostra ainda que os custos humanos seriam maiores, com falta de comida e água, perda de empregos, piora da saúde e do bem-estar, redução do padrão de vida. O Banco Mundial estima que a crise climática vai provocar a migração de mais de 216 milhões de pessoas até 2050, potencializando conflitos por recursos como água e alimentos. Outro estudo, da Allianz, revela que catástrofes naturais representam o segundo maior risco para as empresas brasileiras.
Segundo Wrobleski, na busca da sustentabilidade, o mundo corporativo está criando formas de incentivar o ESG nas empresas, como a remuneração em bônus para executivos que adotam ações ambientais e sociais. Segundo levantamento da Aberje, 95% das empresas brasileiras têm ESG como prioridade em suas agendas.
Estudo do IBM Institute for Business Value (IBV) deste ano mostra que o assunto é prioridade máxima para 48% dos CEOs brasileiros. “Apesar de todo o interesse pelo tema, questões como logística reversa e movimento circular ainda estão começando a ser praticadas no Brasil. Vendedores e embarcadores deveriam ser responsáveis pelo descarte do produto, a partir da implementação de um programa de logística reversa, que hoje ainda é incipiente no país. Esse deveria ser um programa de governo. Quem vende é obrigado a dar uma destinação final para o produto descartado. Temos experimentado na pele a questão de clima e temperatura. ESG não deveria mais ser um programa de propaganda de eficiência. Eficiência é entendermos, e colocarmos em prática rapidamente, que temos um só planeta. Não temos plano B para a Terra e a sustentabilidade é obrigação de todos”, finaliza.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.