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Embrapa Soja e Academia Chinesa de Ciência discutem projetos de pesquisa para cultura da soja

Depois da visita à Embrapa, os pesquisadores chineses visitaram a Cooperativa Coamo ( 21/03), em Campo Mourão (PR), a Embrapa Agrossilvipastoril (23/03), em Sinop (MT) e uma fazenda em Lucas do Rio Verde (MT) ( 24/03).

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Chefe-geral da Embrapa Soja durante o Workshop com cientistas chineses - Foto: Divulgação/Embrapa

A Embrapa Soja promoveu, em conjunto com a Academia Chinesa de Ciência/China Academy of Science – CAS), no dia 20 de março, o Workshop de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Sistemas Sustentáveis de Produção de Soja, na Embrapa Soja, em Londrina (PR). O memorando de entendimento entre a Embrapa e a instituição chinesa, assinado em 2020, entrará agora na fase de discussão de projetos de interesse comum para cooperação técnica em PD&I. Inicialmente as atividades deverão ser focadas em ações na área de biotecnologia para a cultura da soja em regiões tropicais.

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno reforça, no entanto, que os projetos poderão ser expandidos para outras áreas do conhecimento com o avanço e desenvolvimento da parceria. “Essa parceria irá possibilitar a troca de conhecimentos e até mesmo o intercâmbio de cientistas visitantes entre os países para desenvolvimento de projetos em conjunto para a cultura da soja”, diz. “Neste primeiro encontro, os cientistas chineses vieram conhecer o que estamos pesquisando e também apresentaram as ações de pesquisa que eles desenvolvem para avaliarmos os interesses em comum e assim o potencial de complementariedade e, portanto, do desenvolvimento das pesquisas em conjunto”, ressalta Nepomuceno.

Atualmente a China está construindo um laboratório no Sul do País, com foco em genética de soja, o que revela o amplo domínio que tem nessa área. “Eles estão desenvolvendo tecnologias de ponta, a exemplo das técnicas de edição gênica e do sequenciamento de genoma da soja. A parceria será muito importante para o avanço da pesquisa brasileira e assim da concretização de ações de pesquisa em nosso país”, explica Nepomuceno.

A comitiva chinesa que esteve na Embrapa Soja era formada por sete pesquisadores de quatro instituições científicas e universidades chinesas, especialistas em genética de soja (Institute of Genetics and Developmental Biology, CAS; Institute of Genetics and Developmental Biology, CAS; University of Chinese Academy of Sciences). Os cientistas chineses foram recepcionados por Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, por Adeney Bueno, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, por Carina Gomes Rufino, chefe de Transferência de Tecnologias e por pesquisadores da Embrapa Soja de diferentes áreas de pesquisa.

Pesquisas conjuntas

A China tem grande interesse em parceria com o Brasil na área da soja, visto que nosso país é o seu principal fornecedor do grão, matéria prima para produção de ração animal. Cerca de 80% do total exportado pelo Brasil é destinado para a China, ou seja, aproximadamente 60 milhões de toneladas das 150 milhões de toneladas de soja produzidas na safra 2022/23. Segundo Weicai Yang, diretor do Instituto de Genética e Desenvolvimento Tecnológico da CAS, a parceria une esforços para produzir mais alimentos e de qualidade, garantindo a segurança alimentar no planeta. “Além disso, tanto o Brasil quanto a China têm uma comunidade científica forte e que pode trocar muita experiência, desenvolvendo tecnologias e promovendo avanços científicos de maneira mais rápida e eficiente, se trabalharem em conjunto”, ressalta Yang.

Parcerias técnicas

Durante o evento, o diretor de Ciência e Tecnologia, do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Roberto Moreira, teve a oportunidade de apresentar o ecossistema de inovação de Londrina (PR). “Apresentamos como nosso ambiente é favorável para o estabelecimento de parcerias, relatamos o potencial da cidade para pesquisas como essa sendo firmada com Embrapa, assim como nosso potencial em outras áreas. Consideramos extremamente relevante esse tipo de conexão, especialmente com China”, diz Moreira. A cidade possui três parques tecnológicos, duas incubadoras, 10 setores de governança, a exemplo do Agrovalley, mais de 250 startups e aproximadamente 1600 empresas na área de tecnologia da informação.

A programação técnica contou com a apresentação do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Soja, coleção de mais de 65 mil acessos (tipos) de soja e que guarda a variabilidade genética da soja. A partir dessa coleção, é possível a identificação de diferentes fontes de interesse para o desenvolvimento de cultivares de soja, a exemplo, de cultivares com maior sanidade, com melhor teor de óleo e mais tolerantes à seca, por exemplo. A apresentação foi feita pelos pesquisadores Carlos Arrabal Arias e Marcelo Fernandes.

Também houve uma palestra relacionada à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Biotecnologia e Genética da Soja. Tema que foi apresentado pelas pesquisadoras Liliane Henning e Francismar Guimarães. Outro tema debatido no workshop foi relacionado às ações que vêm sendo realizadas para promover a descarbonização no processo de produção de soja, além da questão dos bioinsumos. Essas duas temáticas foram apresentadas pelo pesquisador Marco Antônio Nogueira.

Marco Antonio Nogueira apresentou os principais resultados da fixação biológica no nitrogênio, tecnologia que permite ao Brasil economizar cerca de R$ 38 bilhões, por safra, ao dispensar o uso de adubos nitrogenados.

Durante o workshop, também se promoveu uma discussão sobre o desenvolvimento conjunto entre as instituições brasileiras e chinesas para o estabelecimento de um centro de inovação em alimentos sustentáveis.

Fonte: Assessoria Embrapa Soja

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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