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Embrapa Pesca e Aquicultura recebe melhorias em sua estrutura
Equipamentos estarão mais protegidos, haverá uma segurança maior de documentos e do material que está sendo manipulado naquele laboratório e o risco de contaminação cruzada ficará reduzido.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) começou a ser executado na Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO). Ainda neste ano, terá início a reestruturação dos tanques por meio da contratação de um projeto com empresa especializada; modernização dos laboratórios e criação de um ambiente interativo e digital no auditório, onde haja reuniões híbridas de modo que quem estiver remotamente se sinta como se estivesse presente. Após o contingenciamento do PAC, quando a parte de contratação de obras foi adiada, o centro de pesquisas iniciou o processo de aquisição de equipamentos.
É o caso do espectrômetro recém-comprado NIRFlex N-500 da empresa Bucchi, que deverá chegar à Embrapa no próximo mês de novembro. O NIR é um equipamento de espectroscopia no infravermelho, que consiste em uma técnica de análise para determinar a composição química e certas propriedades físicas de vários materiais e produtos. “A NIR é uma técnica muito abrangente na análise de amostras de tecidos animais e vegetais, alimentos, grãos, misturas e produtos farmacêuticos, químicos, cosméticos e até mesmo plásticos para a identificação de polímeros, reciclagem, madeira, entre outras”, destaca Licia Lundstedt, chefe de P&D.
O aparelho, importado, trará mais agilidade aos processos analíticos do laboratório. “Análises que levariam horas ou dias serão realizadas em segundos. Em tese ele poderá ser utilizado por qualquer equipe do centro mas, inicialmente, a equipe de Nutrição do Núcleo Temático de Pesca e Aquicultura (NTPA) irá usar o aparelho para realizar avaliação de rações”, explica Patricia Maciel, pesquisadora e supervisora do Setor de Gestão de Laboratórios (SGL).
Laboratórios terão mais segurança
Os laboratórios também estão sendo contemplados com um novo sistema de controle de acesso, que está em fase de instalação. Com a novidade, dez laboratórios terão fechaduras eletrônicas, que se abrirão mediante reconhecimento facial. Serão oito laboratórios ligados ao NTPA, dois ligados ao Núcleo Temático de Sistemas Agrícolas (NTSA) e a “sala fria”, onde são conservadas amostras biológicas em temperaturas mais baixas. Somente pessoas autorizadas terão acesso a esses locais. Com isso, os equipamentos estarão mais protegidos, haverá uma segurança maior de documentos e do material que está sendo manipulado naquele laboratório e o risco de contaminação cruzada (quando substâncias indesejadas entram no laboratório) ficará reduzido.
O auditório também já iniciou seu processo de remodelação para receber os novos equipamentos. Nas próximas semanas, ele está fechado para eventos, enquanto seu piso é trocado por um de vinil, mais apropriado para oferecer melhor acústica. Em 2025 haverá a compra de equipamentos, como telão retrátil, câmeras, microfones e toda a infraestrutura necessária para que os participantes remotos de treinamentos ou de reuniões sintam-se como se estivessem presencialmente no local. “Temos um projeto que também inclui caixas de som e controle dos equipamentos realizados por uma central. Foi um planejamento feito pelo Núcleo de Tecnologia da Informação no passado e que vamos poder executar agora com os recursos do PAC”, comemora Luciano do Carmo Rocha, chefe de Administração.
Outra iniciativa que será realizada ainda em 2024 é a contratação de um projeto para a reestruturação dos tanques do Centro de Aquicultura (CEAq). Atualmente os viveiros escavados não atendem às necessidades da pesquisa, apresentando infiltrações e perdas de água. “Um dos maiores problemas é que os viveiros não retêm água, então contrataremos uma empresa experiente no nosso tipo de topografia e solo para que ela faça um projeto adequado e, enfim, esse problema seja solucionado”, destaca o chefe de Administração, acrescentando que a mesma empresa que for elaborar o projeto irá fiscalizar as obras para a sua execução.
Por fim, o PAC também possibilitará a aquisição de reservatórios de água, para os laboratórios de sanidade e genética. Os reservatórios são em forma de cilindros, com capacidade para 100 mil litros de água. A aquisição vai acabar com a necessidade de carregar água de outros locais, em caminhão pipa, para levar aos laboratórios.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



