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Embrapa Pecuária Sul completa 49 anos com foco na sustentabilidade dos sistemas de produção

Com eventos climáticos extremos mais frequentes, como o que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul, a pesquisa agropecuária precisa, cada vez mais, buscar sistemas de produção mais resilientes e adaptados a essa nova realidade. 

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Foto: Gabriel Aquere

A Embrapa Pecuária Sul, sediada em Bagé (RS), completou na quinta-feira (13) 49 anos de atuação no Brasil reafirmando seu compromisso em contribuir para uma produção agropecuária mais eficiente e baseada no uso sustentável dos recursos naturais. Com eventos climáticos extremos mais frequentes, como o que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul, a pesquisa agropecuária precisa, cada vez mais, buscar sistemas de produção mais resilientes e adaptados a essa nova realidade.

O chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, salienta que o centro de pesquisa já vem trabalhando a mais de três anos em um novo modelo de atuação, pautado pela produção de alimentos saudáveis a partir de sistemas sustentáveis. Dessa forma, as ações de pesquisa e desenvolvimento, de inovação e de transferência de tecnologia estão focadas em sistemas pecuários de produção, integrados ou não com a agricultura, baseadas na capacidade de garantir, ao mesmo tempo, sustentabilidade no uso dos recursos naturais, rentabilidade às cadeias produtivas e saudabilidade de produtos.

Para Fernando Cardoso vivemos uma realidade em que cada vez mais presenciamos eventos extremos, como a falta ou o excesso de chuvas na região Sul, que trazem prejuízos para a produção agropecuária. “Essa realidade requer que os sistemas de produção estejam mais preparados para enfrentar esses eventos, levando em consideração os riscos climáticos no planejamento e na execução das atividades”. Segundo Cardoso, já existem diferentes tecnologias que podem ser empregadas nas propriedades visando essa adaptação, como a reserva de alimentos para os animais para enfrentar esses momentos de escassez de alimentos nesses momentos. “Também é necessária uma maior preocupação no manejo do solo, possibilitando que tenha mais capacidade de absorção e armazenamento de água, promovendo maior infiltração da água nos momentos de excesso de chuvas e disponibilização do recurso nos períodos de estiagem.

Em relação à pesquisa agropecuária, Cardoso destaca que cada vez mais serão desenvolvidas cultivares de plantas, seja para agricultura ou para pecuária, que sejam adaptadas aos estresses hídricos. Além disso, o pesquisador destaca o crescente uso de bioinsumos que ajudam no desenvolvimento das plantas e na adaptação às mudanças climáticas. “Quando se fala em produção animal, a pesquisa está muito focada na eficiência dos sistemas de produção, como na eficiência alimentar que garante a produção animal com uma melhor utilização dos recursos disponíveis. O objetivo também é termos sistemas de produção que garantam menos emissão de gases de efeito estufa, utilizando diferentes tecnologias para esse fim”.

A Embrapa Pecuária Sul está engajada também na iniciativa “Recupera Rural RS”, uma ação conjunta em desenvolvimento pela Embrapa, pela Emater e outras instituições. O objetivo é recuperar a agropecuária gaúcha após as enchentes do final de abril e início de maio. A iniciativa prevê ações de curto, médio e longo prazos até 2026, tendo como bases do projeto a restauração ambiental, transferência de tecnologias fundamentada em boas práticas agrícolas para uma agropecuária conservacionista, disponibilização da genética e insumos e a redução dos riscos climáticos. A Embrapa Pecuária Sul vai trabalhar, por exemplo, para a disponibilização de sementes de cultivares de forrageiras para os produtores, com o mapeamento de fornecedores e volumes de sementes para aquisição por órgãos oficiais. Também vai participar de uma caravana solidária pelos principais municípios atingidos para apoiar as redes locais e de mobilização do capital social para a identificação de problemas, demandas e apresentação de soluções tecnológicas para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, entre outras ações.

Atualmente, a Embrapa Pecuária Sul já conta na sua programação de pesquisa com diferentes projetos que buscam a sustentabilidade da atividade e a adaptação a essa nova realidade. Entre eles está a criação de um centro de referência dedicado à avaliação de tecnologias capazes de mitigar os gases de efeito estufa na pecuária gaúcha. Pesquisas de melhoramento genético animal também estão gerando tecnologias que buscam melhorar a eficiência na produção, como o uso da avaliação genômica para a seleção de animais, seja para a resistência a doenças ou na eficiência alimentar, que garantem maior acurácia e rapidez no processo.

Também o programa de melhoramento genético de forrageiras está desenvolvendo e disponibilizando cultivares que possibilitam uma melhor nutrição animal e também mais sustentabilidade dos sistemas, seja pelas características que melhoram a saúde do solo ou, no caso de leguminosas, da fixação biológica de nitrogênio. O centro de pesquisa também está desenvolvendo projetos que visam o desenvolvimento da pecuária familiar agroecológica e outro que visa a recuperação e conservação de solos em propriedades familiares. Além disso, tem efetivado parcerias com instituições e empresas de extensão rural, públicas e privadas, visando dar maior difusão e adoção de tecnologias já desenvolvidas e que podem contribuir para uma maior sustentabilidade dos sistemas de produção.

Histórico

Criada em 13 de junho de 1975, a Embrapa Pecuária Sul foi fundamental para a consolidação da pecuária dos Campos Sul-brasileiros, contribuindo de forma significativa para o aumento da produtividade e da competitividade da atividade. Nesta trajetória, o centro de pesquisa teve um papel importante na diversificação da atividade pecuária na região, acompanhando de perto as necessidades do setor produtivo, sempre buscando atender as demandas dos diferentes setores envolvidos com a pecuária.

Entre as inúmeras contribuições da Embrapa para a pecuária estão o desenvolvimento da raça sintética Brangus/Ibagé, técnicas de controle de endoparasitos em ovinos que reduziram consideravelmente a morte de animais, introdução de espécies de forrageiras de inverno e de verão nos sistemas de produção, técnicas de manejo do rebanho, o desmame precoce de terneiros, o acasalamento de inverno em bovinos, melhoramento de campo nativo, controle integrado de endo e ectoparasitos em bovinos, o desenvolvimento do novilho precoce, entre outras. São tecnologias, práticas e recomendações que tiveram grande impacto no sistema de produção, dando maior competitividade e qualidade à nossa pecuária.

Atualmente, o centro de pesquisa continua procurando soluções para uma pecuária competitiva e sustentável. Nesse sentido, adotou como filosofia de trabalho a busca por uma produção de alimentos saudáveis em sistemas sustentáveis, que norteia as ações de pesquisa e de transferência de tecnologias. Como exemplos, pode-se se citar os estudos e desenvolvimento de tecnologias para o controle do capim-annoni, a disponibilização de cultivares de forrageiras adaptadas à região, o desenvolvimento de produtos cárneos de ovinos, a integração lavoura-pecuária-floresta, o desenvolvimento territorial e apoio à pecuária familiar, a utilização de ferramentas de genômica para o melhoramento animal, e tecnologias para a mitigação da emissão de metano na pecuária, entre muitas outras. As pesquisas que estão em desenvolvimento buscam tecnologias para uma pecuária inserida em sistemas de produção que preconizem o uso racional dos recursos naturais e com eficiência técnica, produtiva e econômica.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sul

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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