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Embrapa lidera participação brasileira na Cúpula de Ciência durante a Assembleia Geral da ONU

A Rede ODS Embrapa tem sido convidada há dois anos para organizar uma mesa de debate sobre ciência agropecuária no SSUNGA.

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Foto: Divulgação/Embrapa

Para mostrar como a ciência brasileira está contribuindo para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Embrapa participará do SSUNGA78 – Science Summit at the 78 United Nation General Assembly (Cúpula de Ciência na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas). O evento será realizado em Nova York (EUA) nos dias 12 e 29 de setembro, em paralelo à 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, e terá como tema central o papel e a contribuição da ciência no alcance dos ODS e da Agenda 2030. Serão mais de 300 sessões de palestras, 200 delas realizadas de forma híbrida, e o restante apenas em formato on-line.

O objetivo do SSUNGA78 é discutir as condições políticas, regulatórias e financeiras para que mecanismos científicos operem global e efetivamente no apoio ao alcance dos ODS. A descoberta científica por meio da análise de conjuntos massivos de dados é uma realidade, e o entendimento dos organizadores é de que, para que os ODS sejam alcançados, é preciso impulsionar a colaboração entre as nações para a geração e o compartilhamento de dados de pesquisa, desenvolvimento e inovação, especificamente nos temas que compõem a Agenda 2030.

A participação da Embrapa é promovida pela Rede ODS Embrapa e em articulação com o Governo Federal. Para mostrar a contribuição da ciência brasileira para o alcance dos ODS, a Empresa vai organizar quatro sessões de palestras em ambiente virtual no dia 18 de setembro que contarão com palestras em inglês de pesquisadores e especialistas da instituição de pesquisa, dos Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A participação nas sessões de palestras é gratuita, com vagas limitadas à capacidade das salas virtuais. Saiba como se inscrever e participar clicando aqui.

Impulsionar a colaboração entre as nações para desenvolver ações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que incorporem estratégias de inclusão socioprodutiva e a agenda socioambiental para transição na busca de sistemas alimentares diversos, resilientes, equânimes e saudáveis é um dos destaques desta agenda para a Embrapa. “Os cinco eixos de atuação da Agenda 2030 – Paz, Pessoas, Planeta, Prosperidade e Parcerias – são bastante inspiradores, especialmente para a área de inovação tecnológica e social”, afirma a Diretora-Executiva de Negócios da Empresa, Ana Euler. “O momento atual é singular, pois o governo fortalece a agenda nacional e internacional visando a democratização da pesquisa e inovação, pautada na conservação da biodiversidade, no combate à pobreza e à fome no campo e na cidade, e na busca de soluções para as mudanças do clima que vem afetando os diferentes biomas do país. Temos um papel estratégico neste cenário e o compromisso de pensarmos qual Embrapa queremos para os próximos 50 anos”, acrescenta.

A Rede ODS Embrapa tem sido convidada há dois anos para organizar uma mesa de debate sobre ciência agropecuária no SSUNGA. Segundo a coordenadora da Rede, Valéria Hammes, o convite se justifica pelo trabalho desenvolvido para demonstrar como o conhecimento e as soluções tecnológicas geradas na Empresa impactam 131 (ou 77,5%) das 169 das metas globais dos 17 ODS pactuados entre 193 países.

Ela acrescenta que o alinhamento dos 11 Objetivos Estratégicos do VII Plano Diretor da Embrapa (PDE) a essas 131 metas dos ODS foi motivo de premiação pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com o reconhecimento global de Campeã FAO 2022.

Para a pesquisadora, o SSUNGA78 é uma oportunidade para a Embrapa mostrar sua potência na transformação da realidade em prol do desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. “Os ODS são considerados uma linguagem global para comunicar ao mundo as contribuições para o desenvolvimento sustentável, segundo a Agenda 2030. A partir dos alinhamentos do PDE, dos Planos de Execução das Unidades, dos projetos, dos portfólios, dos ativos tecnológicos, das tecnologias do Balanço Social e dos selos nas publicações da Embrapa, comunicamos de forma assertiva a nossa contribuição e podemos demonstrar, ainda, maior impacto, para além das contribuições ao setor agropecuário”, afirma.

Maior protagonismo neste ano

No ano passado, a Embrapa participou do SSUNGA77 na sessão “Brazilian R&D contributions to innovation in food systems” (Contribuições brasileiras em pesquisa e desenvolvimento para inovação em sistemas alimentares) com cinco pesquisadores, sendo três palestrantes (Alineaurea Silva, Fabíola Fogaça e Vinicius Benites), a moderadora (Daniela Lopes) e a convener (Valéria Hammes).

“Para construir essa sessão em 2022, filtramos os cinco portfólios da Embrapa ligados à temática da alimentação, e eles dialogaram com as lideranças da Rede ODS Embrapa. Queríamos mostrar que existem na Empresa essas duas redes (ODS e Portfólios) que se comunicam para ciência, e o papel delas para o avanço da ciência no País”, lembra Alineaurea Silva, pesquisadora da Embrapa Semiárido (PE) e responsável, por meio da Rede ODS Embrapa, pela organização das sessões brasileiras no SSUNGA78 em 2023.

Este ano, a Empresa adquiriu maior protagonismo no evento. “Saímos dos muros da Embrapa e vamos mostrar a ciência não só da Empresa como também das parcerias fortes que temos com o Mapa, o MDA, o MCTI e a Fiocruz. Cada uma das quatro sessões tem representantes da Embrapa e desses parceiros”, comenta Silva. Ela destaca que em vez de apresentar casos pontuais ou locais, a ideia é mostrar experiências mais amplas sobre o que o Brasil está fazendo no combate à fome no contexto de país tropical, reunindo pesquisadores e especialistas com atuação alinhada ao tema da sustentabilidade e dos ODS.

“Esperamos não apenas dar visibilidade ao trabalho que estamos fazendo no País, como também nutrir nossas expectativas para o fomento de políticas públicas que atendam à questão global da sustentabilidade. Assim, podemos ampliar nossa base de atuação para além do Brasil”, projeta a pesquisadora.

Palestras focalizam experiências e debatem estratégias e conceitos

Com temáticas que envolvem não apenas temas ligados à agricultura, mas também à saúde, à inovação, às mudanças climáticas, entre outros, os pesquisadores e especialistas convidados vão apresentar experiências brasileiras de práticas sustentáveis, além de promover discussões sobre estratégias e novos paradigmas.

O pesquisador Éder Martins, da Embrapa Cerrados (DF), vai palestrar sobre soluções regionais no manejo da fertilidade do solo na sessão 2 (Agriculture and bioinputs – Agricultura e bioinsumos). “Vamos mostrar que estamos desenvolvendo no País soluções regionais de manejo a partir de fontes minerais. Já conhecemos os fosfatos, os calcários, a gipsita, que é fonte de enxofre, e agora temos os remineralizadores de solo e alguns fertilizantes silicatados como fontes de potássio, de magnésio, e algumas fontes de cálcio, magnésio e enxofre, além das fontes orgânicas, pois com a verticalização da agroindústria, há uma grande quantidade de matérias-primas ricas em fontes orgânicas que também são ricas em nutrientes”, diz Martins.

Ele explica que essas fontes regionais podem ser utilizadas diretamente no solo, mas que a melhor forma de uso é integrá-las, especialmente em processos como a compostagem e a aplicação de remineralizadores na cama de confinamento de vários tipos de animais. “Isso é uma forma de reciclar e criar um processo de bioeconomia, em que o nutriente é ciclado na mesma região”, comenta.

Martins argumenta que os solos tropicais são bastante responsivos a fontes minerais regionais ricas em silício, como os remineralizadores de solo. Outro fator favorável ao uso desses produtos são as condições do ambiente tropical, que permitem a aceleração dos processos de transformação dessas fontes, que são de baixa solubilidade. “E como os nossos solos também precisam de matéria orgânica, as fontes orgânicas contribuem para a criação de solos mais enriquecidos nesse componente”, completa.

O Brasil é protagonista no desenvolvimento dos remineralizadores de solo, tendo sido o primeiro país a regulamentá-los, servindo de modelo para outros países. Desde 2017, 65 produtos foram registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária e mais de 7,5 milhões ton foram comercializadas desde 2019. “Esse tipo de insumo está ficando cada vez mais importante, e sempre com a finalidade de aumentar a eficiência do uso de nutrientes. Ao usar soluções regionais, há uma grande diminuição da demanda por fontes importadas”, diz Martins.

Já a pesquisadora Janice Zanella, da Embrapa Suínos e Aves (SC), vai abordar, na sessão 3 (Brazil: Health and Biodiversity – Brasil: Saúde e Biodiversidade), como o País está se inserindo e agindo na Saúde Única. De acordo com o Ministério da Saúde, a Saúde Única “é uma abordagem global multissetorial, transdisciplinar, transcultural, integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas”.

Ela destaca que a importância da inclusão do Brasil nos fóruns internacionais, inclusive com a pesquisa agropecuária, é muito positiva: “A Embrapa prioriza a Saúde Única na sustentabilidade da produção agropecuária e na geração de soluções. Participar desses fóruns nos aproxima e conecta para atuarmos cada vez melhor”.

Diante da ocorrência de doenças emergentes e de pandemias, a pesquisadora defende que a institucionalização de Saúde Única nos países é fundamental. “A implementação de Saúde Única é muito mais que zoonoses, também inclui alimentos nutritivos, segurança alimentar, resistência antimicrobiana e muitos outros aspectos de saúde ambiental”, explica.

Zanella aponta que o Brasil, devido à biodiversidade, à ampla dimensão territorial e numerosa população, bem como à grande produção animal, é um local de risco onde essas doenças podem emergir, ao mesmo tempo em que o País tem a missão de produzir alimentos para o mundo. Por isso, ela acredita que a estratégia de Saúde Única deve ser institucionalizada nos diversos setores que atuam em saúde pública, incluindo pesquisa, desenvolvimento e educação. “São problemas complexos, que sozinhos não conseguimos resolver. Assim, é preciso uma parceria multi-institucional, multissetora, pública e privada, que deve ocorrer em níveis local, regional e mundial para encontrarmos soluções inovadoras em conjunto para resolver esses problemas”, afirma.

Coordenador do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Glauco Villas Bôas será palestrante nas sessões 1 (Brazil: Science and Development – Brasil: Ciência e Desenvolvimento) e 3 (Brazil: Health and Biodiversity – Brasil: Saúde e Biodiversidade).

Na sessão 1, ele vai palestrar sobre a inovação em biodiversidade e os requerimentos para um novo paradigma ecológico. “É uma discussão bastante conceitual sobre o fazer políticas de ciência, tecnologia e inovação no mundo em que vivemos, buscando o estabelecimento de um novo padrão de consumo e de produção, e sobre como a biodiversidade atende aos requerimentos para essa discussão”, explica o pesquisador da Fiocruz.

Já na palestra da sessão 3, “Ecoinovação no contexto de saúde e biodiversidade: uma reflexão voltada para a práxis”, Villas Bôas pretende contribuir para uma discussão de caráter também teórico-conceitual, “visando esclarecer a necessidade de financiamentos para novos modelos produtivos, e não somente modelos que mitiguem ou que apenas protejam os serviços da biodiversidade”.

Para assistir ao evento, é necessário fazer um registro gratuito na página oficial, em inglês, seguindo o passo a passo acessível nos links das sessões. A participação, como ouvinte, é aberta a qualquer pessoa.

Programação

Segunda-feira, 18 de setembro de 2023
Sessão 1 – Brazil: Science and Development
9h às 11h (Horário de Brasília)

Palestra 1. Social Technology and Food and Nutrition Security – Inácio Arruda, Secretário da Secretaria para o Desenvolvimento Social – SEDES/MCTI, Sônia da Costa (MCTI) e Luciane Costa (MCTI)

Palestra 2. Innovation in biodiversity and the requirements of a new ecological paradigm – Glauco de Kruse Villas Bôas (Fiocruz)
Moderadores: Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1Pcpq

Sessão 2 – Brazil: Agriculture and bioinputs
12h às 14h (Horário de Brasília)

Palestra 1. Regional solutions in soil fertility management – Eder Martins (Embrapa)

Palestra 2. National Bioinputs Program – Alessandro Cruvinel Fidelis (MAPA)

Moderadoras: Ana Margarida Castro Euler (Embrapa), Julia Stuchi (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1PcqH

Sessão 3 – Brazil: Health and Biodiversity
14h às 16h (Horário de Brasília)

Palestra 1. Climate changes – Osvaldo Luiz Leal de Moraes (MCTI)

Palestra 2. Eco-innovation in the context of Health and Biodiversity: A reflection focused on práxis – Glauco de Kruse Villas Bôas (Fiocruz)

Palestra 3. One health: how Brazil is inserting itself and acting – Janice Reis Ciacci Zanella (Embrapa)
Moderadoras: Alineaurea Florentino Silva (Embrapa) e Ana Maria Costa (Embrapa). Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1PcrX

Sessão 4 – Brazil: Knowledge construction and adoption (Capacity building)
17h às 19h (Horário de Brasília)

Palestra 1. The construction of knowledge to promote Agroecology in the production of healthy foods, preservation of biomes and reduction of inequalities – Regilane Fernandes da Silva (MDA) e Iracema Ferreira de Moura (MDA)

Palestra 2. Towards knowledge structuring in territorial development programs – Paulo Eduardo de Melo (MAPA)

Moderadoras: Tatiana Sá (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1Pcsm
Saiba mais sobre o evento acessando: https://sciencesummitunga.com/

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados

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Brasil quer mais comércio com a África

No segundo dia do Fórum Brasil África, o secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Sérgio Sobral Duarte, falou sobre o avanço econômico do continente e disse que a relação comercial com o País é modesta diante da potencialidade.

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Fotos: Isaura Daniel

O comércio do Brasil com a África ainda é modesto em face da sua potencialidade, de acordo com o secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Sérgio Sobral Duarte. O diplomata falou no segundo dia do 12º Fórum Brasil África, que ocorre no WTC Sheraton, na capital paulista, nesta última terça-feira (15).

Após citar o estabelecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), ele disse tratar-se de uma grande oportunidade para o mundo, para o Brasil e para o Mercosul. “Em 2022, mais de dois terços das exportações do Mercosul para a África foram para países com os quais o bloco não tem acordo comercial, portanto, pode haver muita ampliação”, falou.

Segundo Duarte, enquanto o Brasil tem um comércio de US$ 22 bilhões com a África, as transações comerciais da Índia com o continente alcançam US$ 100 bilhões e as da China somam US$ 243 bilhões. “É muito pouco, mas, mesmo assim, existem dados e sinais encorajadores”, falou sobre África-Brasil.

O diplomata listou os principais destinos da exportação brasileira na África: Argélia, Egito, África do Sul, Marrocos e Nigéria. Na outra mão, o Brasil importa principalmente da Argélia, Marrocos, Nigéria, Angola e África do Sul. Segundo ele, a África representou apenas 3,5% do comércio do  Brasil com o mundo em 2023. “O potencial aí é evidente”, disse.

Segundo Duarte, o estoque de investimento direto da África no Brasil foi de US$ 2,3 bilhões em 2021, com a África do Sul sendo a principal investidora. Ele citou como exemplo desses investimentos os anúncios da expansão do terminal 3 do Aeroporto de São Paulo, em Guarulhos, por empresa sul-africana e fábrica de fertilizantes no Maranhão por empresa do Marrocos. O investimento do Brasil na África foi de US$ 1,9 bilhão em 2021, com Angola sendo o principal destino.

Afreximbank

O vice-presidente executivo responsável pelo Global Trade Bank do Afreximbank, Haytham El Maayergi, abriu o segundo dia do fórum com uma opinião na mesma direção que Duarte, frisando as transações e projetos de cooperação que há entre Brasil e África, mas dizendo também que ainda há muito o que fazer no relacionamento entre os dois lados desta parceria, principalmente pela ampliação do comércio.

Ele apresentou aos brasileiros o cenário do continente com alguns dos últimos avanços, como o aumento do consumo de bens, a melhoria do ambiente de negócios, a classe média crescente, o aumento populacional em curso, o potencial para as energias renováveis, além das oportunidades de investimentos em agricultura e o crescimento das indústrias têxtil, de automóveis e tecnologia no continente.

O Fórum Brasil África é promovido pelo Instituto Brasil África, que é liderado por João Bosco Monte, e realizado com apoio, parceria e patrocínio de uma série de empresas e instituições. O governo federal do Brasil e o Ministério das Relações Exteriores estiveram entre os apoiadores desta edição.

Fonte: Assessoria ANBA
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Países árabes ampliam compras do Brasil

Exportações ao Oriente Médio e Norte da África somam US$ 17,7 bilhões até setembro, em alta de 25% sobre o mesmo período do ano passado. Desempenho caminha para novo recorde.

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Foto: Claudio Neves

As exportações do Brasil para os países árabes somam US$ 17,7 bilhões entre janeiro e setembro, em alta de 25,6% sobre o mesmo período de 2023, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) detalhados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As importações registram pequena queda, para US$ 7,9 bilhões. O superávit é de US$ 9,8 bilhões e a corrente de comércio, de US$ 25,6 bilhões. Se o ritmo se mantiver, o Brasil deverá renovar o recorde nas trocas comerciais com os árabes alcançado em 2023.

Gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinicius destaca exportações recordes de açúcar e milho em setembro. Foram embarcados US$ 681,9 milhões em açúcar, tendo Argélia e Egito como principais importadores, e US$ 338,6 milhões em milho, principalmente para o Egito.

No ano, as exportações de açúcares aos países árabes somam US$ 4,98 bilhões, em expansão de 47,8% sobre os US$ 3,37 bilhões exportados até setembro de 2023. Em segundo lugar, estão as exportações de carnes e derivados, com um total de US$ 4,2 bilhões, em alta de 28,2%; seguidas pelas vendas de minérios, escórias e cinzas, com um total de US$ 2,4 bilhões (+18,8%) e sementes e oleaginosas, com um total de US$ 1,07 bilhão (-23,47%).

Os principais destinos das exportações brasileiras foram: Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Argélia e Iraque. Juntos, os 22 países da Liga Árabe representam o terceiro principal destino das exportações brasileiras, atrás de China e Estados Unidos. Entre as importações, os principais fornecedores do Brasil até setembro são Arábia Saudita, Marrocos, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Egito. Juntos, os países árabes formam o sexto principal fornecedor do Brasil.

Brasil tem queda nas importações dos árabes

As importações, por sua vez, registram uma pequena queda. Mesmo com ela, as compras de alguns itens também foi recorde em setembro. As importações do Brasil somaram US$ 7,9 bilhões até setembro, valor 0,53% menor do que os US$ 8,02 bilhões do mesmo período de 2023.

O principal produto que o Brasil importou dos países árabes até setembro foram petróleo e derivados, com um total de US$ 4,1 bilhões, em queda de 5,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida estão fertilizantes, com um total de US$2,4 bilhões, em retração de 4,6%, e plásticos, com um total de US$ 353,8 milhões, em alta de 82,9%.

“Mesmo com a queda mencionada, o mês de setembro apresentou recordes históricos nas importações brasileiras dos árabes em fertilizantes fosfatados com US$ 119,2 milhões, principalmente do Marrocos e Egito, polímeros de propileno com US$ 22,68 milhões, principalmente da Arábia Saudita, e, finalmente, barras de ferro ou aço com US$ 12,23 milhões, principalmente do Egito”, diz Vinicius.

“No ritmo que se encontram as relações comerciais entre Brasil e Países Árabes, acredita-se que o ano de 2024 será um novo recorde histórico para as relações de exportações e corrente comercial do Brasil com as nações árabes”, afirma Vinicius.

Fonte: Assessoria ANBA
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Seminário de Frango de Corte aborda Influenza aviária e biosseguridade na avicultura paulista

Evento reúne mais de 150 profissionais em Itapetininga, incluindo médicos-veterinários, proprietários de estabelecimentos comerciais, funcionários de granjas e especialistas do setor, para debater os principais desafios sanitários da avicultura paulista.

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A Associação Paulista de Avicultura (APA), em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e com o apoio da Prefeitura de Itapetininga, realizaram na última terça-feira, no auditório da Municipal, o Seminário de Frango de Corte, um evento técnico que reuniu mais de 150 participantes, entre médicos-veterinários, proprietários de estabelecimentos comerciais, funcionários de granjas e demais profissionais do setor. O evento abordou os principais desafios enfrentados pela avicultura industrial paulista, com destaque para a Influenza aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), uma doença que tem gerado grande preocupação entre órgãos oficiais, indústrias e especialistas.

Presidente da APA, Érico Pozzer: “Nosso objetivo é fortalecer o setor avícola paulista por meio de uma troca de experiências enriquecedora e acesso a informações técnicas de qualidade” – Foto: Divulgação/Giracom

Na abertura dos trabalhos, a Secretária de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento de Itapetininga, Walkyria Tavares Vieira de Andrades, deu as boas-vindas aos participantes. Na sequência, o presidente da APA, Érico Pozzer, ressaltou a importância da atualização técnica e parabenizou os presentes pelo esforço em buscar conhecimento especializado.  Pozzer ainda destacou a colaboração contínua entre a APA e a CDA para promover eventos de alto nível, com palestras de especialistas de renome. “Nosso objetivo é fortalecer o setor avícola paulista por meio de uma troca de experiências enriquecedora e acesso a informações técnicas de qualidade”, afirmou.

Por fim, Affonso dos Santos Marcos, diretor do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (DDSIA), enfatizou o compromisso do estado com a produção avícola paulista.

O evento teve início com a palestra de Paulo Martins, da Biocamp, especialista em saúde animal, com o tema “Influenza aviária e Doença de Newcastle – atualização da situação mundial, no Brasil e no estado de São Paulo”. Martins ofereceu um panorama detalhado sobre a IAAP, abordando o histórico da doença na avicultura industrial global, o impacto do fluxo de aves migratórias e as soluções em desenvolvimento, como vacinas. Ele também destacou a importância da vigilância contínua para garantir a estabilidade e o crescimento da avicultura brasileira.

Paulo Blandino, da CDA

Em seguida, Paulo Blandino, da CDA, proferiu a palestra “Procedimentos de controle e prevenção realizados pela CDA”. Blandino apresentou um verdadeiro raio X da atuação da CDA, detalhando o modo de atendimento das notificações, as coletas e análises realizadas e os pontos de risco identificados desde a primeira notificação da IAAP. Ele explicou que, até o momento, o trabalho da CDA resultou em 54 notificações e 91 focos de vigilância. Blandino também enfatizou a importância da vigilância ativa e passiva, destacando o papel essencial dos produtores como agentes de vigilância necessários, auxiliando no controle e prevenção de surtos no estado de São Paulo.

Ana Caselle, da San Vet, apresentou a palestra “A importância e a necessidade do programa de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas”. Caselle iniciou sua apresentação discutindo o conceito de saúde única, ressaltando a integração entre saúde animal, humana e ambiental. Sua palestra trouxe imagens de casos, gestão de riscos e experiências vivenciadas por ela em países como Peru e México, antes de abordar os desafios internos do Brasil.

Ana Caselle, da San Vet

Ela apresentou fotos ilustrando problemas comuns de biosseguridade, como silos abertos, falhas no isolamento de áreas e aberturas em cortinas, situações que podem facilitar a entrada de patógenos. Caselle enfatizou que um programa de biosseguridade depende de checagens constantes, avaliações de risco e treinamento contínuo dos funcionários, pois “a prevenção sai muito mais barato do que o controle de surtos”. Para ela, é essencial que o setor mantenha um controle rigoroso das áreas de biosseguridade, seja no controle de invasores, na gestão de acessos ou em outras medidas preventivas, a fim de minimizar os riscos de contaminação nas granjas.

A última palestra foi apresentada pela Tabatha Lacerda, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com o tema “Plano de Contingência para IA e DNC – a importância de cada estabelecimento ter o seu”. Tabatha abordou o Plano de Contingência da ABPA, explicando que o plano é dividido em três pilares: um plano geral que abrange todas as espécies, uma parte específica para a Influenza aviária e Doença de Newcastle e, por fim, o Procedimento Operacional Padrão (POP) de trânsito, uma demanda importante do setor.

Tabatha Lacerda, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

Segundo a porta-voz, o documento gerado pela ABPA é prático e agregador, abordando as questões relacionadas à sanidade avícola e antecipando problemas sanitários. Esse plano tem como objetivo preparar o setor para agir rapidamente em caso de um alerta zoossanitário, fornecendo diretrizes claras para as ações necessárias.

O seminário, que contou com a participação de mais de 150 profissionais, reforçou a importância da cooperação entre órgãos reguladores, indústrias e produtores. O evento evidenciou a necessidade de vigilância constante e educação técnica para enfrentar os desafios sanitários que impactam diretamente o futuro da avicultura no estado de São Paulo.

Fonte: Assessoria APA
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