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Embrapa lidera participação brasileira na Cúpula de Ciência durante a Assembleia Geral da ONU
A Rede ODS Embrapa tem sido convidada há dois anos para organizar uma mesa de debate sobre ciência agropecuária no SSUNGA.
Para mostrar como a ciência brasileira está contribuindo para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Embrapa participará do SSUNGA78 – Science Summit at the 78 United Nation General Assembly (Cúpula de Ciência na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas). O evento será realizado em Nova York (EUA) nos dias 12 e 29 de setembro, em paralelo à 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, e terá como tema central o papel e a contribuição da ciência no alcance dos ODS e da Agenda 2030. Serão mais de 300 sessões de palestras, 200 delas realizadas de forma híbrida, e o restante apenas em formato on-line.
O objetivo do SSUNGA78 é discutir as condições políticas, regulatórias e financeiras para que mecanismos científicos operem global e efetivamente no apoio ao alcance dos ODS. A descoberta científica por meio da análise de conjuntos massivos de dados é uma realidade, e o entendimento dos organizadores é de que, para que os ODS sejam alcançados, é preciso impulsionar a colaboração entre as nações para a geração e o compartilhamento de dados de pesquisa, desenvolvimento e inovação, especificamente nos temas que compõem a Agenda 2030.
A participação da Embrapa é promovida pela Rede ODS Embrapa e em articulação com o Governo Federal. Para mostrar a contribuição da ciência brasileira para o alcance dos ODS, a Empresa vai organizar quatro sessões de palestras em ambiente virtual no dia 18 de setembro que contarão com palestras em inglês de pesquisadores e especialistas da instituição de pesquisa, dos Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A participação nas sessões de palestras é gratuita, com vagas limitadas à capacidade das salas virtuais. Saiba como se inscrever e participar clicando aqui.
Impulsionar a colaboração entre as nações para desenvolver ações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que incorporem estratégias de inclusão socioprodutiva e a agenda socioambiental para transição na busca de sistemas alimentares diversos, resilientes, equânimes e saudáveis é um dos destaques desta agenda para a Embrapa. “Os cinco eixos de atuação da Agenda 2030 – Paz, Pessoas, Planeta, Prosperidade e Parcerias – são bastante inspiradores, especialmente para a área de inovação tecnológica e social”, afirma a Diretora-Executiva de Negócios da Empresa, Ana Euler. “O momento atual é singular, pois o governo fortalece a agenda nacional e internacional visando a democratização da pesquisa e inovação, pautada na conservação da biodiversidade, no combate à pobreza e à fome no campo e na cidade, e na busca de soluções para as mudanças do clima que vem afetando os diferentes biomas do país. Temos um papel estratégico neste cenário e o compromisso de pensarmos qual Embrapa queremos para os próximos 50 anos”, acrescenta.
A Rede ODS Embrapa tem sido convidada há dois anos para organizar uma mesa de debate sobre ciência agropecuária no SSUNGA. Segundo a coordenadora da Rede, Valéria Hammes, o convite se justifica pelo trabalho desenvolvido para demonstrar como o conhecimento e as soluções tecnológicas geradas na Empresa impactam 131 (ou 77,5%) das 169 das metas globais dos 17 ODS pactuados entre 193 países.
Ela acrescenta que o alinhamento dos 11 Objetivos Estratégicos do VII Plano Diretor da Embrapa (PDE) a essas 131 metas dos ODS foi motivo de premiação pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com o reconhecimento global de Campeã FAO 2022.
Para a pesquisadora, o SSUNGA78 é uma oportunidade para a Embrapa mostrar sua potência na transformação da realidade em prol do desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. “Os ODS são considerados uma linguagem global para comunicar ao mundo as contribuições para o desenvolvimento sustentável, segundo a Agenda 2030. A partir dos alinhamentos do PDE, dos Planos de Execução das Unidades, dos projetos, dos portfólios, dos ativos tecnológicos, das tecnologias do Balanço Social e dos selos nas publicações da Embrapa, comunicamos de forma assertiva a nossa contribuição e podemos demonstrar, ainda, maior impacto, para além das contribuições ao setor agropecuário”, afirma.
Maior protagonismo neste ano
No ano passado, a Embrapa participou do SSUNGA77 na sessão “Brazilian R&D contributions to innovation in food systems” (Contribuições brasileiras em pesquisa e desenvolvimento para inovação em sistemas alimentares) com cinco pesquisadores, sendo três palestrantes (Alineaurea Silva, Fabíola Fogaça e Vinicius Benites), a moderadora (Daniela Lopes) e a convener (Valéria Hammes).
“Para construir essa sessão em 2022, filtramos os cinco portfólios da Embrapa ligados à temática da alimentação, e eles dialogaram com as lideranças da Rede ODS Embrapa. Queríamos mostrar que existem na Empresa essas duas redes (ODS e Portfólios) que se comunicam para ciência, e o papel delas para o avanço da ciência no País”, lembra Alineaurea Silva, pesquisadora da Embrapa Semiárido (PE) e responsável, por meio da Rede ODS Embrapa, pela organização das sessões brasileiras no SSUNGA78 em 2023.
Este ano, a Empresa adquiriu maior protagonismo no evento. “Saímos dos muros da Embrapa e vamos mostrar a ciência não só da Empresa como também das parcerias fortes que temos com o Mapa, o MDA, o MCTI e a Fiocruz. Cada uma das quatro sessões tem representantes da Embrapa e desses parceiros”, comenta Silva. Ela destaca que em vez de apresentar casos pontuais ou locais, a ideia é mostrar experiências mais amplas sobre o que o Brasil está fazendo no combate à fome no contexto de país tropical, reunindo pesquisadores e especialistas com atuação alinhada ao tema da sustentabilidade e dos ODS.
“Esperamos não apenas dar visibilidade ao trabalho que estamos fazendo no País, como também nutrir nossas expectativas para o fomento de políticas públicas que atendam à questão global da sustentabilidade. Assim, podemos ampliar nossa base de atuação para além do Brasil”, projeta a pesquisadora.
Palestras focalizam experiências e debatem estratégias e conceitos
Com temáticas que envolvem não apenas temas ligados à agricultura, mas também à saúde, à inovação, às mudanças climáticas, entre outros, os pesquisadores e especialistas convidados vão apresentar experiências brasileiras de práticas sustentáveis, além de promover discussões sobre estratégias e novos paradigmas.
O pesquisador Éder Martins, da Embrapa Cerrados (DF), vai palestrar sobre soluções regionais no manejo da fertilidade do solo na sessão 2 (Agriculture and bioinputs – Agricultura e bioinsumos). “Vamos mostrar que estamos desenvolvendo no País soluções regionais de manejo a partir de fontes minerais. Já conhecemos os fosfatos, os calcários, a gipsita, que é fonte de enxofre, e agora temos os remineralizadores de solo e alguns fertilizantes silicatados como fontes de potássio, de magnésio, e algumas fontes de cálcio, magnésio e enxofre, além das fontes orgânicas, pois com a verticalização da agroindústria, há uma grande quantidade de matérias-primas ricas em fontes orgânicas que também são ricas em nutrientes”, diz Martins.
Ele explica que essas fontes regionais podem ser utilizadas diretamente no solo, mas que a melhor forma de uso é integrá-las, especialmente em processos como a compostagem e a aplicação de remineralizadores na cama de confinamento de vários tipos de animais. “Isso é uma forma de reciclar e criar um processo de bioeconomia, em que o nutriente é ciclado na mesma região”, comenta.
Martins argumenta que os solos tropicais são bastante responsivos a fontes minerais regionais ricas em silício, como os remineralizadores de solo. Outro fator favorável ao uso desses produtos são as condições do ambiente tropical, que permitem a aceleração dos processos de transformação dessas fontes, que são de baixa solubilidade. “E como os nossos solos também precisam de matéria orgânica, as fontes orgânicas contribuem para a criação de solos mais enriquecidos nesse componente”, completa.
O Brasil é protagonista no desenvolvimento dos remineralizadores de solo, tendo sido o primeiro país a regulamentá-los, servindo de modelo para outros países. Desde 2017, 65 produtos foram registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária e mais de 7,5 milhões ton foram comercializadas desde 2019. “Esse tipo de insumo está ficando cada vez mais importante, e sempre com a finalidade de aumentar a eficiência do uso de nutrientes. Ao usar soluções regionais, há uma grande diminuição da demanda por fontes importadas”, diz Martins.
Já a pesquisadora Janice Zanella, da Embrapa Suínos e Aves (SC), vai abordar, na sessão 3 (Brazil: Health and Biodiversity – Brasil: Saúde e Biodiversidade), como o País está se inserindo e agindo na Saúde Única. De acordo com o Ministério da Saúde, a Saúde Única “é uma abordagem global multissetorial, transdisciplinar, transcultural, integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas”.
Ela destaca que a importância da inclusão do Brasil nos fóruns internacionais, inclusive com a pesquisa agropecuária, é muito positiva: “A Embrapa prioriza a Saúde Única na sustentabilidade da produção agropecuária e na geração de soluções. Participar desses fóruns nos aproxima e conecta para atuarmos cada vez melhor”.
Diante da ocorrência de doenças emergentes e de pandemias, a pesquisadora defende que a institucionalização de Saúde Única nos países é fundamental. “A implementação de Saúde Única é muito mais que zoonoses, também inclui alimentos nutritivos, segurança alimentar, resistência antimicrobiana e muitos outros aspectos de saúde ambiental”, explica.
Zanella aponta que o Brasil, devido à biodiversidade, à ampla dimensão territorial e numerosa população, bem como à grande produção animal, é um local de risco onde essas doenças podem emergir, ao mesmo tempo em que o País tem a missão de produzir alimentos para o mundo. Por isso, ela acredita que a estratégia de Saúde Única deve ser institucionalizada nos diversos setores que atuam em saúde pública, incluindo pesquisa, desenvolvimento e educação. “São problemas complexos, que sozinhos não conseguimos resolver. Assim, é preciso uma parceria multi-institucional, multissetora, pública e privada, que deve ocorrer em níveis local, regional e mundial para encontrarmos soluções inovadoras em conjunto para resolver esses problemas”, afirma.
Coordenador do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Glauco Villas Bôas será palestrante nas sessões 1 (Brazil: Science and Development – Brasil: Ciência e Desenvolvimento) e 3 (Brazil: Health and Biodiversity – Brasil: Saúde e Biodiversidade).
Na sessão 1, ele vai palestrar sobre a inovação em biodiversidade e os requerimentos para um novo paradigma ecológico. “É uma discussão bastante conceitual sobre o fazer políticas de ciência, tecnologia e inovação no mundo em que vivemos, buscando o estabelecimento de um novo padrão de consumo e de produção, e sobre como a biodiversidade atende aos requerimentos para essa discussão”, explica o pesquisador da Fiocruz.
Já na palestra da sessão 3, “Ecoinovação no contexto de saúde e biodiversidade: uma reflexão voltada para a práxis”, Villas Bôas pretende contribuir para uma discussão de caráter também teórico-conceitual, “visando esclarecer a necessidade de financiamentos para novos modelos produtivos, e não somente modelos que mitiguem ou que apenas protejam os serviços da biodiversidade”.
Para assistir ao evento, é necessário fazer um registro gratuito na página oficial, em inglês, seguindo o passo a passo acessível nos links das sessões. A participação, como ouvinte, é aberta a qualquer pessoa.
Programação
Segunda-feira, 18 de setembro de 2023
Sessão 1 – Brazil: Science and Development
9h às 11h (Horário de Brasília)
Palestra 1. Social Technology and Food and Nutrition Security – Inácio Arruda, Secretário da Secretaria para o Desenvolvimento Social – SEDES/MCTI, Sônia da Costa (MCTI) e Luciane Costa (MCTI)
Palestra 2. Innovation in biodiversity and the requirements of a new ecological paradigm – Glauco de Kruse Villas Bôas (Fiocruz)
Moderadores: Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1Pcpq
Sessão 2 – Brazil: Agriculture and bioinputs
12h às 14h (Horário de Brasília)
Palestra 1. Regional solutions in soil fertility management – Eder Martins (Embrapa)
Palestra 2. National Bioinputs Program – Alessandro Cruvinel Fidelis (MAPA)
Moderadoras: Ana Margarida Castro Euler (Embrapa), Julia Stuchi (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1PcqH
Sessão 3 – Brazil: Health and Biodiversity
14h às 16h (Horário de Brasília)
Palestra 1. Climate changes – Osvaldo Luiz Leal de Moraes (MCTI)
Palestra 2. Eco-innovation in the context of Health and Biodiversity: A reflection focused on práxis – Glauco de Kruse Villas Bôas (Fiocruz)
Palestra 3. One health: how Brazil is inserting itself and acting – Janice Reis Ciacci Zanella (Embrapa)
Moderadoras: Alineaurea Florentino Silva (Embrapa) e Ana Maria Costa (Embrapa). Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1PcrX
Sessão 4 – Brazil: Knowledge construction and adoption (Capacity building)
17h às 19h (Horário de Brasília)
Palestra 1. The construction of knowledge to promote Agroecology in the production of healthy foods, preservation of biomes and reduction of inequalities – Regilane Fernandes da Silva (MDA) e Iracema Ferreira de Moura (MDA)
Palestra 2. Towards knowledge structuring in territorial development programs – Paulo Eduardo de Melo (MAPA)
Moderadoras: Tatiana Sá (Embrapa) e Alineaurea Florentino Silva (Embrapa)
Organizadora: Rede ODS Embrapa
Link da Sessão: https://sciencesummitunga78.sched.com/event/1Pcsm
Saiba mais sobre o evento acessando: https://sciencesummitunga.com/
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.