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Embrapa lança soluções inovadoras para o campo no 35º Show Rural Coopavel
Instituição vai demonstrar as novidades na Casa da Embrapa, Vitrine de Tecnologias e Vitrine Tecnológica de Agroecologia “Vilson Nilson Redel”. Além desses espaços, também vai estar presente no Show Rural Digital.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, participa do Show Rural Coopavel, a ser realizado de 06 a 10 de fevereiro, em Cascavel (PR), apresentando as principais inovações para o campo, assim como lançando duas cultivares de soja (BRS 2560XTD e BRS 2562XTD), uma cultivar de feijão (BRS FC415) e a publicação “Plantas que os polinizadores gostam”.
A Embrapa estará presente no Show Rural demonstrando as novidades em três espaços: Casa da Embrapa, Vitrine de Tecnologias e Vitrine Tecnológica de Agroecologia “Vilson Nilson Redel”. Além desses espaços, a Embrapa também está presente no Show Rural Digital.
Na Casa da Embrapa, técnicos e produtores terão a oportunidade de conhecer tecnologias e de adquirir publicações. A Embrapa Mandioca e Fruticultura apresentará a Rede de multiplicação e distribuição de material de plantio de mandioca com sanidade vegetal e identidade genética garantidas – RENIVA, também demonstrará o manejo integrado da murcha de Fusarium (bioinsumos), prática que visa produzir e estabelecer o controle de qualidade do produto biológico à base de Trichoderma asperellum para uso na agricultura, especialmente na produção de banana.
A destinação correta de animais mortos não abatidos nas granjas, a biosseguridade na produção de aves e suínos e a atenção à sanidade dos rebanhos são os temas da Embrapa Suínos e Aves. Para auxiliar produtores e órgãos regulamentadores, a Unidade tem atuado na avaliação de algumas práticas e tecnologias apontadas como rotas tecnológicas, como a compostagem, a biodigestão anaeróbia, a incineração, a hidrólise e o recolhimento para processamento fora da propriedade para a produção de gorduras, biocombustíveis, fertilizantes e outros coprodutos de valor agregado. A biosseguridade tem papel fundamental na proteção de rebanhos, granjas e propriedades rurais porque evita a entrada e disseminação de agentes infecciosos.
Na área de grãos, a Embrapa Soja, por meio da demonstração de um conjunto de tecnologias, apresentarpa os quatro eixos de pesquisa em que vem atuando para dar sustentação a sustentabilidade produtiva: Genética Avançada, Bioinsumos, Soja Baixo Carbono e Agricultura Digital. Estes quatro eixos são retratados nos episódios da websérie “Pilares para sustentabilidade da soja brasileira” que podem ser conferidos na página, produzida especialmente sobre os pilares da sustentabilidade. A Embrapa Arroz e Feijão apresentará amostras de sementes do seu portfólio de cultivares.
Vitrine de tecnologias
Na Vitrine da Embrapa serão apresentadas variedades de soja, feijão e mandioca. Na cultura da soja, a Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional, apresentará as cultivares convencionais, BRS 546, BRS 525, BRS 511 e a BRS 539, que possui as tecnologias Shield e Block. Além das transgênicas, de primeira geração BRS 5804 RR, BRS 5601 RR e BRS 599 RR, com a tecnologia Intacta, BRS 1003 IPRO, BRS 1054 IPRO, BRS 1056 IPRO, BRS 1061 IPRO e BRS 1064 IPRO, e as com a tecnologia Xtend®, a BRS 2553 XTD, BRS 2558 XTD, BRS 2560 XTD e a BRS 2562 XTD. Todas apresentam ótimo desempenho e resistência às principais doenças que atacam a cultura. Também são apresentadas as variedades de feijão, com grãos do tipo preto, carioca e rajado: BRS Esteio, BRS FC415, BRS FC310, BRS FP403, BRS FS311.
Além de grãos, a Embrapa apresentará as variedade de mandioca para indústria BRS CS 01, BRS 420, BRS Boitatá e BRS Ocauçu, adaptados para a região centro-sul. Quem visitar a Vitrine de Tecnologias da Embrapa ainda poderá conhecer os trabalhos desenvolvidos com forrageiras, manejo de braquiária nas entre linhas do milho, e os benefícios da inoculação de sementes de milho com a bactéria Azospirillum brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6), tecnologia que permite a redução de 25% da adubação nitrogenada de cobertura.
Vitrine tecnológica de agroecologia
A Embrapa Acre apresentará a BRS Oquira, cultivar de amendoim forrageiro propagada vegetativamente e recomendada para os biomas Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Rica em proteína e com alta produção de forragem, a tecnologia é alternativa para intensificar a produção de carne e leite e viabilizar uma pecuária a pasto mais sustentável. Os estudos mostraram que, em cultivos adubados e irrigados, o teor de proteína bruta na planta chega a 29%, valor que garante alimento de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal.
A Embrapa Clima Temperado irá apresentar a batata-doce BRS Amélia, que tem qualidades nutricionais diferenciadas. É rica em provitamina A, sendo fonte de proteínas e antocianinas e de energia, devido aos altos teores de amido e glicose. A produtividade média é de 32 toneladas por hectare, quatro vezes superior à média nacional.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



