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Embrapa lança novo mapa de erodibilidade dos solos do Brasil

Ferramenta nacional aponta áreas mais suscetíveis à erosão hídrica e deve apoiar políticas públicas e ações de conservação do solo.

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Foto: Francisco Lumbreras

A Embrapa lançou uma nova versão do mapa de erodibilidade dos solos do Brasil, que expressa a capacidade do terreno de resistir ao desgaste provocado pela água da chuva. A erosão hídrica é um dos principais fatores de degradação das terras em escala global. Estimar a sua ocorrência permite ao País, entre outras aplicações, apoiar a implementação de políticas públicas de controle do problema, com foco no desenvolvimento econômico sustentável no meio rural, por meio do fomento e da adoção de práticas de conservação de solo e água.

A erodibilidade dos solos é influenciada, exclusivamente, pelos chamados atributos intrínsecos do solo, como a composição granulométrica, estrutura, conteúdo de carbono orgânico na camada superficial, permeabilidade, profundidade efetiva do solo e a presença ou ausência de camada compactada e pedregosidade. Portanto, para a elaboração do mapa de erodibilidade dos solos do Brasil não foram considerados os fatores extrínsecos aos solos, como clima, relevo e cobertura vegetal.

O novo mapa está na escala 1:500.000, compatível para usos em nível estadual ou de grandes bacias hidrográficas. Nele, os solos de todo o País foram classificados, a partir de uma avaliação semiquantitativa, quanto à sua erodibilidade em seis classes: muito baixa, baixa, média, alta, muito alta e extremamente alta, sendo que cada classe está relacionada a um intervalo de valores correspondentes ao índice de erodibilidade do solo, o chamado de fator K.

Foto: Claudio Capeche (voçoroca em área do estado do Mato Grosso)

“O novo mapa nacional de erodibilidade dos solos tem potencial para ser utilizado em diversos estudos pela comunidade acadêmica, além de apoiar a implementação de políticas públicas, especialmente na seleção de microbacias hidrográficas em nível estadual ou regional. Muitos programas estaduais de conservação de solo desenvolvidos no País levaram em consideração a suscetibilidade do solo à erosão hídrica a fim de selecionar áreas prioritárias para ações de conservação e recuperação dos solos”, explica Maurício Rizzato, pesquisador da Embrapa Solos (RJ), que coordenou os trabalhos.

De acordo com ele, os dados que deram suporte à elaboração do mapa são oriundos de levantamentos pedológicos publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na escala 1:250.000. O mapa de erodibilidade e suas respectivas informações técnicas estão disponíveis para consulta pública na plataforma da Infraestrutura de Dados Espaciais da Embrapa (GeoInfo) – veja links no quadro 1. Os dados são apresentados por meio de um sistema de informações geográficas (SigWeb).

Uma publicação editada pela Embrapa também traz todos os detalhes técnicos sobre a metodologia e os resultados alcançados pela equipe que desenvolveu o novo mapa de erodibilidade dos solos do Brasil.

Metodologia utilizada para construção do mapeamento

A equipe utilizou para o estudo a interpretação especialista das 8.143 unidades de mapeamento de solos (UMs) do Mapa de Solos do Brasil do IBGE, publicado na escala 1:250.000 e lançado em 2018, atribuindo valores de 1 a 6 para cada componente das UMs. “Esses valores representam a suscetibilidade dos solos à erosão hídrica, sendo que o valor 1 corresponde à classe de suscetibilidade muito baixa, e os demais valores às classes, baixa, média, alta, muito alta e extremamente alta, respectivamente. Foram avaliados até o quarto componente de cada ‘UM’, quando presentes, calculando-se a média ponderada de seus valores”, detalha Rizzato.

Para esse cálculo, segundo o pesquisador, a equipe utilizou uma estimativa de porcentagem de ocorrência de cada componente da “UM”. “Por exemplo, para uma ‘UM’ com apenas dois elementos, considerou-se que o primeiro ocupava 60% de sua área e o segundo, 40%. Após se efetuar os cálculos da média ponderada dos valores semiquantitativos de erodibilidade de cada unidade de mapeamento, os valores obtidos foram convertidos em um índice de erodibilidade – o chamado fator K da equação universal de perda de solo, baseando-se em dados de literatura que relacionam classes de solos com os seus respectivos valores de fator K”, explica.

“Por meio desse procedimento, concluímos que os solos do Brasil se enquadram na classe de erodibilidade média, e que as maiores áreas contínuas dominadas por solos mais suscetíveis à erosão ocorrem, sobretudo, na Região Nordeste. Isso coincide com as áreas afetadas pelo processo da desertificação, atualmente um dos maiores problemas de degradação das terras do País”, revela Gustavo Vasques, também pesquisador da Embrapa Solos.

A equipe aponta, ainda, que áreas expressivas de solos de elevada erodibilidade também ocorrem no Acre, estendendo-se para as cercanias do estado do Amazonas, em solos com elevados conteúdos de silte. Vasques explica que, para validar o mapa produzido, a equipe comparou os seus valores de erodibilidade com medidas diretas do fator K obtidas em campo e existentes na literatura, com chuva natural e simulada. Dessa forma, chegou-se à conclusão de que as medidas do fator K do novo mapa desenvolvido possuem valores centrais próximos àqueles medidos em campo.

O mapa lançado pela Embrapa Solos é o segundo a disponibilizar o fator K para todo o território nacional. O primeiro, que utiliza outra metodologia, foi o mapa de erodibilidade do solo em alta resolução do Brasil, lançado em 2021 por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Joint Research Centre, órgão da Comissão Europeia.

“A conversão dos valores semiquantitativos, de 1 a 6, em valores do fator K que utilizamos foi uma estratégia simples e experimental para estimar a erodibilidade do solo para todo o território brasileiro. Assim, recomendamos aos interessados que desejam utilizar o fator K para os mais diversos fins condensar as seis classes de erodibilidade – muito baixa, baixa, média, alta, muito alta e extremamente alta – em três classes: baixa, média e alta. Esse procedimento irá facilitar as interpretações para as quais os valores do fator K forem destinados, bem como possibilitar um aumento de qualidade das modelagens, dados ou informações obtidas”, pondera Rizzato.

Fonte: Assessoria Embrapa Solos

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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