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Embrapa lança livro sobre piscicultura familiar em viveiros escavados

Manual foi atualizado e traz conceitos e dicas práticas para quem atua na área

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Foto: Arquivo/OPR

Um livro com acesso gratuito e muita informação sobre a atividade de piscicultura familiar no sistema de viveiros escavados acaba de ser atualizado e a segunda edição disponibilizada. Em 10 capítulos técnicos, os produtores desse segmento e outros interessados podem conferir todo o processo produtivo, desde o planejamento até a comercialização. Por meio do conhecimento compartilhado, o manual objetiva contribuir para a redução de gargalos tecnológicos existentes na piscicultura.

Para um bom planejamento da atividade, a publicação lembra pontos fundamentais como a proximidade com fornecedores de ração e de alevinos de qualidade, além da necessidade de o piscicultor se atentar às exigências do licenciamento ambiental em sua região. Com relação à construção de viveiros escavados, características como a topografia da área e o tipo de solo precisam ser levadas em conta; o manual orienta também sobre o dimensionamento e o formato dos viveiros e sobre os sistemas de abastecimento de água e de drenagem das estruturas.

O terceiro capítulo foca na preparação dos viveiros e na produção de peixes. Pontos como esvaziamento e secagem dos viveiros, calagem e adubação inicial, aquisição, transporte e aclimatação de alevinos são abordados. Os cuidados necessários nas fases de recria e de engorda também compõem essa parte do livro. O capítulo seguinte é exclusivo sobre a qualidade da água e traz informações sobre itens como oxigênio dissolvido na água, transparência, pH, alcalinidade e temperatura. E também uma tabela com problemas relacionados ao tema e as respectivas soluções sugeridas.

A alimentação dos peixes é o tema do quinto capítulo do manual. E uma etapa essencial do processo produtivo, já que a ração pode chegar a 80% dos custos de produção. Portanto, saber escolher o produto mais indicado, identificar as melhores taxas e frequências de alimentação e entender sobre conversão alimentar são pontos fundamentais. O capítulo seguinte aborda a sanidade dos animais e lista orientações (como sobre prevenção do estresse, aclimatação adequada e correto manuseio dos animais) para que os peixes cresçam saudáveis.

Autores

São 10 os autores do Manual de piscicultura familiar em viveiros escavados. A primeira edição, em 2015, reunia uma série de folhetos temáticos elaborados no âmbito do projeto “Fortalecimento da piscicultura como alternativa de renda e diversificação da agricultura familiar no estado do Tocantins”, desenvolvido entre 2011 e 2014. Executado na região Oeste do estado, foi o primeiro projeto da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e envolveu ações tanto de Pesquisa como de Transferência de Tecnologia.

Patrícia Oliveira Maciel-Honda é pesquisadora da instituição e uma das autoras do livro. Ela explica que “na segunda edição, inserimos um capítulo inicial no qual apresentamos questões relevantes que devem ser levantadas pelo produtor antes de começar uma atividade de piscicultura. Inserimos reflexões que vão desde o questionamento sobre a disponibilidade de água na propriedade até a necessidade de licenças exigidas para a atividade piscícola na região. Estas questões, quando negligenciadas, podem incorrer em prejuízos ou problemas após implantação da piscicultura”.

Ela segue dizendo que “nos demais capítulos, realizamos atualização pontual de conteúdos técnicos e mudamos algumas imagens e ilustrações para melhorar a interação com o leitor. No final do livro, disponibilizamos ainda uma lista de planilhas, prontas para impressão, que podem ser usadas para registros de dados e acompanhamento técnico da criação de peixes”. As planilhas referem-se a temas como: controle do preparo e da adubação de manutenção do viveiro; monitoramentos (diário e semanal) da qualidade da água do viveiro; controle da alimentação dos peixes; e registro do estado sanitário dos peixes.

Outra autora é Ana Paula Oeda Rodrigues, também pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura. Para ela, “o lançamento da segunda edição do livro, revisada e disponibilizada de forma gratuita online, busca atender uma demanda legítima dos piscicultores familiares que é o acesso a informações sobre como criar peixes”. A pesquisadora entende que “a apresentação do livro no formato de manual e com linguagem apropriada para esse público favorece o alcance do nosso objetivo, que é promover o desenvolvimento da piscicultura familiar no país”.

Adriano Prysthon da Silva, pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL) mas ainda com atuação na Embrapa Pesca e Aquicultura, é outro autor do manual. De acordo com ele, “a ideia é disseminar o livro não apenas nas redes sociotécnicas já estabelecidas, mas sobretudo em eventos que dialoguem com a temática da produção familiar em todo o Brasil. O livro está atualizado e acredito que seu conteúdo pode contribuir substancialmente na diminuição de gargalos, principalmente no sistema de produção e na visão e no detalhamento dos diferentes aspectos da cadeia produtiva”.

Mais conteúdo

O capítulo sete do livro trata do acompanhamento técnico da produção, com destaque para dois pontos fundamentais. Um é a biometria, que é acompanhar periodicamente o crescimento dos peixes para, caso necessário, fazer ajustes no manejo. Outro ponto é a conversão alimentar, que é a relação entre a quantidade de ração fornecida e o ganho de biomassa em determinado período. O capítulo seguinte lista boas práticas para conservação do pescado, como a importância da temperatura adequada e a higienização dos utensílios usados na manipulação do peixe.

O penúltimo capítulo aborda aspectos econômicos da produção, com destaque para o controle de custos e a comercialização. Conceitos para uma boa análise econômica dos custos de produção são citados e perguntas objetivas são sugeridas para um adequado planejamento da venda dos peixes. Já o décimo capítulo trata de formas associativistas na piscicultura familiar; as principais diferenças entre associação e cooperativa são mostradas. O acesso a políticas públicas também é tema do último capítulo do livro.

O livro Manual de piscicultura familiar em viveiros escavados será lançado e apresentado em diversos eventos nos quais a Embrapa Pesca e Aquicultura estará presente. O IFC Brasil, que acontece entre 24 e 26 de setembro em Foz do Iguaçu-PR, é o primeiro deles. Durante o segundo fórum Aquicultura 4.0, a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Lícia Lundstedt estará na mesa redonda Aquicultura 4.0 para produção familiar. Ela vai abordar os desafios da implementação da agricultura digital para agricultura familiar. O manual será um dos temas apresentados.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura

Peixes

Com novas quedas, preços da tilápia voltam aos níveis de 2022

Esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecido.

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Foto: Jonathan Campos

Em outubro, os preços da tilápia continuaram em queda em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea, voltando aos patamares observados em 2022.

Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecida.

Diante da alta disponibilidade interna, as exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários) aumentaram de forma expressiva.

Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, foram 1,7 mil toneladas embarcadas em outubro, elevação de 8,1% frente ao mês anterior.

Em relação ao mesmo período de 2023, o volume quase dobrou.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Peixes

Governo federal paga auxílio para pescadores da Região Norte

Benefício no valor de R$ 2.824 é destinado para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O governo federal paga nesta segunda-feira (04) o Auxílio Extraordinário para aproximadamente 148 mil pescadores e pescadoras da Região Norte afetados pela seca histórica deste ano. O benefício, no valor de R$ 2.824, será depositado na Caixa Econômica Federal para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia

Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, a parcela única será paga diretamente na conta que o beneficiário tem na Caixa – ou em conta poupança social digital aberta automaticamente pelo banco. No total, serão pagos mais de R$ 418 milhões.

Tem direito ao auxílio, os pescadores e pescadoras que receberam o seguro-desemprego do pescador artesanal e que moram em municípios da Região Norte em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal e cadastrados pelo município até o dia 08 de outubro.

O Amazonas é o estado com maior número de beneficiários, quase 79 mil pessoas, em 49 municípios. Já no Acre e em Rondônia, essa espécie de seguro da seca vai beneficiar pescadores de 22 municípios cada. No Pará, além da capital Belém e de Muaná, na Ilha de Marajó, trabalhadores de outras 19 cidades poderão sacar o montante.

O auxílio foi instituído pelo governo federal por meio da Medida Provisória (MP) 1.263/2024 para atender as famílias de pescadores artesanais afetadas pela seca extrema e prolongada que está afetando a Região Norte, desde o início em junho deste ano. A lista com os municípios atendidos e a quantidade de beneficiários pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Agência Brasil
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Peixes

UPA Copacol completa um ano de inovação tecnológica

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Com tecnologia inovadora na América Latina, a Unidade de Produção de Alevinos (UPA) da Copacol, em Quarto Centenário, completa o primeiro ano de funcionamento pleno, com significativos resultados, que geram oportunidades para milhares de famílias no campo e na cidade.

Fotos: Divulgação/Copacol

O sistema implantado possui uma característica exclusiva, unindo sustentabilidade e biossegurança, com um modelo inspirado no sistema israelense, com baixa utilização de água e controle de acesso rigoroso. “É um orgulho vermos que todo esse processo aqui se transforma em garantia de qualidade, sanidade e biossegurança dos alevinos que vão para as propriedades cooperadas. Nossa UPA toda a tecnologia que precisamos para continuar evoluindo com genética e acompanhamento próprios, o que reflete em avanços contínuos, tornando nossa região um verdadeiro exemplo nesta diversificação”, destaca o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol, que esteve na estrutura para comemorar o primeiro ano de funcionamento da UPA.

A primeira UPA da Copacol fica em Nova Aurora e completa em dezembro uma década de existência, com resultados extremamente elevados: a produção supera 50 milhões de alevinos/ano. Além de ampliar as oportunidades a campo, a nova UPA consolida o pioneirismo da Copacol na atividade e faz com que ela tenha o domínio de toda a cadeia produtiva, garantindo a autossuficiência na produção de alevinos.

A água utilizada nos sistemas tem como origem poços artesianos e tem total reutilização. Além disso, o volume de água representa apenas 10% do que é utilizado no método convencional. “A sustentabilidade é um princípio essencial para a atividade, por isso, buscamos um modelo inovador, que conservasse nosso bem maior, a água. Tivemos muitos desafios neste primeiro ano, no entanto, cada etapa foi superada proporcionando uma experiência de toda a nossa equipe técnica”, afirma o gerente da Integração Peixes, Nestor Braun.

Estrutura
A UPA em Quarto Centenário possui 22 mil metros de área construída, com tanques exclusivos para o sistema reprodutivo, além de banco genético exclusivo. A primeira etapa do processo de produção ocorre no acasalamento das tilápias. Os ovos são coletados nas bocas das fêmeas e passam para a incubação artificial. Dentro de sete dias ocorre a eclosão: após o nascimento, as larvas se alimentam do saco vitelino até a formação completa do trato digestório.

Quando esse processo termina naturalmente, elas são levadas para a primeira fase de crescimento, em sistema simbiótico, quando as bactérias boas entram em simbiose com o meio, com alimentação de ração farelada.

Após 15 dias elas são transferidas para a segunda fase de crescimento, em sistema de recirculação de água, até atingirem o peso para despesca, e serem enviados para as propriedades dos cooperadores. “Essa unidade representa o futuro, não só para a produção de alevinos, mas também para juvenis e quem sabe para a engorda na terminação também. Os sistemas produtivos nos permitem trabalhar com altas densidades, proporcionando altas produtividades de espaços reduzidos combinando com uso racional de água, isso é perfeito”, destaca o supervisor da Unidade, Diego André Werlang.

Banco genético 
No setor de banco genético, os peixes são reproduzidos e classificados. Após os ciclos de acasalamento, incubação e larvitura, ocorre a alevinagem: as larvas alojadas em hapas – dentro das estufas – quando atingem 30 gramas, são microchipadas, pesadas/medidas e transferidas para as lagoas de ranking, onde são avaliadas em condições semelhantes das propriedades dos cooperados, com aeração, densidade e manejo. Quando chega o ponto de abate, é feita a biometria final.

Os peixes são identificados, medidos e sexados, garantindo uma nova seleção genética para futuros acasalamentos. O banco genético conta ainda com o avozeiro onde as tilápias com alto valor genético, sem grau de parentensco, passam a gerar ovos em tanques, que resulta em de futuras matrizes e reprodutores: ao atingirem 350 gramas os peixes machos são separados das fêmeas e transferidos para produção.

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