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Embrapa e Fapesp lançam projeto em agricultura digital focado em pequenos e médios produtores rurais
Iniciativa vai contar com investimento total de R$ 25 milhões ao longo dos próximos cinco anos. Entre as ações previstas, está o estabelecimento de Distritos Agro Tecnológicos, em diferentes regiões do país, para a promoção de soluções de conectividade em áreas rurais e a inserção de tecnologias digitais em processos de produção agropecuária.
O avanço no uso de tecnologias digitais é apontado como um dos fatores determinantes para que a agricultura brasileira mantenha sua capacidade produtiva de maneira sustentável, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental e social. A participação de pequenos e médios produtores rurais neste processo de transformação no campo é fundamental, para isso a Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) inauguram oficialmente, no dia 11 de abril, o Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/SemeAr).
Aprovado no final de 2022 em edital da Fapesp para constituição de Centros virtuais orientados a problemas específicos e com impacto social e econômico, o projeto contará com investimento total de R$ 25 milhões ao longo dos próximos cinco anos. Sua missão será atuar na pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologias emergentes visando à inclusão de pequenos e médios produtores rurais. Entre as ações previstas, está o estabelecimento de Distritos Agro Tecnológicos (DATs), em diferentes regiões do país, para a promoção de soluções de conectividade em áreas rurais e a inserção de tecnologias digitais em processos de produção agropecuária, envolvendo, por exemplo, aplicações em inteligência artificial e sensoriamento remoto, automação e agricultura de precisão, rastreabilidade e certificação.
A Embrapa Agricultura Digital, Unidade localizada em Campinas (SP), é a instituição sede do CCD-AD/SemeAr. O projeto tem ainda como instituições associadas o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O objetivo do projeto é avançar no conhecimento e gerar soluções que atendam às necessidades de pequenos e médios produtores rurais, de forma a contribuir para reduzir imperfeições de mercado e desigualdades na adoção de tecnologias digitais que sejam capazes de promover ganhos de produtividade e competitividade, redução de custos e aumento da eficiência da produção agrícola.
“A Fapesp está muito contente em lançar este novo Centro de Pesquisa em Agricultura Digital. Ele é um dos Centros criados pela Fundação no Programa Ciência para o Desenvolvimento. Neste caso, no âmbito de uma parceria maior com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o Ministério das Comunicações e com o Comitê Gestor da Internet no Brasil. As tecnologias e as soluções propostas neste projeto têm uma importância crucial para o país. Nós temos a agricultura tropical mais competitiva em termos globais. Mas a conectividade na área rural é muito baixa e o uso de tecnologias digitais ainda deixa muito a desejar, em especial para pequenos e médios produtores. O desenvolvimento de soluções de comunicação e de aplicativos que sejam relevantes para os diversos tipos de cultivo e de criação podem aproximar estes produtores do mercado e viabilizar ferramentas capazes de aumentar a produtividade e a renda destes produtores”, afirma o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago.
Distritos Agro Tecnológicos
De acordo com o projeto, serão implantados ao todo dez Distritos Agro Tecnológicos (DATs), distribuídos no estado de São Paulo e em outras regiões, considerando a diversidade produtiva e de recursos naturais. Selecionados com base em indicadores socioeconômicos, a partir dos DATs serão identificados os gargalos de conectividade e mapeadas as soluções digitais demandadas pelos produtores rurais, bem como as instituições públicas ou privadas, empresas e startups capazes de suprir as necessidades naquele arranjo local. Funcionando como um piloto de fazenda inteligente, os DATs também permitirão investigar e validar tecnologias habilitadoras para o desenvolvimento de soluções digitais priorizadas para cada realidade.
A pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital Silvia Massruhá é a responsável pela coordenação do projeto. Ela explica que a inclusão de pequenos e médios produtores rurais no processo de transformação digital têm o potencial de promover ganhos em escala, qualidade e eficiência na produção, ampliando a competitividade de produtos e serviços agropecuários brasileiros. “Nessa perspectiva, o Brasil também apresenta grande potencial de ofertar soluções tecnológicas em agricultura tropical digital para outros países”, completa.
Pesquisa realizada em 2020 pela Embrapa, Sebrae e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que 84% dos agricultores brasileiros já utilizavam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola, sobretudo para facilitar a comunicação, o acesso à informação e a compra e venda de produtos. Além disso, 95% dos produtores afirmaram ter interesse em receber informações e apropriar-se de tecnologias digitais mais especializadas, como por exemplo soluções para planejamento e gestão da propriedade; para estimativas de produção; controle de pragas, doenças, falhas operacionais e déficit hídrico na lavoura; bem-estar animal e também para certificação e rastreabilidade de produtos agrícolas. Já os principais desafios apontados por eles na pesquisa estão relacionados a custos elevados de investimento, acesso restrito à internet e necessidade de capacitação.
Para Silvia Masshurá, a expectativa do projeto é, por meio dos DATs, promover a conexão com múltiplos atores das cadeias produtivas e possibilitar novos modelos de negócios de modo a dar escala às tecnologias e reduzir custos de transação. “O objetivo é estimular a integração de tecnologias digitais nos processos produtivos rurais de uma forma efetiva e simples, que atenda às necessidades reais dos produtores, gerando impactos socioeconômicos no curto e médio prazo, além de oferecer capacitação tecnológica e o compartilhamento de conhecimento e de práticas, visando acelerar a adoção de tecnologias digitais”, ressalta.
Conectividade
Entre os dez Distritos Agro Tecnológicos (DATs) previstos pelo CCD-AD, dois já foram implementados em projeto anterior, liderado pelo CPQD e Embrapa, dentro da iniciativa SemeAr, criada para estruturar a governança e a sustentação econômica deste modelo de operação para promoção da agricultura digital. Os primeiros pilotos, que servem como referência para o novo projeto, foram estabelecidos nos municípios paulistas de Caconde, região caracterizada pela presença de pequenos e médios cafeicultores, e de São Miguel Arcanjo, que tem a produção de uva como atividade de destaque.
A implantação destes DATs contemplou aspectos como conectividade, oferta de serviços e capacitação, e envolveu a participação de atores locais, como produtores rurais, cooperativas, associações, sindicatos, governos municipais, institutos de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, empresas, prestadores de serviços e startups. O intuito, com eles, é validar um modelo viável, capaz de ser replicado em outras localidades do Brasil, gerando subsídios para políticas públicas e para outras iniciativas na temática da agricultura digital.
A baixa disponibilidade e qualidade dos serviços de conectividade nas áreas rurais é um dos principais desafios para a adoção de inovações em agricultura digital, especialmente para pequenos e médios produtores. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), entre 2015 e 2020 houve um aumento de 36% nos usuários de Internet na área rural. Entretanto, o estudo “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro”, realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em 2021, mostra que o Brasil rural tem cobertura de internet de apenas 23%.
Assim, um dos eixos de atuação do CCD-AD será a promoção de ações em PD&I para elevar a conectividade nos DATs selecionados, em termos de infraestrutura e de dispositivos disponíveis comercialmente. “O projeto prevê a oferta de conectividade e a implantação de soluções digitais em regiões diferentes do País, com necessidades e desafios distintos. Assim, nos locais onde já existe infraestrutura de conectividade, a ideia é aproveitar o que está disponível. Mas a estratégia do projeto também prevê a escolha de locais que apresentam desafios de conectividade que irão demandar a pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras. E isso poderá ser feito utilizando as competências do CPQD e do nosso parceiro Inatel na área de tecnologias de conectividade”, explica Alberto Paradisi, diretor do CPQD e um dos vice-diretores do CCD-AD/SemeAr.
Paradisi observa que a diversidade de atores é um fator importante para o sucesso do projeto, como vem mostrando a experiência no DAT de São Miguel Arcanjo, que atraiu empresas e fornecedores de soluções e de serviços distintos – entre eles, um provedor local de internet, fornecedores de equipamentos e de link de satélite e várias startups. “É uma experiência muito interessante, que mostra a importância de atrair diversos atores”, afirma.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.