Avicultura
Embrapa defende uso racional de aditivos na avicultura brasileira
A pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves concedeu entrevista ao O Presente Rural para falar um pouco mais sobre os antibióticos e outros aditivos usados na produção de proteína animal
A pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Vivian Feddern, concedeu entrevista exclusiva a O Presente Rural para falar um pouco mais sobre os antibióticos e outros aditivos usados na produção de proteína animal. Em sua opinião, faltam mecanismos capazes de comprovar cientificamente a importadores que as dosagens usadas em países exportadores de carnes não são prejudiciais à saúde humana. Para ela, esses produtos de uso veterinário, administrados com parcimônia, só beneficiam a produção nacional.
Para Feddern, “a carne brasileira obtida através de abate inspecionado pelos órgãos de fiscalização oficiais é segura. Isto tem sido anualmente comprovado pelo Mapa por meio de relatórios disponíveis ao público. O Mapa vem investindo muitos recursos nestas análises, que são minuciosas e onerosas. Muitas vezes o que o Brasil tem é falta de comprovação, resultados científicos, bem embasados para ganhar confiança dos mercados interno e externo para os quais o Brasil exporta”.
Ainda conforme a pesquisadora, “a população precisa estar bem informada e cuidar com mídias sensacionalistas que muitas vezes proíbem algo e daqui a pouco permitem, como foi o caso do ovo, considerado em um passado próximo um vilão, quando hoje em dia se sabe que ingerir sete ovos semanalmente não causa qualquer problema ao organismo”.
O Presente Rural (OP Rural) – O que são os antibióticos?
Vivian Feddern (VF) – Antibiótico é um termo generalizado, muitas vezes usado erroneamente para definir uma ampla classe de substâncias indicadas para o tratamento de doenças em humanos e animais. Os antibióticos são substâncias derivadas de microrganismos ou podem ser sintetizadas, as quais inibem o crescimento de outros microrganismos, podendo combater a infecção. O primeiro antibiótico descoberto e, um dos mais conhecidos, é a penicilina, usada para prevenir e tratar infecções.
OP Rural – Qual a diferença para os antimicrobianos?
VF – Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre microrganismos, inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição. Portanto, os antibióticos são uma classe dentro dos antimicrobianos. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), antimicrobianos são substâncias utilizadas na avicultura com função terapêutica e profilática, com objetivo de controlar e prevenir doenças infecciosas.
OP Rural – Com que finalidades os antibióticos são usados na avicultura?
VF – O termo mais correto seria produtos de uso veterinário ou aditivos, pois nem sempre são utilizados somente antibióticos. Dentre os produtos de uso veterinário estão os antimicrobianos usados principalmente para prevenir e impedir o aparecimento de algumas enfermidades. Eles devem ser empregados na quantidade estritamente necessária à obtenção do efeito desejado. A dosagem, o período de uso e o período de retirada, quando for o caso, são prescritos por um médico veterinário atendendo a legislação vigente.
OP Rural – Quais os principais antibióticos usados na avicultura?
VF – Na avicultura são adicionados outros aditivos que não somente antibióticos, os quais são monitorados pelo Mapa. Temos que analisar o conjunto e a real necessidade de emprego destes aditivos. Os resíduos e contaminantes monitorados são classificados em antimicrobianos, anticoccidianos, contaminantes inorgânicos, piretroides, substâncias de ação anabolizante, micotoxinas, dioxinas e furanos, betagonistas, antiparasitários e organoclorados. Alguns destes podem ser encontrados decorrentes do uso de produtos veterinários acima da dosagem permitida, ou por contaminação cruzada ou ainda por não seguir as recomendações estabelecidas pela legislação.
Em relação aos principais antimicrobianos utilizados na avicultura, podem ser citados a oxaciclina, oxiciclina, oxitetraciclina, ampicilina, eritromicina, enrofloxacina, sulfametazina, sulfametoxazol, difloxacina, entre outros. Com relação aos anticoccidianos (previnem coccidiose, doença muito comum que acomete os frangos), os mais utilizados são a nicarbazina (normalmente de menor custo, eficiente e causadora de poucos problemas com resistência), monensina, lasalocida, narasina, maduramicina, salinomicina, amprólio, clopidol, robenidina e diclazuril.
OP Rural – Os antibióticos trazem prejuízos à saúde humana? Se sim, quais?
VF – Primeiramente, é preciso esclarecer que os antibióticos são ferramentas poderosas para a saúde humana e vêm salvando milhões de vidas desde sua descoberta e uso no combate às infecções. O problema está no seu uso sem a recomendação e acompanhamento de um médico, no caso de saúde humana, ou de um médico veterinário, quando se tratar dos animais. Uma das preocupações está na possibilidade de trazer resistência antimicrobiana. Outro fato está relacionado à ocorrência de resíduos nos produtos cárneos e vísceras.
No Brasil, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento é o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização de produtos e insumos agropecuários e, portanto, autoriza o uso controlado de aditivos na ração animal, para que não ocorram resíduos destes aditivos nos alimentos consumidos pela população.
Existem equipamentos sofisticados que detectam níveis traço e ultra-traço de resíduos de aditivos utilizados. O Mapa segue os padrões do Codex Alimentarius, que é um Comitê formado por diversos especialistas, oriundos de mais de 100 países, com as mais diversas formações acadêmicas. Este Comitê se reúne periodicamente, antes da liberação de um determinado aditivo ao mercado, para decidir toda parte toxicológica, estabelecer a ingestão diária aceitável (IDA) pelas pessoas e os limites máximos de resíduos (LMRs), abaixo dos quais existe evidência científica de que não há qualquer problema ou perigo à saúde humana e animal.
Como ferramenta de “gerenciamento de risco” e com o objetivo de promover a garantia de qualidade do sistema de produção de alimentos de origem animal ao longo das cadeias produtivas, o governo criou, em 1986, o Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal. Este plano contempla o Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) em Carnes, o qual foi implementado em 1988. Os resíduos são monitorados anualmente em uma série de amostras aleatórias de diversas matrizes e espécies animais, através de laboratórios credenciados pelo Mapa.
O que muitas vezes falta nos países exportadores de produtos cárneos para países mais exigentes é base científica para tomada de decisão, estudos de qualidade comprovando que determinado produto é seguro. Como as análises de resíduos de aditivos são caras, devido ao preparo da amostra envolver etapas de extração, padrões importados, além das amostras serem enviadas para locais de longa distância para serem analisadas em centros especializados, encarecendo o frete, algumas empresas não conseguem comprovar cientificamente a segurança de seus produtos aos países mais exigentes.
É possível usar estes medicamentos e estes deixarem resíduos nos produtos alimentícios e ainda estes produtos serem absolutamente saudáveis, desde que os resíduos estejam abaixo dos chamados limites máximos de resíduos. O Mapa, órgãos de pesquisa, e o Codex Alimentarius, estão atuando para garantir que se possa ao mesmo tempo aumentar a produção e a produtividade e preservar a saúde humana.
Existe ainda a não conformidade da dosagem de determinado aditivo veterinário, que muitas vezes é utilizado de forma incorreta. A crença de que se utilizar uma quantidade acima da recomendada pelo Mapa de determinado produto fará efeito maior na prevenção de certa doença precisa ser modificada, pois isto poderá refletir na ocorrência de resíduos na carne ou órgãos dos animais, que, se consumidos, serão prejudiciais às pessoas.
OP Rural – Há países que restringem o uso de aditivos na produção de proteína animal. O que eles alegam?
VF – A proibição de muitos aditivos ocorre na Europa, mas não necessariamente por serem prejudiciais à saúde. A Europa legisla por precaução e não por base científica, como acontece nos Estados Unidos, por exemplo, que permitem ou proíbem determinado antibiótico quando possuem convicção por meio de dados científicos sólidos de que determinado produto é benéfico ou prejudicial.
Alguns países penalizam o uso excessivo de antibióticos, como a Dinamarca e a Holanda. Em alguns países como a Alemanha, Itália, França, Bélgica e Suécia existem sistemas de monitoramento para ajudar os produtores a controlar o uso de antibióticos e, desta forma, não exceder os valores prescritos pelo médico veterinário.
Dessa forma, em um cenário cada vez mais competitivo, torna-se necessário garantir a produtividade e, ao mesmo tempo, manter a competitividade nos mercados interno e externo. Portanto, são necessários mais estudos para aumentar a confiança do Brasil com outros países que restringem o uso de aditivos de uso veterinário.
OP Rural – Quem defende os antibióticos inclusive como promotores de crescimento, o que alegam?
VF – Alegam que sem evidências científicas de que seu uso seja prejudicial à saúde, eles são extremamente importantes para garantir o bem-estar animal, evitar doenças e consequente propagação da doenças, o que pode causar a condenação de todo um lote.
OP Rural – É possível produzir aves sem o uso de antibióticos?
VF – A produção de frangos sem produtos de uso veterinário, ou mais especificamente sem anticoccidianos ainda é inviável nas condições atuais de produção. Há necessidade de maiores estudos para encontrar formas econômicas para, aos poucos, substituir parcialmente o uso destes aditivos para produtos destinados à alimentação animal, para garantir ao consumidor o preço condizente com suas condições de compra.
No sistema de criação intensivo, caracterizado pela alta concentração de animais, que se tem hoje em dia, é praticamente impossível não utilizar nenhum medicamento veterinário. Se um animal estiver doente, este por sua vez pode contaminar os outros, causando grandes danos em toda granja.
Produtos alternativos aos antimicrobianos convencionais são de interesse, mas para que sejam viáveis a longo prazo, devem ser seguros, efetivos, baratos e fáceis de usar. Assim, restringir o uso de substâncias antimicrobianas apenas para fins terapêuticos implicaria em vários desafios, como segregação de rações nas fábricas, adaptações no manejo (redução da densidade do lote, maior tempo de vazio sanitário, limpeza com maior frequência, maior cuidado com temperatura, manutenção da biossegurança rigorosa, reduzir o estresse, não reaproveitar a cama de aviário); desafios na saúde animal (aumento de doenças entéricas e sistêmicas); desafio no bem-estar animal (quando e como tratar animais doentes, qual seria a alternativa ao programa convencional?).
Os principais desafios enfrentados pelos produtores de animais criados sem produtos de uso veterinário serão, sem dúvida, relacionados à saúde intestinal e mais especificamente para a prevenção e controle da coccidiose e enterite necrótica.
OP Rural – Quais as substâncias alternativas para substituir os aditivos?
VF – O uso de substâncias químicas tem sido eficaz no controle da coccidiose e outras doenças na avicultura. No entanto, devido à ocorrência de resistência, alternativas como vacinas e suplementos naturais têm sido estudadas ao longo dos anos. As vacinas atuam promovendo a geração de estímulos nos mecanismos de defesa das aves e previnem infecções entéricas, evitando o uso de uma terapia medicamentosa. Outras alternativas estudadas para reduzir as perdas causadas pela infecção são os extratos herbais, complexos multienzimáticos, prebióticos e probióticos, entre outros, porém sua eficácia tem sido questionada e os estudos insatisfatórios para propor uma mudança na utilização de aditivos, em grande escala.
OP Rural – Quais os possíveis impactos para o setor em uma possível restrição ao uso de produtos de uso veterinário na produção de proteína animal, seja na questão sanitária, de saúde animal, de produção ou até mesmo econômica?
VF – As consequências serão diversas, as quais vão afetar o bem-estar animal se não for ministrado antibiótico/aditivo no momento certo; redução na produtividade, pois os animais terão que ser criados em densidades menores, para dificultar a propagação de eventuais doenças; maior investimento em biossegurança; perdas econômicas com o possível tratamento de doenças existentes, perda de alguns lotes acometidos por doenças, investimentos extras para adequar as plantas processadoras. Além disso, as empresas vão ser obrigadas a investir mais em pessoal técnico, equipamentos sofisticados, para realizar as análises exigidas pelos países importadores. Do contrário, irão perder mercados importantes para a economia do nosso país. Somado a isso, as empresas terão que se adequar à legislação de cada país importador, pois o Codex estabelece os limites seguros dos antibióticos, mas cabe a cada país decidir se segue ou não. E claro, investir mais pesquisa na busca por produtos alternativos aos antibióticos, que já estão bem consolidados atualmente.
OP Rural – A cadeia produtiva de aves está preparada para substituir os antibióticos?
VF – A cadeia ainda não está preparada, pois não existe substituição total, além de poucos estudos sobre alternativas ao uso de antibióticos. Os poucos estudos que se têm não são confirmatórios e nem decisórios para mudar drasticamente toda uma cadeia que está indo bem, e exportando para mais de 100 países.
Alexander Fleming, quando criou a penicilina em 1928, objetivou auxiliar no tratamento de doenças, as quais não possuíam sinal de cura por nenhum outro método, uma vez instalada a enfermidade. Hoje em dia se tem a opção de prevenir, o que é muito mais inteligente e barato. Logo, não vejo motivos concretos da não utilização de antibióticos. Por que iria se querer deixar os frangos adoecerem?
OP Rural – Cada vez mais, debates acerca do tema tomam os grandes eventos do setor de aves e suínos no país. Em sua opinião, a tendência é que o Brasil crie nova legislação para abolir os antibióticos?
VF – O Mapa publicou no DOU de 24/05/2016 a criação da Comissão sobre Prevenção da Resistência aos Antimicrobianos em Animais. Até o presente os mercados aderentes ao tema têm usado como base a classificação da OMS, tabela que segue:
Não acredito que o Brasil vá abolir, pois perderia competitividade e mercado, sem garantias de que terá um sistema que propicie maior segurança dos alimentos do que se tem atualmente. O que deve haver é o controle do uso de aditivos adicionados na ração. Para isso, é de suma importância utilizar o produto correto, na dosagem correta, tempo (com ou sem período de retirada; quantos dias antes do abate precisa retirar o aditivo) e momento correto (fase inicial, fase adulta).
Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
