Notícias Aquicultura
Embrapa confirma presença no maior evento da cadeia do pescado, o IFC
A quarta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil vai reunir expositores internacionais e receber visitantes de toda a América Latina

Diversos centros de pesquisa da Embrapa estarão presentes no próximo International Fish Congress & Fish Expo, que será realizado nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro em Foz do Iguaçu (PR). O IFC 2022 reúne feira de negócios, congresso e mostra de trabalhos científicos. O atual ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e o presidente da Embrapa, Celso Moretti, também estarão presentes. Na ocasião, as Unidades Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e Amazônia Ocidental (Manaus-AM) farão o lançamento de uma nova tecnologia: um serviço que identifica sexo de pirarucu e tambaqui para auxiliar na formação de planteis, que será oferecido aos produtores em ambos os centros de pesquisa.
A chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem, comenta sobre a importância da empresa participar do evento. “A Embrapa estará no IFC 2022 para continuar se aproximando dos diversos elos da cadeia produtiva do pescado, captar suas demandas e propor o desenvolvimento de inovações tecnológicas de forma mais assertiva e com efetividade” destaca ela. A empresa vai participar com estande, onde reunirá os parceiros desenvolvedores de tecnologias inéditas que serão expostas durante o evento.
Para o Presidente do IFC, Altemir Gregolin, “A Embrapa Pesca e Aquicultura vem cumprindo um papel relevante na geração de novas tecnologias e ações de inteligência para o desenvolvimento da aquicultura no país. A participação no IFC é muito importante para a difusão destes conhecimentos e para o aprofundamento da relação com o setor produtivo”.
Além da Embrapa Pesca e Aquicultura, estarão presentes os centros de pesquisa da Embrapa: Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), Territorial (Campinas-SP), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), Amazônia Ocidental (Manaus-AM) e Instrumentação (São Carlos-SP).
Tecnologias para o setor aquícola
Na feira, a Embrapa apresentará duas soluções baseadas em geotecnologias para a compreensão do setor aquícola no Brasil e a conjuntura na qual ele está inserido. O primeiro, já disponível para o público, é o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para Aquicultura, uma plataforma de dados qualificados sobre o segmento, que podem ser combinados com informações das cinco dimensões que impactam toda atividade no meio rural: os quadros natural, agrário, agrícola, de infraestrutura e socioeconômico. Desenvolvido conjuntamente pelos centros da Embrapa Pesca e Aquicultura e Territorial, no formato de geoweb, apresenta mais de 300 camadas de dados, com recursos para filtros, upload de dados próprios, download e impressão de mapas.
O outro produto que será apresentado no estande é o mapeamento de viveiros escavados e tanques-rede por imagens de satélite, que está sendo feito para todo o território nacional. Já foram publicados resultados parciais para os estados do Paraná, Mato Grosso e Rondônia. O trabalho tem sido um desafio para a equipe de sensoriamento remoto da Embrapa. “Já existem técnicas de processamento consolidadas para realce de corpos hídricos em imagens de satélite. A principal dificuldade do trabalho é separar as estruturas destinadas à produção aquícola dos outros usos”, explica Lucíola Alves Magalhães, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial.
O AgroTag Aqua será outra tecnologia apresentada no evento pela Embrapa. Trata-se de um dos módulos temáticos do sistema AgroTag, direcionado ao levantamento de dados de sistemas produtivos aquícolas. Sua aplicação proporciona a otimização da coleta de informações no campo e fornece um banco de dados qualificado para o usuário, individualmente. O ativo está disponibilizado como aplicativo na versão Android na loja de aplicativos da Google Play.
Outra tecnologia muito útil aos produtores que será apresentada no IFC 2022 é a Plataforma AquaPLUS, que compreende um conjunto de análises genéticas de matrizes ou reprodutores de espécies aquícolas. Os seguintes serviços estão disponíveis na Plataforma: TambaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético do tambaqui (Colossoma macropomum); VannaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético do camarão vannamei (Litopenaeus vannamei); TilaPLUS: ferramentas genômicas para análise, qualificação, certificação, manejo e melhoramento genético da tilápia (Oreochromis niloticus).
O foco da Plataforma é prover soluções simples, práticas e inovadoras para qualificação, manejo e melhoramento genético de espécies aquícolas. Por meio dos serviços disponibilizados, é possível saber se as matrizes de espécies aquícolas possuem algum grau de parentesco entre si e se são puras ou híbridas (fruto de cruzamento com outra espécie), permitindo, assim, o direcionamento de cruzamento das matrizes referidas tanto para produção de alevinos para engorda quanto para reposição, troca e comércio de germoplasma de matrizes e, consequentemente, a redução de perdas de produtividade. Acasalamentos consanguíneos geram perdas produtivas tanto na fase de alevinagem quando na fase de engorda.
A Sonda Multiparâmetros para Aquicultura também será apresentada no IFC 2022 pela Embrapa. Desenvolvida com tecnologia nacional, a Sonda Acqua Probe é capaz de aferir – em tempo real e de forma remota – por meio de celular, tablet ou computador, 12 parâmetros, como pH, oxigênio dissolvido e temperatura da água de viveiros destinados ao cultivo de organismos aquáticos, como peixes e crustáceos. A tecnologia permite quantificar a clorofila e a floração de algas in situ que, em excesso, podem comprometer o cultivo de espécies aquáticas ou até levar à mortandade da fauna.
Por fim, também será apresentado no estande da Embrapa o RV Piscicultura. Trata-se de um software que simula virtualmente um ambiente real de cultivo do peixe tambaqui (Colossoma macropomum). O uso dessa ferramenta de realidade virtual permite uma explanação facilitada e lúdica sobre o tema sanidade, seja ele na parte educacional em cursos e capacitações, bem como em eventos, palestras e workshops.
Mercado do pescado
A Embrapa também participará do debate relativo a mercado e competitividade do pescado brasileiro – um dos pontos fortes do congresso. Exportações de pescado e perspectivas para o Brasil no mercado internacional será o tema de painel com o pesquisador Manoel Xavier Pedroza Filho, da Embrapa Pesca e Aquicultura; Eduardo Lobo, Sócio da Empresa Prime Seafood e presidente da Abipesca; e Valdemir Paulino dos Santos, superintendente comercial e marketing da Cooperativa Copacol-PR e presidente do Conselho de Administração da Peixe BR.
Segundo o ex-ministro da Pesca e Presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, o IFC2022 assumirá uma dimensão inédita “Depois do recorde de público, empresas expositoras, lançamentos de novas tecnologias, conferências e volume de negócios que ocorreram no ano passado, desta vez o IFC reserva muitas novidades. Agora, por exemplo, está voltado para a América Latina, com inúmeras empresas de outros países como Chile, Islândia, Estados Unidos e Índia, que trarão muitas inovações para o Brasil”, antecipa Gregolin.
O International Fish Congress & Fish Expo Brasil reunirá conferencistas de 15 países que vão destacar assuntos relacionados a mercados para peixes e crustáceos, além de temas técnicos como sistemas de produção, tecnologias, nutrição, sanidade, biossegurança e genética.
“O IFC assumirá uma dimensão inédita este ano. Desde a sua origem, tem como objetivo central ser um grande instrumento de apoio ao desenvolvimento da cadeia produtiva de pescado no Brasil. Ao apontar tendências, expor o que tem de melhor em tecnologias e apresentar caminhos e ações para o desenvolvimento, o IFC 2022 uniformiza informações e coloca todos os atores numa mesma sintonia e trabalhando numa mesma direção”, afirma Gregolin.

Notícias
Brasil lidera integração inédita entre clima, natureza e uso da terra na COP30
No principal painel das três Convenções da ONU, o Mapa apresentou políticas públicas que recuperam áreas degradadas, reduzem emissões e fortalecem a produção sustentável, alinhando agendas globais.

Pela primeira vez, as três Convenções da ONU reuniram suas agendas de clima, natureza e uso da terra em um mesmo debate, e o Brasil foi protagonista. No painel realizado nesta terça-feira (18), na COP30, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou como políticas públicas já implementadas pela pasta integram essas frentes e transformam áreas degradadas em solos produtivos, resilientes e de baixa emissão.
O encontro destacou a necessidade de alinhar agendas globais de clima, natureza e uso do solo, reforçando soluções que reduzam emissões, restaurem ecossistemas e ampliem a segurança alimentar. O representante do Mapa no painel, Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Rural, afirmou que há caminhos concretos capazes de entregar resultados simultaneamente para as três convenções — e o Brasil já demonstra isso com políticas públicas consolidadas.
“Eles estão falando das sinergias e das complementaridades entre os objetivos das três convenções e que existem investimentos custo-eficientes do ponto de vista do clima, da natureza, da segurança alimentar e do desenvolvimento socioeconômico. Um bom exemplo é a recuperação de áreas agrícolas degradadas com boas práticas, como vemos no Plano ABC, no ABC+ e no Caminho Verde Brasil”, afirmou.
Durante sua intervenção, Bruno reforçou que o país chega ao debate com programas robustos, ampla experiência técnica e capacidade de escalar iniciativas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. “O Brasil já possui políticas públicas de destaque nesse sentido, como as que mencionei. E esperamos continuar trabalhando em parceria com os países anfitriões das COPs de biodiversidade, combate à desertificação e do clima no próximo ano, de forma a atrair novos investimentos”, destacou o diretor.
O painel também marcou a preparação para o lançamento da Belém Joint Statement on Action Agendas on Land, Climate and Nature, iniciativa que orientará esforços conjuntos das três convenções para restaurar terras degradadas, proteger ecossistemas, fortalecer meios de vida sustentáveis e integrar agendas globais de adaptação, biodiversidade e produção agrícola.
A sessão reuniu representantes de governos, organismos internacionais, comunidade científica, setor privado e lideranças indígenas, reforçando que o avanço na restauração de paisagens depende de cooperação, ciência, financiamento adequado e do protagonismo de produtores, comunidades rurais e povos tradicionais.
Notícias
Paraná cria grupo de trabalho para aprimorar uso da água no campo
Representantes do governo, setor produtivo e entidades ambientais alinham ações para modernizar procedimentos de outorga e licenciamento, buscando conciliar desenvolvimento e preservação.

Uma reunião na terça-feira (18) entre representantes da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), do Instituto Água e Terra (IAT), da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e demais lideranças do setor produtivo tratou dos procedimentos relacionados à outorga e ao uso dos recursos hídricos no Estado.
A outorga é o ato administrativo que expressa os termos e as condições mediante as quais o Poder Público permite o uso de recursos hídricos por um prazo determinado. Direciona-se ao atendimento do interesse social e tem por finalidades assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e disciplinar o exercício dos direitos de acesso à água.
Uma das definições do encontro foi a criação de um grupo de trabalho com representantes de todas as instituições envolvidas com o objetivo de discutir soluções conjuntas para o uso da água no campo.
O secretário estadual da Agricultura, Marcio Nunes, destacou o esforço do governo em demonstrar que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos. “A grande vitória desse governo foi justamente quebrar um paradigma, que é possível crescer, se desenvolver, gerar emprego, renda, melhorar a vida das pessoas, cuidar do meio ambiente, melhorar o meio ambiente, recuperar o meio ambiente, fazer turismo, tudo isso ao mesmo tempo”, afirmou.

Foto: SEAB
Segundo ele, o uso da água é um desafio mundial, mas o Paraná tem buscado caminhos sustentáveis, apoiado por tecnologia e conhecimento técnico para garantir renda ao produtor e preservação para o futuro. “No final o nosso objetivo é o mesmo, não tem dois objetivos. Então, é o produtor entender que pode fazer, mas tem leis para ser seguidas, e o lado maior, que cuida do ambiental, entender também que nós temos que usar o que nós temos de ferramentas para poder atingir o nosso objetivo, simplificando o máximo possível, sem perder a qualidade”, ponderou Nunes.
O secretário anunciou ainda o início de um trabalho focado nas cadeias produtivas de frango, suíno, peixe, bovino e leite com o objetivo de tornar o licenciamento mais ágil, sem abrir mão da segurança técnica e jurídica. “Sempre digo que não é fazer de qualquer jeito, é ter segurança técnica, segurança jurídica, porque a pior coisa que pode acontecer é quando você dá uma licença para um empreendimento e chega lá no meio, perdeu a licença por um motivo ou outro, aí o prejuízo é grande”, completou.
O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, reforçou que o diálogo com o setor produtivo é constante e essencial para aprimorar os procedimentos ambientais do Estado. “É mais uma oportunidade de diálogo com o setor produtivo, com o agronegócio paranaense aqui, através da Faep e da Ocepar. A nossa equipe técnica é sempre aberta, como vocês aqui também, da Secretaria da Agricultura, para sugestões para os nossos procedimentos, para os nossos diplomas legais, seja a outorga, seja o licenciamento. E a gente tem evoluído muito, seja na irrigação, seja na piscicultura, seja no que a gente chamou de Descomplica Rural, e que a gente sabe que sempre a gente pode melhorar”, disse.
O Descomplica Rural é um projeto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em parceria com o IAT, que tem objetivo de trazer agilidade nos processos de licenciamento ambiental no campo, com segurança ambiental e jurídica.
Ainda segundo Souza, o que se busca é uma produção mais segura. “É a busca da certificação, inclusive, das propriedades rurais paranaenses, que elas possam ser valorizadas pelo fato de cumprirem regras muito claras e que trazem um benefício para o meio ambiente como um todo. Temos que procurar um caminho para poder prosseguir firmes e fortes, crescendo, se desenvolvendo e respeitando o meio ambiente”, completou.
O presidente interino da Faep, Ágide Eduardo Meneghette, agradeceu o diálogo e ressaltou a importância do alinhamento institucional para resolver questões que afetam todo o Estado. “Sem dúvida nenhuma, saímos daqui com um direcionamento em conjunto, com alinhamento, com um bom diálogo que sempre tivemos, construindo sempre a melhor agricultura, a agricultura sustentável que o Estado do Paraná tem graças aos produtores rurais que aqui estão presentes, fazendo essa conversa”, concluiu.
Notícias
Caminhões de transporte animal podem ficar mais altos com nova regra
Produtores afirmam que limite atual não comporta adequadamente animais de grande porte e gera riscos nas viagens. Proposta busca reduzir problemas no transporte e melhorar o bem-estar dos animais em longos trajetos.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (18), o relatório do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) ao Projeto de Lei 3604/2019. De autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG), coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, a proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para permitir que veículos utilizados no transporte de animais vivos tenham compartimentos de carga com até 4,95 metros de altura.
A medida atende a demandas do setor pecuário, especialmente de criadores que relatam dificuldades com o limite atual de 4,40 metros, considerado insuficiente para acomodar adequadamente animais de grande porte.
O relator destacou que o aumento da altura regulamentada contribui diretamente para o bem-estar dos animais transportados, além de evitar prejuízos financeiros aos produtores. “Ao fixar a altura máxima em 4,95 metros, damos segurança jurídica ao transportador, alinhamos o CTB às normas técnicas já adotadas e promovemos mais proteção aos animais transportados. É uma atualização necessária e responsável”, afirmou Diego Garcia.
Já o autor do projeto, deputado Zé Vitor, reforça que caminhões com altura inadequada colocam em risco a integridade física dos animais, podendo causar acidentes, lesões e até mortes.”A limitação atual não atende às necessidades do setor. Quando os animais não têm espaço adequado, eles podem se ferir ou até morrer durante o trajeto. Este projeto traz segurança, reduz prejuízos e garante condições mínimas de bem-estar”, frisou.
Com a aprovação na CCJC, o projeto segue para análise no Senado Federal, salvo se houver recurso para votação no Plenário da Câmara.



