Bovinos / Grãos / Máquinas Em Bagé (RS)
Embrapa apresenta soluções com ILPF para o campo em reunião do Plano ABC+RS
Em reunião do Comitê Gestor Estadual foram tratadas de estratégias para combater às mudanças climáticas para impulsionar o agronegócio gaúcho.
Pesquisas conduzidas pela Embrapa Pecuária Sul sobre mitigação de emissões de gases do efeito estufa e experiências em integração lavoura-pecuária-floresta foram apresentadas na quinta-feira (04), em Bagé (RS), durante reunião do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+RS. “O objetivo é trazer aqui o que todas as entidades que compõem o Comitê Gestor estão fazendo sobre a área do Plano ABC+RS. Neste momento específico, vamos conhecer o que os pesquisadores da Embrapa vêm desenvolvendo dentro desta temática”, explicou o coordenador estadual do ABC+RS, Jackson Brilhante.
Monitoramento de gases de efeito estufa em bovinos
A pesquisadora Cristina Genro apresentou as ações desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sul na área de monitoramento de gases de efeito estufa em bovinos. A Embrapa se organizou em uma rede de pesquisa sobre a dinâmica de gases do efeito estufa na pecuária brasileira – rede PECUS, composta pelas unidades da empresa de pesquisa e colaboradores, divididos pelos seis biomas brasileiros. “Temos três protocolos experimentais rodando no bioma Pampa, um na Embrapa em Bagé e os outros dois na estação experimental da UFRGS em Eldorado do Sul”, informou Cristina.
Foram apresentados resultados de duas pesquisas, realizadas de 2012 a 2016: a dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção pecuária do Bioma Pampa; e a caracterização do ambiente e da carne produzida nos Campos Sulinos, com utilização sustentável da pastagem natural. “Quanto mais eficiente for um sistema pastoril, menor será a intensidade da emissão de metano. A produtividade está atrelada à baixa emissão de metano”, destacou a pesquisadora.
Nos dois projetos de pesquisa, também foram apresentadas ferramentas que visem reduzir as emissões de carbono e aumentar o acúmulo de carbono no solo.
A redução de 30% nas emissões de metano é uma das metas acordadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizada em 2021 (COP26), uma vez que este gás é o que tem impacto mais rápido sobre o aquecimento global. “No Brasil, a maior fonte de emissão de metano é a agropecuária, respondendo por 76% das emissões nacionais. E, das emissões na agropecuária, 90% vêm da fermentação entérica dos bovinos, de seu processo normal de digestão”, enumera Cristina.
Em 2023, a Embrapa conseguiu financiamento, por meio da Fapergs, para um projeto de pesquisa que avalie tecnologias com potencial de mitigar gases de efeito estufa nos campos e nas florestas nativas e cultivadas do Estado. O projeto está trabalhando em quatro aspectos diferentes.
O primeiro subprojeto é monitorar a emissão de metano entérico de reprodutores bovinos de corte de alto mérito genético. Em convênio com associações de criadores de bovinos de corte, touros reprodutores são levados à Embrapa para prova de avaliação da eficiência alimentar. “Assim, vamos caracterizar os animais que têm maior ganho com menor consumo, indicando os que têm intensidade de emissão menores que os outros, para melhoramento genético”, detalhou Cristina.
O segundo subprojeto quer estudar o potencial do farelo de bagaço de uva, um resíduo comum da vitivinicultura, como ingrediente na suplementação de bovinos de corte em pastejo. “É um resíduo de alta qualidade alimentar, e vamos avaliar se auxiliará na mitigação das emissões de metano e no controle de verminoses”, complementou.
Os demais subprojetos são para monitorar o potencial de mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e para validar protocolos das certificações Carne Carbono Neutro (CCN), Carne Baixo Carbono (CBC) e Carbono Nativo (CN) em propriedades rurais do Rio Grande do Sul.
Integração Pecuária-Floresta
O pesquisador Helio Tonini apresentou as pesquisas realizadas pela Embrapa na área de integração Pecuária-Floresta, que vem desde 2005, com os ensaios com espécies forrageiras para uso em sistemas silvipastoris.
Em 2013, a fase 1 do Projeto Silvipastoril da Região da Campanha/RS implantou as primeiras Unidades de Referência Tecnológica (URTs) em áreas de três hectares, utilizando duas espécies de eucalipto em três tipos diferentes de espaçamento, com densidades de árvores por hectare que variavam em 625, 312 a 208, conforme o espaçamento.
A fase 2 do projeto, conduzida de 2020 a 2022, realizou a coleta e monitoramento de parâmetros como custo e rendimento das operações de desbaste e desarma; crescimento e produção florestal; produção e composição florística do campo; deposição, composição química e teor de carbono da serapilheira; luminosidade em relação ao espaçamento; e o espaçamento e seu resultado no solo.
Por meio de simulações produzidas por um software, as projeções apontam que os melhores resultados econômicos e de mitigação foram obtidos em regime de manejo com dois ou três desbastes, e a idade de rotação aconselhada ficou de 14 a 18 anos. “A estimativa é de que, durante a rotação, as árvores sequestram de 3,43 a 11,25 toneladas de CO2 por hectare a cada ano”, complementou Tonini.
A partir de 2021, houve a inserção de dez espécies florestais nativas no sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta: açoita-cavalo, angico-vermelho, cabreúva, canafístula, cedro, guajuvira, louro-pardo, ipê roxo, tarumã e pau-ferro.
Integração lavoura-pecuária em terras altas
O pesquisador Naylor Perez apresentou alguns resultados de pesquisas relacionadas à integração do cultivo de soja, pastagens de inverno e pecuária na região da Campanha. Os trabalhos iniciaram em 2008, com a introdução da cultura da soja, como estratégia de controle do capim-annoni. “Após oito anos, nas áreas de pastagens em diferimento, tivemos o retorno da infestação de capim-annoni, quase igual à original; algumas já estão com resistência a herbicidas como o glifosato. Capim-annoni é uma herança do manejo inadequado do nosso campo nativo”, detalhou Perez.
A pesquisa avaliou a produção animal do sistema de integração e o desempenho de cultivares de soja, plantadas com irrigação por pivô central. Por meio de técnicas de agricultura de precisão, com informações sobre precipitação média anual e produtividade média de soja e azevém no local, a área do experimento foi mapeada conforme as zonas mais propícias para a instalação de lavouras de soja e pastagens.
O pesquisador também mostrou dados referentes ao Mirapasto, método integrado de recuperação de pastagens elaborado pela Embrapa. A pastagem recuperada pelo Mirapasto conseguiu um saldo de 139 quilos de peso vivo por hectare, frente a 50 quilos por hectare obtidos em um campo infestado por capim-annoni.
A próxima reunião do Comitê Gestor, a ser realizada em maio, terá como pauta as pesquisas desenvolvidas pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) no contexto do Plano ABC+RS.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran