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Notícias Expansão da agricultura

Embrapa apresenta resultados do mapeamento da cobertura e do uso da terra na Amazônia e Cerrado

“O objetivo é disponibilizar ao Estado Brasileiro dados referentes a estes dois biomas que, juntos, recobrem mais de 70% do território nacional”, afirma Júlio Esquerdo, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e um dos coordenadores do projeto.

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Dados foram divulgados durante evento com a presença dos ministros da Agricultura e Pecuária e de Ciência, Tecnologia e Inovação. Foto: Divulgação/Embrapa

Novos mapeamentos do projeto TerraClass, que qualificam a cobertura e o uso da terra em áreas desflorestadas nos biomas Amazônia e Cerrado, mostram a tendência de expansão da agricultura sobre áreas antes ocupadas por pastagens e de processos de intensificação da produção agrícola, com mais de uma safra anual. Os dados atualizados para os dois biomas, cobrindo os anos 2018, 2020 e 2022, foram gerados pela Embrapa e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgados 1º de agosto, em Brasília (Distrito Federal), durante evento com a presença dos ministros da Agricultura e Pecuária (Mapa) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Iniciados em 2008 na Amazônia e depois expandidos para o Cerrado, os mapeamentos do TerraClass trazem a identificação das principais modalidades de cobertura e uso da terra estabelecidas nas áreas desflorestadas na região, detectadas pelo programa de monitoramento do desmatamento por satélite (Prodes) do Inpe, como vegetação secundária, culturas agrícolas, pastagens, áreas urbanas, entre outras.

A partir da série histórica e do uso de ferramentas digitais, disponíveis no GeoPortal TerraClass, é possível analisar as transições ocorridas ao longo do tempo e melhorar o entendimento sobre os fatores condicionantes e determinantes dos processos de desflorestamento. “O objetivo é disponibilizar ao Estado Brasileiro dados referentes a estes dois biomas que, juntos, recobrem mais de 70% do território nacional”, afirma Júlio Esquerdo, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e um dos coordenadores do projeto.

Os dados mostram que, entre 2018 e 2022, a agricultura anual foi ampliada em 22% nos biomas Amazônia e Cerrado somados. Mais de 94% desta expansão ocorreu sobre usos agropecuários já consolidados, principalmente sobre áreas de pastagem. Aproximadamente 1% desta expansão se deu sobre áreas de vegetação natural primária e secundária.

“Estes resultados demonstram que o crescimento da área agrícola nestes dois biomas ocorreu prioritariamente sobre as pastagens, indicando que a agricultura tem se expandido sobre áreas já antropizadas e poupado a necessidade de abertura de novas áreas naturais”, explica o pesquisador.

A abertura de novas áreas para pastagem continua sendo a principal atividade responsável pela conversão da cobertura vegetal natural. “Apesar da dinâmica intensa entre as pastagens e a vegetação secundária, cedendo ou ocupando espaços, existe um montante relevante de áreas em regeneração que tem permanecido estável no território dos dois biomas. Na Amazônia, por exemplo, as áreas de vegetação secundária, com diferentes estágios de regeneração, representam, ao longo de toda a série histórica, aproximadamente 20% do total das áreas antropizadas”, relata Esquerdo.

Programa nacional

Embrapa e Inpe planejam ampliar o trabalho de mapeamento do uso e da cobertura da terra englobando todos os biomas brasileiros, com o TerraClass Brasil. Para a presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, o projeto oferece a oportunidade de termos dados e informações oficiais. “Aprimoramos a metodologia neste trabalho e é importante que ele evolua para um programa nacional e permanente, para ter sustentabilidade e expandir os mapeamos para os outros biomas”.

Clezio Marcos De Nardin, diretor do Inpe, destaca a cadeia de desenvolvimento de novos satélites e tecnologias por trás do projeto. “Nós já conseguimos desenvolver uma nova classe de satélites, menores e mais baratos, que atendem à necessidade de monitoramento da Amazônia. A perspectiva é começar a lançar satélites de imageamento de 10 a 15 metros, que justamente vão contribuir para o que nós estamos usando agora no TerraClass”.

O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, destacou a importância da agricultura e o meio ambiente caminharem juntos. “É possível mostrar que tem formas de produzir cada vez mais e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo. É daí que nasce o programa nacional de conversão de pastagens e o TerraClass será ferramenta fundamental, direcionando a política pública”, completou.

Para a ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovações, o trabalho conjunto da Embrapa e Inpe contribui para o debate fundamental sobre o uso e gestão da terra. Segundo ela, não há como conter o desmatamento sem também buscar alternativas de sustentabilidade, de geração de emprego e renda, para garantir uma visão de inclusão para além do impacto ambiental. “Nosso robusto sistema de monitoramento nos coloca como potência científica para atender as exigências do mundo contemporâneo”, ressaltou.

O evento também teve a presença de João Paulo Ribeiro Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, representando a ministra Marina Silva, e de Daniel Dias Pereira, diretor operacional do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), entre outras autoridades.

Intensificação da agricultura

A intensificação da produção agrícola, com a inclusão de uma segunda safra na mesma área onde antes era realizada uma única safra anual, tem sido o principal fenômeno responsável pelo desempenho da agricultura nacional atualmente.

No bioma Amazônia, dos 800 mil km² de áreas antropizadas acumuladas até 2022, 65% são ocupadas por pastagens e 10,6% por culturas agrícolas. A agricultura temporária responde por 9,3% do total, sendo que 88% desta área são cultivos com mais de uma safra anual.

Entre 2018 e 2022, a área com cultura agrícola temporária de mais de um ciclo anual cresceu 50%. Esse aumento ocorreu, prioritariamente, sobre áreas antes ocupadas por pastagens (68%) e áreas de cultura agrícola temporária de um ciclo (26%). Apenas 1,5% da expansão ocorreu em áreas de vegetação natural florestal. No mesmo período, a cultura agrícola temporária de um ciclo retraiu 8%.

Já no Cerrado, as áreas antropizadas ocupam aproximadamente 1 milhão de km², sendo que 59% estão ocupadas por pastagens e 31% por culturas agrícolas. A expansão dos cultivos temporários, no período entre 2018 e 2022, foi da ordem de 17% e ocorreu sobre áreas antes ocupadas por culturas agrícolas de um ciclo e sobre pastagens, evidenciando os processos de intensificação agrícola também neste bioma.

“A agricultura temporária praticada na região ocupa 24% da área antropizada, sendo que 72,5% deste total se refere à produção de mais de um ciclo agrícola anual”, ressalta Alexandre Coutinho, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital. Segundo ele, o incentivo à adoção de tecnologias produtivas mais sustentáveis, as ações de fiscalização e punição de desmatamentos ilegais e, ao mesmo tempo, a criação de políticas de restrição de acesso ao mercado de produtos oriundos de áreas desmatadas, como a moratória da soja, são instrumentos efetivos para a redução da pressão pela abertura de novas áreas de cobertura vegetal natural.

Processos de regeneração da cobertura vegetal

A vegetação natural primária no Cerrado corresponde a cerca de 48% do território, em 2022. Na Amazônia, dos mais de 4 milhões de km² compreendidos pelo bioma, aproximadamente 78% são áreas naturais.

Os processos de regeneração da cobertura vegetal também chamam a atenção, nos dois biomas. Na Amazônia, considerando a série histórica de dados de 2008 a 2022, a vegetação natural florestal secundária cobria aproximadamente 169 mil km² da superfície total do bioma, dos quais cerca de 53 mil km² (31%) encontravam-se há pelo menos 14 anos em processo de regeneração. No Cerrado, a vegetação natural secundária mapeada em 2022 corresponde a aproximadamente 4% dos quase 2 milhões de km² da superfície do bioma, sendo que mais da metade desta área de vegetação (55%) encontra-se há pelo menos quatro anos em processo de regeneração.

“Quando olhamos as conversões associadas à vegetação natural secundária (VS), percebemos que as principais mudanças envolvem transições entre as pastagens e a vs. Por exemplo, 32,7% da vegetação secundária mapeada em 2020 se transformou em pastagens em 2022”, detalha o pesquisador do Inpe Cláudio Almeida, coordenador do programa BiomasBR.

De acordo com ele, é muito importante conhecer e avaliar essas transições para que seja possível identificar as áreas com maior potencial de formação de vegetação secundária, que podem contribuir para o atingimento da meta de restaurar 12 milhões de hectares de regeneração da vegetação nativa, e quais áreas podem ser reintegradas em sistemas produtivos agropecuários, evitando assim novos desmatamentos.

Avanços tecnológicos

A adoção de tecnologias desenvolvidas no Brasil, que ampliam a soberania na organização e processamento dos dados e a divulgação dos resultados, é uma das principais inovações na nova série de mapeamentos do TerraClass. As séries históricas de imagens de satélite utilizadas estão baseadas nos projetos Brazil Data Cube (BDC) e no pacote computacional SITS – Satellite Image Time Series Analysis on Earth Observation Data Cubes, ambos desenvolvidos pelo Inpe. Também foram aplicadas novas metodologias de mapeamento.

“Para possibilitar a análise de séries temporais a partir de um grande volume de imagens de satélites, o projeto Brazil Data Cube está produzindo mais de 2 petabytes de dados prontos para análise e cubos de dados para todo o território nacional. Além de dados, o projeto está desenvolvendo uma plataforma inovadora para acessar, processar e analisar esse grande volume de imagens na infraestrutura computacional do Inpe”, explica a pesquisadora Karine Ferreira, coordenadora do BDC.

Ela ressalta que o uso da plataforma Brazil Data Cube e do pacote SITS está permitindo ao TerraClass utilizar técnicas que estão na fronteira do conhecimento dos sistemas de classificação automatizada da cobertura e uso da terra, incluindo computação de alto desempenho e algoritmos baseados em inteligência artificial.

Nos novos mapeamentos, as lavouras temporárias de grãos e fibras são diferenciadas com base em seu nível de intensificação agrícola. A adoção de tecnologias de processamento em nuvens, também permitiu o mapeamento de culturas agrícolas perenes, como cacau, café, dendê, açaí e citros, sobretudo no bioma Amazônia.

GeoPortal

A totalidade dos mapas da série histórica do TerraClass para os biomas Amazônia e Cerrado está disponível de forma integrada, num único ambiente, no novo GeoPortal. A plataforma digital permite o acesso aos dados originais e a um conjunto de ferramentas para a análise da dinâmica do território coberto por esses dois biomas, ao longo do tempo.

A atualização dos mapeamentos do TerraClass Amazônia foi retomada em 2021 graças à parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), possibilitando a produção dos mapas de 2018, 2020 e 2022.

Já o TerraClass Cerrado integra o projeto FIP Paisagens Rurais, financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, que são gerenciados pelo Banco Mundial e envolve entre outras instituições parceiras o Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA), o Ministério da Agricultura e Pecuária, a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados

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Sete anos de promessas: A Rota do Milho e a falta de avanços

“O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta.”

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Fotos: Divulgação

Setembro de 2024 marca um triste aniversário: sete anos desde o encontro em Encarnación, no Paraguai, onde representantes políticos e setoriais de Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram para abordar a implantação da Rota do Milho.

A proposta, tão simples quanto necessária, era estabelecer uma rota de transporte que reduziria drasticamente os custos logísticos para trazer milho do Paraguai até Santa Catarina, passando por Major Otaño, entrando na região de Misiones, na cidade de Eldorado, e chegando no Estado por Dionísio Cerqueira.

Naquele momento, acreditávamos que estávamos diante de uma solução definitiva para um problema que afeta diretamente a competitividade de nossa produção agropecuária. No entanto, passados sete anos, a Rota do Milho permanece como um projeto esquecido, engavetado pela inércia política.

Em 2016, Santa Catarina enfrentava um déficit de 3,5 milhões de toneladas de milho. Hoje, essa necessidade cresceu para 6 milhões de toneladas, tornando a situação ainda mais insustentável. A dependência do cereal, fundamental para a produção de proteína animal — especialmente suínos, aves e gado leiteiro — tornou-se um dos principais gargalos para o setor produtivo.

Apesar das inúmeras promessas e da presença de autoridades influentes naquela reunião, entre governadores, deputados e prefeitos, a verdade é que nada foi feito. Seguimos pagando caro para trabalhar, sacrificando a rentabilidade dos nossos produtores e a competitividade das nossas indústrias.

Chegou o momento de cobrar de forma incisiva. É inadmissível que as lideranças políticas, que juraram defender os interesses do setor agropecuário, tenham permitido que esse projeto caísse no esquecimento.

Onde estão os políticos que estavam em Encarnación em 2016? O que foi feito desde então? São perguntas que merecem respostas claras e objetivas. O agronegócio catarinense, que é a base da economia de tantas regiões, não pode continuar refém de uma política desinteressada, que só se mobiliza em tempos de interesse, mas não entrega resultados práticos para quem trabalha no campo.

Mas a janela de oportunidade foi aberta novamente. Hoje, tanto o Paraguai quanto a Argentina são governados por líderes de direita, que entendem a importância do agronegócio. O Paraguai, em especial, tem ampliado sua produção de milho e possui um governo comprometido com o crescimento do setor. E o que estamos esperando?

O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta. Chega de discursos vazios e promessas que se perdem no tempo. Temos de ver resultados práticos. Não podemos mais aceitar que a Rota do Milho siga apenas no sonho, enquanto produtores e indústrias pagam um preço altíssimo pela falta de milho mais acessível.

A abertura dessa rota não só reduziria os custos logísticos — que chegam a ser cinco vezes menores em comparação com o cereal vindo do centro do Brasil —, como também impulsionaria o desenvolvimento das regiões por onde o milho passaria. Todos os envolvidos sairiam ganhando: os produtores, as indústrias e as economias locais e nacionais.

Como representante do setor suinícola, vejo que o tempo das promessas vazias tem que acabar. Precisamos de ação, e precisamos agora. Chega de pagar caro pela ineficiência política. Se não houver uma mobilização séria, o agronegócio catarinense, que já atravessou três anos de crise severa, continuará sofrendo e perdendo competitividade.

Portanto, aos políticos que prometeram e não cumpriram, a mensagem dos nossos produtores é clara: a paciência acabou. Precisamos que vocês cumpram seu papel e coloquem em prática o que foi discutido em 2016.

Caso contrário, estarão condenando não apenas o setor agropecuário, mas também a própria credibilidade perante aqueles que vocês deveriam e dizem representar.

Fonte: Por Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da ACCS e da Coasc
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Eduardo Berbigier assume comitês na Sociedade Rural Brasileira

A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio.

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Advogado tributarista Eduardo Berbigier e presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo - Foto: Reinaldo de Maria

O advogado tributarista Eduardo Berbigier, com vasta experiência no setor tributário e do agronegócio, foi empossado nos comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio. “É uma honra colaborar com o agronegócio nacional e contribuir para o desenvolvimento de políticas que beneficiem esse setor fundamental para a economia do país” afirmou Berbigier, cujo escritório O Berbigier Sociedade de Advogados,  acumula 84 anos de atuação jurídica.

Fonte: Assessoria
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Notícias Safra 2024/2025

Conab aponta perspectiva com cenário positivo para milho e soja, além de novo aumento na área de arroz e feijão

Produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.

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Fotos: Shutterstock

Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.

Foto: Divulgação/Freepik

De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.

Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.

Cenário positivo

A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a dois milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.

Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.

Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.

Parceria com Banco do Brasil

Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições.

No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.

Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.

Fonte: Assessoria Conab
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