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Em nome do pai

Deixe os números de lado. História de amor torna o capitalismo mais leve e a avicultura mais forte

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Quando alguém entra na atividade agropecuária está disposto, no fim das contas, a obter lucros. Ninguém trabalha de graça ou investe em algo que não dê retorno. Mas acredite, há quem invista também por cultura, tradição ou carinho. O Presente Rural encontrou em Santa Helena, PR, um raro exemplo de produtora rural que sabe da importância do dinheiro, no entanto investe por outras razões, enche os olhos de lágrimas ao falar de seus dois aviários que estão quase prontos. A emoção de Simone Prati Grade produz uma prazerosa confusão entre negócios e amor, que deixa mais suave o enrijecido e pálido capitalismo desenfreado dos dias de hoje. “Era um sonho do papai”, evidencia.

Simone é uma iniciante no assunto, mas de lambuja vai pegar a experiência da mãe, três irmãos e genros que já lidam com a avicultura. A família tem cinco aviários e está construindo outros cinco. Dois deles são de Simone, que dedica o novo investimento ao saudoso pai Anacleto Prati, ou simplesmente Cleto. “Decidi investir na avicultura porque sei que isso vai ser a faculdade do meu filho João lá na frente, sei que é uma atividade rentável, mas para seguir o exemplo do papai. Como meus irmãos já estavam envolvidos, decidi entrar para a avicultura também. É um grande orgulho estar seguindo os passos do papai. Ele criou cinco filhos cinco filhos com o trabalho na lavoura e deu início à atividade da avicultura na propriedade. Ele é o maior exemplo de trabalho que a gente tem e é esse exemplo que que queremos passar para os nossos filhos. Daqui há pouco, são nossos filhos que vão estar nos ajudando”, referencia.

O Complexo Avícola Cleto Prati, como será chamado o empreendimento entre irmãos, vai ser inaugurado quando os próximos cinco aviários estiverem prontos. Falar da homenagem ao pai faz Simone embargar a voz e encher os olhos de lágrimas. É nítida a emoção ao relembrar carinhosamente do patriarca, na varanda da casa em que ela e os irmãos cresceram. Há cinco anos, Cleto faleceu, mas certamente deixou um legado para seus sucessores.

Simone rende elogios também a Marivone, “a mãe batalhadora”. “Depois que o papai morreu, a mamãe teve que assumir tudo. Ela não sabia praticamente nada sobre avicultura. Teve que aprender tudo. Lutou e aprendeu”, diz.

Casada e mãe de um filho, Simone espera que o investimento hoje feito em nome do pai ofereça segurança financeira ao pequeno João, que não chegou a conhecer o avô, mas se depender dela e dos irmãos certamente vai ouvir boas histórias do trabalhador, pai de família, pescador e gaiteiro Cleto Prati.

É homenagem, não brincadeira

Simone se recompõe da emoção para dizer que não está entrando na avicultura para brincadeira, afinal de contas há um grande investimento em jogo. Para ela, a opção mais obvia é investir em boas parcerias. “Estou investindo em aviários com o que há de mais moderno no mercado em tecnologia, como placas evaporativas, tunnel door e inlets, por exemplo”, comenta. “É importante ter o apoio da cooperativa e dos fornecedores”, avalia a jovem produtora.

De acordo com ela, a produção deve começar no primeiro semestre do próximo ano. “Em uma posição bem animadora, espero que a gente já possa alojar o primeiro lote em maio de 2018”, comenta. São dois barracões de 150 metros de comprimento por 16 metros de largura, com capacidade para 36 mil frangos cada.

Integrada à Cooperativa Lar, de Medianeira, Simone aposta no potencial da avicultura que seu pai ajudou a construir no Oeste paranaense. “A nossa região é muito forte na produção de aves, e o alimento sempre será necessário. As cooperativas estão investindo em avicultura; temos apoio”, reforça.

A nova avicultora que surge no Brasil frisa a importância de investir em tecnologias e reciclar conhecimentos para ter uma atividade eficiente, sem antes lembrar do exemplo que veio de casa. “Espero que a gente continue com o exemplo de trabalho que meu pai nos deixou, aprendendo sempre mais ao que está se propondo. Quero continuar agindo com o exemplo que tive em casa e repassar aos nossos filhos, procurando sempre ser o melhor. Quero aprende tudo, do início ao fim do processo”, assume. “Além do que, estamos produzindo alimentos para as pessoas e gerando empregos, impostos, entre outras questões”, amplia.

Quando você, caro leitor, escuta por aí que a avicultura vai muito bem, obrigado, alguém está falando de um segmento quer cresce 3% ao ano, repetindo e superando seguidos recordes de produção, consumo interno e vendas para o exterior de encher os olhos. Está falando em um Brasil que é o segundo maior produtor e líder mundial em exportações dessa proteína, que tem projeções de avançar ainda mais e que trabalho, tecnologia, genética, nutrição e fizeram dessa atividade a menina dos olhos do agronegócio brasileiro. Mas em meio a tantos números e índices frios, em meio às cifras em dólar e ao emprego da tecnologia e dos robôs, há sempre uma bela história de amor para contar. Essa é em nome do pai. No fim das contas não é dinheiro, são pessoas e sentimentos.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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