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Eleições americanas podem influenciar nos Prêmios de Soja do Brasil

Possível reeleição de Donald Trump e uma nova guerra comercial com a China podem afetar os prêmios no mercado brasileiro de soja, que vive um cenário diferente de 2018.

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Foto: Divulgação

Com a proximidade das eleições americanas e a possível reeleição de Donald Trump, o mercado global de soja volta seus olhos para a tensão comercial entre os EUA e a China. Em 2018, o Brasil foi amplamente beneficiado pela guerra tarifária entre essas duas potências, conquistando um protagonismo ainda maior nas exportações de soja para o gigante asiático. Hoje, com o Brasil consolidado como maior produtor e exportador mundial, o impacto de uma nova guerra comercial pode ser significativo, mas não tão intenso quanto no passado.

Líder de Inteligência e Estratégia da Biond Agro, Felipe Jordy: “Uma safra recorde, somada ao poder de barganha da China, cria um cenário desafiador para os prêmios brasileiros” – Foto: Divulgação/Biond Agro

A partir de uma análise detalhada, especialistas da Biond Agro observam que o cenário de prêmios no mercado brasileiro será influenciado por fatores como a atual posição do Brasil como principal fornecedor de soja da China, uma potencial grande safra (164,8 milhões de toneladas segundo estimativa da própria consultoria), e a alta dependência das exportações para garantir a liquidez dos produtores. Mesmo que o Brasil siga em vantagem competitiva, os prêmios podem sofrer pressão devido à forte oferta e à barganha chinesa.

De acordo com o líder de Inteligência e Estratégia da Biond Agro, Felipe Jordy, diferentemente de 2018, o Brasil agora está em uma posição dominante no mercado. “Mesmo com uma nova guerra comercial, o impacto dos prêmios será mais contido, pois a China já tem o Brasil como principal parceiro”, expõe.

Histórico de 2018 e deslocamento da demanda para o Brasil

Em 2018, a guerra comercial entre os EUA e a China, desencadeada pela imposição de tarifas sobre produtos agrícolas americanos, causou um deslocamento drástico da demanda de soja chinesa para o Brasil. Na época, os prêmios nos portos brasileiros dispararam ao superar mais de US$ 2,5 por saca, impulsionados pela alta demanda.

 

Esse movimento foi benéfico para o Brasil, que se estabeleceu como um fornecedor alternativo e de confiança. “A situação de 2018 foi um verdadeiro divisor de águas para o mercado de soja brasileiro, que soube aproveitar a oportunidade para se consolidar como principal exportador global”, afirma Jordy.

Cenário atual: Brasil como maior fornecedor global

No contexto atual, o Brasil não é mais uma alternativa à soja americana; ele é o maior fornecedor mundial, especialmente para a China. Essa mudança altera significativamente o impacto de uma nova guerra comercial. Como o Brasil já é a origem primária das compras chinesas, a alta dos prêmios, caso haja um novo confronto tarifário, não deve ser tão intensa quanto em 2018.

Além disso, a menor competição americana devido a uma disputa prolongada fortaleceria ainda mais a posição brasileira no mercado global de soja. “A vantagem competitiva do Brasil como maior produtor já é clara. No entanto, é preciso estar atento à dinâmica com a China, pois seu poder de barganha pode limitar a valorização dos prêmios”, alerta Felipe.

Desafios com a safra recorde e dependência das exportações

Por ora, a safra 2024/25 no Brasil tem previsão de ser uma das maiores da história, o que traz desafios importantes. Segundo uma estimativa da própria consultoria da Biond, a safra deverá atingir 164,8 milhões de toneladas. Com cerca de 60% a 65% da produção destinada à exportação, o país depende fortemente das vendas externas para garantir a liquidez dos produtores. Caso o consumo chinês não absorva essa produção, os prêmios podem sofrer uma pressão negativa, especialmente nos períodos de colheita.

A alta dependência das exportações coloca o Brasil em uma posição vulnerável frente à barganha chinesa. Com uma grande oferta de soja disponível, a China pode negociar prêmios mais baixos, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores brasileiros. “Uma safra recorde, somada ao poder de barganha da China, cria um cenário desafiador para os prêmios brasileiros. A oferta elevada pode acabar limitando a valorização esperada por um novo capítulo de guerra comercial”, ressalta.

Perspectivas para os Prêmios de Soja

Com uma nova guerra comercial no horizonte, o Brasil pode se beneficiar, mas os prêmios devem sofrer menos valorização em comparação com 2018. O país já ocupa uma posição dominante no mercado, o que diminui o espaço para um deslocamento significativo de demanda. Além disso, uma safra abundante pressiona ainda mais o mercado, exigindo negociações estratégicas com os compradores chineses.

A formação dos prêmios dependerá, em grande parte, das negociações entre Brasil e China e da capacidade logística de escoamento da produção. Gargalos logísticos e a necessidade de armazenagem podem agravar a pressão sobre os preços, tornando o cenário ainda mais desafiador para os produtores brasileiros. “A possível reeleição de Donald Trump e um novo capítulo da guerra comercial deve afetar o mercado de soja brasileiro de forma menos intensa do que em 2018. No entanto, o Brasil precisa equilibrar sua dependência das exportações com a forte demanda chinesa para evitar quedas acentuadas nos prêmios, especialmente diante de uma grande safra”,  enfatiza Jordy.

Fonte: Assessoria Biond Agro

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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