Conectado com

Notícias Safra 2023-24

El Niño favorece cigarrinha-do-milho, alerta pesquisador

Pressão de pragas tende a ser mais severa ante os efeitos do clima e produtor do cereal deve melhorar monitoramento para não ter prejuízo, recomenda especialista; inseto vetor de doenças tem potencial para dizimar uma lavoura.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O fator clima será um dos principais desafios do produtor na safra 2023-24. A prevalência do El Niño, com temperaturas elevadas, favorece a proliferação de pragas de alta complexidade como a cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis). O alerta é do pesquisador Germison Tomquelski, de Chapadão do Sul (MS). Estudioso da cigarrinha desde o início da década de 2000, ele relata que a pressão do inseto se apresenta elevada em algumas regiões já neste início de outubro.

Conforme Tomquelski, “o grande problema” da cigarrinha está relacionado ao efeito de ‘enfezamento-viroses’ na cultura do milho. “Ela é um vetor de doenças: fitoplasma, espiroplasma-molicutes e também de duas viroses, a do raiado fino e a do mosaico estriado”, explica o pesquisador.

Pesquisador Germison Tomquelski: “A vulnerabilidade da lavoura se agravou pelo aumento da quantidade de pivôs, pela produção de milho-semente e das chamadas ‘novas janelas” – Foto: Divulgação

Não contida, ele acrescenta, a cigarrinha-do-milho leva ao produtor perdas estimadas entre 30% e 90% de uma lavoura. “Em áreas de pesquisas, já observamos perdas de 100%”, adianta Tomquelski.

Na safrinha 2015 e nos dois anos seguintes, conta ele, quando a cigarrinha voltou com tudo após um tempo ‘esquecida’, os agricultores não estavam preparados para a alta pressão da praga. “Produtor que colhia 120 sacas, uma média boa na época, passou a colher 80, quebra altamente significativa”, relata.

De lá para cá, avalia Tomquelski, a situação piorou. “Vimos produtores que alcançavam 150 sacas, 160 sacas cuja colheita caiu para médias entre vinte sacas e trinta sacas”, expõe.

Calcula-se, portanto, com base no preço do milho hoje (R$ 40 a saca), que a repetição desse cenário traria um prejuízo de aproximadamente R$ 4.800 por hectare.

Pontes verdes, adultos e ninfas

Conforme o pesquisador, o controle da cigarrinha-do-milho tornou-se mais desafiador após a chegada de tecnologias como milho RR, Bt e Viptera, que contribuíram na melhora do controle da Spodoptera, por muito tempo a ‘lagarta-praga número 1’ da cultura do milho.

Outro fator que hoje potencializa a pressão robusta da cigarrinha no país, observa ele, consiste na manutenção de ‘pontes verdes’ o ano inteiro. “Em muitas regiões, a cultura permanece nos campos, seja cultivada ou na forma de plantas ‘tigueras’ (restos de culturas). Essa condição abre caminho para a praga se reproduzir com força e transmitir doenças rapidamente a todo o sistema”, menciona.

Para Tomquelski, a genética brasileira priorizou ao longo dos últimos anos o “fator produtividade”. Materiais rústicos, mais tolerantes a doenças, explica ele, foram perdendo espaço. “A vulnerabilidade da lavoura se agravou ainda pelo aumento da quantidade de pivôs, pela produção de milho-semente e das chamadas ‘novas janelas’. O produtor acaba plantando em uma época que não era para ter milho em sua área”, reforça.

Na safra em andamento, frente a previsões de vários especialistas quanto ao provável recrudescimento da pressão da cigarrinha-do-milho, Tomquelski recomenda ao produtor adotar estratégias de manejo ancoradas na eliminação de ‘plantas tigueras’ e no monitoramento da lavoura.  “A quantidade de ovos postos pela cigarrinha é enorme, duzentos, em média. Tal capacidade pode gerar até um milhão de cigarrinhas nas próximas gerações”, alerta.

O pesquisador defende que nas primeiras aplicações de inseticidas o produtor de milho utilize produtos ‘adulticidas’ de maior eficiência, focando, portanto, inicialmente, na forma adulta da cigarrinha. “Somado a um bom tratamento de sementes, consegue-se um controle da ordem de 70%. O manejo biológico também deve chegar junto com o químico inicialmente. E não se pode perder de vista, nos dias de hoje, o controle bem feito das ninfas da praga, que até há pouco tempo não eram alvos prioritários dos tratamentos”, ressalta.

Segundo ele, a cigarrinha-do-milho tem ciclo muito rápido, na casa de vinte e poucos dias. “Aprendemos nas últimas duas safras que o produtor precisa aplicar os produtos com ação também nas ninfas, já nos estágios iniciais da cultura do milho (V3, V4, V5). O biológico é igualmente necessário nesta fase inicial. Preconizamos que nas áreas críticas sejam observados intervalos curtos, de três a cinco dias entre uma aplicação e outra”, orienta, acrescentando: “Trata-se de uma praga com alto poder destrutivo, todo o investimento do produtor pode ir para o chão. Os molicutes-vírus impedem a translocação de seiva, afetam o desenvolvimento da espiga, o enchimento e o tamanho dos grãos. Causam menor desenvolvimento das plantas e o ‘quebramento’ das mesmas. A redução da produtividade se dá por conta de todos esses fatores”.

Fonte: Assessoria Desafios Agro

Notícias

Bovinos puxam alta no VBP do Acre e concentram mais de 70% da renda do campo

Atividade responde pela maior parcela do faturamento agropecuário estadual, com R$ 2,76 bilhões.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Acre deve encerrar 2025 com um crescimento expressivo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 21 de novembro, o estado alcançou o montante de R$ 3.945,64 milhões, o que representa uma alta nominal de 17,25% em relação aos R$ 3.365 milhões registrados em 2024. O desempenho reflete uma recuperação estrutural que coloca o faturamento do campo acriano em seu patamar mais elevado desde 2018.

Apesar do avanço de dois dígitos no estado, a realidade do Acre frente ao Brasil revela um forte descolamento. Enquanto o VBP nacional atingiu a marca histórica de R$ 1,412 trilhão em 2025, a participação acriana permanece estagnada em apenas 0,28% do total do país.

Foto: Jonas Oliveira/SEAB

Embora o estado figure na base da pirâmide produtiva, o Acre não detém o menor VBP do Brasil. Esse posto cabe ao Amapá (R$ 235,7 milhões), seguido pelo Distrito Federal e Roraima. O Acre ocupa a 22ª posição no ranking nacional, superando cinco outras unidades da federação. Contudo, a distância para os líderes é grande, o Mato Grosso, primeiro do ranking, fatura sozinho R$ 220,4 bilhões, valor 55 vezes superior ao do Acre.

A estrutura produtiva do Acre é fortemente concentrada. A pecuária responde por 72% de todo o valor gerado (R$ 2.842 milhões), enquanto as lavouras contribuem com 28% (R$ 1.104 milhões).

Ranking de Atividades em 2025

  • Bovinos: Liderança absoluta com R$ 2.755,9 milhões, sendo o pilar central da economia rural do estado.

  • Mandioca: Principal cultura agrícola, com R$ 444,5 milhões.

  • Milho: Terceira força, registrando R$ 187,0 milhões.

  • Banana: Estável na quarta posição com R$ 169,8 milhões.

  • Café: Fecha o “Top 5” com R$ 158,4 milhões.

A comparação dos dados aponta um setor de grãos e proteína animal com comportamentos distintos. No ramo de proteínas e derivados, além dos bovinos, destacam-se os Ovos (R$ 55,0 milhões) e o Leite (R$ 31,0 milhões), que mantêm relevância local, embora com pouca escala para exportação interestadual. Atividades como frangos e suínos não figuram entre os principais destaques financeiros do estado neste levantamento.

Já nas lavouras, a Soja, que vem ganhando espaço na fronteira agrícola do Norte, registrou R$ 108,5 milhões. Outras culturas de subsistência e mercado interno apresentam valores mais modestos: Feijão (R$ 16,0 milhões), Arroz (R$ 9,1 milhões) e Laranja (R$ 8,7 milhões). A Cana-de-açúcar (R$ 1,7 milhão) e o Amendoim (R$ 0,1 milhão) ocupam posições marginais na composição do faturamento.

Perspectiva Histórica (2018–2025)

O gráfico histórico revela que o crescimento atual não é apenas conjuntural, mas o ápice de uma retomada. Após um período de estagnação entre 2019 e 2022 (onde o valor oscilou na casa dos R$ 2,7 bilhões), o setor engatou uma sequência de três anos de alta. O salto de R$ 3,02 bilhões em 2023 para os atuais R$ 3,94 bilhões indica um incremento real na produtividade ou na valorização das commodities locais, especialmente a carne bovina.

Os dados indica que o agronegócio acriano enfrenta um desafio de diversificação e verticalização. A dependência de 72% de um único setor (pecuária bovina) torna a economia estadual vulnerável a oscilações de preços internacionais da carne e a barreiras sanitárias.

Além disso, a baixa participação no VBP nacional (0,28%) evidencia que o crescimento, embora robusto em percentuais internos (17,25%), ainda é nominalmente baixo para alterar o status do estado na logística nacional. O avanço da soja e do milho sugere uma transição para sistemas de integração lavoura-pecuária, mas a predominância da mandioca e banana como principais lavouras reforça um perfil de produção ainda muito voltado ao consumo regional e de baixo valor agregado industrial.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

VBP agro da Paraíba cresce 2,7% em 2025 com força da pecuária

Estado alcançou R$ 3,52 bilhões com destaque para cana-de-açúcar, frango, ovos e bovinos mostrando evolução consistente e produtos estratégicos fortes.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Em 2025, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária da Paraíba alcançou R$ 3.522,0 milhões, registrando um crescimento de 2,7% em relação aos R$ 3.427,3 milhões de 2024. O avanço reflete a resiliência e a consolidação de produtos estratégicos, especialmente a cana-de-açúcar, a pecuária de corte e de ovos, que continuam a sustentar a economia agro do estado. Embora a Paraíba ainda represente apenas 0,28% do VBP nacional, que totalizou R$ 1.267,4 bilhões, o crescimento contínuo demonstra progressos consistentes no cenário regional.

No ranking interno de produtos, a cana-de-açúcar lidera, com R$ 1.247,1 milhões, destacando-se não apenas pela produção em volume, mas também pelo valor agregado que contribui para a indústria de açúcar e etanol. Em seguida aparecem frangos (R$ 492,4 milhões), banana (R$ 417,1 milhões), ovos (R$ 300,1 milhões) e bovinos (R$ 297,5 milhões). A pecuária, composta por frango, ovos e bovinos, representa 39% do VBP estadual, enquanto as lavouras respondem por 61%, mostrando um equilíbrio entre produção vegetal e animal que sustenta a diversidade econômica do estado.

Entre 2024 e 2025, alguns produtos mantiveram-se como pilares estruturais da economia agropecuária paraibana. A cana-de-açúcar, além de liderar em valor, tem apresentado incrementos consistentes de 2 a 3% ao ano, reflexo de ajustes na produtividade e estabilidade de preços. A produção de frango e ovos segue dinâmica, acompanhando a demanda crescente do mercado interno e potencializando a geração de emprego e renda local. Os bovinos, apesar de menor em volume comparado a outros grandes estados, têm mantido estabilidade com potencial de expansão em segmentos de carne de qualidade.

O histórico do VBP paraibano, entre 2018 e 2025, revela um crescimento acumulado de cerca de 70%, passando de R$ 2.070 milhões para R$ 3.522 milhões. Esse avanço reflete tanto valorização de preços quanto incrementos pontuais na produção, evidenciando um mercado agropecuário regional que cresce de forma constante, ainda que sem mudanças estruturais capazes de alterar significativamente a posição relativa do estado no ranking nacional.

Do ponto de vista estratégico, a Paraíba apresenta produtos com forte presença regional, como ovos, frango e cana-de-açúcar, que funcionam como base econômica sólida. O desafio está em ampliar a diversificação e agregar valor aos produtos agrícolas, potencializando oportunidades em nichos de mercado e cadeias produtivas integradas. A expansão de tecnologias agrícolas, investimentos em irrigação e em processamento de alimentos pode contribuir para elevar o VBP estadual e fortalecer ainda mais o papel do Paraíba no contexto nacional.

Em resumo, a Paraíba mostra crescimento consistente e solidez em produtos-chave, com perspectivas de evolução se houver ampliação de diversidade produtiva e agregação de valor.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Plataforma Agro Brasil + Sustentável libera habilitação automática de áreas para exportação

Nova funcionalidade permite ao produtor rural verificar se a área de produção atende exigências socioambientais de mercados internacionais de forma gratuita e voluntária

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Foi disponibilizado, na terça-feira (23), na Plataforma Agro Brasil + Sustentável, serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação, funcionalidade que permite ao produtor rural validar, de forma automática, se a área de produção cumpre requisitos críticos para a exportação à mercados externos que impõem barreiras de compliance socioambiental.  

O principal objetivo da Plataforma é integrar, organizar e disponibilizar informações de governança ambiental, social e corporativa relacionadas aos produtores (pessoas físicas), empresas agrícolas (pessoas jurídicas) e propriedades rurais para qualificar os produtos agropecuários brasileiros, com transparência, credibilidade e confiança, entre todos os participantes da cadeia agropecuária.   

Nesse cenário, a Plataforma Agro Brasil + Sustentável também visa atender às exigências de um dos grandes mercados internacionais, permitindo a habilitação do produtor e de lotes de produtos agropecuários, a partir de requisitos, padrões, processos e tecnologias, devidamente caracterizados quanto à sua produção.  

A Plataforma é uma ferramenta gratuita e voluntária ao produtor rural e possui abrangência universal a todas as cadeias produtivas. 

Plataforma Agro Brasil + Sustentável, do serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação. 

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.