Suínos
Eficiência produtiva: saiba como conquistar os melhores índices na piscicultura
A seleção de linhagens com alto desempenho e resistência a doenças pode aumentar significativamente a produção e a rentabilidade do negócio.

Depois de 30 anos trabalhando com atividade de piscicultura por conta própria, o casal de produtores Marlene e Jandir José Primão, de Toledo, se integrou à Copacol e, em seu primeiro lote de peixes entregue, teve o melhor resultado do mês de março entre todos os produtores da cooperativa. Primão se destacou em todos os critérios de avaliação: conversão alimentar, com 1.270 Kg, crescimento diário, com 3,49 gramas, e rendimento de filé, que chegou a 37,45%.
Mas não é todo mundo que consegue esses bons índices produtivos. Estudos demonstram que a conversão alimentar média pode variar de 1,2 a 1,8 kg de ração/kg de ganho de peso, o crescimento diário médio varia de 1 a 4 g/dia e o rendimento de filé médio pode variar entre 30 a 40%. Isso faz toda a diferença nos rendimentos, tanto da cooperativa quanto do produtor.
A eficiência produtiva é um dos principais objetivos dos produtores de tilápias e de outros peixes cultivados na piscicultura. Ela pode ser definida como a capacidade de produzir peixes em quantidade e qualidade de forma sustentável, utilizando os recursos disponíveis da forma mais eficiente possível. Além disso, a eficiência produtiva está relacionada com a otimização do uso dos recursos disponíveis, como a água, a terra, a energia e a mão-de-obra.
Para alcançar a eficiência produtiva na piscicultura, é necessário um conjunto de boas práticas, que envolve a escolha correta de rações e outros insumos, o uso adequado de tecnologias e equipamentos, o controle da qualidade da água e o manejo correto dos peixes.
Além disso, a escolha da genética adequada também é um fator crucial para alcançar a eficiência produtiva na piscicultura. A seleção de linhagens com alto desempenho e resistência a doenças pode aumentar significativamente a produção e a rentabilidade do negócio.
A eficiência produtiva é essencial para o sucesso e a sustentabilidade da piscicultura, pois permite a produção de peixes em larga escala, de forma rentável e respeitando os princípios da sustentabilidade ambiental.
Medidas para aumentar a eficiência produtiva
- Buscar assistência técnica qualificada e atualizada sobre as melhores práticas de cultivo.
- Participar de organizações coletivas, como cooperativas ou associações, que possam facilitar o acesso a insumos, crédito, tecnologia e mercados.
- Utilizar rações completas e balanceadas, adequadas à espécie e à fase de desenvolvimento dos peixes.
- Monitorar e controlar os parâmetros de qualidade da água, como oxigênio dissolvido, pH, temperatura e amônia.
- Adotar sistemas de produção integrados ou consorciados, que possam aproveitar melhor os recursos hídricos e reduzir os impactos ambientais.
- Realizar um planejamento da produção, levando em conta os objetivos, os custos, os mercados e os riscos da atividade.
Mensurando os índices
Os índices de eficiência produtiva na piscicultura são medidas que permitem avaliar o desempenho das unidades produtivas em relação aos recursos utilizados e aos produtos obtidos. Esses índices podem ser de diferentes tipos, como técnicos, econômicos, ambientais e sociais. Alguns exemplos de índices técnicos são:
Taxa de crescimento específico (TCE): mede a variação percentual do peso médio dos peixes por dia. Quanto maior a TCE, maior o crescimento dos peixes.
Conversão alimentar (CA): mede a quantidade de ração necessária para produzir uma unidade de peso de peixe. Quanto menor a CAA, melhor o aproveitamento da ração.
Sobrevivência (S): mede a proporção de peixes que permanecem vivos ao final do cultivo. Quanto maior a S, menor a mortalidade dos peixes.
Produtividade (P): mede a quantidade de peixes produzidos por unidade de área ou volume. Quanto maior a P, maior a intensidade do cultivo.
Os valores médios dos índices de eficiência produtiva na piscicultura brasileira podem variar de acordo com a espécie cultivada, o sistema de produção, a região e o ano. No entanto, alguns dados podem ser obtidos a partir de fontes como o Anuário Peixe BR da Piscicultura e o IBGE.
Segundo o Anuário Peixe BR da Piscicultura 2022, a produção média de peixes de cultivo no Brasil foi de 4.500 kg/ha em 2022, sendo que a tilápia teve uma produtividade média de 6.000 kg/ha e o tambaqui de 3.000 kg/ha. A sobrevivência média dos peixes foi de 85% e a conversão alimentar aparente média foi de 1,72 kg.
Segundo o IBGE, a taxa de crescimento específico média dos peixes de cultivo no Brasil foi de 0,95% ao dia em 2019, sendo que a tilápia teve uma taxa média de 1,05% ao dia e o tambaqui de 0,87% ao dia. O peso médio dos peixes na despesca foi de 0,77 kg, sendo que a tilápia teve um peso médio de 0,83 kg e o tambaqui de 0,72 kg. Esses são alguns dos valores médios dos índices de eficiência produtiva na piscicultura brasileira, mas é importante ressaltar que eles podem variar conforme as condições específicas de cada produtor e de cada ano.
Influenciadores

Produtores Marlene e Jandir José Primão, de Toledo, PR, se destacaram entre os melhores índices de eficiência produtiva em março deste ano – Foto: Divulgação/Copacol
Os valores dos índices de eficiência produtiva na piscicultura são influenciados por diversos fatores, tais como Genética: a qualidade genética dos peixes determina o seu potencial de crescimento, resistência a doenças e adaptação ao ambiente. Nutrição: a quantidade e a qualidade da ração fornecida aos peixes afetam o seu crescimento, a sua conversão alimentar e a sua saúde. Manejo: as práticas de manejo envolvem a escolha do sistema de produção, a densidade de estocagem, o controle da qualidade da água, a prevenção e o tratamento de doenças, a biometria e a despesca dos peixes.
As melhores práticas de genética, nutrição e manejo para a piscicultura são aquelas que visam otimizar o crescimento, a saúde e a qualidade dos peixes, bem como reduzir o impacto ambiental da atividade. Algumas dessas práticas são utilizar peixes de origem conhecida e certificada, provenientes de programas de melhoramento genético ou de seleção massal, que apresentem características desejáveis como alta taxa de crescimento, boa conversão alimentar, resistência a doenças e qualidade de carne.
Na nutrição, é importante fornecer rações balanceadas e adequadas às exigências nutricionais de cada espécie e fase de cultivo, considerando o nível de proteína, energia, vitaminas, minerais e aditivos. É recomendado utilizar rações extrusadas ou peletizadas, que apresentam maior estabilidade na água e menor perda de nutrientes, além de controlar a quantidade e a frequência da alimentação, evitando o desperdício e a poluição da água.
Em relação ao manejo, é importante escolher o sistema de produção mais adequado às condições locais, podendo ser intensivo, semi-intensivo ou extensivo, em tanques-rede, viveiros escavados ou barragens. Depois, manter a densidade de estocagem adequada à capacidade de suporte do ambiente e ao potencial produtivo dos peixes, monitorar a qualidade da água, mantendo os parâmetros físicos, químicos e biológicos dentro dos limites ideais para cada espécie, prevenir e tratar as doenças dos peixes, utilizando medidas profiláticas como quarentena, vacinação e desinfecção, e medidas terapêuticas como uso de medicamentos e bioterápicos. Vale destacar ainda a realização da despesca no momento adequado, utilizando técnicas que minimizem o estresse e as perdas dos peixes.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



