Avicultura
Eficiência na gestão de pessoas e no bem-estar animal impulsionam competitividade da avicultura catarinense
Especialistas destacam que investir em pessoas e na estrutura das granjas são ações estratégicas para a liderança no setor.

“Cuidar de pessoas é diretamente proporcional ao lucro da empresa”, disse o médico veterinário Fabrício Delgado, quem ministrou a primeira palestra “Gestão de Pessoas”, na manhã desta quinta-feira (07). O último dia do 15º Simpósio Técnico da ACAV iniciou com uma palestra voltada a reconhecer o valor que cada profissional tem nas empresas e o quanto é importante saber reconhecê-los. Na sequência, o professor da Universidade da Geórgia e referência mundial em ambiência, Michael Czarick, falou sobre a relação entre o conforto e a produtividade das aves.

Último dia do 15º Simpósio Técnico da ACAV – Foto: Leticia Bombo/MB Comunicação
Com uma carreira consolidada entre grandes empresas tanto do Brasil quanto do Peru, além de ser um renomado empresário, Delgado compartilhou experiências e insights acumulados ao longo dos anos de atuação na avicultura. De acordo com ele, gostar do desafio de trabalhar com pessoas, escolher o profissional adequado para cada vaga, investir nele e ser parceiro são algumas das ações essenciais para manter um profissional na equipe.
Ele observou, ainda, que ter uma comunicação clara e assertiva com a equipe são ações que trazem impacto nas demandas e nos resultados alcançados. “Ao reforçar a cultura da empresa e fazer treinamentos com propósitos específicos, é possível contemplar diferentes gerações que, aliás, devem estar misturadas em uma mesma equipe”, afirmou. Segundo o médico veterinário, cada geração tem seu valor e um perfil de trabalho diferente, tendo espaço para todos e possibilitando uma construção coletiva. “Vale ressaltar que o fator de biosseguridade, um assunto muito debatido aqui no simpósio, passa por times treinados e comprometidos”, concluiu.
Czarick começou sua palestra com uma afirmação: é preciso ter certeza de que se tem capacidade suficiente de ventilação nos túneis das granjas, para se livrar do calor no recinto, bem como do aquecimento das aves. De acordo com ele, o que determina a troca de ar necessária para um ambiente de granja saudável é a quantidade de calor adicionada ao ar para garantir que as aves mantenham uma temperatura estável e suas condições ideais, ainda que existam variações ambientais. “Apesar de considerar que o ar está sendo aquecido pelo calor que entra pelo teto, pelas cortinas e pelas paredes laterais, é importante ter em mente que para além de diminuir a temperatura do ambiente, é necessário considerar a temperatura das aves”, afirmou.
O profissional destacou que no Brasil essa questão do ambiente climatizado da forma correta ainda é um desafio, principalmente porque se aloca muitas aves em uma só granja. “Quanto maior a densidade, mais sensíveis as aves ficam à temperatura, e os comportamentos e a temperatura corporal de cada animal são características que precisam ser levadas em consideração”, disse.
Em relação às armadilhas luminosas, é necessário considerar que a iluminação aumenta a pressão e dificulta a velocidade com que o ar passa pelo túnel e os ventiladores precisam trabalhar mais para manter uma temperatura ideal. “Existem informações disponíveis para ajudar o produtor a fazer uma granja da melhor qualidade, que seja positiva tanto para ele quanto para as aves, pois esses detalhes tornam-se problemas”, reforçou. Czarick concluiu sua fala ao afirmar que ao construir uma granja corretamente isolada, com a quantidade ideal de ventiladores e entradas, é possível ter um ambiente que ajude as aves a se manterem mais saudáveis. “Com a estrutura correta, seu trabalho é realmente simples”, finalizou.
Último dia de simpósio

Após a mesa redonda com os profissionais, os presentes participarão do encerramento oficial do evento, realizado no CentroSul, em Florianópolis – Foto: Três Mundos Estratégia Criativa
Após a mesa redonda com os profissionais das primeiras palestras, a programação da manhã continuou com o agrônomo Everton Luis Krabbe, que ministrou a palestra sobre “Importância da qualidade das matérias-primas na nutrição de reprodutoras pesadas”. Na sequência, a engenheira agrônoma Sandra Bonaspeti, falou sobre saúde intestinal e reprodução das aves.
À tarde, segue com palestras sobre “Nutrição de machos” com Ross Marcelo Silva, “Alta mortalidade de fêmeas”, que será ministrada por Vitor Hugo e “Nutrição para reprodutoras modernas”, com Vinicius Schramm. Após a mesa redonda com os profissionais, os presentes participarão do encerramento oficial do evento, realizado no CentroSul, em Florianópolis (SC), seguido do Jantar do Galo, quando será feita a homenagem aos 30 anos do Simpósio Técnico da ACAV.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




