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Eficiência do controle dos processos da granja é fundamental

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Nós temos animais de ótima genética no mercado. Mas a capacidade de expressarem todo o seu potencial depende das ações do criador. Esta foi a principal mensagem deixada pela doutora Maria Nazaré Lisboa, em entrevista concedida a O Presente Rural, no intervalo do 7º Suinter. O evento foi realizado pela Consuitec, dias 19, 20 e 21 de junho, em Foz do Iguaçu (PR). Sumidade no que tange à suinocultura, Maria Nazaré, inclusive, falou durante o Suinter sobre “Manejo Reprodutivo Integrado à Sanidade”. Assim, O Presente Rural reproduz aqui um pouco das informações e orientações que ela dá ao suinocultor. 
O Presente Rural – Quais os principais gargalos nas unidades produtoras de leitões (UPL)?
Maria Nazaré Lisboa – O maior problema da UPL está na organização do fluxo e o fluxo começa não com a reprodução em si, mas na análise de quantos animais você vai entregar no frigorífico por semana. A partir dessa informação deve ser feito o levantamento do potencial real da granja, com base no histórico produtivo, e então deve ser feita uma programação de cobertura. Por exemplo: se eu vendo dez animais por fêmea coberta e necessito entregar 100 animais, tenho que ter controle de quantas coberturas ou quantos partos precisam haver para atingir essa meta. 
OP – Falta organização das granjas para isso?
MNL – Não é exatamente uma questão de desorganização. Muitas empresas e suinocultores já pensam nisso. Contudo, não com o valor que realmente precisa visando que o fluxo de produção seja contínuo e realmente cumpra com o objetivo de número de animais entregues no final da linha. Porque a partir disso é possível organizar a granja do final para o início, que seriam: número de coberturas, número de partos, de leitões desmamados e leitões vendidos. Eficiência do controle dos processos da granja é fundamental.
OP – Que índice ou metas que devem ser priorizadas na UPL?
MNL – O produtor precisa saber quantos quilos ou quantas cabeças de animais necessita vender ou quer produzir. Os dados que tem na granja devem dar condições de avaliar, sendo realista, sobre quais os manejos que devem ser priorizados ou medidas que precisam ser tomadas para atingir essas metas. Ou seja, devem ser analisados que para eu entregar um número X de animais com um peso Y em média, eles precisam ocupar um espaço na terminação por período específico, ocupando tantos metros quadrados etc. E precisa ir melhorando isso para aumentar a eficiência da granja, através de melhores índices reprodutivos. Antigamente se cobria dez fêmeas para entregar 100 animais, mas hoje cubro o mesmo número para entregar 120. Então a eficiência vai modernizando o processo.
OP – E a genética? Qual a importância dela nesse processo e quais características devem ser buscadas?
MNL – A genética já fez e ainda faz bem seu trabalho. Hoje as linhas genéticas que estão no país são bastante competitivas. Toda linha que temos tem capacidade para desmamar 12 leitões ou mais. O que a gente precisa aprender é aproveitar esse material genético e adequar um bom manejo de sanidade, nutrição e bem-estar para atender as exigências desses animais, que por sua vez vão poder expressar todo o seu potencial. Toda genética também está com condições de tirar 2,4 na conversão alimentar da terminação ou menos. O que realmente precisa é fazermos dentro da granja tudo o que esses animais de alta genética precisam ter para expressar seu potencial. 
OP – O escore corporal da matriz pode interferir na eficiência reprodutiva dela?
MNL – O escore corporal é interessante. Porém, quando se fala nisso a gente vê fêmea muito gorda ou muito magra, enquanto o escore corporal está muito relacionado à massa muscular e espessura de toicinho. Hoje as genéticas apresentam matrizes de linha magra, que são muscular. Neste caso, quando analisa “no olho”, não medindo a espessura de toicinho, a fêmea já perdeu muita massa muscular difícil de recuperar e aí compromete muito o resultado dos próximos três partos. Por isso temos que analisar o escore corporal a partir do medidor de toicinho, porque essas fêmeas evoluíram e têm mais massa muscular do que gordura e essa perda de gordura até pode ser recuperada rapidamente, mas a recuperação de massa muscular é mais complicada. Temos que ter em mente que são (as fêmeas) animais muito produtivos, no entanto mais exigentes. Precisam de mais aminoácidos, são fêmeas mais prolíferas que precisam ser monitoradas enquanto indivíduos e plantéis constantemente. Se o monitoramento não for rotineiro, quando se perceber uma perda de massa muscular ou gordura, já poderá ser tarde.
OP – E com relação à inseminação artificial, o que o suinocultor deve levar em conta para escolher o sistema mais adequado para sua granja?
MNL – Não é exatamente um sistema adequado, mas sim a capacitação adequada de quem trabalha com a inseminação na granja. O pessoal deve estar bem treinado para preparar os animais, coletar o sêmen, saber a hora exata de inseminar, executar bem o processo em padrões de higiene e com controle de qualidade, depois cuidar bem dos animais e vários outros detalhes que, seja qual for o sistema escolhido na granja, se for feito por um profissional bem preparado, vai refletir nos resultados. A melhor técnica deve ser escolhida através da orientação profissional, mas os seus resultados só serão positivos se a técnica for executada com um bom controle. Se há um controle eficiente no sistema tradicional, os resultados podem ser melhores do que se for executado algum outro sem o devido controle. Se a granja quer evoluir de técnica, precisa fazer um planejamento, preparar o pessoal que vai lidar com a inseminação para dominá-la e mudar o sistema aos poucos. A mudança não pode ser por modismo, mas sempre visando aumentar a eficiência reprodutiva.
OP – A matriz carece de manejos diferenciados. Dentre eles, qual a Sra. apontaria como primordial por refletir em resultados práticos?
MNL – O primeiro é oferecer boas instalações, com as condições que os animais necessitam. Não se trata de sofisticação de processo, mas sim necessidade e investimento em resultados produtivos. Na maternidade, por exemplo, enquanto o leitão precisa de temperatura de 30º C, a porca carece de 22º C para ter bem-estar. Precisamos respeitar isso e dar as condições às duas fases. Um leitão desmamado aos 21 dias precisa de aquecimento, ou sua saúde vai ficar debilitada, com desitratação, diarreia, doenças respiratórias e outros problemas. A fêmea moderna precisa estar muito bem nutrida e saudável. Conforto é fundamental para os animais expressarem seu potencial genético. Vale a pena investir no preparo das marrãs, em boa ambiência, na aquisição de animais de boa procedência e fazer a quarentena desses para não colocar o restante do plantel em risco de contaminação por doenças. A qualificação e comprometimento de quem trabalha diretamente com os animais também fará toda a diferença, porque será a garantia de que os manejos estarão sendo bem executados.
Leia esta entrevista e outras reportagens na edição impressa de O Presente Rural, ou as edições online

Fonte: O Presente Rural – por Luciany Franco

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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